Os cruzados
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Os cruzados
Hoje a TV canal ciencia e bla bla teem dado documentários sob re o medio Oriente
e abordaram o tema Cruzados que como todos sabem /( mesmo os que nao sabem ) combatiam pelas mesams causas que os Judeus combatem Hoje
A Porra de lugares santos
Criaram uma fantastica riqueza e poderio tal que eram os banqueiros do Mundo e foram eles que inventaram o Travel Cheque
Vencidos e esgotados na Palestina regressam á Europa e deparam-se com o Filipe á rasca para combater os ingles
mas nao havia dinheiro para a lagosta e a cerveja
Os Cruzados abarrotavam em moedas de ouro joias e uma fantastica fortuna Logo
O filipe O belo inventou um golpe igualzinho ao que o Hitler inventou about Judeus
Inventou a roda
Ou seja garantiu que os Cruzados eram todos infieis
E torceu os tomates ao grao mestr dos cruzados que gemendo pedia
Deem-me uma confissao que eu assino
E assim morreu um dos movimentos mais movimentados do mundo daquela epoca
Aonde eu quero chegar
???
à mierda rekligiosa e ao PODER do DINHEIRO
amen
e abordaram o tema Cruzados que como todos sabem /( mesmo os que nao sabem ) combatiam pelas mesams causas que os Judeus combatem Hoje
A Porra de lugares santos
Criaram uma fantastica riqueza e poderio tal que eram os banqueiros do Mundo e foram eles que inventaram o Travel Cheque
Vencidos e esgotados na Palestina regressam á Europa e deparam-se com o Filipe á rasca para combater os ingles
mas nao havia dinheiro para a lagosta e a cerveja
Os Cruzados abarrotavam em moedas de ouro joias e uma fantastica fortuna Logo
O filipe O belo inventou um golpe igualzinho ao que o Hitler inventou about Judeus
Inventou a roda
Ou seja garantiu que os Cruzados eram todos infieis
E torceu os tomates ao grao mestr dos cruzados que gemendo pedia
Deem-me uma confissao que eu assino
E assim morreu um dos movimentos mais movimentados do mundo daquela epoca
Aonde eu quero chegar
???
à mierda rekligiosa e ao PODER do DINHEIRO
amen
Vitor mango- Pontos : 118212
Re: Os cruzados
Terminaram foi com a Ordem dos templários. Essa ordem muito contribuiu com conhecimento e organização para o início dos descobrimentos Portugueses.
A força aérea ainda conserva o seu símbolo a CRUZ de CRISTO.
A força aérea ainda conserva o seu símbolo a CRUZ de CRISTO.
TheNightTrain- Pontos : 1089
Re: Os cruzados
OASISNODZRT escreveu:Terminaram foi com a Ordem dos templários. Essa ordem muito contribuiu com conhecimento e organização para o início dos descobrimentos Portugueses.
A força aérea ainda conserva o seu símbolo a CRUZ de CRISTO.
suponho que toda a Europa menos Portugal
Suponho que ate utilizaram jangadas com sacas de ouro para se refugiarem em Portugal
DIZEEEEEEEEEEEEEMMMMMMMMMMMM que parte do Ouro esta no poço do castelo dos Cruzados em Tomar
Ha varios pedidos para se explorar o filao mas o Governo nega essa mesma autorizaçao
Vitor mango- Pontos : 118212
Re: Os cruzados
A Cruzada do Descobrimento
A chegada de Cabral ao Brasil foi parte de uma cruzada conduzida pela Ordem de Cristo, a organização que herdou a mística dos templários.
Domingo, 8 de março de 1500, Lisboa. Terminada a missa campal, o rei d. Manuel 1 sobe ao altar, montado no cais da Torre de Belém, toma a bandeira da Ordem de Cristo e a entrega a Pedro Álvares Cabral. O capitão vai içá-la na principal nave da frota que partirá daí a pouco para a índia. Era uma esquadra respeitável, a maior já montada em Portugal. com treze navios e 1 500 homens. Além", do tamanho, tinha outro detalhe íncomum. O comandante não possuía a menor experiência como navegador. Cabral só estava, no comando da esquadra porque era cavaleiro da Ordem de Cristo e, como tal, tinha duas missões: criar uma feitoria na índia e, no caminho, tomar posse de uma terra já conhecida, o Brasil.
A presença de Cabral à frente do empreendimento era indispensável, porque só a Ordem de Cristo, uma companhia religiosa-militar autônoma do Estado e herdeira da misteriosa Ordem dos templários , tinha autorização papal para ocupar - tal como nas cruzadas - os territórios tomados dos infiéis (no caso brasileiro, os índios). No dia 26 de abril de 1500, quatro dias depois de avistar a costa brasileira, o cavaleiro Pedro Álvares Cabral cumpriu a primeira parte da sua tarefa. Levantou onde hoje é Porto Seguro a bandeira da Ordem e mandou rezar a primeira missa no novo território. O futuro país estava sendo formalmente incorporado às propriedades da organização. O escrivão Pero Vaz de Caminha, que reparava em tudo, escreveu pane o rei sobre a solenidade: "Ali estava com o capitão a bandeira da Ordem de Cristo, com a qual saíra de Belém, e que sempre esteve alta." Para o monarca português, a primazia da Ordem era conveniente. É que atrás das descobertas dos novos cruzados vinham as riquezas que faziam a grandeza e a glória, do reino de Portugal. Nas próximas páginas, você vai entender como essa organização transformou a pequena, nação ibérica em um império espalhado pelos quatro cantos do planeta.
Uma idéia delirante leva os portugueses ao mar
No começo do século XV, Portugal era um reino pobre. A riqueza estava na Itália, na Alemanha e em Flandres (hoje parte da Bélgica e da Holanda). Então (como foi que os italianos encabeçaram a expansão européias ? A rica Ordem de Cristo foi o seu trunfo decisivo. Fundada por franceses em Jerusalém em 1119, com o nome de Ordem dos Templários, acabou transferindo-se para Portugal em 1307, época em que o rei da França desencadeou contra ela uma das mais sanguinárias perseguições da História. Quando o infante d. Henrique, terceiro filho do rei d. João 1, tornou-se grão-mestre da Ordem, em 1416, a organização encontrou o respaldo para colocar em prática um antigo e ousado projeto: circunavegar a África e chegar à índia, ligando o Ocidente ao Oriente sem a intermediação dos muçulmanos, que então controlavam os caminhos por terra entre os dois cantos do mundo.
