Troca de soldado israelita por prisioneiros palestinianos para breve

Troca de soldado israelita por prisioneiros palestinianos para breve
2009-12-05

A libertação de prisioneiros palestinianos contra um soldado israelita, Gilad Shalit, detido pelo Hamas na Faixa de Gaza, poderá ocorrer nas duas próximas semanas, admitiu um deputado trabalhista israelita.

O deputado Daniel Ben Simon garantiu que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu está determinado a chegar rapidamente a um acordo.

"O acordo será tornado público daqui a uma ou duas semanas", garantiu Ben Simon durante um acto cultural em Beersheva, no sul de Israel, mas o gabinete do chefe do governo fez já um desmentido categórico.

"O primeiro-ministro nunca disse isso", comunicou o seu secretariado.

Israel e o Hamas mantêm um sigilo absoluto sobre as negociações para a liberação do soldado Gilad Shalit, de 23 anos e também com nacionalidade francesa, capturado em 25 de Junho de 2006 na fronteira da Faixa de Gaza por um comando palestiniano de vários grupos islamitas, incluindo o Hamas.

Daniel Ben Simon, no entanto, felicitou este "gesto de liderança" de Netanyahu, que substitui à frente do governo israelita o seu antecessor Ehud Olmert.

"Olmert não estava preparado para pagar o preço pedido para a libertação de Shalit e eu estou feliz por Netanyahu o fazer", declarou o deputado trabalhista.

O partido trabalhista, dirigido por Ehud Barak, actual ministro da Defesa, é membro da coligação governamental no poder em Israel.

O Hamas, movimento islamista palestiniano que controla a Faixa de Gaza, exige em troca da libertação do soldado israelita a libertação de várias centenas de prisioneiros palestinianos, entre os quais chefes políticos e militares da segunda Intifada dos anos 2000.

A esse respeito, Ben Simon garantiu que o líder palestiniano Marwan Barghuthi, símbolo da Intifada actualmente detido em Israel, estará entre os prisioneiros libertados no âmbito da troca.

"Está na lista", declarou o deputado, mas a questão é decidir se será expulso para o estrangeiro ou deixado com movimentos livres na Cisjordânia.

"Está em discussão libertá-lo em Ramallah ou enviá-lo para o estrangeiro por algum tempo", explicou Daniel Ben Simon.

Estas afirmações contradizem palavras do ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Avigdor Lieberman, que quarta-feira excluiu categoricamente que Marwan Barghuthi esteja na lista dos prisioneiros palestinianos a libertar em troca do soldado Shalit.

Barghuthi foi detido pelo exército israelita em 2002 e condenado, em Junho de 2004, a prisão perpétua por ter sido considerado culpado de envolvimento directo em quatro atentados anti-israelitas que custaram a vida a cinco pessoas durante a Intifada.