CHARLES BAUDELAIRE - O POETA MALDITO...
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CHARLES BAUDELAIRE - O POETA MALDITO...
Charles Baudelaire, o patriarca dos poetas malditos, nasceu em Paris em 1821. "As flores do mal" , sua obra prima, foi escrita entre os 22 e 23 anos.
A aparição desta carta magna da poesia maldita comoveu a sociedade de seu tempo; sofreu processo e foi obrigado a amputar sua obra.
100 anos mais tarde, Baudelaire foi reabilitado e sua obra publicada de novo, integramente.
Charles Baudelaire morreu em Paris aos 46 anos, dependente do ópio.
Baudelaire viveu pouco e sempre roçando o umbral da loucura...
A aparição desta carta magna da poesia maldita comoveu a sociedade de seu tempo; sofreu processo e foi obrigado a amputar sua obra.
100 anos mais tarde, Baudelaire foi reabilitado e sua obra publicada de novo, integramente.
Charles Baudelaire morreu em Paris aos 46 anos, dependente do ópio.
Baudelaire viveu pouco e sempre roçando o umbral da loucura...
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Re: CHARLES BAUDELAIRE - O POETA MALDITO...
As Jóias
A amada estava nua e, por ser eu seu amante,
Das jóias só guardara as que o bulício inquieta,
Cujo rico esplendor lhe dava esse ar triunfante
Que em seus dias de glória a escrava moura afeta.
Quando ela dança e entorna um timbre acre e sonoro,
Este universo mineral que à luz figura
Ao êxtase me leva, e é com furor que adoro
As coisas em que o som ao fogo se mistura.
Ela estava deitada e se deixava amar,
E do alto do divã, imersa em paz, sorria
A meu amor profundo e doce como o mar,
Que ao corpo, como à escarpa, em ondas lhe subia.
O olhar cravado em mim, como um tigre abatido,
Com ar vago e distante ela ensaiava poses,
E o lúbrico fervor à candidez unido
Punha-lhe um novo encanto às cruéis metamorfoses.
E sua perna e o braço, a coxa e os rins, untados
Como de óleo, imitar de um cisne a fluida linha,
Passavam diante de meus olhos sossegados;
E o ventre e os seios, como cachos de uma vinha,
Se aproximavam, mais sutis que Anjos do Mal,
Para agitar minha alma enfim posta em repouso,
Ou arrancá-la então a rocha de cristal
Onde, calma e sozinha, ela encontra pouso.
Como se a luz de um novo esboço, unidade eu via
De Antíope a cintura a um busto adolescente,
De tal modo que os quadris moldavam-lhe a bacia.
E a maquilagem lhe era esplêndida e luzente!
- E estando a lamparina agora agonizante,
Como na alcova houvesse a luz só da lareira,
Toda vez que emitia um suspiro faiscante,
Inundava de sangue essa pele trigueira.
(Charles Baudelaire)
A amada estava nua e, por ser eu seu amante,
Das jóias só guardara as que o bulício inquieta,
Cujo rico esplendor lhe dava esse ar triunfante
Que em seus dias de glória a escrava moura afeta.
Quando ela dança e entorna um timbre acre e sonoro,
Este universo mineral que à luz figura
Ao êxtase me leva, e é com furor que adoro
As coisas em que o som ao fogo se mistura.
Ela estava deitada e se deixava amar,
E do alto do divã, imersa em paz, sorria
A meu amor profundo e doce como o mar,
Que ao corpo, como à escarpa, em ondas lhe subia.
O olhar cravado em mim, como um tigre abatido,
Com ar vago e distante ela ensaiava poses,
E o lúbrico fervor à candidez unido
Punha-lhe um novo encanto às cruéis metamorfoses.
E sua perna e o braço, a coxa e os rins, untados
Como de óleo, imitar de um cisne a fluida linha,
Passavam diante de meus olhos sossegados;
E o ventre e os seios, como cachos de uma vinha,
Se aproximavam, mais sutis que Anjos do Mal,
Para agitar minha alma enfim posta em repouso,
Ou arrancá-la então a rocha de cristal
Onde, calma e sozinha, ela encontra pouso.
Como se a luz de um novo esboço, unidade eu via
De Antíope a cintura a um busto adolescente,
De tal modo que os quadris moldavam-lhe a bacia.
E a maquilagem lhe era esplêndida e luzente!
- E estando a lamparina agora agonizante,
Como na alcova houvesse a luz só da lareira,
Toda vez que emitia um suspiro faiscante,
Inundava de sangue essa pele trigueira.
(Charles Baudelaire)
Anarca- Admin
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Re: CHARLES BAUDELAIRE - O POETA MALDITO...
Já agora uma colherada. A minha preferida...
A Beleza
De um sonho escultural tenho a beleza rara,
E o meu seio, — jardim onde cultivo a dor,
Faz despertar no Poeta um vivo e intenso amor,
Com a eterna mudez do marmor' de Carrara
Sou esfinge subtil no Azul a dominar,
Da brancura do cisne e com a neve fria;
Detesto o movimento, e estremeço a harmonia;
Nunca soube o que é rir, nem sei o que é chorar.
O Poeta, se me vê nas atitudes fátuas
Que pareço copiar das mais nobres estátuas,
Consome noite e dia em estudos ingentes..
Tenho, p'ra fascinar o meu dócil amante,
Espelhos de cristal, que tornaram deslumbrante
A própria imperfeição: — os meus olhos ardentes!
Charles Baudelaire, in "As Flores do Mal"
A Beleza
De um sonho escultural tenho a beleza rara,
E o meu seio, — jardim onde cultivo a dor,
Faz despertar no Poeta um vivo e intenso amor,
Com a eterna mudez do marmor' de Carrara
Sou esfinge subtil no Azul a dominar,
Da brancura do cisne e com a neve fria;
Detesto o movimento, e estremeço a harmonia;
Nunca soube o que é rir, nem sei o que é chorar.
O Poeta, se me vê nas atitudes fátuas
Que pareço copiar das mais nobres estátuas,
Consome noite e dia em estudos ingentes..
Tenho, p'ra fascinar o meu dócil amante,
Espelhos de cristal, que tornaram deslumbrante
A própria imperfeição: — os meus olhos ardentes!
Charles Baudelaire, in "As Flores do Mal"
Viriato- Pontos : 16657
Re: CHARLES BAUDELAIRE - O POETA MALDITO...
nao entro no esquema porque poesia nunca soube porque mas nao me atraiu
Nunca soube porque
Se eu fosse o Camones e arranjarsse uma chinocas de certeza que eu era poeta
" alma minha que partiste
Desta vida descontente
Repousa la no ceu eternamente e eu
e eu
chapeu..ja nao sei mais
Nunca soube porque
Se eu fosse o Camones e arranjarsse uma chinocas de certeza que eu era poeta
" alma minha que partiste
Desta vida descontente
Repousa la no ceu eternamente e eu
e eu
chapeu..ja nao sei mais
Admin- Admin
- Pontos : 5709
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