No momento em que d. Henrique, à frente da Ordem de Cristo, resolveu dar a volta no continente africano, a idéia parecia uma doidice. Havia pouca tecnologia para navegar em oceano aberto (o Mediterrâneo é um mar fechado) e nenhum conhecimento sobre como se orientar no Hemisfério Sul, porque só o céu do norte estava mapeado ainda: acreditava-se que, ao sul, os mares estavam cheios de monstros terríveis. De onde teria vindo então a informação de que era possível encontrar um novo caminho para o Oriente? Possivelmente dos templários, que durante as cruzadas, além de se especializarem no transporte marítimo de peregrinos para a Terra Santa, mantiveram intenso contato com viajantes de toda a Ásia.
Aventura religiosa
A proposta visionária recebeu o aval do papa Martinho V, em 1418, na bula Sane Charissimus, que deu caráter de cruzada ao empreendimento. As terras tomadas dos infiéis passariam à Ordem de Cristo, que teria sobre elas tanto o poder temporal, de administração civil, quanto o espiritual, isto é, o controle religioso e a cobrança de impostos eclesiásticos.
Entre o lançamento oficial da empreitada e a conquista do objetivo último decorreria um longo tempo, precisamente oitenta anos. Apenas em 1498, o cavaleiro Vasco da Gama conseguiria chegar à índia. Morto em 1460, d. Heruique não assistiu ao triunfo da sua cruzada. Mas chegou a ver como, no rastro dela, Portugal ia se tornando a maior potência marítima da Terra.
A diplomacia do Príncipe navegador
A Escola de Sagres foi uma lenda criada por poetas românticos portugueses do século XIX. Na verdade, foi do porto de Lagos, no sudoeste de Portugal, que a Ordem de Cristo, liderada por d. Henríque, deflagrou a expansão marítima do século XV
Um porto aberto na encruzilhada do mundo
D. Henrique Sagrou-se cavaleiro em 1415, na batalha de Ceuta, no Marrocos, em que os portugueses expulsaram os muçulmanos da cidade. No ano seguinte, o príncipe virou comandante dá Ordem. Como a sucessão do trono português caberia a seu irmão mais velho, d. Duarte, Henrique assumiu o cargo de governador de Algarve. Solteiro e casto, dividia o seu tempo entre o castelo de Tomar, sede da Ordem, e a vila de Lagos, no Algarve. Em Tomar, cuidava das finanças, diplomacia e da carreira dos pilotos iniciados nos segredos do empreendimento cruzado. O castelo era u m cofre de recursos e informações secretas. Lagos era a base naval e corte aberta. Vinham viajantes de todo o mundo, de "desvairadas nações de gentes tão afastadas de nosso uso", escreveu o cronista Gomes Eanes de Zurara, na crônica da Tomada de Guiné. Os, personagens desse livro revelam um pouco do cosmopolitismo do porto de lagos: havia gente das Ilhas Canárias, caravaneiros do Saara, mercadores do Timbucto (hoje Mali), monges de Jerusalém, navegadores venezianas, alemães e dinamarqueses, cartógrafos italianos e astrônomos judeus.
Uma das regras de ouro da diplomacia era presentear. Assim, o príncipe juntou uma biblioteca preciosa. Entre mapas, plantas e tabelas havia um exemplar manuscrito das Viagens de Marco Polo. Não por acaso a primeira edição impressa dessa obra foi feita não em latim ou em italiano, mas em português, em 1534.
A Ordem combatente dos padres-soldados
Conquistada pelos cristãos na Primeira Cruzada, em 1098, Jerusalém estava de novo cercada pelos árabes em 1116. Foi quando os nobres franceses Hugode Poiens e Geoffroi de Saint-Omer juraram, na igreja do Santo Sepulcro, viver em perpétua pobreza e defender os peregrinos que vinham à Terra Santa. Nascia a Ordem dos cavaleiros Pobres de Cristo, renomeada, em 1119, como Ordem dos Cavaleiros do Templo- a Ordem dos Templários
Na época organizações católicas congregavam devotos sob regimento próprio. A dos Templários, entretanto era diferente: seus membros eram monges guerreiros. As normas da Ordem eram secretas e só conhecidas na totalidade, pelo comandante-em-chefe e pelo papa. Desde o início, os templários foram desobrigados de obedecer aos reis. Podiam, assim, ter interesses próprios. Ao entrar na companhia, o novato conhecia só uma parte das regras que a guiavam e, à medida em que era promovido, sempre em batalha, tinha acesso a mais conhecimentos, reservados aos graus hierárquicos superiores. Ritos de iniciação marcavam as promoções. Foi essa estrutura que permitiu, mais tarde, à Ordem de Cristo manter secreto os conhecimentos de navegação no Atlântico.
Banqueiros pobres
Enquanto as cruzadas, empolgaram a Europa, os templários receberam milhares de propriedades por doação ou herança e desenvolveram intensa atividade econômica. Nos seus feudos. introduziram métodos racionais de produção e foram os primeiros a criar linhagens de cavalos em estábulos limpos. Uma rede de postos bancários logo se espalhou por vários países. Peregrinos a caminho da Terra Santa depositavam seus bens no ponto de partida e ganhavam uma carta de crédito com o direito de retirar o equivalente em moeda local em qualquer estabelecimento templário. Daí para gerirem as finanças de reis como o da França foi um passo.
Mas a sua exuberância gerou inveja. Enquanto houve cruzadas, os templários exibiram orgulhosamente o manto branco com a cruz vermelha - a mesma que depois as naus portuguesas usariam. Com a queda da Cidade Santa, em 1244, e a expulsão das tropas cristãs da Palestina, em 129 1, a mística se dissipou e a oposição monárquica tomou-se explícita. Nas décadas seguintes, a confraria seria extinta em toda a Europa. Com a exceção de Portugal.
Calúnia e difamação e contra os guerreiros
O rei da França, Felipe IV, o Belo, devia celeiro à Ordem dos Templários. Os templários franceses eram os mais poderosos da Europa,. Controlavam feudos e construções no interior e em Paris. Entre eles, o templo, um conjunto de igrejas e oficinas que, reformado em 1319, virou o presídio da Bastilha, mais tarde destruído durante a Revolução Francesa.
As derrotas no Oriente Médio alimentaram uma onda de calúnias segundo as quais ás cavaleiros teriam feito acordos com os muçulmanos, fugido de campos de batalha e traído os cristãos. Aproveitando o clima, em 13 de outubro de 1307, Felipe invadiu, de surpresa, as sedes templarias em toda a França. Só em Paris foram detidos 500 cavaleiros, muitos sendo degolados.
