Presidente perguntou se BCP era alvo da operação

por **Vitor mango** Ter Nov 03, 2009 1:33 am

Presidente perguntou se BCP era alvo da operação
por RUDOLFO REBÊLOHoje

Santos Ferreira, presidente do BCP, perguntou directamente ao juiz de instrução que comandou as buscas ao gabinete de Armando Vara se havia suspeitas sobre o banco. Depois, relatou a conversa a Vitor Constâncio.

Foi Carlos Santos Ferreira, presidente do BCP, que na passada quinta-feira de manhã - quando a Polícia Judiciária (PJ) realizou buscas ao gabinete de Armando Vara - inquiriu directamente o juiz de instrução que acompanhava os inspectores sobre o âmbito das investigações. O juiz foi peremptório - de acordo com fontes internas da instituição - na afirmação de que as diligências nada tinham a ver com o banco.

O alvo das buscas, ficou então claro, eram actos privados de Armando Vara, já então arguido na operação "Face oculta", desencadeada pela Polícia Judiciária de Aveiro e que visava crimes como tráfico de influências, associação criminosa e corrupção em concursos. Nesse mesmo dia, Santos Ferreira, presidente do BCP, comunicou ao Banco de Portugal o objectivo das buscas judiciais. Terá conversado directamente com Vitor Constâncio.

O Banco de Portugal vai agora convocar Armando Vara, vice-presidente do Banco Comercial Português (BCP), para ser ouvido no processo de "averiguações" e tentar delimitar o tipo de indícios pendentes sobre o administrador do BCP. Constâncio pretende apurar se os indícios contra Armando Vara - segundo os quais terá recebido 10 mil euros para intermediar tráfico de influências e estabelecer pontes em negócios - entram em conflito com os regulamentos do exercício de actividade bancária. É que, segundo legislação do sector, são exigidos requisitos como "idoneidade", para integrar um conselho de administração de um banco.

"É natural que o Banco de Portugal chame o inquirido num futuro próximo", afirma fonte do banco, ressalvando que essa "audição" faz parte de um direito básico.

O ex-ministro é suspeito de receber comissões de tráfico de influências, num processo que envolve ainda fortes suspeitas de corrupção em matérias de concorrência, imobiliário e fuga e fraude fiscal. Neste momento, a operação "Face Oculta" - nome de uma casa de alterne em Aveiro - contabiliza 12 arguidos e um detido - Manuel Godinho, empresário de Aveiro, suspeito de ser a cabeça de uma rede tentacular, do tipo associação criminosa. Uma detenção - correspondendo à sanção máxima - já validado por um juiz.

Impedido por lei de investigar, o Banco de Portugal está, neste caso, limitado a dar sinais de incomodidade junto dos accionistas e da administração do banco. É que não se tratando de suspeitas de crimes dentro da área bancária, o banco central não pode, também por lei, suspender um administrador bancário.

Armando Vara, numa mensagem dirigida aos colaboradores do banco, afirma-se "inocente e absolutamente convicto de que as suas actuações, "enquanto titular de cargos públicos e gestor de empresas, se pautaram por rigorosos critérios de ética

por **Vitor mango** Ter Nov 03, 2009 1:35 am

Impedido por lei de investigar, o Banco de Portugal está, neste caso, limitado a dar sinais de incomodidade junto dos accionistas e da administração do banco. É que não se tratando de suspeitas de crimes dentro da área bancária, o banco central não pode, também por lei, suspender um administrador bancário.

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