Conflito árabe-israelense é o que mais desperta agressividade de internautas, mostra pesquisa
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Conflito árabe-israelense é o que mais desperta agressividade de internautas, mostra pesquisa
Conflito árabe-israelense é o que mais desperta agressividade de internautas, mostra pesquisa
Reportagens sobre conflito entre Israel e mundo árabe são as que geram comentários mais abusivos, dizem editores de sites
Uma pesquisa internacional sobre jornalismo participativo mostrou que, na opinião de editores de alguns dos maiores sites de notícias do mundo, o tema do conflito árabe-israelense é o que mais desperta a agressividade de internautas. Em segundo lugar estão os assuntos ligados à religião islâmica.
Os pesquisadores, de oito países, conversaram com editores dos 24 sites mais importantes do mundo e examinaram as reações dos internautas e as medidas que os veículos de comunicação tomam para enfrentar a grande quantidade de comentários que aparece quando os temas são considerados "delicados". Eles publicaram uma coletânea de artigos denominada Participatory Journalism: Guarding Open Gates at Online Newspapers (Jornalismo participativo: Guardando portões abertos em jornais on-line, em tradução livre).
Leia também
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"Editores de sites como Washington Post, Guardian, Die Welt e Le Figaro, afirmam que, quando publicam reportagens sobre o conflito no Oriente Médio, imediatamente começa um dilúvio de comentários que rapidamente se transforma em uma troca de manifestações de ódio", afirmou em entrevista ao site israelense Ynet o pesquisador Zvi Reich, do departamento de Comunicações da Universidade Ben Gurion, que participou da elaboração do estudo.
Wikimedia Commons
Edifício do Guardian em Londres: dilúvio de comentários em matérias sobre israelenses e árabes
"Os editores também dizem que identificam comunidades organizadas de pró-palestinos e pró-israelenses que imediatamente reagem a qualquer reportagem sobre o tema e rapidamente o site se transforma em um campo de batalha entre as duas comunidades", acrescenta Reich.
Trata-se de uma quantidade inusitada de comentários de teor racista, antissemita, islamofóbico ou anti-árabe, que causa diversos problemas éticos para as principais redações do planeta, já que os sites são considerados responsáveis pelos conteúdos que publicam, incluindo os comentários dos internautas. Várias das páginas adotam medidas como pré ou pós-moderação, obrigatoriedade de registro, bloqueio de internautas que publicam comentários abusivos e incentivo aos leitores para que denunciem os autores deles.
Poucos comentam
De acordo com o pesquisador Zvi Reich, somente de 4% a 7% dos leitores costumam escrever comentários e de 30% a 40% do total têm o hábito de ler os comentários publicados.
No entanto, segundo Reich, “um pequeno grupo de internautas experientes e persistentes pode se apoderar de uma reportagem, criando a impressão de que representam a opinião da maioria”.
Por isso, muitas das redações, que anteriormente faziam uma filtragem prévia dos comentários, passaram a executar uma moderação posterior, já que a quantidade das reações de internautas é tão grande que exigiria moderadores que trabalhassem sem parar para poder acompanhar o ritmo e fazer uma pré-filtragem.
Leia mais
A questão gera uma discussão complexa sobre liberdade de expressão, diversidade de opiniões e até sobre o impacto da filtragem na audiência, já que bloqueando internautas o site estaria diminuindo o numero de leitores.
Motivações
Mas, por que o conflito árabe-israelense desperta reações mais extremas do que outros conflitos étnicos ou nacionais que envolvem um sofrimento humano semelhante ou bem mais grave? Por que, por exemplo, o conflito no Sudão, que já deixou cerca de 400 mil mortos, não causa esse tipo de reação entre os internautas da mídia ocidental?
Wikimedia Commons
Sede do Washington Post: editores precisam se desdobrar para cuidar de comentários em matérias sobre Israel e mundo árabe
Uma das explicações é a ausência de comunidades sudanesas nos principais países do ocidente, que escrevam a língua desses países e acompanhem os sites de noticias locais.
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No caso do conflito árabe-israelense, existem comunidades árabes e judaicas profundamente inseridas nas culturas dos diversos países e cujos membros geralmente se identificam com um ou outro lado do conflito e sentem a necessidade de expressar suas opiniões.
O interesse pelo conflito árabe-israelense vai além das comunidades árabes e judaicas, pois se trata de um conflito que afeta o mundo inteiro, tanto por seus aspectos religiosos, como por seu amplo impacto econômico. Vale lembrar, por exemplo, a crise do petróleo após a chamada Guerra do Yom Kipur, que eclodiu em outubro de 1973 e afetou a economia do mundo inteiro. A disputa por Jerusalém, cidade sagrada para as três religiões monoteístas, também é um fator que amplia o interesse internacional pelo conflito árabe-israelense e o torna carregado de emoções.
Opera Mundi tem, por política, não apagar comentários em suas matérias e só o faz em casos extremos. Para o internauta conseguir comentar em algum texto do site, é preciso estar registrado no Facebook. A rede social tem seus próprios critérios sobre publicações em posts, apagando aqueles que, por exemplo, recebem muitas denúncias de conteúdo impróprio ou bloqueando os que contenham expressões específicas, como xingamentos e palavrões
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Os pesquisadores, de oito países, conversaram com editores dos 24 sites mais importantes do mundo e examinaram as reações dos internautas e as medidas que os veículos de comunicação tomam para enfrentar a grande quantidade de comentários que aparece quando os temas são considerados "delicados". Eles publicaram uma coletânea de artigos denominada Participatory Journalism: Guarding Open Gates at Online Newspapers (Jornalismo participativo: Guardando portões abertos em jornais on-line, em tradução livre).
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Trata-se de uma quantidade inusitada de comentários de teor racista, antissemita, islamofóbico ou anti-árabe, que causa diversos problemas éticos para as principais redações do planeta, já que os sites são considerados responsáveis pelos conteúdos que publicam, incluindo os comentários dos internautas. Várias das páginas adotam medidas como pré ou pós-moderação, obrigatoriedade de registro, bloqueio de internautas que publicam comentários abusivos e incentivo aos leitores para que denunciem os autores deles.
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