Dois processos foram abertos: um dirigido pelo rei contra os presos e o outro conduzido pelo papa Clemente V contra a Ordem. O papa era francês, morava em Avignon e era aliado do rei. Torturas brutais e confissões arrancadas pela Inquisição viraram peças difamatórias escandalosas. O sigilo da Ordem foi usado contra ela e as etapas dos rituais de iniciação foram convertidas em monstruosidades. Os santos guerreiros foram acusados de cuspir na cruz, adorar o diabo, cultuar Maomé, manter práticas homossexuais e queimar crianças. Todos os seus bens foram confiscados. Esperava-se uma fortuna, mas, como pouco foi efetivamente recolhido, criou-se a lenda de que tesouros teriam sido transferidos em segurança para outro país.
Santuário de fugitivos
Para muitos, esse país teria sido Portugal. O rei d. Diniz (1261-1325) decidiu garantir a permanência da Ordem em terras portuguesas: sugeriu uma doação formal dos seus bens à Coroa, mas nomeou um administrador templário para cuidar deles. Nem o processo papal nem a execução do grão-mestre Jacques de Molay, em 1314, o intimidaram. Em 1317, reiterando que os templários não haviam cometido crime em Portugal, d. Diniz transferiu todo o patrimônio dos cruzados para uma nova organização recém-fundada: a Ordem de Cristo.
Assim, Portugal virou refúgio para perseguidos em toda a Europa. De vários países chegavam fugitivos, carregando o que podiam. O castelo de Tomar virou a caixa-forte dos segredos que a Inquisição não conseguiu arrancar. Dois anos depois, em 1319, um novo papa, João ~XXII, reconheceu a Ordem de Cristo. Começava para os cavaleiros uma nova era, com uma nova missão.
De cavaleiros a funcionários do Estado
Nas primeiras décadas de existência da Ordem de Cristo. os ex-templários estabeleceram estaleiros em Lisboa, fizeram contratos de manutenção de navios e à tecnologia. náutica, aproveitando o conhecimento adquirido no transporte marítimo de peregrinos entre a Europa e o Oriente Médio durante as cruzadas. Ao mesmo tempo, preparavam planos para voltar à ação, contornando a África por mar e, alindo-se a cristãos orientais, expulsar os mouros do comércio de especiarias.
Em 1416, quando assumiu o cargo de grão-mestre, d. Henrique lançou-se a diplomacia. Passaram-se cem anos desde que os templários haviam sido condenado nos processos de Paris e o Vaticano estava preocupado com a pressão muçulmana a Europa, que crescera muito no século XIV. Com isso, em 1418, o Infante consegue do papa um aval ao projeto expansionista. Daí em diante, cada avanço para o sul e para o oeste será seguido da negociação de novos direitos. Em um século, os papas emitiram onze bulas privilegiando a Ordem com monopólios da navegação na África, posse de terras, isenção de impostos eclesiásticos e autonomia para organizar a ação da Igreja nos locais descobertos.
Até a metade do século XV, os cavaleiros saíram na frente, sem esperar pelo Estado português. Uma vez anunciada a colonização, eventualmente doavam à família real o domínio material dos territórios, mantendo o controle espiritual, À corte, interessada em promover o desenvolvimento dá produção de riquezas e do comércio , cabia então consolidar a posse do que havia sido descoberto.
Pilhando mouros
No Marrocos, os novos civilizados atacaram Tânger, em 1437, e Alcácer-Ceguer, em 1458. O ímpeto guerreiro preponderou sobre o mercantilismo real até 1461, quando o cavaleiro Pedro Sintra encontrou ouro na Guiné. Aí, a pressão comercial da monarquia começou a ficar maior. Mesmo assim, ainda houve expedições contra os mouros marroquinos em Asjlah e Tânger, outra vez, em 1471. Mas à medida que foi sendo consolidado o comércio na rota das índias, a. partir da sua descoberta em 1498, a coroa foi absorvendo gradualmente os poderes da Ordem. Até que em 1550 o rei d. João III fez o papa Júlio III fundir as duas instituições. Com isso, o grão-mestre passa a ser sempre o rei de Portugal, e o seu filho tem o direito de sucedê-lo também no comando dos cruzados.
Outros parceiros entram no jogo
A Ordem de Cristo controlou o conhecimento das rotas e o acesso às tecnologias de navegação enquanto pôde. Mas com o ouro descoberto na Guiné, em 1461, o monopólio da pilotagem passa a ser cada vez mais desafiado. A partir de então, multiplicaram-se os contra tos com comerciantes e as cessões de domínio ao rei para exploração das regiões descobertas. Aos poucos a sabedoria secreta guardada em Tomar foi sendo foi sendo passada para mercadores de Lisboa, Flandres e Espanha. Portugal naquela época fervilhava de espiões, especialmente espanhóis e italianos, que procuravam os preciosos mapas ocultados pelos cruzados.
Enquanto o tesouro de dados marítimos esteve sob a sua guarda, a estrutura secreta da Ordem garantiu a exclusividade para os portugueses. Em Tomar e em Lagos, os navegadores progrediam na hierarquia apenas depois que a sua lealdade era comprovada, se possível em batalha. Só então eles podiam ler os relatórios reservados de pilotos que já haviam percorrido regiões desconhecidas e ver preciosidades como as tábuas de declinação magnética, que permitiam calcular a diferença entre o pólo norte verdadeiro e o, pólo norte magnético que aparecia nas bússolas. E, à medida que as conquistas avançavam no Atlântico, eram feitos novos mapas de navegação astronômica, que forneciam orientação pelas estrelas do Hemisfério Sul, a que também unicamente os iniciados tinham acesso.
Competição acirrada
Mas o sucesso atraía a competição. A Espanha, tradicional adversária, também fazia política no Vaticano para minar os monopólios da Ordem, em ação combinada com seu crescente poderio militar. Em 1480, depois de vencer Portugal numa guerra de dos anos na fronteira, os reis Fernando, de Leão, e Isabel, de Catela, começaram a se interessar pelas terras d’além-mar. Com a viagem vitoriosa de Colombo à América, em 1492, o papa Alexandre VI, um espanhol de Valência, reconheceu em duas bulas, as Inter Caetera, o direito de posse dos espanhóis sobre o que o navegante genovês havia descoberto. E rejeitou as reclamações de d. João II de que as novas terras pertenciam a Portugal. O rei não se conformou e ameaçou com outra guerra. A controvérsia induziu os dois países a negociarem, frente a frente, na Espanha, em 1494, um tratado para dividir o vasto novo mundo que todos pressentia: o Tratado de Tordesilhas.
Vitória da experiência em Tordesilhas
Na volta da viagem à América, em 1493, Cristóvão Colombo fez uma escala em Lisboa para visitar o rei d. João II. um gesto corajoso. O soberano estava, dividido entre dois conselhos: prender o genovês ou reclamar do papa direitos sobre as terras descobertas.
