Tráfico de seres humanos

Números conhecidos do tráfico de seres humanos representam «ponta do iceberg»

Hoje às 13:35



O coordenador do Observatório contra o tráfico de seres humanos, Manuel Albano, desconfia que as 231 pessoas sinalizadas em Portugal podem ser apenas a «ponta do iceberg».

http://www.tsf.pt/paginainicial/AudioeVideo.aspx?content_id=1394373

- Coordenador do Observatório para o tráfico de seres humanos diz que os números conhecidos estão subestimados

- Manuel Albano diz que em Portugal já existem equipas especializadas para combater este problema

O coordenador do Observatório para o tráfico de seres humanos admite que a situação em Portugal pode ser bem mais grave do que a realidade conhecida.

Os números indicam que há 231 vitimas sinalizadas desde o ano passado e que 88 por cento são mulheres, em maior número solteiras e brasileiras.

«São crimes que envolvem muitas pessoas e situações, pela sua especificidade e carácter oculto demoram do ponto de vista da investigação, o que não significa que não estejam a ser apoiadas», afirma Manuel Albano.

O plano de combate ao tráfico de seres humanos, este domingo divulgado pelo Jornal de Notícias, sugere que sejam criadas na polícia equipas especializadas, mas esta é uma situação, como explica à TSF, Manuel Albano que de alguma forma já se verifica.

«Já hoje em dia há serviços especializados dentro dos órgãos de polícia criminal e a própria lei criminal estabelece a investigação do tráfico humano como prioritário», afirma.

TSF

Embaixador lamenta não ter sido ouvido

por Carlos Rodrigues Lima
Hoje



Diplomata garante que embaixada da Moldávia estava disposta a colaborar e até escreveu ao procurador-geral da República

O embaixador da Moldávia em Portugal, Mihail Camerzan, lamentou, em declarações ao DN, que o Ministério Público (MP) não tenha pedido a colaboração da embaixada na investigação a uma rede de tráfico de pessoas. Se assim fosse, declarou o diplomata, estariam afastadas as suspeitas de corrupção e falsificação de documentos que o MP lhe imputa.E recordou que até chegou a escrever ao procurador-geral da República, Pinto Monteiro, dando-lhe conta de suspeitas sobre um indivíduo que acabou por ser acusado no processo.

Recentemente, o Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa (DIAP) concluiu uma investigação a uma rede de imigração ilegal, alegadamente dirigida por cidadãos moldavos. Foram acusadas 28 pessoas. No despacho de acusação, o procurador do MP imputa ao embaixador e a três ex-diplomatas a prática de crimes de corrupção, falsificação de documentos e auxílio à imigração ilegal.

Ora, Mihail Camerzan garante nunca ter cometido qualquer crime. "Nós estávamos disponíveis para colaborar", afirmou ao DN, dizendo que a embaixada recorreu ao serviços de tradução de Dorina Tintuic (a principal arguida do processo), por uma questão de necessidade: "Somos apenas cinco pessoas na embaixada para milhares de cidadãos do nosso país. Houve essa necessidade de recorrer a um serviço externo", declarou o diplomata.

Mihail Camerzan mostrou ainda ao DN um ofício enviado, em Junho de 2008, para o procurador-#-geral da República, no qual denunciou Celso Santos, um notário, de estar a veicular sem qualquer tipo de autorização a informação de que estaria habilitado para tratar de documentos em nome da embaixada da Moldávia. "Sempre quisemos colaborar e não era a imunidade diplomática que impediria as autoridades portugueses de nos contactar", concluiu o embaixador, que termina esta semana a sua missão em Portugal.

Depois de conhecida a acusação, a embaixada da Moldávia vai, segundo o embaixador, pedir através do Ministério dos Negócios Estrangeiros, elementos do processo-crime. "É claro que estamos preocupados com a questão do tráfico de pessoas. É um problema internacional e estamos sempre dispostos a colaborar com as autoridades de cada país", afirmou o embaixador.

In DN