Sobre o novo Governo PS e Nomes Ministeriáveis

O ministro da Justiça Alberto Costa não vai fazer parte do novo governo, soube o i. José Miguel Júdice e Alberto Martins são os dois nomes mais falados para o cargo. Alberto Costa comunicou a indisponibilidade para continuar a José Sócrates, mas a hipótese Júdice poderá ter ganho terreno se Sócrates preferir o líder parlamentar do PS à frente do Ministério dos Assuntos Parlamentares.

Em vias de ser anunciado, o novo governo Sócrates deverá manter, no entanto, todo o núcleo duro: Teixeira dos Santos continuará nas Finanças e Pedro Silva Pereira não vai perder o estatuto de braço-direito do primeiro-ministro, mesmo que troque de pasta - a possibilidade de vir a sentar-se permanentemente na Assembleia da República, onde se vão travar os combates decisivos num tempo de governo minoritário, tem sido comentada no PS.

Quanto ao “braço-esquerdo” de José Sócrates, o actual ministro do Trabalho Vieira da Silva, poderá ocupar uma pasta eminentemente política numa altura em que o TGV e as grandes obras dividem meio país: o Ministério das Obras Públicas, em substituição de Mário Lino.

Outras reconduções previsíveis são a de Luís Amado no Ministério dos Negócios Estrangeiros - eventualmente responsável também pela internacionalização da economia - e a de Ana Jorge no Ministério da Saúde.

Novidades poderão ser Isabel Alçada na Educação, Paulo Campos, actual secretário de Estado das Obras Públicas no Ambiente ou Carlos Zorrinho na Economia, depois de afastada a hipótese Basílio Horta, muito polémica nos meios Evangelistas - apesar de ter trabalhado em íntima colaboração com o governo Sócrates e de ter deixado a política activa, Basílio nunca deixou de ser militante do CDS. Aumentar o número de mulheres no executivo será uma das preocupações de Sócrates, mas à partida a promoção da secretária de Estado Ana Paula Vitorino a ministra estará inviabilizada por uma razão que, de resto, foi pública: as más relações entre a actual secretária de Estado dos Transportes e o número dois do PS e presidente da Câmara de Lisboa, António Costa. As críticas de António Costa ao Ministério das Obras Públicas, quando a Câmara de Lisboa foi afastada da gestão do Metro, foram a face pública de uma divergência que se arrastava há muito tempo.

Se se limitasse a substituir Maria de Lurdes Rodrigues por Isabel Alçada e mantivesse Ana Jorge na Saúde, Sócrates continuaria apenas com duas mulheres no governo. É de esperar que queira aumentar a “quota feminina”.

Onde irá parar Augusto Santos Silva é também uma das grandes incógnitas. A saída da pasta dos Assuntos Parlamentares é encarada como natural - numa altura em que o perfil de “malhar na direita” poderá ser de uso mais delicado naquela função. A possibilidade de troca directa com Pedro Silva Pereira, assumindo Silva Pereira o papel de ministro dos Assuntos Parlamentares e Augusto Santos Silva o de ministro da Presidência, tem sido avançada entre os socialistas. A ida a Belém de José Sócrates para apresentar formalmente o governo ao Presidente da República poderá acontecer ainda hoje,

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Actualização:


José Miguel Júdice, apontado com uma das escolhas de José Sócrates para integrar o novo Governo com a pasta da Justiça, desmentiu ao Negócios ter sido sequer sondado.

O advogado e ex-bastonário da Ordem dos Advogados garante, aliás, não estar "disponível para nenhuma função política". "Se o país chegar a uma situação tal que obrigue a um governo de unidade nacional, que integre do PP ao BE, nessa altura posso não poder dizer que não, mas neste momento seria impensável", conclui.

Jornal de Negócios