Para sorte de Colombo, decidiu pela segunda alternativa. Como a reivindicação não foi atendida, acabou sendo obrigado à enviar os melhores cartógrafos e navegadores da Ordem de Cristo, liderados pelo ex presidente Duarte Pacheco Pereira, a Tordesilhas, na Espanha, para tentar um tratado definitivo, mediado pelo Vaticano, com os espanhóis. Apesar de toda a contestação a seus atos, a Santa Sé ainda era o único poder transnacional na Europa do século XV. Só ela podia mediar e legitimar negociações entre países.
O cronista espanhol das negociações, frei Bartolomeu de las Casas, invejou a competência da missão portuguesa. No livro História de Ias Índias, escreveu: "Ao que julguei, tinham os portugueses mais perícia e mais experiência daquelas artes, ao menos, das coisas do mar, que as nossas gentes". Sem a menor dúvida. Era a vantagem dada pela estrutura secreta da Ordem.
Não deu outra. Portugal saiu-se bem no acordo. Pelas bulas Inter Caetera, os espanhóis tinham direito às terras situadas mais de 100 léguas a oeste e sul da ilha dos Açores e Cabo Verde. Pelo acordo de Tordesilhas, a linha divisória imaginária, que ia do pólo norte ao pólo sul, foi esticada para 370 léguas, reservando tudo que estivesse a leste desse limite para os portugueses o Brasil inclusive.
Super Interessante
Ano:12 – nº 2 – fevereiro 1998
A chegada de Cabral ao Brasil foi parte de uma cruzada conduzida pela Ordem de Cristo, a organização que herdou a mística dos templários.
Domingo, 8 de março de 1500, Lisboa. Terminada a missa campal, o rei d. Manuel 1 sobe ao altar, montado no cais da Torre de Belém, toma a bandeira da Ordem de Cristo e a entrega a Pedro Álvares Cabral. O capitão vai içá-la na principal nave da frota que partirá daí a pouco para a índia. Era uma esquadra respeitável, a maior já montada em Portugal. com treze navios e 1 500 homens. Além", do tamanho, tinha outro detalhe íncomum. O comandante não possuía a menor experiência como navegador. Cabral só estava, no comando da esquadra porque era cavaleiro da Ordem de Cristo e, como tal, tinha duas missões: criar uma feitoria na índia e, no caminho, tomar posse de uma terra já conhecida, o Brasil.
A presença de Cabral à frente do empreendimento era indispensável, porque só a Ordem de Cristo, uma companhia religiosa-militar autônoma do Estado e herdeira da misteriosa Ordem dos templários , tinha autorização papal para ocupar - tal como nas cruzadas - os territórios tomados dos infiéis (no caso brasileiro, os índios). No dia 26 de abril de 1500, quatro dias depois de avistar a costa brasileira, o cavaleiro Pedro Álvares Cabral cumpriu a primeira parte da sua tarefa. Levantou onde hoje é Porto Seguro a bandeira da Ordem e mandou rezar a primeira missa no novo território. O futuro país estava sendo formalmente incorporado às propriedades da organização. O escrivão Pero Vaz de Caminha, que reparava em tudo, escreveu pane o rei sobre a solenidade: "Ali estava com o capitão a bandeira da Ordem de Cristo, com a qual saíra de Belém, e que sempre esteve alta." Para o monarca português, a primazia da Ordem era conveniente. É que atrás das descobertas dos novos cruzados vinham as riquezas que faziam a grandeza e a glória, do reino de Portugal. Nas próximas páginas, você vai entender como essa organização transformou a pequena, nação ibérica em um império espalhado pelos quatro cantos do planeta.
Uma idéia delirante leva os portugueses ao mar
No começo do século XV, Portugal era um reino pobre. A riqueza estava na Itália, na Alemanha e em Flandres (hoje parte da Bélgica e da Holanda). Então (como foi que os italianos encabeçaram a expansão européias ? A rica Ordem de Cristo foi o seu trunfo decisivo. Fundada por franceses em Jerusalém em 1119, com o nome de Ordem dos Templários, acabou transferindo-se para Portugal em 1307, época em que o rei da França desencadeou contra ela uma das mais sanguinárias perseguições da História. Quando o infante d. Henrique, terceiro filho do rei d. João 1, tornou-se grão-mestre da Ordem, em 1416, a organização encontrou o respaldo para colocar em prática um antigo e ousado projeto: circunavegar a África e chegar à índia, ligando o Ocidente ao Oriente sem a intermediação dos muçulmanos, que então controlavam os caminhos por terra entre os dois cantos do mundo.
No momento em que d. Henrique, à frente da Ordem de Cristo, resolveu dar a volta no continente africano, a idéia parecia uma doidice. Havia pouca tecnologia para navegar em oceano aberto (o Mediterrâneo é um mar fechado) e nenhum conhecimento sobre como se orientar no Hemisfério Sul, porque só o céu do norte estava mapeado ainda: acreditava-se que, ao sul, os mares estavam cheios de monstros terríveis. De onde teria vindo então a informação de que era possível encontrar um novo caminho para o Oriente? Possivelmente dos templários, que durante as cruzadas, além de se especializarem no transporte marítimo de peregrinos para a Terra Santa, mantiveram intenso contato com viajantes de toda a Ásia.
Aventura religiosa
A proposta visionária recebeu o aval do papa Martinho V, em 1418, na bula Sane Charissimus, que deu caráter de cruzada ao empreendimento. As terras tomadas dos infiéis passariam à Ordem de Cristo, que teria sobre elas tanto o poder temporal, de administração civil, quanto o espiritual, isto é, o controle religioso e a cobrança de impostos eclesiásticos.
Entre o lançamento oficial da empreitada e a conquista do objetivo último decorreria um longo tempo, precisamente oitenta anos. Apenas em 1498, o cavaleiro Vasco da Gama conseguiria chegar à índia. Morto em 1460, d. Heruique não assistiu ao triunfo da sua cruzada. Mas chegou a ver como, no rastro dela, Portugal ia se tornando a maior potência marítima da Terra.
A diplomacia do Príncipe navegador
A Escola de Sagres foi uma lenda criada por poetas românticos portugueses do século XIX. Na verdade, foi do porto de Lagos, no sudoeste de Portugal, que a Ordem de Cristo, liderada por d. Henríque, deflagrou a expansão marítima do século XV
Um porto aberto na encruzilhada do mundo
D. Henrique Sagrou-se cavaleiro em 1415, na batalha de Ceuta, no Marrocos, em que os portugueses expulsaram os muçulmanos da cidade. No ano seguinte, o príncipe virou comandante dá Ordem. Como a sucessão do trono português caberia a seu irmão mais velho, d. Duarte, Henrique assumiu o cargo de governador de Algarve. Solteiro e casto, dividia o seu tempo entre o castelo de Tomar, sede da Ordem, e a vila de Lagos, no Algarve. Em Tomar, cuidava das finanças, diplomacia e da carreira dos pilotos iniciados nos segredos do empreendimento cruzado. O castelo era u m cofre de recursos e informações secretas. Lagos era a base naval e corte aberta. Vinham viajantes de todo o mundo, de "desvairadas nações de gentes tão afastadas de nosso uso", escreveu o cronista Gomes Eanes de Zurara, na crônica da Tomada de Guiné. Os, personagens desse livro revelam um pouco do cosmopolitismo do porto de lagos: havia gente das Ilhas Canárias, caravaneiros do Saara, mercadores do Timbucto (hoje Mali), monges de Jerusalém, navegadores venezianas, alemães e dinamarqueses, cartógrafos italianos e astrônomos judeus.
