Rabino David Shapiro no anúncio de Jerusalém

4161/5000
Rabino David Shapiro no anúncio de Jerusalém
     

Aqui é uma excelente conversa sobre a decisão de Trump de reconhecer Jerusalém como a capital do "povo judeu", publicado há dez dias pelo estudioso David Shapiro, um rabino anti-sionista para uma sinagoga ortodoxa de Queens e um especialista em história e lei judaica ( que foi endossado por Norton Mezvinsky).

Aqui estão alguns dos pontos de Shapiro sobre religião judaica e nacionalismo judaico:

"O presidente Trump tem o direito de fazer qualquer política externa que ele deseja. E se ele sente que Miami Beach é o melhor para reconhecer como a capital de Israel, esse é o seu negócio, ele pode fazê-lo. Mas uma vez que ele começa a falar sobre o povo judeu, agora ele está invadindo a religião e esse é meu domínio. Não há absolutamente nenhuma relação política entre o povo judeu e Jerusalém, é apenas uma cidade santa ...

"O povo judeu não tem capital. Nós nunca tivemos uma capital. Os países têm maiúsculas ... O povo judeu não é um país ou uma região, o povo judeu é uma comunidade religiosa. Oramos por Jerusalém, mas nos relacionamos com Jerusalém apenas como uma cidade santa, não como uma capital política do povo judeu.

"E todas as aberturas que fazemos a Jerusalém, e o anseio que temos para Jerusalém é apenas como uma cidade santa, não como uma capital. E porque é uma cidade santa, não importa quem tenha soberania sobre ela. Jerusalém é tão santo e tanto Jerusalém, seja sob os auspícios dos turcos, dos romanos, dos britânicos, seja de quem quer que seja.

Shapiro se volta para o sionismo, contrariando a religião judaica tradicional.

"É importante saber que os sionistas são os que iniciaram este negócio da capital do povo judeu e é uma ideia que entra em conflito direto com os ensinamentos do judaísmo.

"O povo judeu não é um povo por causa de uma terra ... ou uma língua ... ou uma cultura ... Quando aceitamos a religião, dada a nós por Deus, é quando nos tornamos o povo judeu. Não tínhamos terra, não tínhamos territórios, nem capital.

Shapiro diz que alguns comentaristas dizem que a razão pela qual Deus deu aos judeus a lei no deserto antes de entrarem na terra santa era para mostrar, o judaísmo não tem nada a ver com a terra. O judaísmo vem de aceitar a religião.

Então ele fala do elemento irreligioso dos líderes sionistas.

"Estes não são judeus religiosos que estão dirigindo o país, são ateus. E, no entanto, os primeiros ministros israelenses de Ben-Gurion para Netanyahu usam a Bíblia como uma desculpa para a propriedade da terra ... Ben-Gurion ... não acreditou que Deus falou aos profetas. Ele não acredita nisso. Nem Netanyahu nada.

Netanyahu trabalha no sábado e não é kosher, desafiando as leis judaicas tradicionais.

"Não há nada sagrado na Bíblia sobre o qual Netanyahu se preocupa, o único que ele se importa é a sua terra".

Mais sobre a diferença entre a religião e a terra de Israel:

"Israel não é o povo judeu. Você ouve esses israelenses, sionistas, dizendo que Jerusalém tem a conexão com o povo judeu por 2000 anos, 3000 anos, 4000 anos. Isso é verdade, mas não se traduz em bem, portanto Jerusalém tem que ser parte de Israel ".

As reivindicações sionistas são um assalto à religião judaica, porque Benjamin Netanyahu não tem o direito de afirmar que ele é o líder do povo judeu e que "seu estado é meu". Não, Shapiro nasceu na América, seu pai nasceu na Polônia , a família de sua mãe é britânica.

"Não temos nada a ver com Israel. Somos judeus, somos judeus observadores, somos judeus religiosos ... Israel não é o meu Estado-nação no mínimo. Esta é uma reivindicação unilateral dos israelenses, dos sionistas, e é um assalto à minha religião.

"Assim também a afirmação de que Jerusalém é a capital do povo judeu, porque transforma o povo judeu de uma identidade religiosa em uma identidade nacional, política. É um assalto à minha religião quando ele disse que, porque Jerusalém está tão ligada ao povo judeu, portanto, deve ser parte de Israel. A santidade de Jerusalém não tem nada a ver com quem é dono disso. Certamente, não tem motivo para fazer parte do estado de Israel ".