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Mensagem por RONALDO ALMEIDA Qui Jul 31, 2008 1:31 pm

Banca lucra menos 43% com crise sem fim à vista


PEDRO FERREIRA ESTEVES
Resultados. Os quatro maiores bancos privados mostraram, no final do semestre, diferentes ritmos de abrandamento, consoante as estratégias do passado. Mas revelaram, sobretudo, que a crise que vivem terá efeitos reais na evolução da economia, dado o inevitável aumento das restrições ao crédito

Angola serviu de almofada em tempos difíceis

O balanço da actividade dos quatro maiores bancos privados portugueses - BCP, BPI, Santander Totta e BES - no primeiro semestre deste ano permite identificar algumas tendências comuns: queda dos lucros, impacto negativo da crise das bolsas, forte captação de depósitos, concessão de créditos mais seleccionada, maior solidez de capitais.

Ou seja, a actividade central dos bancos está a funcionar, mas os diferentes graus de exposição aos mercados financeiros penalizaram mais uns (BCP e BPI) que outros (BES e Totta). Para o futuro, cada um está a adoptar diferentes estratégias. No entanto há algo transversal: ninguém avança com um fim para a actual crise que está a fechar as torneiras do seu financiamento. E assim sendo, a concessão de crédito vai continuar a ser limitada e o aumento dos incumprimentos (reduzidos) deverá prosseguir. Com consequências inevitáveis para a evolução da economia.

Lucros caem 43%

Os lucros dos quatro maiores bancos, entre Janeiro e Junho, atingiram um valor conjunto de 647,9 milhões de euros, menos 43% do que os 1139,2 milhões do mesmo período do ano passado. As maiores quedas verificaram-se no BPI (de 193 para 9,1 milhões) e no BCP (de 307,9 para 101,4 milhões), em consequência das perdas sofridas nas participações cruzadas entre ambos. O BES lucrou menos 28% nos 264,1 milhões e o Totta foi o único que registou um ligeiro crescimento (+0,7%) para 273,3 milhões, ainda assim um abrandamento vincado em relação ao passado.

Numa análise mais fina das contas, os resultados financeiros cresceram, no conjunto, 8% para 2048 milhões de euros, tendo o produto bancário caído 5%, em resultado do impacto da crise das bolsas. Um sinal disso mesmo é a queda de 66% das operações financeiras. Contudo, a actividade central dos bancos manteve-se robusta, com a concessão de créditos a subir 13,3% e os depósitos a dispararem 20%. Os depósitos foram a resposta encontrada pelos bancos para se financiarem, uma vez que as fontes habituais (mercado interbancário e emissões de dívida) estão paradas devido à falta de confiança provocada pelos efeitos da crise de crédito hipotecária de alto risco nos EUA (subprime). O crescimento dos depósitos também foi possível graças a uma agressiva campanha de promoção que prejudicou a área de gestão de activos (-15%).

Quanto à solidez dos capitais, os rácios atingiram valores mais confortáveis em relação a 2007, na sequência de várias iniciativas, com destaque para os aumentos de capitais do BCP e BPI. No entanto, a deterioração dos fundos de pensões - penalizados pela queda das bolsas - continua a ser uma ameaça nesta rubrica.

Angola pesa cada vez mais

A importância do emergente mercado angolano está a crescer nas contas dos bancos portugueses. No BES, o lucro neste mercado cresceu 66% para os 13,1 milhões e o resultado financeiro disparou 142%. O BPI beneficiou de uma subida dos lucros em 86% para 58,5 milhões. No BCP, Angola ainda é uma parte limitada da sua carteira internacional, onde domina a Polónia. No entanto, é indicativo da importância do mercado angolano o facto de ambos estarem em fase de conclusão das respectivas parcerias no país africano. E do Santander Totta estar, também, à beira de fechar um acordo com a CGD para criar o Totta Angola. Em todos os processos, verificou-se um aumento recente da força dos parceiros angolanos nas negociações.

Futuro incerto, rumo diverso

As estratégias dos quatro bancos têm uma perspectiva comum: ninguém sabe quando é que a actual crise vai acabar. Mas cada banco tenta resolver os seus problemas particulares. O BES tenciona cortar custos, o BPI reduziu profundamente a sua exposição ao risco (carteira de acções baixou de 796 para 125 milhões) e o BCP está, para já, a vender imóveis (embora os analistas admitam a venda de subsidiárias no estrangeiro). No Santander, o objectivo é centrar-se na actividade principal, nomeadamente na vinculação de clientes, custos controlados e redução dos riscos na concessão de créditos em todos os segmentos.

Economia vai sofrer

Todos têm também em comum a preocupação com os empréstimos. O crédito malparado está a crescer e, embora a cobertura dos bancos seja muito confortável, é de esperar um abrandamento nos créditos. É aqui que as famílias vão sentir os efeitos das dificuldades da banca. Com previsíveis consequências para a actividade económica (muito dependente do endividamento).

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