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Liceu Camões - 100 anos

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Mensagem por BUFFA General Aladeen Sex Out 16, 2009 4:15 am

Centenário do Liceu Camões




Esta é a visão do director daquela Escola Secundária, professor João Jaime Pires, em declarações à Lusa. O lançamento do livro "100 Anos, 100 Testemunhos" e um conjunto de iniciativas culturais, pedagógicas, lúdicas e cívicas, que se vão arrastar ao longo de mais de um ano, com muitas das individualidades que passaram pelo "velho Camões" marcam as comemorações.

"A massificação do Ensino e até o desenvolvimento da cidade de Lisboa levaram a que os alunos não venham exclusivamente para a Escola Secundária de Camões como acontecia anteriormente. A zona onde o liceu está situado, em São Jorge de Arroios, é uma freguesia com uma população já idosa e os alunos vêm de várias áreas, muitos até pela proximidade ao local de trabalho dos pais", declarou João Jaime Pires.

Provavelmente muitos alunos vão também para aquela escola porque os pais passaram por lá e sentem que ainda mantém a mesma referência, admitiu, acrescentando que este ano houve um aumento da procura por parte de novos alunos, mas isso poderá estar relacionado com outros factores, como a dificuldade em pagar colégios particulares.

Na opinião do docente, que está no Camões há cerca de 20 anos, hoje aquela secundária assume um papel na instrução e socialização dos jovens sobretudo na criação de uma cidadania baseada em valores democráticos e na responsabilidade individual.

"O que gostaríamos é que o projecto de cidadania, de pluralismo, de educação e de aprendizagem mantenha o mesmo nível de referência", sublinhou.

O futuro passa por "manter a qualidade pedagógica, um perfil e um objectivo no sentido de todos terem um direito à educação e às mesmas igualdades, independentemente do estado social, e na defesa do ensino público".

João Jaime Pires admitiu que há uma "herança muito pesada" porque existiu um mandato "muito forte" de Sérvulo Correia - reitor entre o início de 1950 e Setembro de 1974.

"A cidade de Lisboa tinha dois liceus de referência, o Camões e o Pedro Nunes, e ali estava "a nata da sociedade na altura, com pessoas que vieram a tornar-se figuras públicas com destaque em variadas áreas".

"Hoje há aqui uma diversidade social e cultural bastante saliente entre as várias ‘tribos’ que possam existir. A nossa referência é que os nossos alunos possam ter uma aprendizagem que orgulhe todos aqueles que nos deixaram e que possam ter fortes recordações do tempo que passaram por cá".

O mesmo responsável sublinhou que o livro sobre o Liceu Camões que é lançado dia 16 reproduz a história de Portugal nos últimos 100 anos, porque as figuras que passaram pela escola foram figuras marcantes.

"O Camões passou pela Primeira República, pela Ditadura e entrou na Democracia em 1974, altura em que os liceus passam a escolas secundárias", lembrou.

Sobre as dezenas de alunos famosos que por ali passaram pouco falou, mas deixou escapar que muitos deles "não tinham assim notas tão brilhantes como as suas carreiras vieram a demonstrar no futuro".

Aos 100 anos, a Escola Secundária de Camões, criada de raiz pelo arquitecto Ventura Terra, precisa urgentemente de obras de remodelação cujo projecto já está adjudicado pelo Ministério da Educação. O que João Jaime Pires quer "é que o projecto mantenha as condições e as qualidade que o edifício tem como escola".

"Se há uma questão que é denominador comum a todos os que passaram por cá são os pátios desta escola, que são uma marca em todos os testemunhos do livro", desabafou.

O director da Secundária de Camões quer aproveitar a efeméride da passagem dos 100 anos para iniciar um novo ciclo em que a escola possa demonstrar o trabalho que vem.

De uma coisa João Jaime Pires não tem dúvidas: sente que "há algo que marca as pessoas que passaram pelo Camões", o último liceu a ser construído pela Monarquia e que viveu os seus 100 anos na República, conhecendo a Democracia a partir do 25 de Abril de 1974.

O apresentador de televisão Júlio Isidro recorda com alegria e nostalgia a sua passagem pelo centenário Liceu Camões onde aprendeu com Virgílio Ferreira o bom português que o ajudou como comunicador e os tempos em que era proibido correr no pátio.

Em declarações à Lusa, por ocasião do centenário da actual Escola Secundária de Camões, em Lisboa, assinalado sexta-feira com o lançamento da obra literária "100 anos, 100 testemunhos, de que é co-autor, o conhecido apresentador de televisão abriu o livro das recordações.

A primeira que lhe surgiu foi "saída a pé da Avenida João Crisóstomo até ao Camões, com apenas 10 anos, coisa que dificilmente hoje em dia uma criança poderia fazer", atravessando todas as grandes artérias daquela zona da capital.

Recorda-se vivamente da sala de aulas "sem ar condicionado, quente ou frio" e das velhas carteiras, tão usadas que os miúdos tinham de levar um cartão para pôr por cima do tampo para escrever.

Foi no Camões que deu asas ao início de uma das suas paixões, o aeromodelismo, que praticava nos pátios, onde nos intervalos não era permitido correr.

"Deve ter sido a única instituição do Mundo onde as crianças eram proibidas de correr", ironizou, por entre uma gargalhada, para falar logo a seguir do "Padre Ávila e do coro do Liceu Camões, onde começou a cantar ao lado de gente como José Nuno Martins, João Lobo Antunes, Joaquim Ferreira do Amaral.

"Tenho também na memória o professor Virgílio Ferreira, que me ensinou a escrever o português que eu escrevo hoje bem", disse, com nostalgia, recordando igualmente a professora de francês, "que ainda é viva".

Entre as recordações, estão as saídas, já aos 15 anos, à hora do almoço, "para ir ver as meninas do externado Académico, a uma distância regulamentar de pelo menos 50 metros" e as grandes amizades que ainda hoje perduram, como do falecido Sousa Franco, Ferreira do Amaral, António Lobo Antunes, Basílio Horta (que foi seu companheiro da carteira ao lado), entre muitos outros".

Lembra ainda as aulas de ginástica e "os dias 10 de Junho, a descer a Avenida [da Liberdade] orgulhosamente vestido com a farda da Mocidade Portuguesa".

"Orgulhosamente, não tenho dúvidas nenhumas. Aos 10 ou 11 anos, sem qualquer ideologia por detrás, sem saber o que estava ali a fazer, mas sentia-me um herói a descer pela avenida a baixo".
A Mocidade Portuguesa é uma das memórias que o escritor Pedro Tamen tem do Liceu Camões, mas por motivos completamente diversos. À Lusa recordou, "com agrado, a fuga" ao movimento juvenil criado por Oliveira Salazar.

Pedro Tamen vivia fora de Lisboa, no que considerou ser "um certo afastamento", e entrou aos nove anos para o Camões, onde esteve apenas cerca de dois anos e meio.

Da sua passagem por aquela emblemática escola de Lisboa destaca das memórias "a fraternidade com os colegas de turma e de outros anos, mais velhos", com quem criou "um grupo de amizade".
São precisamente as memórias dos muitos e famosos alunos, com destaque em variadíssimas áreas da sociedade portuguesa ao longo dos anos, que o livro "100 anos, 100 testemunhos" vem agora avivar.



http://www.hardmusica.pt/noticia_detalhe.php?cd_noticia=3300
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