Ser ou não ser "baunilha"
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Ser ou não ser "baunilha"
Ser ou não ser "baunilha"
Lady M abre-nos as portas do estúdio onde recebe os seus clientes.
Os dois submissos dominados: ele na jaula, ela na cruz de Santo André, à espera do chicote
Expresso
Lady M abre-nos as portas do estúdio onde recebe os seus clientes.
Os dois submissos dominados: ele na jaula, ela na cruz de Santo André, à espera do chicote
Dominadora profissional há seis anos, rendeu-se ao universo BDSM depois de ficar fascinada com o brilho no olhar da amiga que a introduziu neste mundo. Hoje, trabalha todos os dias da semana, com pessoas da classe média-alta, que marcam uma sessão para descomprimir quase como quem marca uma massagem.
Nessa hora, pode acontecer de tudo. Ser-se humilhado, chicoteado, amarrado a uma cruz de Santo André, castigado e posto numa jaula, preso a um guincho eléctrico e suspenso a partir de todas as extremidades que se consigam imaginar. Vimos submissos a lamberem botas de alto a baixo, a meterem saltos altos inteirinhos na boca, a serem espezinhados por mais de 90 kg, a verem a sua língua servir de cinzeiro para apagar cigarros. Vimos cuspo a sair da boca da Dominadora directamente para a garganta do submisso, mamilos a serem apertados por molas fortíssimas, pêlos do peito a serem incendiados...
Não vimos (mas sabemos que são práticas que se fazem) pessoas penduradas pelos genitais, que retiram prazer de terem instrumentos enfiados na uretra ou 'plugs' anais eléctricos... Saímos dali com duas certezas: primeiro, que a dor do submisso foi prazer puro - pois apesar de poder parar a qualquer momento, nunca pediu para o fazer. E segundo: quando vimos os submissos regressarem aos trajes de "civil", a sensação é avassaladora - a aparente normalidade faz-nos questionar quantas pessoas podemos conhecer com este vício privado... As personagens deste mundo sentem-se perfeitamente normais, apenas com uma sexualidade diferente.
Para eles, nós é que somos "baunilha*".
Nessa hora, pode acontecer de tudo. Ser-se humilhado, chicoteado, amarrado a uma cruz de Santo André, castigado e posto numa jaula, preso a um guincho eléctrico e suspenso a partir de todas as extremidades que se consigam imaginar. Vimos submissos a lamberem botas de alto a baixo, a meterem saltos altos inteirinhos na boca, a serem espezinhados por mais de 90 kg, a verem a sua língua servir de cinzeiro para apagar cigarros. Vimos cuspo a sair da boca da Dominadora directamente para a garganta do submisso, mamilos a serem apertados por molas fortíssimas, pêlos do peito a serem incendiados...
Não vimos (mas sabemos que são práticas que se fazem) pessoas penduradas pelos genitais, que retiram prazer de terem instrumentos enfiados na uretra ou 'plugs' anais eléctricos... Saímos dali com duas certezas: primeiro, que a dor do submisso foi prazer puro - pois apesar de poder parar a qualquer momento, nunca pediu para o fazer. E segundo: quando vimos os submissos regressarem aos trajes de "civil", a sensação é avassaladora - a aparente normalidade faz-nos questionar quantas pessoas podemos conhecer com este vício privado... As personagens deste mundo sentem-se perfeitamente normais, apenas com uma sexualidade diferente.
Para eles, nós é que somos "baunilha*".
Expresso
BUFFA General Aladeen- Pontos : 4887
Re: Ser ou não ser "baunilha"
.... um comentador do Espêsso
Mestre.Dominador , 3 pontos (Bem Escrito), hoje às 1:16
Mestre.Dominador , 3 pontos (Bem Escrito), hoje às 1:16
Antes de mais, devo felicitar a Katya Delimbeuf, bem como a sua Editora, pela ousadia de trazerem ao grande público uma temática que está longe de ser ordinariamente pacifica, consensual e, sobretudo, informada. Acresce que o fazem com uma sobriedade brilhante, numa narrativa despida de preconceitos e, tanto quanto possível, desmaterializada de tensões opinativas prévias ou subliminares.
Mesmo assim, seria expectável a emergência, degenerescente, de múltiplos comentários, com origem em alguns leitores e leitoras [outros(as) nem tanto] desinformados(as) ou mesmo ignorantes sobre uma matéria que, de forma incontinente, perturba as suas mais profundas e medíocres frustrações pessoais, vivenciais e relacionais.
Um dos «fardos» colectivos mais disfuncionais e inibidores que, miseravelmente, vem incapacitando e diminuindo os portugueses, no seio da comunidade dos povos em que, civilizacionalmente, se pretendem inserir, remonta ao desempenho dos Autos de Fé e dos Santos Inquisidores. De facto, é aí que se encontra o início de um processo de medo e (consequente) autocensura colectiva que, ainda hoje, prevalece com uma cobardia generalizada que impede a catarse de um ímpeto libertário.
É neste contexto que o conceito ou a imagem do PRAZER, enquanto busca da plena realização pessoal, tende a ser conotada como PECADO a esconjurar, sobretudo quando envolve uma expressão pública que ultrapasse o banal repertório do coito, socialmente, permitido.
BDSM é mais do que tudo isto.
Mesmo assim, seria expectável a emergência, degenerescente, de múltiplos comentários, com origem em alguns leitores e leitoras [outros(as) nem tanto] desinformados(as) ou mesmo ignorantes sobre uma matéria que, de forma incontinente, perturba as suas mais profundas e medíocres frustrações pessoais, vivenciais e relacionais.
Um dos «fardos» colectivos mais disfuncionais e inibidores que, miseravelmente, vem incapacitando e diminuindo os portugueses, no seio da comunidade dos povos em que, civilizacionalmente, se pretendem inserir, remonta ao desempenho dos Autos de Fé e dos Santos Inquisidores. De facto, é aí que se encontra o início de um processo de medo e (consequente) autocensura colectiva que, ainda hoje, prevalece com uma cobardia generalizada que impede a catarse de um ímpeto libertário.
É neste contexto que o conceito ou a imagem do PRAZER, enquanto busca da plena realização pessoal, tende a ser conotada como PECADO a esconjurar, sobretudo quando envolve uma expressão pública que ultrapasse o banal repertório do coito, socialmente, permitido.
BDSM é mais do que tudo isto.
BUFFA General Aladeen- Pontos : 4887
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