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Mensagem por Viriato Qua Fev 25, 2009 4:45 am

Sair de cena

Fernando Sobral
fsobral@negocios.pt



Há leis demoníacas na política. Uma delas é que maus resultados nas sondagens aumentam consideravelmente o eco da crise de liderança. E, neste momento, o eco é ensurdecedor para Manuela Ferreira Leite.

Não surpreende, por isso, que a líder do PSD tenha tentado saltar por cima do abismo que se estende à sua frente. O anúncio de 20 medidas para combater a crise, umas mais bondosas do que outras, foi uma bomba cujo rastilho se apagou a meio. A sociedade portuguesa reagiu indiferente a elas. Desde logo porque o Governo, no máximo, pilhará uma ou duas daqui a uns tempos, apresentando-as com fogo-de-artifício, como se as ideias fossem suas. Depois porque já ninguém acredita que Manuela Ferreira Leite ocupe algum dia o poder e possa pôr em prática as medidas que propõe.

Não é uma questão de credibilidade das ideias. É a falta de imagem credível das mesmas. Ferreira Leite não é uma actriz como José Sócrates ou Pedro Passos Coelho. Manuela Ferreira Leite parece, na Hollywood política nacional, uma actriz secundária. Que nunca ganhará o Óscar pelo seu papel. Esse é o seu problema, ajudado por um argumento que não domina e por um cenário (o PSD) que parece de plástico.

Manuela Ferreira Leite fala e ninguém já a escuta, e esse é o maior problema de um líder, por mais ética e sensatez que possa ter. Da imolação já ninguém a salva e parece que os seus principais conselheiros estão ainda a juntar lenha para a fogueira. Qualquer dia só restará a Ferreira Leite uma medida contra a crise: sair de cena.
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Sair de cena Empty O último dos Lusitanos

Mensagem por Viriato Qua Fev 25, 2009 4:50 am

Manuel Maria, o último dos Lusitanos


Luis Nazaré - Jornal de negócios


Chama-se Manuel Maria, tem 80 anos e é um homem lúcido e livre. Vive, por opção própria, numa caverna em Seixo da Beira, onde se sente preenchido semeando centeio e cozendo o seu pão. "Sou feliz aqui. É a vida de um pobre homem só. Triste, mas uma vida.", afirma ele serenamente. Manuel Maria tem largos milhares de euros a receber da sua reforma, mas recusa. Ao repórter do DN (Amadeu Araújo, num excelente trabalho publicado na edição da passada terça-feira) ele atira: "Tem algum jeito nunca ter dado nada ao Estado e agora quererem dar-me a mim?". É o último dos Lusitanos.

Há dois milénios que temos a reputação de não nos governarmos nem nos deixarmos governar. Podia até nem ser uma má fama, desde que lhe pudéssemos acrescentar "nem pedem nada a ninguém". Seríamos então uma espécie de aldeia gaulesa, brava e auto-suficiente, com um chefe meramente simbólico e um sistema de democracia directa, algo muito próximo dos velhos desígnios anarquistas. A verdade é que a História não quis que seguíssemos essa via, por não termos recursos para tal ou simplesmente por não termos sido capazes de a inventar. E o que resta, após quase novecentos anos de nacionalidade, é uma cultura de desprezo pela causa colectiva e de aversão a quem afinal melhor cuida dos interesses de todos - o Estado.

Esta ingrata patologia nacional atinge todos os estratos da sociedade. Entre os segmentos mais desfavorecidos não abundam exemplos de reconhecimento pelo esforço que os poderes públicos desenvolvem, é certo que nem sempre do modo mais eficiente, para suprir as suas necessidades básicas. Para muitos beneficiários do regime não-contributivo ou do rendimento mínimo, o vale postal ao fim do mês é a sua condição de sobrevivência, mas poucos o reconhecem.

A classe média, essa mancha indefinida de gente que paga impostos até ao escalão dos 36,5% (suponho eu), é provavelmente a mais activa na militância anti-estatal, mesmo que dele seja largamente dependente. O cidadão médio furta-se como pode às obrigações contributivas e cívicas, muitas vezes vangloriando-se de tal, com a mesma tranquilidade com que reclama contra os impostos, as portagens ou as multas da EMEL - tudo o que é exigido pelo Estado é, por definição, injusto. Mesmo no universo da função pública, esse oásis de segurança e emprego, o sentimento mais comum é o da desconfiança vis-à-vis o empregador, da indiferença perante o sentido de missão e da procura, essa sim empenhada, da trajectória carreirístico-corporativa mais vantajosa.

