Vagueando na Notícia


Participe do fórum, é rápido e fácil

Vagueando na Notícia
Vagueando na Notícia
Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.

Racha entre muçulmanos se torna força mais perigosa no Oriente Médio

Ir para baixo

Racha entre muçulmanos se torna força mais perigosa no Oriente Médio Empty Racha entre muçulmanos se torna força mais perigosa no Oriente Médio

Mensagem por Vitor mango Sáb Dez 21, 2013 9:42 am

Racha entre muçulmanos se torna força mais perigosa no Oriente Médio
Jeremy Bowen
Editor de Oriente Médio da BBC
Atualizado em  20 de dezembro, 2013 - 18:07 (Brasília) 20:07 GMT

Racha entre muçulmanos se torna força mais perigosa no Oriente Médio 131220194745_bahrein_624x351_reuters
Protestos em Bahrein, um dos focos de tensão entre xiitas e sunitas
Passados três anos desde o início da Primavera Árabe, tem se agravada a divisão entre muçulmanos xiitas e sunitas - que diz respeito não apenas a religião, mas também a poder e identidade.
Líderes tentam usar o sectarismo como uma ferramenta para proteger e reforçar sua legitimidade, assim como alguns governos europeus ainda usam o nacionalismo.
Notícias relacionadas

  • Duro inverno para a Primavera Árabe
  • Primavera Árabe: Dez consequências que ninguém conseguiu prever
  • Libertação de Mubarak reverte vitória simbólica da Primavera Árabe

Tópicos relacionados

  • Internacional,
  • Oriente médio

Mas as forças que estão em curso no Oriente Médio no momento podem sair do controle.
Um dos focos de tensão é Trípoli, a segunda maior cidade do Líbano - atualmente inquieta, dividida e muitas vezes perigosa.
A crescente guerra civil síria, do outro lado das montanhas de Trípoli, fomentaram um persistente conflito entre muçulmanos sunitas, majoritários na cidade, e alauítas, que são da mesma divisão xiita que o presidente sírio, Bashar al-Assad.
Pôsteres
Em todas as cidades libanesas, há pôsteres de jovens que foram mortos combatendo na Síria.
O Hezbollah, milícia xiita e partido político libanês, enviou tropas para lutar ao lado dos soldados pró-Assad.
Um sunita proeminente local observava os pôsteres, dizendo: "Tudo o que eles fizeram foi viajar e ficar (na Síria) tempo o bastante para serem mortos. Eles eram muito novos e pouco treinados (para combater)."
Alguns xiitas ainda idolatram Saddam Hussein, o líder sunita que, durante seu regime no Iraque, enfrentou o xiita Irã.
O sunita Abu Firas perdeu seu filho de 22 anos quando duas mesquitas sunitas de Trípoli foram bombardeadas, em agosto. A comunidade atribui a culpa aos xiitas.
"Pedimos permissão a Deus todo poderoso para erradicá-los", diz Firas.
Um comandante de uma milícia sunita local diz que a raiva e a dor fazem com que Firas fale assim. Mas, a cada ação sectária que resulta em mortes, aumentam as divisões no Oriente Médio.
Sectarismo
Racha entre muçulmanos se torna força mais perigosa no Oriente Médio 130529231009_hezbollah_siria_304x171_reuters
O grupo libanês Hezbollah (acima, funeral de um de seus integrantes) apoia o regime de Assad na Síria
O racha no islã remete à disputa quanto a quem deveria suceder o profeta Maomé após sua morte, em 632. Os que queriam que seu posto fosse herdado por seus seguidores próximos se tornaram sunitas. Os que defendiam que seus descendentes deveriam sucedê-lo aderiram ao xiismo.
Nos últimos tempos, a invasão americana ao Iraque, em 2003, deu um novo impulso à divisão sectária no islã.
A deposição de Saddam Hussein, maior adversário do Irã (de maioria xiita), foi um golpe à tradicional supremacia sunita no Oriente Médio. Milhares de iraquianos foram mortos em atos de violência sectária desde então.
Na outra ponta do golfo Pérsico, em Bahrein, um persistente conflito político entre a minoria empobrecida xiita e a elite majoritariamente sunita fica cada vez mais abertamente sectária. Um membro do clã que governa o país disse à BBC que isso é perceptível em confrontos nas ruas bareinitas ou mesmo sírias.
Na Síria, o levante que desde 2011 conclama mais liberdade e justiça evoluiu para uma guerra de traços sectários. Grupos extremistas sunitas, em geral seguidores da al-Qaeda, agora dominam a oposição armada a Assad.
Esses jihadistas, que usam a guerra civil para aumentar seu poder em pleno coração do Oriente Médio, têm uma visão profundamente dividida do mundo.
Eles acabam sendo rechaçados por muitos sírios sunitas e "empurram" as minorias do país - tanto cristãos quanto xiitas - para o lado de Assad.
Rivais regionais
Em Beirute, homens-bomba alvejaram a embaixada do Irã em novembro. Muitos deduziram que se tratava de mais uma escalada na chamada "guerra por procuração", travada entre o Irã (que apoia o regime Assad) e a Arábia Saudita (sunita, que apoia os rebeldes sírios).
Os dois rivais regionais trocam acusações entre si quanto à escalada do sectarismo.
Membros da minoria xiita na Arábia Saudita, que se concentra no leste do país, se queixam de serem tratados como se fossem agentes infiltrados pelo Irã.
Tanto o Teerã quanto Riad ajudaram a alimentar as rivalidades, mas as divisões entre xiitas e sunitas também foram usadas e abusadas por líderes de outros países árabes que não têm nenhuma intenção de dividir o poder com sua própria seita, muito menos com outros grupos.
A BBC debateu o tema com o novo chanceler iraniano, Javad Zarif, no mês passado, durante negociações em Genebra que levaram a um acordo preliminar sobre o programa nuclear do país.
Zarif disse que, independentemente das diferenças quanto à Síria, os países envolvidos devem cooperar para controlar a crescente divisão entre xiitas e sunitas. O chanceler opina que essa é a maior ameaça não apenas à paz no Oriente Médio, mas à paz no mundo inteiro.
Se há uma chance de se gerenciar ou ao menos reverter a onda de sectarismo, ela provavelmente recai sobre o Irã e a Arábia Saudita. Mas os dois países são potências regionais, divididos pela História e por sua rivalidade no século 21.
Em um funeral recente para combatentes xiitas em Damasco, que morreram defendendo o regime, as pessoas enlutadas não cantavam elogios a Assad (em cujo Exército os homens morreram), mas sim entoavam slogans sectários, exaltando a tradição xiita.
Até mesmo em partes da Síria onde esses rachas são menos evidentes, há os problemas de crise econômica, falência política e repressão.
Mas a força mais perigosa, que ameaça definir a próxima década no Oriente Médio, é a tensão entre xiitas e sunitas.
Passados três anos desde o início dos levantes árabes - nesta semana, foi lembrado o terceiro aniversário da morte do tunisiano Mohammed Bouazizi, cuja autoflagelação serviu de estopim para protestos na região -, o peso de um milênio e meio de rivalidades sectárias está esmagando qualquer esperança de um futuro melhor.

_________________
Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
Racha entre muçulmanos se torna força mais perigosa no Oriente Médio Batmoon_e0
Vitor mango
Vitor mango

Pontos : 117576

Ir para o topo Ir para baixo

Ir para o topo

- Tópicos semelhantes

 
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos