Israel: ascensão da direita radical e invasão a Gaza marcam 2009
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Israel: ascensão da direita radical e invasão a Gaza marcam 2009
Israel: ascensão da direita radical e invasão a Gaza marcam 2009
Alberto Masegosa.Jerusalém, 9 dez (EFE).- O ano de 2009 ficou marcado em Israel com um giro rumo à direita radical, com a chegada ao poder do conservador Benjamin Netanyahu, após uma cruenta ofensiva contra a Faixa de Gaza.O ano começou em meio a uma forte ofensiva contra o território palestino. No dia 27 de dezembro de 2008, o Exército israelense começou uma operação que até 18 de janeiro deixou 1.400 mortos, 5.000 feridos e a destruição de centenas de prédios e infraestruturas em Gaza.De acordo com Israel, a ofensiva foi uma resposta ao lançamento de foguetes contra o sul do país, mas observadores locais afirmam o detonante político foi a proximidade das eleições israelenses, que naquele momento já estavam marcadas.Com um discurso pré-eleitoral, praticamente todos os partidos do Estado judeu, tanto do Governo como da oposição, apoiaram a operação militar, com o argumento de defender a segurança da população que vive no sul do país.No dia 10 de fevereiro, as urnas indicaram uma vitória por pequena margem de votos ao partido de centro Kadima, da então ministra de Exteriores Tzipi Livni.O Kadima obteve 28 das 120 cadeiras da Câmara, mas não conseguiu apoio suficiente entre as demais legendas para configurar uma maioria, e por isso o conservador Likud, do então líder da oposição Benjamin Netanyahu, recebeu a incumbência de formar o novo Governo.Netanyahu, cujo partido teve 27 deputados eleitos, alcançou, em março, seu objetivo de se transformar no novo primeiro-ministro, após conseguir o apoio dos trabalhistas, dos ultraortodoxos do Shas e dos ultradireitistas do Yisrael Beiteinu, que com o Likud integram a maioria governamental.O novo chefe do Governo iniciou seu mandato com a mesma postura que defendia como líder da oposição: a oferta de um diálogo com a Autoridade Nacional Palestina (ANP), de Mahmoud Abbas, que não envolvesse necessariamente a criação de um Estado palestino independente.Também continuou com a colonização do território palestino ocupado ao autorizar a construção de milhares de casas em assentamentos judaicos da Cisjordânia e Jerusalém Oriental, onde os palestinos querem estabelecer a capital de seu Estado.A consequência foi a recusa palestina de retomar a negociação, e uma série de medidas de Abbas para desbloquear a situação tanto com Israel como com os islamitas do Hamas, que continuam controlando Gaza após uma tentativa fracassada de reconciliação com a ANP.A dança de decisões começou em 23 de outubro, quando o presidente palestino anunciou eleições gerais para 15 de janeiro de 2010, com a esperança de ganhar legitimidade com os israelenses e arrebatar a representatividade dos islamitas.A rejeição do Hamas de realizar o pleito e a impossibilidade de organizá-lo com normalidade em todos os territórios palestinos levou a Comissão Eleitoral da ANP a recomendar, no entanto, o adiamento das eleições.Doze dias após convocar as eleições, Abbas anunciou, em 5 de novembro, que não se apresentaria como candidato, enquanto a ANP lançava uma campanha diplomática para que a ONU lhe reconheça como estado, um esforço com poucas chances de prosperar.O último aceno dos israelenses aos palestinos aconteceu duas semanas depois, quando Netanyahu anunciou um congelamento de dez meses na construção das colônias da Cisjordânia, no que parece um gesto em direção aos Estados Unidos. No entanto, essa decisão não inclui Jerusalém Oriental.Mas a negociação que o novo Governo israelense pretende impulsionar não teria como meta ineludível a criação de um Estado palestino, o que continua sendo a prioridade para o presidente americano, Barack Obama, que tem a dura tarefa de convencer Abbas a aceitar as ofertas apresentadas por Netanyahu.
* do UOL Notícias
Alberto Masegosa.Jerusalém, 9 dez (EFE).- O ano de 2009 ficou marcado em Israel com um giro rumo à direita radical, com a chegada ao poder do conservador Benjamin Netanyahu, após uma cruenta ofensiva contra a Faixa de Gaza.O ano começou em meio a uma forte ofensiva contra o território palestino. No dia 27 de dezembro de 2008, o Exército israelense começou uma operação que até 18 de janeiro deixou 1.400 mortos, 5.000 feridos e a destruição de centenas de prédios e infraestruturas em Gaza.De acordo com Israel, a ofensiva foi uma resposta ao lançamento de foguetes contra o sul do país, mas observadores locais afirmam o detonante político foi a proximidade das eleições israelenses, que naquele momento já estavam marcadas.Com um discurso pré-eleitoral, praticamente todos os partidos do Estado judeu, tanto do Governo como da oposição, apoiaram a operação militar, com o argumento de defender a segurança da população que vive no sul do país.No dia 10 de fevereiro, as urnas indicaram uma vitória por pequena margem de votos ao partido de centro Kadima, da então ministra de Exteriores Tzipi Livni.O Kadima obteve 28 das 120 cadeiras da Câmara, mas não conseguiu apoio suficiente entre as demais legendas para configurar uma maioria, e por isso o conservador Likud, do então líder da oposição Benjamin Netanyahu, recebeu a incumbência de formar o novo Governo.Netanyahu, cujo partido teve 27 deputados eleitos, alcançou, em março, seu objetivo de se transformar no novo primeiro-ministro, após conseguir o apoio dos trabalhistas, dos ultraortodoxos do Shas e dos ultradireitistas do Yisrael Beiteinu, que com o Likud integram a maioria governamental.O novo chefe do Governo iniciou seu mandato com a mesma postura que defendia como líder da oposição: a oferta de um diálogo com a Autoridade Nacional Palestina (ANP), de Mahmoud Abbas, que não envolvesse necessariamente a criação de um Estado palestino independente.Também continuou com a colonização do território palestino ocupado ao autorizar a construção de milhares de casas em assentamentos judaicos da Cisjordânia e Jerusalém Oriental, onde os palestinos querem estabelecer a capital de seu Estado.A consequência foi a recusa palestina de retomar a negociação, e uma série de medidas de Abbas para desbloquear a situação tanto com Israel como com os islamitas do Hamas, que continuam controlando Gaza após uma tentativa fracassada de reconciliação com a ANP.A dança de decisões começou em 23 de outubro, quando o presidente palestino anunciou eleições gerais para 15 de janeiro de 2010, com a esperança de ganhar legitimidade com os israelenses e arrebatar a representatividade dos islamitas.A rejeição do Hamas de realizar o pleito e a impossibilidade de organizá-lo com normalidade em todos os territórios palestinos levou a Comissão Eleitoral da ANP a recomendar, no entanto, o adiamento das eleições.Doze dias após convocar as eleições, Abbas anunciou, em 5 de novembro, que não se apresentaria como candidato, enquanto a ANP lançava uma campanha diplomática para que a ONU lhe reconheça como estado, um esforço com poucas chances de prosperar.O último aceno dos israelenses aos palestinos aconteceu duas semanas depois, quando Netanyahu anunciou um congelamento de dez meses na construção das colônias da Cisjordânia, no que parece um gesto em direção aos Estados Unidos. No entanto, essa decisão não inclui Jerusalém Oriental.Mas a negociação que o novo Governo israelense pretende impulsionar não teria como meta ineludível a criação de um Estado palestino, o que continua sendo a prioridade para o presidente americano, Barack Obama, que tem a dura tarefa de convencer Abbas a aceitar as ofertas apresentadas por Netanyahu.
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