Olmert ofereceu troca de terras aos palestinos, diz Haaretz

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Araraquara, 18 de dezembro de 2009
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Últimas Notícias quinta-feira, 17 de dezembro de 2009 Inter: Olmert ofereceu troca de terras aos palestinos, diz Haaretz
O ex-primeiro-ministro de Israel Ehud Olmert ofereceu uma porção do território israelense perto da Faixa de Gaza e da Cisjordânia em troca de blocos de assentamento no Cisjordânia, segundo reportagem do jornal Haaretz publicada nesta quinta-feira. Trata-se do mais detalhado relato sobre a proposta de paz do ex-líder israelense para os palestinos.

Os palestinos não responderam à proposta, feita em setembro de 2008, apresentada num período no qual a habilidade de Olmert de negociar um acordo de paz estava comprometida por acusações de corrupção que, por fim, o obrigaram a deixar o cargo.

As conversações foram interrompidas depois da guerra de Israel contra militantes da Faixa de Gaza um ano atrás e nunca foram retomadas.

Desde que deixou o governo em março, Olmert disse que ofereceu aos palestinos concessões sem precedentes, dentre elas uma ampla retirada de quase toda a Cisjordânia e o controle compartilhado de Jerusalém.

Olmert também disse que ofereceu aos palestinos pequenas áreas do território israelense em troca da manutenção de assentamentos judaicos na Cisjordânia.

No total, Olmert propôs ceder território israelense equivalente a 5,8% da Cisjordânia por um pedaço ligeiramente maior da Cisjordânia onde 75% dos 300 mil colonos judeus vivem. Os demais colonos seriam retirados de acordo com a proposta.

Em meio ao território israelense que ele ofereceu está uma área de quase 100 quilômetros quadrados perto da Faixa de Gaza e quase 227 quilômetros quadrados perto da Cisjordânia, a maior parte no Deserto da Judeia, localizado perto do sul da Cisjordânia, informou o jornal, citando fontes não identificadas próximas às propostas de Olmert.

O ex-líder israelense também propôs a construção de uma estrada que ligaria a Cisjordânia a Gaza, passando por território israelense, o que permitiria aos palestinos viajar entre os territórios, que ficam em lados opostos de Israel. Essa estrada permaneceria sob soberania de Israel, mas não haveria presença israelense por lá, disse o Haaretz.

Olmert falou sobre a proposta em termos gerais, mas o Haaretz ofereceu mais detalhes.

Numa entrevista ao jornal nesta semana, o presidente palestino Mahmoud Abbas disse que Olmert apresentou vários mapas para negociação. Mas o escritório de Olmert respondeu ao Haartetz que o mapa apresentado a Abbas no dia 16 de setembro de 2008 é diferente do que o jornal publicou nesta quinta-feira.

O negociar palestino Saeb Erekat disse que Olmert queria 6,5% da Cisjordânia em troca de um território israelense equivalente a 5,8% da Cisjordânia. O corredor entre a Cisjordânia e a Faixa de Gaza equipararia os territórios.

Erekat disse que Abbas ofereceu a troca de terras equivalentes a 1,9% da Cisjordânia. Os três principais assentamentos equivalem a 2,5% da Cisjordânia, mas são servidas por uma rede de estradas construídas pelos israelenses que comporiam o território adicional.

Erekat disse que os dois lados deveriam ter ido a Washington no dia 3 de janeiro "para fechar o acordo e ver se nós poderíamos avançar nessas ofertas". "Infelizmente, Olmert foi para a guerra em Gaza", então os palestinos não foram para as negociações.

A reportagem pode dar munição tanto para os palestinos quanto para o conservador governo o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.

Os palestinos exigem que Netanyahu retome as negociações de onde elas pararam sob o governo de Olmert. Os linhas-duras israelenses, por sua vez, dizem que o fracasso palestino em aceitar a oferta de Olmert prova que eles não levam a possibilidade de paz a sério.

Sob pressão dos Estados Unidos, Netanyahu impôs uma moratória de dez meses na construção de assentamentos, medida que tem como objetivo persuadir os palestinos a voltar a negociar. Mas os palestinos dizem que não retomarão as conversações até que haja uma total paralisação das construções, incluindo as realizadas em Jerusalém oriental, que os palestinos querem que seja a capital de seu futuro Estado[/b]