Entre os ricos, os que pagam acima de 36,5% de IRS e os que nem isso pagam, a nobreza de sentimentos e o fair play no relacionamento com o Estado são tão difíceis de encontrar como um lince na serra da Malcata. Estão agora à vista algumas dessas manifestações mais despudoradas, lesivas do interesse público e das poupanças dos cidadãos, do emprego e da economia. Pouco importam os donativos individuais para causas de beneficência e os charity dinners do costume, o que se exige é decência.

Certamente perturbada pela avalancha de acontecimentos e pela crise económica, nem sequer a nata da classe empresarial consegue fugir ao ressentimento com o Estado e com quem o dirige. Carente da sua mão protectora e segura talvez, mas sem abdicar dos recortes de fidalguia que levaram tanto tempo a construir. Só assim se compreendem as declarações infelizes de alguns dirigentes da nossa praça, afinal bem reveladoras da distância que separa um bom empresário dum bom governante.

O que pensará Manuel Maria de tudo isto? A crise, a ajuda do Estado aos bancos? "O dinheiro é sangue, custa a ganhar", diz ele, o último dos Lusitanos.
Viriato
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Mensagem por Socialista Trotskista Qua Fev 25, 2009 12:56 pm

Rejeita reforma choruda e vive em caverna


AMADEU ARAÚJO, Viseu


Oliveira do Hospital. Há cinco anos sozinho e sem conforto

Vive há cinco anos entre dois rochedos cobertos com plásticos

Manuel Maria Dias, 80 anos, é talvez o último dos homens primitivos a viver em Portugal. Tem milhares de euros a receber da reforma mas habita uma caverna escavada entre duas pedras em Seixo da Beira, concelho de Oliveira do Hospital.

Não há luz, nem água canalizada. A higiene, da casa e a pessoal, é feita ao lado dos cobertores estendidos no chão enlameado. A barba e as unhas demonstram o isolamento a que se votou. Ao lado das penedias em que habita, está o início de um barracão que a junta de freguesia iniciou. De nada valeu. Manuel Maria Dias é um homem livre. Nem a reforma quer. "Tem algum jeito nunca ter dado nada ao Estado e agora querem dar-me a mim?", pergunta-se.

"O dinheiro é sangue, custa a ganhar", aponta o octogenário que mora entre duas rochas num terra que o pai comprou "antes de ir para o Brasil. Somos três, as minhas irmãs moram lá para baixo e eu vivo aqui. Sozinho!", dispara com lucidez acutilante.

A casa, assim lhe chama há cerca de cinco anos, são duas pedras cobertas com plástico e pinheiros. Lá dentro uma protuberância das rochas guarda a água que serve para cozinhar e limpar. Ao lado está a cama e ao fundo, numa reentrância dos penedos fica a dispensa. De que vive? "Trabalho nas florestas e vendo uns cabos para enxadas nas feiras." O magro sustento permite "comprar umas cabras ou galinhas".

Os 30 quilómetros que separam Seixo da Beira de Nelas ou de Oliveira do Hospital são percorridos sempre a pé. "Demoro três horas", conta o eremita. Manuel já não tem animais. "O que compro enterro na terra e a gente perde a vontade de trabalhar, não se tira lucro nenhum. Arrendei o pasto."

As compras "são feitas uma vez por mês" quando vai à feira. Os dias são passados na lavoura. É da terra que vem o sustento. "Semeio centeio e faço pão." A carne que come é comprada "de vez em quando", explica. Os dias "são passados a trabalhar, à noite como e cama". E o frio? "Agacho-me aqui e faço uma fogueira." A fogueira, feita no mesmo buraco onde dorme, é alimentada com troncos que vai puxando à medida que ardem.

Apesar de tudo, é aqui que Manuel é feliz, rejeita mudar de vida. "Sou feliz aqui. É a vida de um pobre homem só. Triste mas uma vida", exclama.

http://dn.sapo.pt/2009/02/17/cidades/rejeita_reforma_choruda_e_vive_caver.html

Descobriram agora a pólvora!!!

Acho que já tinha colocado esta notícia noutros fóruns onde andámos.

Socialista Trotskista

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Mensagem por Viriato Qua Fev 25, 2009 1:34 pm

As minhas desculpas pela desatenção, mas o ritmo e a cadência das notícias neste forum é grande.....
Viriato
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Mensagem por Socialista Trotskista Qua Fev 25, 2009 1:44 pm

Viriato escreveu:As minhas desculpas pela desatenção, mas o ritmo e a cadência das notícias neste forum é grande.....

a pólvora foram os jornalistas
outros fóruns, eco, vaga, etc Laughing Laughing Laughing

Socialista Trotskista

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Mensagem por RONALDO ALMEIDA Qua Fev 25, 2009 1:46 pm

Sleep Sleep Sleep Sleep Sleep Sleep Sleep Sleep
RONALDO ALMEIDA
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