CAMUS, 50 ANOS DEPOIS
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CAMUS, 50 ANOS DEPOIS
CAMUS, 50 ANOS DEPOIS
Albert Camus (1913-1960) morreu faz hoje 50 anos. Filho de pai francês e mãe espanhola, nasceu em Mondovi, na Argélia, país onde cresceu, estudou, escreveu os primeiros livros e aderiu ao Partido Comunista. A denúncia da repressão na região de Kabilia fez dele um homem a abater. Em Março de 1940 partiu para Paris, tornando-se o mais famoso pied-noir das letras francesas. Em 1942, a publicação de L’Étranger trouxe-lhe a glória planetária. A ruptura com Sartre deu-se em 1952. O Nobel chegou em 1957. A 4 de Janeiro de 1960, aos 46 anos, morreu num acidente de viação perto de Le Petit-Villeblevin. Cronologia detalhada, feita por Eduardo Graça, aqui (*).
[Na imagem, Camus em Janeiro de 1959.]
posted by Eduardo Pitta
(*) http://aregradojogo.blogs.sapo.pt/
Um dos meus ídolos quando comecei a gostar de ler. E que o revisito muitas vezes....
Albert Camus (1913-1960) morreu faz hoje 50 anos. Filho de pai francês e mãe espanhola, nasceu em Mondovi, na Argélia, país onde cresceu, estudou, escreveu os primeiros livros e aderiu ao Partido Comunista. A denúncia da repressão na região de Kabilia fez dele um homem a abater. Em Março de 1940 partiu para Paris, tornando-se o mais famoso pied-noir das letras francesas. Em 1942, a publicação de L’Étranger trouxe-lhe a glória planetária. A ruptura com Sartre deu-se em 1952. O Nobel chegou em 1957. A 4 de Janeiro de 1960, aos 46 anos, morreu num acidente de viação perto de Le Petit-Villeblevin. Cronologia detalhada, feita por Eduardo Graça, aqui (*).
[Na imagem, Camus em Janeiro de 1959.]
posted by Eduardo Pitta
(*) http://aregradojogo.blogs.sapo.pt/
Um dos meus ídolos quando comecei a gostar de ler. E que o revisito muitas vezes....
Viriato- Pontos : 16657
Re: CAMUS, 50 ANOS DEPOIS
A mãe de Camus enfim resgatada
por FERREIRA FERNANDES
Em O Estrangeiro, Albert Camus tem duas frases que são das mais perturbadoras que já abriram um livro: "Hoje, a minha mãe morreu. Ou talvez ontem, não sei bem." Camus morreu faz, hoje, 50 anos. Ou talvez tenha feito há três dias, não sei bem. Sei é que três anos antes dele morrer, deu uma conferência de Imprensa em Estocolmo. Acabava de ganhar o Nobel de Literatura. A sua pátria, a Argélia, estava a ferro e fogo e fugia-lhe entre os dedos. O estudante do liceu Bugeaud, o guarda-redes do Racing de Argel, o mediterrânico da margem Sul, estava dilacerado pela separação das duas comunidades da sua pátria. Para quase todos a solução simples convinha: ou francesa ou árabe. Mas ele gostava daquele "e" copulativo que, na política, tantas vezes traz a solidão. A direita francesa chamava-o traidor. A esquerda e os nacionalistas da FLN diziam-no dúbio. Naquela conferência de Imprensa, um jovem argelino interpelou-o. Camus lembrou a sua mãe, que nunca vira a França e vivia num bairro pobre de pieds-noirs (brancos) de Argel. E disse: "Eu creio na justiça, mas defenderei a minha mãe antes da justiça." Correu, então, que Camus se bandeara para os reaccionários. Agora, o Presidente argelino Bouteflika disse: "Qualquer um de nós daria essa resposta. O que prova que Camus é dos nossos." O tempo reconhece as mães e aponta os justos.
por FERREIRA FERNANDES
Em O Estrangeiro, Albert Camus tem duas frases que são das mais perturbadoras que já abriram um livro: "Hoje, a minha mãe morreu. Ou talvez ontem, não sei bem." Camus morreu faz, hoje, 50 anos. Ou talvez tenha feito há três dias, não sei bem. Sei é que três anos antes dele morrer, deu uma conferência de Imprensa em Estocolmo. Acabava de ganhar o Nobel de Literatura. A sua pátria, a Argélia, estava a ferro e fogo e fugia-lhe entre os dedos. O estudante do liceu Bugeaud, o guarda-redes do Racing de Argel, o mediterrânico da margem Sul, estava dilacerado pela separação das duas comunidades da sua pátria. Para quase todos a solução simples convinha: ou francesa ou árabe. Mas ele gostava daquele "e" copulativo que, na política, tantas vezes traz a solidão. A direita francesa chamava-o traidor. A esquerda e os nacionalistas da FLN diziam-no dúbio. Naquela conferência de Imprensa, um jovem argelino interpelou-o. Camus lembrou a sua mãe, que nunca vira a França e vivia num bairro pobre de pieds-noirs (brancos) de Argel. E disse: "Eu creio na justiça, mas defenderei a minha mãe antes da justiça." Correu, então, que Camus se bandeara para os reaccionários. Agora, o Presidente argelino Bouteflika disse: "Qualquer um de nós daria essa resposta. O que prova que Camus é dos nossos." O tempo reconhece as mães e aponta os justos.
Viriato- Pontos : 16657
Re: CAMUS, 50 ANOS DEPOIS
Naquela conferência de Imprensa, um jovem argelino interpelou-o. Camus lembrou a sua mãe, que nunca vira a França e vivia num bairro pobre de pieds-noirs (brancos) de Argel. E disse: "Eu creio na justiça, mas defenderei a minha mãe antes da justiça." Correu, então, que Camus se bandeara para os reaccionários. Agora, o Presidente argelino Bouteflika disse: "Qualquer um de nós daria essa resposta. O que prova que Camus é dos nossos." O tempo reconhece as mães e aponta os justos.
na altura em que li Camus engasguei-me porque nao estava a altura do pensamento do escritor
as vezes é precisso acelerarmos a passada para o acompanharmos
Vitor mango- Pontos : 118271
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