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Facções rivais palestinas se unem em luto por poeta

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Facções rivais palestinas se unem em luto por poeta Empty Facções rivais palestinas se unem em luto por poeta

Mensagem por Vitor mango Qua Ago 13, 2008 12:47 pm

Facções rivais palestinas se unem em luto por poeta

Guila Flint
De Tel Aviv para a BBC Brasil



Luto por Mahmoud Darwish
Importância de Darwish nos territórios palestinos é comparável à de Arafat
O poeta nacional palestino, Mahmoud Darwish, que faleceu, aos 67 anos, no último sábado, foi enterrado nesta quarta-feira, na cidade de Ramallah, na Cisjordânia.

O cortejo fúnebre foi acompanhado por milhares de palestinos e contou com a presença do presidente palestino, Mahmoud Abbas.

Abbas, que declarou três dias de luto oficial, disse que "Darwish era a estrela da Palestina, o melhor de seus filhos. Sua morte deixará um imenso vazio na nossa vida cultural, política e nacional”.

A morte de Mahmoud Darwish, considerado o maior poeta contemporâneo do mundo árabe, causou uma profunda comoção nos territórios palestinos, que superou as diferenças partidárias.

Tanto os líderes do Fatah como do Hamas expressaram um grande pesar com a partida de Darwish, pois sua importância, como símbolo do povo palestino, pode ser comparada apenas à do líder Yasser Arafat, que morreu em 2004.

A Autoridade Palestina declarou que o poeta ficará enterrado “temporariamente em Ramallah, mas seu corpo será removido para Jerusalém, juntamente com o corpo de Yasser Arafat, onde o Estado Palestino for fundado”.

Darwish nasceu na aldeia de Al Birwe, na Galiléia, em 1941, sete anos antes da fundação do Estado de Israel.

A aldeia foi destruída pelas tropas israelenses durante a guerra de 1948 e a família Darwish, que foi obrigada a deixar Al Birwe, se mudou para o vilarejo de Jdeide, também na Galiléia, e mora lá até hoje.

OLP

Em 1971, aos 30 anos, Darwish saiu de Israel e nunca mais retornou ao país.

Ele aderiu à Organização pela Libertação da Palestina (OLP) e se mudou para Ramallah só em 1996, dois anos depois da fundação da Autoridade Palestina por Yasser Arafat.

Durante os 35 anos de exílio, Darwish foi a voz da causa palestina e se tornou um poeta admirado não só por seu povo, como também internacionalmente, tendo livros traduzidos para dezenas de línguas.

Darwish é mais conhecido por seus poemas políticos, mas nos seus últimos anos de vida, principalmente depois que começou a sofrer de sérios problemas cardíacos, passou a escrever uma poesia mais pessoal e existencial, abordando o tema da morte e do sentido da vida.

Poemas políticos

Um de seus poemas políticos mais conhecidos é autobiográfico e se chama “Porque deixaste o cavalo sozinho?”.

O poema traz uma conversa entre um pai e um filho, no momento da partida da aldeia.

Em um dos trechos do poema o filho pergunta ao pai - (em tradução livre) -

“Porque deixaste o cavalo sozinho?"
"Para fazer companhia para a casa,
pois as casas morrem quando
seus donos vão embora” , responde o pai.

O porta-voz do presidente Mahmoud Abbas, Ahmed Abdel Rahman, chefiou uma delegação da Autoridade Palestina que visitou a família de Darwish na aldeia de Jdeide, na Galiléia.

A mãe do poeta, Huria Darwish, de 85 anos, recebeu a delegação e disse que em princípio preferiria que seu filho fosse enterrado em Jdeide, mas concordou com a realização do enterro em Ramallah.

“Gostaria que Mahmoud fosse enterrado perto de nós, aqui em Jdeide, mas faz tempo que ele deixou de ser só meu filho e tornou-se o filho de todo o mundo árabe”, disse Huria.

Durante a visita a Jdeide, Abdel Rahman declarou que o poeta era a “expressão viva do povo palestino em todos os lugares em que se encontra, tanto no exílio, como na linha verde (território israelense, anterior à guerra de 1967) e nos territórios da Autoridade Palestina (territórios ocupados por Israel durante a guerra de 67)”.

Estados Unidos

A Autoridade Palestina enviou uma delegação oficial ao Texas, nos Estados Unidos, onde Darwish faleceu, para organizar a transferência do caixão.

Dos Estados Unidos o caixão foi transportado para Amã, capital da Jordânia, e de lá, de helicóptero, para Ramallah.

A realização do enterro em Ramallah facilita a participação na cerimônia dos palestinos da Cisjordânia, que não poderiam estar presentes caso o funeral fosse realizado dentro de Israel.

As autoridades israelenses geralmente não permitem a entrada de palestinos da Cisjordânia em seu território.

A delegação da Autoridade Palestina, que visitou a família Darwish em Jdeide, foi tratada como um caso especial.
Vitor mango
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