Uma das regras de ouro da diplomacia era presentear. Assim, o príncipe juntou uma biblioteca preciosa. Entre mapas, plantas e tabelas havia um exemplar manuscrito das Viagens de Marco Polo. Não por acaso a primeira edição impressa dessa obra foi feita não em latim ou em italiano, mas em português, em 1534.
A Ordem combatente dos padres-soldados
Conquistada pelos cristãos na Primeira Cruzada, em 1098, Jerusalém estava de novo cercada pelos árabes em 1116. Foi quando os nobres franceses Hugode Poiens e Geoffroi de Saint-Omer juraram, na igreja do Santo Sepulcro, viver em perpétua pobreza e defender os peregrinos que vinham à Terra Santa. Nascia a Ordem dos cavaleiros Pobres de Cristo, renomeada, em 1119, como Ordem dos Cavaleiros do Templo- a Ordem dos Templários
Na época organizações católicas congregavam devotos sob regimento próprio. A dos Templários, entretanto era diferente: seus membros eram monges guerreiros. As normas da Ordem eram secretas e só conhecidas na totalidade, pelo comandante-em-chefe e pelo papa. Desde o início, os templários foram desobrigados de obedecer aos reis. Podiam, assim, ter interesses próprios. Ao entrar na companhia, o novato conhecia só uma parte das regras que a guiavam e, à medida em que era promovido, sempre em batalha, tinha acesso a mais conhecimentos, reservados aos graus hierárquicos superiores. Ritos de iniciação marcavam as promoções. Foi essa estrutura que permitiu, mais tarde, à Ordem de Cristo manter secreto os conhecimentos de navegação no Atlântico.
Banqueiros pobres
Enquanto as cruzadas, empolgaram a Europa, os templários receberam milhares de propriedades por doação ou herança e desenvolveram intensa atividade econômica. Nos seus feudos. introduziram métodos racionais de produção e foram os primeiros a criar linhagens de cavalos em estábulos limpos. Uma rede de postos bancários logo se espalhou por vários países. Peregrinos a caminho da Terra Santa depositavam seus bens no ponto de partida e ganhavam uma carta de crédito com o direito de retirar o equivalente em moeda local em qualquer estabelecimento templário. Daí para gerirem as finanças de reis como o da França foi um passo.
Mas a sua exuberância gerou inveja. Enquanto houve cruzadas, os templários exibiram orgulhosamente o manto branco com a cruz vermelha - a mesma que depois as naus portuguesas usariam. Com a queda da Cidade Santa, em 1244, e a expulsão das tropas cristãs da Palestina, em 129 1, a mística se dissipou e a oposição monárquica tomou-se explícita. Nas décadas seguintes, a confraria seria extinta em toda a Europa. Com a exceção de Portugal.
Calúnia e difamação e contra os guerreiros
O rei da França, Felipe IV, o Belo, devia celeiro à Ordem dos Templários. Os templários franceses eram os mais poderosos da Europa,. Controlavam feudos e construções no interior e em Paris. Entre eles, o templo, um conjunto de igrejas e oficinas que, reformado em 1319, virou o presídio da Bastilha, mais tarde destruído durante a Revolução Francesa.
As derrotas no Oriente Médio alimentaram uma onda de calúnias segundo as quais ás cavaleiros teriam feito acordos com os muçulmanos, fugido de campos de batalha e traído os cristãos. Aproveitando o clima, em 13 de outubro de 1307, Felipe invadiu, de surpresa, as sedes templarias em toda a França. Só em Paris foram detidos 500 cavaleiros, muitos sendo degolados.
Dois processos foram abertos: um dirigido pelo rei contra os presos e o outro conduzido pelo papa Clemente V contra a Ordem. O papa era francês, morava em Avignon e era aliado do rei. Torturas brutais e confissões arrancadas pela Inquisição viraram peças difamatórias escandalosas. O sigilo da Ordem foi usado contra ela e as etapas dos rituais de iniciação foram convertidas em monstruosidades. Os santos guerreiros foram acusados de cuspir na cruz, adorar o diabo, cultuar Maomé, manter práticas homossexuais e queimar crianças. Todos os seus bens foram confiscados. Esperava-se uma fortuna, mas, como pouco foi efetivamente recolhido, criou-se a lenda de que tesouros teriam sido transferidos em segurança para outro país.
Santuário de fugitivos
Para muitos, esse país teria sido Portugal. O rei d. Diniz (1261-1325) decidiu garantir a permanência da Ordem em terras portuguesas: sugeriu uma doação formal dos seus bens à Coroa, mas nomeou um administrador templário para cuidar deles. Nem o processo papal nem a execução do grão-mestre Jacques de Molay, em 1314, o intimidaram. Em 1317, reiterando que os templários não haviam cometido crime em Portugal, d. Diniz transferiu todo o patrimônio dos cruzados para uma nova organização recém-fundada: a Ordem de Cristo.
Assim, Portugal virou refúgio para perseguidos em toda a Europa. De vários países chegavam fugitivos, carregando o que podiam. O castelo de Tomar virou a caixa-forte dos segredos que a Inquisição não conseguiu arrancar. Dois anos depois, em 1319, um novo papa, João ~XXII, reconheceu a Ordem de Cristo. Começava para os cavaleiros uma nova era, com uma nova missão.
De cavaleiros a funcionários do Estado
Nas primeiras décadas de existência da Ordem de Cristo. os ex-templários estabeleceram estaleiros em Lisboa, fizeram contratos de manutenção de navios e à tecnologia. náutica, aproveitando o conhecimento adquirido no transporte marítimo de peregrinos entre a Europa e o Oriente Médio durante as cruzadas. Ao mesmo tempo, preparavam planos para voltar à ação, contornando a África por mar e, alindo-se a cristãos orientais, expulsar os mouros do comércio de especiarias.
