Eleições na Alemanha, uma questão de parceiros
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Eleições na Alemanha, uma questão de parceiros
Eleições na Alemanha, uma questão de parceiros
Mais de 62 milhões de eleitores alemães vão hoje às urnas para decidir a cor do Governo que se instalará em Berlim nos próximos quatro anos. As sondagens apontam para uma vitória da chanceler, a democrata-cristã Angela Merkel. A maior incógnita é saber quem será o seu parceiro de coligação - ou novamente os sociais-democratas liderados pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Frank Steinmeier, ou os liberais, que desde 1998 estão afastados do Executivo
Angela Merkel vai manter-se como líder da Alemanha, a confirmar-se no resultado das eleições de hoje a vitória que as sondagens há muito anunciam para os democratas-cristãos. A única incógnita que ainda pode existir é a de saber quem serão os seus parceiros de coligação: os liberais ou, novamente, os sociais-democratas.
O desejo da chanceler é que o seu partido, a União Democrata-Cristã (CDU), consiga uma maioria juntamente com os liberais do Partido Liberal Democrata (FDP), depois de há quatro anos ter sido obrigada a coligar-se com o Partido Social--Democrata (SPD). A reedição desta fórmula é o maior objectivo do rival de Merkel - o seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Frank-Walter Steinmeier, pois sabe que sociais-democratas e Verdes, seus ex-aliados, estão longe de uma maioria.
O espírito da grande coligação de bloco central povoou, aliás, toda a campanha eleitoral. Ao ponto de alguns politólogos alemães ousarem atribuir-lhe as culpas pelo número extraordinariamente elevado de eleitores indecisos a muito poucos dias da realização das legislativas. O eleitorado alemão, dizem, quase deixou de conseguir distinguir entre CDU e SPD, partidos que ao longo de quatro anos foram forjando compromissos e aprovando centenas de leis - entre as quais as que permitiram a ratificação final pelo país do Tratado de Lisboa.
O debate televisivo entre Merkel e Steinmeier - o único, aliás, que aceitaram fazer - foi de tal forma aborrecido que alguns jornais chamaram-lhe "dueto em vez de duelo". O chefe da diplomacia, vice-chanceler e candidato social-democrata ainda ensaiou algumas tentativas de distanciamento, frisando que o seu partido defende o salário mínimo, o encerramento das centrais nucleares e a retirada das forças militares alemãs do Afeganistão. A chanceler e candidata dos democratas-cristãos tentou depois disso desvendar alguns aspectos da vida privada em entrevistas, falando do segundo marido ou da juventude passada na ex-Alemanha de Leste. Isto foi lido como uma tentativa de transformar em trunfo uma elevada popularidade individual que sobreviveu até à crise financeira. O alvo seriam os milhões de eleitores ainda indecisos.
Os únicos episódios que agitaram a campanha foram protagonizados por actores externos ou por partidos que nem sequer têm a hipótese de ultrapassar a barreira dos cinco pontos percentuais, a qual permite a entrada na câmara baixa do Parlamento alemão, o Bundestag. O terrorista Bekkay Harrach,, alemão de origem marroquina, nascido em Bona, ameaçou que iria haver atentados terroristas na Alemanha, a seguir às eleições, caso as tropas não saiam do Afeganistão. O Partido Nacional-Democrata (NPD) enviou ordens de deportação falsas a políticos de origem estrangeira, tendo isso obrigado a polícia a fazer buscas nos seus escritórios. Mas esta não foi a única ousadia cometida pelos neonazis que, na fronteira com a Polónia, pôs cartazes a apelar ao fim do que diz ser uma invasão dos polacos
DN
Mais de 62 milhões de eleitores alemães vão hoje às urnas para decidir a cor do Governo que se instalará em Berlim nos próximos quatro anos. As sondagens apontam para uma vitória da chanceler, a democrata-cristã Angela Merkel. A maior incógnita é saber quem será o seu parceiro de coligação - ou novamente os sociais-democratas liderados pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Frank Steinmeier, ou os liberais, que desde 1998 estão afastados do Executivo
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