PORTUGAL - 100 ANOS DEPOIS...
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PORTUGAL - 100 ANOS DEPOIS...
Em 100 anos nada mudou...
Poeta do protesto social, expresso numa mistura de grandiloquência e de sátira, Guerra Junqueiro [1850-1923] foi o poeta por excelência da revolução de 1910. Estreou-se como escritor em 1864 e em 1896 escreveu Pátria, um texto de sátira violenta ao regime da dinastia de Bragança:
"Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, [...] em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai [...].
Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula, não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados (?) na vida íntima, descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira à falsificação [...].
Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este criado de quarto do moderador; e estes, finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do país [...].
Dois partidos [...], sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes [...] vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero [...]."
Mais de cem anos depois, vira o disco e toca o mesmo...
Poeta do protesto social, expresso numa mistura de grandiloquência e de sátira, Guerra Junqueiro [1850-1923] foi o poeta por excelência da revolução de 1910. Estreou-se como escritor em 1864 e em 1896 escreveu Pátria, um texto de sátira violenta ao regime da dinastia de Bragança:
"Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, [...] em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai [...].
Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula, não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados (?) na vida íntima, descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira à falsificação [...].
Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este criado de quarto do moderador; e estes, finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do país [...].
Dois partidos [...], sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes [...] vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero [...]."
Mais de cem anos depois, vira o disco e toca o mesmo...
Anarca- Admin
- Pontos : 1203
Re: PORTUGAL - 100 ANOS DEPOIS...
Quem reza o Pai nosso da Resignação?
Socialista Trotskista- Pontos : 41
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