UE recusa entrar na guerra do gás
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UE recusa entrar na guerra do gás
UE recusa entrar na guerra do gás
PATRÍCIA VIEGAS
Gás. República Checa, Polónia, Bulgária e Roménia já foram afectadas pelas quebras do fornecimento de gás. A primeira aumentou ainda mais os preços para obrigar a segunda a renegociar
A União Europeia classificou ontem a guerra do gás entre russos e ucranianos como um problema bilateral, recusando-se, mais uma vez, a ser arrastada para este conflito. É que apesar das razões comerciais invocadas, que até podem fazer algum sentido neste contexto de crise financeira, muitos desconfiam que a motivação principal seja afinal política. As relações entre Moscovo e Kiev deterioraram-se desde o final de 2004, durante a chamada revolução laranja. E esta é já a segunda série da guerra do gás que, no início de 2006, ajudou à vitória do pró-russo Viktor Ianukovitch nas eleições legislativas. Falta ver o que consegue desta vez.
Numa reacção ao apelo lançado pela empresa russa Gazprom, no sentido de a União Europeia supervisionar na Ucrânia o trânsito do gás destinado a países europeus, o porta- -voz da Comissão Europeia, Ferran Tarradellas, citado pela AFP, disse: "As duas partes devem assegurar que o gás comprado chega à Europa e é isso que nós supervisionamos. É um problema bilateral e cabe às duas partes resolverem-no." Na véspera, o vice-primeiro-ministro da República Checa, na presidência da UE, apelou a uma negociação. "Nós recusamos tomar partido na disputa. Trata--se de um diferendo comercial. Não conhecemos os detalhes de todos os contratos que são confidenciais. O objectivo dos nossos esforços não é o de agir como mediadores, mas insistir no respeito dos acordos", afirmou Alexandr Vondra.
O grupo de peritos para o fornecimento de gás da UE tem agendada para sexta-feira uma reunião, na qual participarão russos e ucranianos, afirmou aquele porta-voz da Comissão à agência Interfax. A Gazprom, empresa russa que cortou o fornecimento de gás à Ucrânia, no dia 1, por esta recusar pagar um aumento do preço daquela matéria-prima, voltou ontem a acusar a ex-república soviética de ter roubado 25 milhões de metros cúbicos do seu gás. E informou que aumentou para 450 dólares o preço por mil metros cúbicos de gás (antes de as negociações colapsarem propunha apenas 250 dólares).
A empresa ucraniana Naftogaz rejeita as acusações e alerta para perturbações graves no fornecimento a países da UE dentro de poucos dias. A República Checa acusou uma quebra de 5% do fornecimento de gás, depois da Polónia, Roménia e Bulgária já terem sido afectadas e muitos mais, como Alemanha e Áustria, poderem também vir a sê-lo. Num comunicado conjunto, invulgar, dada as rivalidades políticas actuais, a primeira-ministra Iulia Timochenko e o Presidente Viktor Iutchenko, antigos aliados da revolução laranja, disseram que a Ucrânia deveria pagar apenas 201 dólares pelo gás. A crise financeira não permitirá, porém, à Rússia e à Ucrânia manter esta guerra do gás muito mais tempo. E a UE, grande cliente de Moscovo, sabe-o. 80% do gás russo destinado à UE passa pela Ucrânia. Mas os russos já estão a trabalhar alternativas. |
PATRÍCIA VIEGAS
Gás. República Checa, Polónia, Bulgária e Roménia já foram afectadas pelas quebras do fornecimento de gás. A primeira aumentou ainda mais os preços para obrigar a segunda a renegociar
A União Europeia classificou ontem a guerra do gás entre russos e ucranianos como um problema bilateral, recusando-se, mais uma vez, a ser arrastada para este conflito. É que apesar das razões comerciais invocadas, que até podem fazer algum sentido neste contexto de crise financeira, muitos desconfiam que a motivação principal seja afinal política. As relações entre Moscovo e Kiev deterioraram-se desde o final de 2004, durante a chamada revolução laranja. E esta é já a segunda série da guerra do gás que, no início de 2006, ajudou à vitória do pró-russo Viktor Ianukovitch nas eleições legislativas. Falta ver o que consegue desta vez.
Numa reacção ao apelo lançado pela empresa russa Gazprom, no sentido de a União Europeia supervisionar na Ucrânia o trânsito do gás destinado a países europeus, o porta- -voz da Comissão Europeia, Ferran Tarradellas, citado pela AFP, disse: "As duas partes devem assegurar que o gás comprado chega à Europa e é isso que nós supervisionamos. É um problema bilateral e cabe às duas partes resolverem-no." Na véspera, o vice-primeiro-ministro da República Checa, na presidência da UE, apelou a uma negociação. "Nós recusamos tomar partido na disputa. Trata--se de um diferendo comercial. Não conhecemos os detalhes de todos os contratos que são confidenciais. O objectivo dos nossos esforços não é o de agir como mediadores, mas insistir no respeito dos acordos", afirmou Alexandr Vondra.
O grupo de peritos para o fornecimento de gás da UE tem agendada para sexta-feira uma reunião, na qual participarão russos e ucranianos, afirmou aquele porta-voz da Comissão à agência Interfax. A Gazprom, empresa russa que cortou o fornecimento de gás à Ucrânia, no dia 1, por esta recusar pagar um aumento do preço daquela matéria-prima, voltou ontem a acusar a ex-república soviética de ter roubado 25 milhões de metros cúbicos do seu gás. E informou que aumentou para 450 dólares o preço por mil metros cúbicos de gás (antes de as negociações colapsarem propunha apenas 250 dólares).
A empresa ucraniana Naftogaz rejeita as acusações e alerta para perturbações graves no fornecimento a países da UE dentro de poucos dias. A República Checa acusou uma quebra de 5% do fornecimento de gás, depois da Polónia, Roménia e Bulgária já terem sido afectadas e muitos mais, como Alemanha e Áustria, poderem também vir a sê-lo. Num comunicado conjunto, invulgar, dada as rivalidades políticas actuais, a primeira-ministra Iulia Timochenko e o Presidente Viktor Iutchenko, antigos aliados da revolução laranja, disseram que a Ucrânia deveria pagar apenas 201 dólares pelo gás. A crise financeira não permitirá, porém, à Rússia e à Ucrânia manter esta guerra do gás muito mais tempo. E a UE, grande cliente de Moscovo, sabe-o. 80% do gás russo destinado à UE passa pela Ucrânia. Mas os russos já estão a trabalhar alternativas. |
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