Em 1416, quando assumiu o cargo de grão-mestre, d. Henrique lançou-se a diplomacia. Passaram-se cem anos desde que os templários haviam sido condenado nos processos de Paris e o Vaticano estava preocupado com a pressão muçulmana a Europa, que crescera muito no século XIV. Com isso, em 1418, o Infante consegue do papa um aval ao projeto expansionista. Daí em diante, cada avanço para o sul e para o oeste será seguido da negociação de novos direitos. Em um século, os papas emitiram onze bulas privilegiando a Ordem com monopólios da navegação na África, posse de terras, isenção de impostos eclesiásticos e autonomia para organizar a ação da Igreja nos locais descobertos.
Até a metade do século XV, os cavaleiros saíram na frente, sem esperar pelo Estado português. Uma vez anunciada a colonização, eventualmente doavam à família real o domínio material dos territórios, mantendo o controle espiritual, À corte, interessada em promover o desenvolvimento dá produção de riquezas e do comércio , cabia então consolidar a posse do que havia sido descoberto.
Pilhando mouros
No Marrocos, os novos civilizados atacaram Tânger, em 1437, e Alcácer-Ceguer, em 1458. O ímpeto guerreiro preponderou sobre o mercantilismo real até 1461, quando o cavaleiro Pedro Sintra encontrou ouro na Guiné. Aí, a pressão comercial da monarquia começou a ficar maior. Mesmo assim, ainda houve expedições contra os mouros marroquinos em Asjlah e Tânger, outra vez, em 1471. Mas à medida que foi sendo consolidado o comércio na rota das índias, a. partir da sua descoberta em 1498, a coroa foi absorvendo gradualmente os poderes da Ordem. Até que em 1550 o rei d. João III fez o papa Júlio III fundir as duas instituições. Com isso, o grão-mestre passa a ser sempre o rei de Portugal, e o seu filho tem o direito de sucedê-lo também no comando dos cruzados.
Outros parceiros entram no jogo
A Ordem de Cristo controlou o conhecimento das rotas e o acesso às tecnologias de navegação enquanto pôde. Mas com o ouro descoberto na Guiné, em 1461, o monopólio da pilotagem passa a ser cada vez mais desafiado. A partir de então, multiplicaram-se os contra tos com comerciantes e as cessões de domínio ao rei para exploração das regiões descobertas. Aos poucos a sabedoria secreta guardada em Tomar foi sendo foi sendo passada para mercadores de Lisboa, Flandres e Espanha. Portugal naquela época fervilhava de espiões, especialmente espanhóis e italianos, que procuravam os preciosos mapas ocultados pelos cruzados.
Enquanto o tesouro de dados marítimos esteve sob a sua guarda, a estrutura secreta da Ordem garantiu a exclusividade para os portugueses. Em Tomar e em Lagos, os navegadores progrediam na hierarquia apenas depois que a sua lealdade era comprovada, se possível em batalha. Só então eles podiam ler os relatórios reservados de pilotos que já haviam percorrido regiões desconhecidas e ver preciosidades como as tábuas de declinação magnética, que permitiam calcular a diferença entre o pólo norte verdadeiro e o, pólo norte magnético que aparecia nas bússolas. E, à medida que as conquistas avançavam no Atlântico, eram feitos novos mapas de navegação astronômica, que forneciam orientação pelas estrelas do Hemisfério Sul, a que também unicamente os iniciados tinham acesso.
Competição acirrada
Mas o sucesso atraía a competição. A Espanha, tradicional adversária, também fazia política no Vaticano para minar os monopólios da Ordem, em ação combinada com seu crescente poderio militar. Em 1480, depois de vencer Portugal numa guerra de dos anos na fronteira, os reis Fernando, de Leão, e Isabel, de Catela, começaram a se interessar pelas terras d’além-mar. Com a viagem vitoriosa de Colombo à América, em 1492, o papa Alexandre VI, um espanhol de Valência, reconheceu em duas bulas, as Inter Caetera, o direito de posse dos espanhóis sobre o que o navegante genovês havia descoberto. E rejeitou as reclamações de d. João II de que as novas terras pertenciam a Portugal. O rei não se conformou e ameaçou com outra guerra. A controvérsia induziu os dois países a negociarem, frente a frente, na Espanha, em 1494, um tratado para dividir o vasto novo mundo que todos pressentia: o Tratado de Tordesilhas.
Vitória da experiência em Tordesilhas
Na volta da viagem à América, em 1493, Cristóvão Colombo fez uma escala em Lisboa para visitar o rei d. João II. um gesto corajoso. O soberano estava, dividido entre dois conselhos: prender o genovês ou reclamar do papa direitos sobre as terras descobertas.
Para sorte de Colombo, decidiu pela segunda alternativa. Como a reivindicação não foi atendida, acabou sendo obrigado à enviar os melhores cartógrafos e navegadores da Ordem de Cristo, liderados pelo ex presidente Duarte Pacheco Pereira, a Tordesilhas, na Espanha, para tentar um tratado definitivo, mediado pelo Vaticano, com os espanhóis. Apesar de toda a contestação a seus atos, a Santa Sé ainda era o único poder transnacional na Europa do século XV. Só ela podia mediar e legitimar negociações entre países.
O cronista espanhol das negociações, frei Bartolomeu de las Casas, invejou a competência da missão portuguesa. No livro História de Ias Índias, escreveu: "Ao que julguei, tinham os portugueses mais perícia e mais experiência daquelas artes, ao menos, das coisas do mar, que as nossas gentes". Sem a menor dúvida. Era a vantagem dada pela estrutura secreta da Ordem.
Não deu outra. Portugal saiu-se bem no acordo. Pelas bulas Inter Caetera, os espanhóis tinham direito às terras situadas mais de 100 léguas a oeste e sul da ilha dos Açores e Cabo Verde. Pelo acordo de Tordesilhas, a linha divisória imaginária, que ia do pólo norte ao pólo sul, foi esticada para 370 léguas, reservando tudo que estivesse a leste desse limite para os portugueses o Brasil inclusive.
Super Interessante
Ano:12 – nº 2 – fevereiro 1998
Vitor mango- Pontos : 118212
Re: Os cruzados
Santuário de fugitivos
Para muitos, esse país teria sido Portugal. O rei d. Diniz (1261-1325) decidiu garantir a permanência da Ordem em terras portuguesas: sugeriu uma doação formal dos seus bens à Coroa, mas nomeou um administrador templário para cuidar deles. Nem o processo papal nem a execução do grão-mestre Jacques de Molay, em 1314, o intimidaram. Em 1317, reiterando que os templários não haviam cometido crime em Portugal, d. Diniz transferiu todo o patrimônio dos cruzados para uma nova organização recém-fundada: a Ordem de Cristo.
