"Obama deveria pedir desculpa”
Vagueando na Notícia :: Salas das mesas de grandes debates de noticias :: Professor Dr e mister Mokas faz a analise do Mundo
Página 1 de 1
"Obama deveria pedir desculpa”
Alterar tamanho de letra
NATÁLIA FERRAZ
18 Outubro 2009 - 00h30
Entrevista
"Obama deveria pedir desculpa”
Malalai
Joya, deputada afegã suspensa por denunciar os senhores da guerra no
Parlamento e por criticar o presidente Hamid Karzai, veio a Lisboa
falar da sua luta.
Correio da Manhã – Condena a intervenção militar dos EUA no Afeganistão, mas teria sido possível derrubar os taliban sem ela?
Malalai Joya
– O país foi ocupado em nome da democracia e dos direitos humanos, mas,
como se viu no Iraque, não se pode criar democracia com bombas. E é
impossível criá-la no Afeganistão apoiando os senhores da guerra e os
fantoches, como o presidente Karzai, que falam de democracia mas são
como os taliban...
– Mas pensa que seria viável uma saída imediata das tropas?
–
O meu povo está entre dois inimigos: as forças de ocupação e os
senhores da guerra taliban e da Aliança do Norte. Diz-se que a saída
daria lugar à guerra civil, mas não se fala da guerra civil de hoje,
que vai continuar enquanto essas tropas estiverem no país.
– Então, para si, Obama e Bush não são muito diferentes.
–
Obama é pior! Mais civis são mortos hoje do que na era Bush. Até já
foram usadas bombas de fósforo e de fragmentação. Mesmo ele deve
perguntar-se por que ganhou o Nobel...
– O que teria Obama de fazer para merecer o seu respeito?
–
Teria de pedir desculpa pelos crimes de Bush e acabar com a ocupação.
Teria de erguer a voz. Tem um poder simbólico, é a CIA que dita a
política internacional, mas se é um verdadeiro democrata tem de agir,
ainda que o seu destino seja como o de Kennedy.
– Foi suspensa do Parlamento por denunciar Karzai e os senhores da guerra feitos deputados. Vai deixar o Afeganistão?
–
Não. É a minha primeira mãe. Em Madrid vão dar-me um prémio. Esse e
outros que já recebi pertencem ao meu povo. Mas o meu sangue
pertence-me, e se tiver de vertê-lo pela liberdade estou pronta para o
fazer.
"UM PAÍS É LIVRE QUANDO SE LIBERTA POR DENTRO"
CM – Nasceu a 25 de Abril de 1979. Sabia que cinco anos antes, nesse dia, uma revolução acabou com a ditadura portuguesa?
–
Só o soube agora, aqui em Lisboa, foi uma boa surpresa... nascer no dia
em que começou a democracia para os portugueses [sorriso]...
– Sim, sobretudo porque é uma lutadora pela democracia. Acredita que verá um Afeganistão livre?
–
É uma luta longa e arriscada. Mas acredito. Um país tem de se libertar
por dentro, pois os direitos humanos não são um ramode flores que a ONU
ou os EUA nos possam doar. Como mostra a História, a nação que se
liberta a si mesma é livre, mas a que se entrega a outros acaba
escravizada. Foi isso que se fez no Iraque e que se está a fazer no
Afeganistão
– Recusa a ocupação. Qual éa alternativa?
–
A educação é a chave para a emancipação, mas enquanto os
fundamentalistas estiverem no poder vão usar o Islão contra as pessoas,
especialmente para escravizar as mulheres.
PERFIL
Malalai
Joya fugiudo Afeganistão aos quatro anos. A invasão soviética levou-a a
refugiar--se no Irão e Paquistão. Quando regressou, em 1998, os taliban
dominavam o país. Eleita deputada, foi suspensa em 2007 e escapou a
quatro tentativas de homicídio.
NATÁLIA FERRAZ
18 Outubro 2009 - 00h30
Entrevista
"Obama deveria pedir desculpa”
Malalai
Joya, deputada afegã suspensa por denunciar os senhores da guerra no
Parlamento e por criticar o presidente Hamid Karzai, veio a Lisboa
falar da sua luta.
