Atletas em cuecas frente à crise Augusto Correia JN

Atletas em cuecas frente à crise
Augusto Correia

Os problemas do Galático Pegaso não eram notícia até este fim-de-semana. No domingo, a equipa entrou em campo decidida a protestar contra os quatro meses de salários em atraso e, em pleno relvado, tirou os calções, enfrentando a crise em cuecas.

Há quatro meses sem receber, os jogadores do Pegaso Galático, clube da 3ª divisão espanhola, não foram de modas. Baixaram os calções, no relvado, e alinharam numa formação em trajes menores.

O protesto dos jogadores do Galático Pegaso foi além das cuecas e começou acima da cintura. Os futebolistas entraram em campo com uma t-shirt a dizer "Deixaram-nos com o cu à mostra". Despido o traje do protesto, os jogadores mantiveram a camisola mas despiram-se, depois, de preconceitos, baixando os calções.

Não é caso para dizer que foi o fim do mundo em cuecas, mas o árbitro não gostou e tentou impôr a disciplina, quiçá a moral e os bons usos e costumes, mas a solidariedade futebolística falou mais alto. Cientes de que a crise toca a todos, os jogadores do Real Madrid C, adversário daquela soalheira tarde, rodearam o juiz da partida e obstaram, assim, a que este penalizasse, com cartões, o original protesto.

Além dos ordenados em atraso, os jogadores não sabem a quem pedir justificações. A grave crise financeira e a crise directiva andam de mãos dadas e ninguém sabe bem quem manda no clube, alegadamente presidido por um jovem de Ponte Vedra, relata o "Faro de Vigo".

Depois do protesto houve futebol. O jogo decorreu sem incidentes de monta, e, no fim, o empate, 1-1, deixou o Galático Pegaso na 17ª posição em que se encontrava antes desta partida que foi notícia, porque os jogadores evidenciaram que a crise os deixou em cuecas.

Se a moda pega, e tendo em conta o que se fala sobre salários esquecidos em Portugal, é caso para esperar vários jogos entre jogadores em cuecas. Situação que talvez ajudasse a levar mais espectadores às despidas bancadas dos estádios nacionais.