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As escolhas da Manela

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Mensagem por Viriato Sex Fev 20, 2009 2:40 am

Marina Costa Lobo no Jornal de Negócios

As escolhas de Manuela


Na sondagem do "Expresso" mais recente ressalta a incapacidade de Manuela Ferreira Leite em capitalizar ganhos perante uma conjuntura política que lhe deveria ser favorável, devido ao caso Freeport.


Na sondagem do "Expresso" mais recente ressalta a incapacidade de Manuela Ferreira Leite em capitalizar ganhos perante uma conjuntura política que lhe deveria ser favorável, devido ao caso Freeport. Tendo em conta esta evolução, Vasco Pulido Valente e Marcelo Rebelo de Sousa voltaram-se agora contra ela. Estes comentadores que sistematicamente contribuíram para o fim da liderança Menezes e para a vitória de Ferreira Leite agora dizem que Manuela também não serve. O seu peso servirá para desprestigiar ulteriormente Ferreira Leite e não ajudará em nada o seu desempenho nas sondagens.

É verdade que nos dois maiores partidos, mas especialmente no PSD, não vale a pena ir a eleições com líderes impopulares. Neste partido, a mossa que consegue fazer tanto no eleitorado mais à direita, do CDS, como ao centro depende muito da imagem de competência e credibilidade do líder. Por isso, a preocupação que raia a histeria em relação à imagem do líder não deixa de ser racional no PSD.


Outra questão mais difícil é saber quais as razões para este sistemático falhanço na capacidade do PSD e da líder em particular em galvanizar os eleitores afectos ao PSD?

Para Pacheco Pereira a resposta está claramente numa campanha negra realizada por alguns media defensores do situacionismo, do status quo que é favorável ao PS. Este comentador tem vindo a apontar no seu blogue a forma sistemática como em artigos de informação sobre as actividades partidárias de Ferreira Leite em vez de informar com isenção, os jornalistas enviam mensagens sub-reptícias sobre as supostas falhas de Manuela enquanto alternativa credível a Sócrates.

Segundo Pacheco Pereira, estamos perante uma espécie de conspiração mediática, que impede que o eleitorado perceba que Ferreira Leite, sóbria, discreta e séria deve ser a próxima primeira-ministra de Portugal.

Os argumentos de Pacheco são bastante convincentes. Mas não quer dizer que sejam a única nem a principal explicação para a fraca popularidade de Ferreira Leite. Os media constroem personagens mas fazem-no também com base em factos concretos.

E no caso de Manuela houve escolhas importantes que foram erradas do ponto de vista da sua credibilidade. Tanto nas políticas como nas pessoas.

No que toca às políticas, o oportunismo político de embaraçar o governo tem vindo a sobrepôr-se a um posicionamento ideológico mais coerente que porventura seria menos antagónico do governo mas poderia ser mais congruente com o seu eleitorado de base. E mais credível do ponto de vista da imagem da líder. Ferreira Leite tem cedido ao impulso anti-governo, seja no caso das avaliações dos professores, seja no caso do código do trabalho. Ao fazer isso não se distingue dos partidos que têm vocação permanente de oposição e por isso não precisam de assumir posições de responsabilidade.

Mais fundamentalmente talvez, todos sabíamos que apesar da euforia precoce com que os comentadores de direita saudaram a chegada à liderança de Manuela Ferreira Leite, ela tinha um problema, que era ganhar o partido, onde apenas 38% dos votantes a apoiaram. O que até hoje não aconteceu. Ferreira Leite não conseguiu verdadeiramente mobilizar massa crítica à sua volta. Poderíamos dar como exemplo o anúncio de Sampaio e Mello para liderar o gabinete de estudos que acabou por não se concretizar.

No entanto, o exemplo cabal da não-liderança do PSD por parte de Ferreira Leite foi a forma como se escolheu o candidato daquele partido à presidência da Câmara de Lisboa. Depois de se ter assumido na campanha das directas como uma alternativa ao modo de fazer política dos anteriores líderes, nomeadamente Santana Lopes e Menezes, Ferreira Leite provou que tudo o que tinha dito poderia ser desdito, sucumbindo às pressões do próprio Santana Lopes e supostamente da concelhia de Lisboa.

Se ela própria apoia uma candidatura do seu mais aguerrido ex-rival, os eleitores poderão razoavelmente pensar que esta nova liderança não marca uma viragem em relação às anteriores chefias do PSD, e portanto não merece subir nas sondagens.
Viriato
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