Assim, Portugal virou refúgio para perseguidos em toda a Europa. De vários países chegavam fugitivos, carregando o que podiam. O castelo de Tomar virou a caixa-forte dos segredos que a Inquisição não conseguiu arrancar. Dois anos depois, em 1319, um novo papa, João ~XXII, reconheceu a Ordem de Cristo. Começava para os cavaleiros uma nova era, com uma nova missão.
pomodores lusitanos
Vitor mango- Pontos : 118212
Re: Os cruzados
Vitor mango escreveu:Santuário de fugitivos
Para muitos, esse país teria sido Portugal. O rei d. Diniz (1261-1325) decidiu garantir a permanência da Ordem em terras portuguesas: sugeriu uma doação formal dos seus bens à Coroa, mas nomeou um administrador templário para cuidar deles. Nem o processo papal nem a execução do grão-mestre Jacques de Molay, em 1314, o intimidaram. Em 1317, reiterando que os templários não haviam cometido crime em Portugal, d. Diniz transferiu todo o patrimônio dos cruzados para uma nova organização recém-fundada: a Ordem de Cristo.
Assim, Portugal virou refúgio para perseguidos em toda a Europa. De vários países chegavam fugitivos, carregando o que podiam. O castelo de Tomar virou a caixa-forte dos segredos que a Inquisição não conseguiu arrancar. Dois anos depois, em 1319, um novo papa, João ~XXII, reconheceu a Ordem de Cristo. Começava para os cavaleiros uma nova era, com uma nova missão.
pomodores lusitanos
Em 1317, reiterando que os templários não haviam cometido crime em Portugal, d. Diniz transferiu todo o patrimônio dos cruzados para uma nova organização recém-fundada: a Ordem de Cristo.
Vitor mango- Pontos : 118212
O Grande Cisma do Ocidente
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Grande Cisma do Ocidente - Os Papas de Avinhão
Mapa ilustrando o Grande Cisma do Ocidente.Os territórios em rosa, são territórios obedientes a Avignon, os territórios em roxo, são territórios obedientes a Roma.O Grande Cisma do Ocidente, Cisma Papal ou simplesmente Grande Cisma foi uma crise religiosa que ocorreu na Igreja Católica de 1378 a 1417.
Entre 1309 e 1377, a residência do papado foi alterada de Roma para Avignon, na França, pois o Papa Clemente V, foi levado (sem possibilidade de debate) pelo rei francês, para residir em Avignon. Em 1378 o Papa Gregório XI voltaria para Roma, onde faleceria, e como a população italiana desejava que o papado fosse restabelecido em Roma, viria a ser eleito o Papa Urbano VI, de origem italiana.
Urbano VI seria muito autoritário, pelo que, uma parte considerável da alta hierarquia católica, anularia a sua votação e realizaria conclave, que elegeria Clemente VII, que voltaria à residir em Avignon, iniciando-se então o Cisma, em que o Papa residia em Roma e o Antipapa em Avignon, reclamando para si o poder sobre a Igreja Católica. Haveria ainda de, posteriormente ,surgir outro Antipapa em Pisa. O cisma terminou no Concílio de Constança, em 1414, com o papado restabelecido definitivamente em Roma.
O Cisma
Gregório XI, sexto de uma seqüência de papas de origem francesa, sediados em Avinhão, tomou, em 1377 a iniciativa de regressar a Roma, onde morreu a 27 de Março de 1378.
Na altura da eleição do seu sucessor, a população de Roma exigiu a escolha de um italiano e o regresso definitivo do papado à cidade. O conclave de cardeais cedeu às ameaças de revolta e escolheu Bartolomeo Prigano, Arcebispo de Bari, até então um administrador da chancelaria do Papa em Avinhão. Prigano, que tomou o título de Urbano VI era uma figura consensual e prometia a paz no seio da Igreja Católica.
No entanto, o novo papa não respondeu às expectativas e depressa se mostrou instável, colérico e pouco dado a diplomacia. Os principais cardeais retiraram-se da capital no verão, supostamente para fugir ao calor, e começaram a conspirar sob a protecção da Rainha Joana I de Nápoles. Treze cardeais declararam nula a eleição de Urbano VI. A 20 de Setembro foi reunido novo conclave e elegeu-se Roberto de Geneva para substituir Urbano VI, com a corte pontificial em Avignon. Roberto tomou o nome de Clemente VII (ficou conhecido como Antipapa Clemente VII) e restabeleceu a sede da Igreja de novo em Avinhão. O cisma foi assim concretizado e resultou, em primeira instância, em acusações recíprocas de heresia e excomunhões mútuas.
Ao contrário de Urbano VI, Clemente VII era um diplomata e soube chamar a si o apoio de várias casas reais e personagens da Igreja, nomeadamente França, Aragão, os Ducados da Borgonha e Ducado de Sabóia, o Reino de Nápoles e Escócia.
Pelo seu lado, Urbano VI contava com Inglaterra, Sacro Império, norte de Itália e o apoio de Santa Catarina de Siena. O conflito depressa deixou de ser um assunto da Igreja para se tornar num incidente diplomático à escala do continente europeu, como se deixa adivinhar pela lista de apoios a ambas as facções. Por exemplo, na época do cisma viviam-se na Península Ibérica as Guerras fernandinas e a Crise de 1383-1385, ambas opondo os reinos de Castela e Portugal por questões dinásticas. Assim, no tempo de Fernando I de Portugal a sua desastrosa política externa levou-o a apoiar o Papa de Avinhão, que também tinha o apoio de Castela; depois da crise sucessória, como Castela continuasse a defender o papa de Avinhão, não será de estranhar que João I de Portugal, para mostrar bem a sua independência, fosse pelo Papa romano.
Os anos passaram sem que fosse encontrada uma pouco procurada solução para o conflito. Bonifácio IX sucedeu a Urbano VI e Benedito XIII a Clemente VII. Mas nem dentro do papado em Avinhão havia consenso e Benedito XIII acabou por ver o seu pontificado ameaçado por Alexandre V, sucedido pelo Antipapa João XXIII. Este cisma dentro do cisma resultou na existência de três papas ao mesmo tempo no princípio do século XV. A instabilidade política resultante desta situação inédita acabou por forçar a resolução do conflito.
O Concílio de Constança foi iniciado em 1414 para resolver a questão do cisma do Ocidente e logo se tornou numa arena de luta política. Após acesa discussão, que incluiu interferência e ameaças dos poderes seculares, o Concílio recomendou a abdicação dos três papas e a eleição de um único novo papa de consenso geral. O Papa Gregório XII, de Roma, acedeu e resignou, mas os antipapas de Avinhão foram depostos. Finalmente, a 11 de Novembro de 1417, a assembleia do concílio elegeu Martinho V, pondo fim ao cisma.
Os papas e antipapas do cisma
Em Roma
Papa Urbano VI (r. 1378 - 1389)
Papa Bonifácio IX (r. 1389 - 1404)
Papa Inocêncio VII (r. 1404 - 1406)
Papa Gregório XII (r. 1406 - 1417)
Em Avinhão
Antipapa Clemente VII (r. 1378 - 1394)
Antipapa Benedito XIII (r. 1394 - 1417)
Em Pisa
Antipapa Alexandre V (r. 1409 - 1410)
Antipapa João XXIII (r. 1410 - 1417)
In Wikipédia
Grande Cisma do Ocidente - Os Papas de Avinhão
Mapa ilustrando o Grande Cisma do Ocidente.Os territórios em rosa, são territórios obedientes a Avignon, os territórios em roxo, são territórios obedientes a Roma.O Grande Cisma do Ocidente, Cisma Papal ou simplesmente Grande Cisma foi uma crise religiosa que ocorreu na Igreja Católica de 1378 a 1417.
Entre 1309 e 1377, a residência do papado foi alterada de Roma para Avignon, na França, pois o Papa Clemente V, foi levado (sem possibilidade de debate) pelo rei francês, para residir em Avignon. Em 1378 o Papa Gregório XI voltaria para Roma, onde faleceria, e como a população italiana desejava que o papado fosse restabelecido em Roma, viria a ser eleito o Papa Urbano VI, de origem italiana.
Urbano VI seria muito autoritário, pelo que, uma parte considerável da alta hierarquia católica, anularia a sua votação e realizaria conclave, que elegeria Clemente VII, que voltaria à residir em Avignon, iniciando-se então o Cisma, em que o Papa residia em Roma e o Antipapa em Avignon, reclamando para si o poder sobre a Igreja Católica. Haveria ainda de, posteriormente ,surgir outro Antipapa em Pisa. O cisma terminou no Concílio de Constança, em 1414, com o papado restabelecido definitivamente em Roma.
O Cisma
Gregório XI, sexto de uma seqüência de papas de origem francesa, sediados em Avinhão, tomou, em 1377 a iniciativa de regressar a Roma, onde morreu a 27 de Março de 1378.
Na altura da eleição do seu sucessor, a população de Roma exigiu a escolha de um italiano e o regresso definitivo do papado à cidade. O conclave de cardeais cedeu às ameaças de revolta e escolheu Bartolomeo Prigano, Arcebispo de Bari, até então um administrador da chancelaria do Papa em Avinhão. Prigano, que tomou o título de Urbano VI era uma figura consensual e prometia a paz no seio da Igreja Católica.
No entanto, o novo papa não respondeu às expectativas e depressa se mostrou instável, colérico e pouco dado a diplomacia. Os principais cardeais retiraram-se da capital no verão, supostamente para fugir ao calor, e começaram a conspirar sob a protecção da Rainha Joana I de Nápoles. Treze cardeais declararam nula a eleição de Urbano VI. A 20 de Setembro foi reunido novo conclave e elegeu-se Roberto de Geneva para substituir Urbano VI, com a corte pontificial em Avignon. Roberto tomou o nome de Clemente VII (ficou conhecido como Antipapa Clemente VII) e restabeleceu a sede da Igreja de novo em Avinhão. O cisma foi assim concretizado e resultou, em primeira instância, em acusações recíprocas de heresia e excomunhões mútuas.
Ao contrário de Urbano VI, Clemente VII era um diplomata e soube chamar a si o apoio de várias casas reais e personagens da Igreja, nomeadamente França, Aragão, os Ducados da Borgonha e Ducado de Sabóia, o Reino de Nápoles e Escócia.
Pelo seu lado, Urbano VI contava com Inglaterra, Sacro Império, norte de Itália e o apoio de Santa Catarina de Siena. O conflito depressa deixou de ser um assunto da Igreja para se tornar num incidente diplomático à escala do continente europeu, como se deixa adivinhar pela lista de apoios a ambas as facções. Por exemplo, na época do cisma viviam-se na Península Ibérica as Guerras fernandinas e a Crise de 1383-1385, ambas opondo os reinos de Castela e Portugal por questões dinásticas. Assim, no tempo de Fernando I de Portugal a sua desastrosa política externa levou-o a apoiar o Papa de Avinhão, que também tinha o apoio de Castela; depois da crise sucessória, como Castela continuasse a defender o papa de Avinhão, não será de estranhar que João I de Portugal, para mostrar bem a sua independência, fosse pelo Papa romano.
Os anos passaram sem que fosse encontrada uma pouco procurada solução para o conflito. Bonifácio IX sucedeu a Urbano VI e Benedito XIII a Clemente VII. Mas nem dentro do papado em Avinhão havia consenso e Benedito XIII acabou por ver o seu pontificado ameaçado por Alexandre V, sucedido pelo Antipapa João XXIII. Este cisma dentro do cisma resultou na existência de três papas ao mesmo tempo no princípio do século XV. A instabilidade política resultante desta situação inédita acabou por forçar a resolução do conflito.
O Concílio de Constança foi iniciado em 1414 para resolver a questão do cisma do Ocidente e logo se tornou numa arena de luta política. Após acesa discussão, que incluiu interferência e ameaças dos poderes seculares, o Concílio recomendou a abdicação dos três papas e a eleição de um único novo papa de consenso geral. O Papa Gregório XII, de Roma, acedeu e resignou, mas os antipapas de Avinhão foram depostos. Finalmente, a 11 de Novembro de 1417, a assembleia do concílio elegeu Martinho V, pondo fim ao cisma.
Os papas e antipapas do cisma
Em Roma
Papa Urbano VI (r. 1378 - 1389)
Papa Bonifácio IX (r. 1389 - 1404)
Papa Inocêncio VII (r. 1404 - 1406)
Papa Gregório XII (r. 1406 - 1417)
Em Avinhão
Antipapa Clemente VII (r. 1378 - 1394)
Antipapa Benedito XIII (r. 1394 - 1417)
Em Pisa
Antipapa Alexandre V (r. 1409 - 1410)
Antipapa João XXIII (r. 1410 - 1417)
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Re: Os cruzados
a relaçao com Roma nunca foi
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nem salzar fez isso
Contudofoi Portugal que levou para a cristandade metade doo globo
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Vitor mango- Pontos : 118212
Re: Os cruzados
Vitor mango escreveu:a relaçao com Roma nunca foi
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nem salzar fez isso
Contudofoi Portugal que levou para a cristandade metade doo globo
Pois, mas não se esqueça, que, quer Portugal, quer outros países, tiveram de se haver com o Papado -de Roma ou Avinhão, não interessa- para conseguirem alcançar a meta dos seus interesses.
É certo, que nem tudo se cumpria, mas issso... é outra música!
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