Fantasmas do franquismo permanecem em Espanha
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Fantasmas do franquismo permanecem em Espanha
Fantasmas do franquismo permanecem em Espanha
por ANTÓNIO SAMPAIO,
Hoje
Três décadas após a transição, o fascismo nunca chegou a ser formalmente condenado, ao contrário do que sucedeu em Portugal. Ex-colaboradores da ditadura integraram-se noutras forças políticas, nomeadamente no Partido Popular
A Plaza del Caudillo, à frente do Palácio do Pardo, nos arredores de Madrid, é a única que sobrevive em Espanha, mas outros símbolos do franquismo ainda resistem à mudança. Três décadas depois do fim do franquismo, historiadores sublinham que o fascismo nunca chegou a ser formalmente condenado.
O Estado reconheceu os heróis de Franco - a Igreja chegou mesmo a beatificar alguns dos "caídos por Espanha" -, mas ainda não o fez com as vítimas do franquismo, julgadas, detidas e assassinadas.
A bem da convivência e da transição pacífica, o corte radical com o passado e as denúncias da origem do franquismo nunca chegaram a acontecer, com apoiantes da extrema-direita a integrarem forças políticas, incluindo o Partido Popular.
Forças como a Falange espanhola e outras redes de extrema-direita continuam a existir, ganhando ligeiros apoios - ainda que longe da representação parlamentar - em momentos de crise.
Estes movimentos, explicou à Lusa Josep Sanche Servillo, historiador da Universidade Rovira y Virgili de Tarragona, não crescem mais porque são confrontados por um activo e crescente movimento antifascista, igualmente radical. O historiador insistiu, porém, no facto de Espanha - ao contrário do que aconteceu em Portugal - nunca ter verdadeiramente "desacreditado o antigo regime".
"Há esforços pseudo-científicos dos que tentam justificar o franquismo. O que havia que explicar nas escolas, na universidade, é que foi uma sublevação militar contra o Governo legítimo de Espanha. Isto não se condenou de uma forma explícita", afirmou."Uma fatia grande da classe política que inicia a transição é formada por herdeiros directos do familiares que fizeram o golpe de Estado de 1936", explicou. "Aqui reciclamos tudo e o problema é esse", afirmou, e "o facto do PP não ter condenado a ditadura levou a que alguns sectores da extrema-direita se tenham integrado" neste partido.
Igualmente vital, insistiu, é analisar o papel da Igreja Católica em Espanha, "onde teve imensa responsabilidade na Guerra Civil, dando apoio teórico ao golpe de Estado".
Actualmente, existe um "magma de extrema-direita, complicado", com partidos como a Falange Espanhola e as JONS (Junta Ofensiva Nacional Sindicalista) a continuarem a vingar em vários pontos do país.
DN
por ANTÓNIO SAMPAIO,
Hoje
Três décadas após a transição, o fascismo nunca chegou a ser formalmente condenado, ao contrário do que sucedeu em Portugal. Ex-colaboradores da ditadura integraram-se noutras forças políticas, nomeadamente no Partido Popular
A Plaza del Caudillo, à frente do Palácio do Pardo, nos arredores de Madrid, é a única que sobrevive em Espanha, mas outros símbolos do franquismo ainda resistem à mudança. Três décadas depois do fim do franquismo, historiadores sublinham que o fascismo nunca chegou a ser formalmente condenado.
O Estado reconheceu os heróis de Franco - a Igreja chegou mesmo a beatificar alguns dos "caídos por Espanha" -, mas ainda não o fez com as vítimas do franquismo, julgadas, detidas e assassinadas.
A bem da convivência e da transição pacífica, o corte radical com o passado e as denúncias da origem do franquismo nunca chegaram a acontecer, com apoiantes da extrema-direita a integrarem forças políticas, incluindo o Partido Popular.
Forças como a Falange espanhola e outras redes de extrema-direita continuam a existir, ganhando ligeiros apoios - ainda que longe da representação parlamentar - em momentos de crise.
Estes movimentos, explicou à Lusa Josep Sanche Servillo, historiador da Universidade Rovira y Virgili de Tarragona, não crescem mais porque são confrontados por um activo e crescente movimento antifascista, igualmente radical. O historiador insistiu, porém, no facto de Espanha - ao contrário do que aconteceu em Portugal - nunca ter verdadeiramente "desacreditado o antigo regime".
"Há esforços pseudo-científicos dos que tentam justificar o franquismo. O que havia que explicar nas escolas, na universidade, é que foi uma sublevação militar contra o Governo legítimo de Espanha. Isto não se condenou de uma forma explícita", afirmou."Uma fatia grande da classe política que inicia a transição é formada por herdeiros directos do familiares que fizeram o golpe de Estado de 1936", explicou. "Aqui reciclamos tudo e o problema é esse", afirmou, e "o facto do PP não ter condenado a ditadura levou a que alguns sectores da extrema-direita se tenham integrado" neste partido.
Igualmente vital, insistiu, é analisar o papel da Igreja Católica em Espanha, "onde teve imensa responsabilidade na Guerra Civil, dando apoio teórico ao golpe de Estado".
Actualmente, existe um "magma de extrema-direita, complicado", com partidos como a Falange Espanhola e as JONS (Junta Ofensiva Nacional Sindicalista) a continuarem a vingar em vários pontos do país.
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