Correio da Manhã – Condena a intervenção militar dos EUA no Afeganistão, mas teria sido possível derrubar os taliban sem ela?
Malalai Joya
– O país foi ocupado em nome da democracia e dos direitos humanos, mas,
como se viu no Iraque, não se pode criar democracia com bombas. E é
impossível criá-la no Afeganistão apoiando os senhores da guerra e os
fantoches, como o presidente Karzai, que falam de democracia mas são
como os taliban...
– Mas pensa que seria viável uma saída imediata das tropas?
–
O meu povo está entre dois inimigos: as forças de ocupação e os
senhores da guerra taliban e da Aliança do Norte. Diz-se que a saída
daria lugar à guerra civil, mas não se fala da guerra civil de hoje,
que vai continuar enquanto essas tropas estiverem no país.
– Então, para si, Obama e Bush não são muito diferentes.
–
Obama é pior! Mais civis são mortos hoje do que na era Bush. Até já
foram usadas bombas de fósforo e de fragmentação. Mesmo ele deve
perguntar-se por que ganhou o Nobel...
– O que teria Obama de fazer para merecer o seu respeito?
–
Teria de pedir desculpa pelos crimes de Bush e acabar com a ocupação.
Teria de erguer a voz. Tem um poder simbólico, é a CIA que dita a
política internacional, mas se é um verdadeiro democrata tem de agir,
ainda que o seu destino seja como o de Kennedy.
– Foi suspensa do Parlamento por denunciar Karzai e os senhores da guerra feitos deputados. Vai deixar o Afeganistão?
–
Não. É a minha primeira mãe. Em Madrid vão dar-me um prémio. Esse e
outros que já recebi pertencem ao meu povo. Mas o meu sangue
pertence-me, e se tiver de vertê-lo pela liberdade estou pronta para o
fazer.
"UM PAÍS É LIVRE QUANDO SE LIBERTA POR DENTRO"
CM – Nasceu a 25 de Abril de 1979. Sabia que cinco anos antes, nesse dia, uma revolução acabou com a ditadura portuguesa?
–
Só o soube agora, aqui em Lisboa, foi uma boa surpresa... nascer no dia
em que começou a democracia para os portugueses [sorriso]...
– Sim, sobretudo porque é uma lutadora pela democracia. Acredita que verá um Afeganistão livre?
–
É uma luta longa e arriscada. Mas acredito. Um país tem de se libertar
por dentro, pois os direitos humanos não são um ramode flores que a ONU
ou os EUA nos possam doar. Como mostra a História, a nação que se
liberta a si mesma é livre, mas a que se entrega a outros acaba
escravizada. Foi isso que se fez no Iraque e que se está a fazer no
Afeganistão
– Recusa a ocupação. Qual éa alternativa?
–
A educação é a chave para a emancipação, mas enquanto os
fundamentalistas estiverem no poder vão usar o Islão contra as pessoas,
especialmente para escravizar as mulheres.
PERFIL
Malalai
Joya fugiudo Afeganistão aos quatro anos. A invasão soviética levou-a a
refugiar--se no Irão e Paquistão. Quando regressou, em 1998, os taliban
dominavam o país. Eleita deputada, foi suspensa em 2007 e escapou a
quatro tentativas de homicídio.
F. J. Gonçalves
Vitor mango- Pontos : 118184
Tópicos semelhantes
» Google forçado a pedir desculpa a Michelle Obama
» EUA think-tank: Obama deveria repensar a ajuda militar a Israel
» Reino Unido
» Fernando Ulrich insiste: "Não tenho que pedir desculpa"
» Madeira: Jardim deveria demitir-se porque "só atrapalha"
» EUA think-tank: Obama deveria repensar a ajuda militar a Israel
» Reino Unido
» Fernando Ulrich insiste: "Não tenho que pedir desculpa"
» Madeira: Jardim deveria demitir-se porque "só atrapalha"
Vagueando na Notícia :: Salas das mesas de grandes debates de noticias :: Professor Dr e mister Mokas faz a analise do Mundo
Página 1 de 1
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos