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Lisboa: PJ apreende 150 armas e três mil munições em 82 buscas domiciliárias

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Lisboa: PJ apreende 150 armas e três mil munições em 82 buscas domiciliárias Empty Lisboa: PJ apreende 150 armas e três mil munições em 82 buscas domiciliárias

Mensagem por Admin Ter Jul 22, 2008 1:25 am

Lisboa: PJ apreende 150 armas e três mil munições em 82 buscas domiciliárias
21.07.2008 - 20h48 Lusa
Cerca de 150 armas e réplicas de armas e três mil munições foram apreendidas pela Polícia Judiciária na sequência de uma investigação que durou ano e meio e implicou a realização de 82 buscas domiciliárias. "As buscas domiciliárias tiveram lugar na Grande Lisboa mas também no Alentejo e no Norte de Portugal", declarou aos jornalistas Pedro Felício, coordenador superior de investigação criminal da Polícia Judiciária (PJ), na sede da Direcção Central de Combate ao Banditismo, em Lisboa.

De acordo com o responsável, entre os muitos bairros alvo de buscas e onde foram encontradas armas contam-se os bairros da Quinta da Fonte e da Icesa, ambos em Loures, Casal de São Brás, Estrela de África e Cova da Moura, todos na Amadora, e Portugal Novo, em Lisboa. Na Quinta da Fonte teve lugar uma operação de grande envergadura no Outono de 2007, revelou Pedro Felício.

A operação, coordenada por um único investigador e que contou com uma brigada de 11 elementos, desmantelou uma organização criminosa que produzia e comercializava armamento ilegal e apreendeu 65 armas e 75 réplicas de armas - incluindo caçadeiras, carabinas, armas automáticas, pistolas, revólveres -, 25 miras telescópicas, silenciadores e cordão detonante e mil munições. Parte do arsenal foi encontrado em duas oficinas onde era possível fabricar e transformar armas e munições, tendo outras sido apreendidas junto dos proprietários, informou o responsável.

Das apreensões fazem ainda parte "muitas dezenas de armas brancas e 66 telemóveis", revelou Pedro Felício. O coordenador superior de investigação criminal da PJ acrescentou que, no âmbito da operação, "foram identificadas 188 pessoas, mais de 500 telemóveis, mais de 40 viaturas automóveis e para cima de 80 contas bancárias e 100 cartões de crédito". Das 188 pessoas identificadas - com idades que vão dos 16, 17 aos quase 70 anos e "muitas já com cadastro" -, 67 foram constituídas arguidas, tendo 22, após serem presentes a juiz de instrução, ficado sujeitas a medidas de coacção várias.

Armas alteradas

"Além das armas originais, muitas das quais sem origem conhecida dado terem o número de série rasurado, muitas armas de alarme e réplicas, nomeadamente de coleccionadores, foram transformadas para dar origem a armas de fogo real", explicou Pedro Felício, acrescentando que os processos de manufactura revelam "uma grande mestria". Estabelecendo uma diferença entre as peças, o responsável indicou que "uma arma original pode durar uma vida, enquanto uma alterada pode ter um limite de 150 disparos e rebentar na mão de quem a utiliza".

As armas, que podem custar entre os 200 e os mil euros, eram vendidas ou alugadas em Portugal ou exportadas para países como a Espanha e a Holanda. "Torna-se mais difícil investigar um crime quando a arma é alugada", explicou o responsável, acrescentando que muitas delas "terão sido utilizadas em crimes violentos, nomeadamente em assaltos à mão armada, incluindo 'carjacking'", que é o roubo de viaturas com violência na presença do condutor. Pedro Felício contou ainda que, das duas oficinas de fabrico, "uma situava-se muito longe de qualquer bairro problemático e outra perto de um desses bairros mas não no seu interior", não tendo adiantado o nome dos bairros em causa.

A operação levada a cabo durante ano e meio permitiu detectar 50 a 60 locais de venda de armas, de Norte a Sul do país e intermediários em vários bairros da capital, sendo que estes elementos "são suficientemente espertos para não serem apanhados na posse das armas", assinalou o coordenador, adiantando que, mesmo assim, a operação "permitiu chegar a muitos deles". O responsável da PJ referiu ainda que o facto de os criminosos funcionarem numa teia que incluía "várias pequenas redes, com uma hierarquia pouco rígida e menos organizada do que é usual", dificultou a investigação.

A posse de arma sem licença pode conduzir a uma pena de prisão máxima de cinco anos, que pode chegar aos dez em caso de tráfico de armas, aos 15 se se comprovar que o proprietário as usou para assaltos ou aos 25 anos de cadeia se quem a possui tiver, com ela, cometido homicídio.
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