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Economia - Ásia

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Mensagem por Joao Ruiz Dom Nov 15, 2009 10:19 am

Asiáticos resistem a estratégia de Obama para sair da crise

por LUÍS NAVES
Hoje

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Plano da Administração americana enfrenta realidades económicas difíceis: Presidente dos EUA defendeu maior abertura dos mercados da Ásia e pediu mais equilíbrio no comércio mundial, o que significa que a China terá de consumir mais produtos americanos.

Barack Obama chegou ontem a Singapura para participar na cimeira do Fórum Económico da Ásia Pacífico (APEC), trazendo na bagagem ideias sobre economia e clima que alguns dos seus parceiros asiáticos não receberam com entusiasmo. Mal aterrou, às 20.00, hora local, o presidente americano foi imediatamente levado para um banquete, onde o menu político tinha digestão difícil, já que o tema em debate era como reparar a economia mundial e sair da crise.

O local e os parceiros da discussão não podiam ser mais adequados. Singapura conseguiu organizar uma cimeira sem protestos de rua, num ambiente de concórdia onde no sábado apenas destoou a disputa entre Chile e Peru (ver página 29). E, embora a APEC não seja muito influente, os seus 21 membros somam 44% do comércio mundial e 40% da população do planeta.

A ideia económica central que Obama levou a esta cimeira foi a necessidade de reequilibrar o sistema de comércio. Obama quer reanimar as negociações do ciclo de Doha, mas sobretudo ter mais acesso a mercados asiáticos, leia-se à China. Para regressar ao crescimento, os EUA precisam de exportar mais, diminuir o seu endividamento e reduzir o défice da balança comercial, que continua a subir (em Setembro, aumentou 18%).

Como Obama explicou em Tóquio, num importante discurso proferido na primeira etapa da sua viagem asiática, a estratégia de saída da crise global implica, do ponto de vista dos Estados Unidos, "maior ênfase nas exportações que possamos construir, produzir e vender ao mundo". A estratégia também exigirá reformas na economia americana, sobretudo o aumento da poupança e a redução do consumo, o que em parte será feito à custa das importações asiáticas. Washington quer mais acesso aos mercados asiáticos, mas os países da APEC falam em aumento do proteccionismo americano e contestam as restrições na transferência de tecnologia.

São óbvias as pressões no congresso a favor da protecção do mercado interno, basta lembrar o "comprem americano" que acompanhou as medidas do pacote de relançamento. E o proteccionismo será muito provavelmente o grande tema da cimeira entre Barack Obama e o presidente chinês, Hu Jintao, na terça-feira, em Pequim.

O fórum económico de Singapura, que termina hoje, não será conclusivo em matéria económica, mas também não deverá adiantar muito nas alterações climáticas. A Administração Obama tem defendido objectivos ambiciosos na redução de emissões de gases com efeito de estufa, mas a resolução que sair deste encontro não incluirá o apelo à diminuição das emissões, até 2050, para metade do valor de 1990. Esta referência foi retirada.

Hoje, antes de partir para Xangai, o presidente americano terá um importante encontro com o presidente russo, Dmitri Medvedev, também presente na reunião da APEC. Barack Obama participará ainda numa cimeira de líderes da ASEAN (associação de dez nações da Ásia Sudeste), que inclui dois países comunistas (Laos e Vietname) e um regime pária (Myanmar, ex-Birmânia).

O encontro durará apenas hora e meia, mas tem tudo para se tornar polémico, pois na mesma sala estará o primeiro-ministro birmanês e membro da Junta militar no poder, tenente-general Thein Sein. A diplomacia americana já fez saber que está disposta no futuro a encetar um diálogo com Myanmar, se o regime ditatorial fizer algum sinal de abertura. No entanto, hoje Barack Obama e Thein Sein não trocarão qualquer palavra.

A deslocação asiática de Obama somará um total de nove dias e o seu objectivo é demonstrar que os Estados Unidos têm a prioridade estratégica no Pacífico, pretendendo reparar os problemas na aliança com o Japão, melhorar as relações com a China e resolver o desafio lançado pelo programa nuclear da Coreia do Norte.

DN

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