Partidos discutem com Cavaco formação do novo Governo

No dia em que o Presidente da República recebeu delegações dos partidos com representação parlamentar, o PCP reafirmou à saída do encontro que a estabilidade social é mais importante do que a política e considerou ser «prematuro» falar em entendimento com o PS. O BE optou por definir as iniciativas do partido, enquanto o CDS reiterou a intenção de fazer oposição ao Governo.

Em Belém, Cavaco Silva recebe, esta quinta-feira e amanhã, em audiências formais delegações dos partidos com representação parlamentar.

Trata-de de encontros para preparar a formação do novo executivo.

À saída do encontro, o PCP saiu reafirmou que a estabilidade social é mais importante que a estabilidade política.

«Mais do que a estabilidade governativa, existe um problema primeiro e principal: como é que se vai resolver a instabilidade social que hoje é transversal a muitas camadas e classes sociais», afirmou o líder do PCP.

Jerónimo de Sousa considerou ser ainda «prematuro» falar em entendimento, sublinhando que, do lado do PS, não surgiu até ao momento qualquer proposta concreta à forma como pretende enfrentar a «mais grave crise social dos últimos 30 anos».

Por seu turno, o Partido Ecologista «Os Verdes», que abriu a série de encontros com o chefe de Estado, afirmou que a estabilidade está nas mãos do PS e das propostas que for apresentando.

Já o líder do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, sublinhou que o cargo de primeiro-ministro deve ser entregue de forma natural a José Sócrates.

Francisco Louçã escusou-se a discutir com Cavaco Silva eventuais acordos com o PS, defendendo que as prioridades no futuro passam pela «recuperação da Educação e corrigir os erros no Estatuto da Carreira Docente, reconstituir a Segurança Social e recuperar o subsídio de desemprego».

O líder do CDS-PP, Paulo Portas, saiu do encontro com Cavaco Silva reafirmando a intenção de fazer oposição ao Governo e classificando a indigitação de José Sócrates como «natural».

«Se o Presidente da República vier a indigitar o engenheiro José Sócrates essa é a leitura da Constituição. Nós seremos, como disse na noite das eleições, oposição e seremos leais ao nosso eleitoral e ao caderno de encargos que apresentamos», sublinhou Portas.