Ataque da NATO no Afeganistão cria tensões entre EUA e Alemanha
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Ataque da NATO no Afeganistão cria tensões entre EUA e Alemanha
Ataque da NATO no Afeganistão cria tensões entre EUA e Alemanha
08.09.2009 - 21h37 Francisca Gorjão Henriques
O ataque da NATO contra um camião cisterna no Afeganistão, que fez uma centena de mortos e feridos, continua a provocar ondas de choque entre os membros da Aliança Atlântica. A responsabilidade da operação está a ser o ponto de uma batalha diplomática entre os Estados Unidos e a Alemanha.
A operação foi ordenada por forças alemãs em Kunduz (no Norte), na sexta-feira, para deter os camiões cisterna da Aliança Atlântica que tinham sido roubados pelos taliban. Mas o ataque foi realizado por aviões norte-americanos. E contra as avaliações iniciais, não eram apenas combatentes rebeldes que estavam no local. A grande maioria das vítimas eram civis.
O Guardian dava conta de um contencioso entre Berlim, que defendeu o raide como “militarmente necessário”, e Washington, cuja nova estratégia para o país, delineada pelo general Stanley McChrystal, passa por diminuir o número de vítimas civis.
McChrystal apressou-se a garantir ao Presidente Hamid Karzai que não ordenou o ataque, considerado pelo líder afegão como um “erro grosseiro”.
Ontem, pela primeira vez, a NATO reconheceu que pode ter havido mortes de civis nessa operação – até aqui tem referido apenas que civis foram “atingidos” – embora não tenha referido números.
Já a chanceler alemã, Angela Merkel (na foto), rejeitou críticas. “Lamento profundamente” o incidente, afirmou. “Não vamos 'dourar a pílula’, mas não aceitamos condenações prematuras. Recuso-me a aceitar isso, quer da Alemanha, quer do estrangeiro”, cita a Reuters.
O Governo alemão tem estado debaixo de fogo devido à operação, não só pela rapidez com que o ataque aéreo foi pedido, como por ter inicialmente negado a morte de civis. Segundo estimativas de organizações de direitos humanos, morreram entre 60 e 70 civis. As chefias militares de Berlim asseguram que houve receios de que os dois camiões cisterna, carregados de combustível, pudessem ser usados para um ataque suicida contra a base alemã de Kunduz.
Ontem, os ministérios alemães da Defesa e dos Negócios Estrangeiros lamentaram a “falta de solidariedade” por parte de certos países europeus, que criticaram a operação.
A três semanas das legislativas, esta operação controversa não veio ajudar a chanceler, que conta com a oposição de dois terços dos alemães à presença dos 4200 soldados no Afeganistão. No seu discurso ao Parlamento, Angela Merkel aproveitou para exigir um acordo até ao final do ano para que as responsabilidades de segurança sejam transferidas para as mãos afegãs – diminuindo assim a presença das forças da NATO no Afeganistão.
08.09.2009 - 21h37 Francisca Gorjão Henriques
O ataque da NATO contra um camião cisterna no Afeganistão, que fez uma centena de mortos e feridos, continua a provocar ondas de choque entre os membros da Aliança Atlântica. A responsabilidade da operação está a ser o ponto de uma batalha diplomática entre os Estados Unidos e a Alemanha.
A operação foi ordenada por forças alemãs em Kunduz (no Norte), na sexta-feira, para deter os camiões cisterna da Aliança Atlântica que tinham sido roubados pelos taliban. Mas o ataque foi realizado por aviões norte-americanos. E contra as avaliações iniciais, não eram apenas combatentes rebeldes que estavam no local. A grande maioria das vítimas eram civis.
O Guardian dava conta de um contencioso entre Berlim, que defendeu o raide como “militarmente necessário”, e Washington, cuja nova estratégia para o país, delineada pelo general Stanley McChrystal, passa por diminuir o número de vítimas civis.
McChrystal apressou-se a garantir ao Presidente Hamid Karzai que não ordenou o ataque, considerado pelo líder afegão como um “erro grosseiro”.
Ontem, pela primeira vez, a NATO reconheceu que pode ter havido mortes de civis nessa operação – até aqui tem referido apenas que civis foram “atingidos” – embora não tenha referido números.
Já a chanceler alemã, Angela Merkel (na foto), rejeitou críticas. “Lamento profundamente” o incidente, afirmou. “Não vamos 'dourar a pílula’, mas não aceitamos condenações prematuras. Recuso-me a aceitar isso, quer da Alemanha, quer do estrangeiro”, cita a Reuters.
O Governo alemão tem estado debaixo de fogo devido à operação, não só pela rapidez com que o ataque aéreo foi pedido, como por ter inicialmente negado a morte de civis. Segundo estimativas de organizações de direitos humanos, morreram entre 60 e 70 civis. As chefias militares de Berlim asseguram que houve receios de que os dois camiões cisterna, carregados de combustível, pudessem ser usados para um ataque suicida contra a base alemã de Kunduz.
Ontem, os ministérios alemães da Defesa e dos Negócios Estrangeiros lamentaram a “falta de solidariedade” por parte de certos países europeus, que criticaram a operação.
A três semanas das legislativas, esta operação controversa não veio ajudar a chanceler, que conta com a oposição de dois terços dos alemães à presença dos 4200 soldados no Afeganistão. No seu discurso ao Parlamento, Angela Merkel aproveitou para exigir um acordo até ao final do ano para que as responsabilidades de segurança sejam transferidas para as mãos afegãs – diminuindo assim a presença das forças da NATO no Afeganistão.
Vitor mango- Pontos : 118178
Re: Ataque da NATO no Afeganistão cria tensões entre EUA e Alemanha
.A três semanas das legislativas, esta operação controversa não veio ajudar a chanceler, que conta com a oposição de dois terços dos alemães à presença dos 4200 soldados no Afeganistão. No seu discurso ao Parlamento, Angela Merkel aproveitou para exigir um acordo até ao final do ano para que as responsabilidades de segurança sejam transferidas para as mãos afegãs – diminuindo assim a presença das forças da NATO no Afeganistão
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