Atenção. No Vaticano o bacanal está a começar....

Vaticano
Exército do Papa poderá vir a aceitar mulheres

por HUGO COELHO Hoje no DN



Guarda Suiça. Nas folgas, geralmente, trabalham em circos fazendo de palhaços ricos...

Desafiando cinco séculos de tradição, o comandante da Guarda Suíça admitiu vir a incorporar guardas do sexo feminino no futuro.

Ainda não foi uma promessa. Mas caiu o tabu: no futuro, a Guarda Suíça, o exército de homens helvéticos que protege a vida do Papa, pode vir a incorporar mulheres.

A ideia, que vai contra mais de 500 anos de história e tradição, foi deixada em aberto pelo novo comandante do exército privado de Bento XVI segunda-feira numa entrevista à televisão Italia 1.

Daniel Anrig afirmou que consegue imaginar mulheres "a desempenhar uma ou outra função". "Certamente que podemos pensar nisso," acrescentou, deixando claro que qualquer mudança não acontecerá já num futuro próximo.

A pergunta sobre a incorporação de mulheres tornou-se constante nas entrevistas aos líderes da Guarda Suíça, nos últimos anos. Até agora, porém, a resposta foi sempre negativa.

Em 2004, Elmar Maeder, o antecessor de Anrig, respondia secamente aos jornalistas que "nunca uma mulher" envergará o uniforme da guarda.

Uma das razões apontadas oficialmente pelo Vaticano para não integrar mulheres no corpo militar que protege o Papa era a falta de espaço nas casernas da Guarda, no Vaticano.

Confrontado com essa questão Anrig garantiu que "esse problema pode ser resolvido". No entanto, só o secretário-geral do Vaticano poderá tomar a decisão.

A polémica posição do comandante da Guarda Suíça foi tornada pública na véspera da cerimónia de juramento de 32 novos recrutas no Pátio de São Dâmaso no Palácio Apostólico do Vaticano.

O juramento coincide com o aniversário do saque de 1527 a Roma durante o qual mais de 140 guardas deram a vida para salvar o Papa Clemente VII.

A Guarda Suíça foi fundada a 22 de Janeiro de 1506, quando 150 mercenários suíços marcharam para Roma para oferecerem o seu serviço ao Papa Júlio II, conhecido como o "Papa guerreiro".

Actualmente, a Guarda Suíça é composto por 110 guardas. A sua função é quase simbólica. Os guardas ainda envergam o uniforme de estilo renascentista - cujo desenho é erradamente atribuído a Miguel Ângelo (ver caixa) - e algumas armas medievais, como a albarda, que é um misto de lança e machado de batalha.

Para entrar na Guarda Suíça é preciso corresponder a uma longa lista de requisitos. Além de serem membros do exército suíço, têm de ser homens, católicos praticantes, solteiros, entre os 18 e os 30 anos de idade. Os candidatos têm de ser licenciados e ter pelo menos 1,74 metros de altura.

Desde o assassínio em estranhas circunstâncias do Comandante Alois Estermann, em 1998, os guardas são ainda sujeitos a testes de equilíbrio psicológico.

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