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Quem vai ganhar com um novo confronto entre a Rússia e os Estados Unidos ?

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Quem vai ganhar com um novo confronto entre a Rússia e os Estados Unidos ? Empty Quem vai ganhar com um novo confronto entre a Rússia e os Estados Unidos ?

Mensagem por Vitor mango Sáb Ago 16, 2008 9:30 am

Quem vai ganhar com um novo confronto entre a Rússia e os Estados Unidos ?


Comentário escrito por mim para Sic.pt

Mikhail Saakachvili, Presidente da Geórgia, assinou o plano de paz Medvedev-Sarkozy - que os órgãos de informação russos pró-Kremlin afirmam ter sido “elaborado por Dmitri Medvedev com a contribuição de Nicolas Sarkozy” -, exemplo que deverá seguido pelo dirigente do Kremlin.
O documento poderá, no máximo, voltar a congelar o conflito entre a Geórgia e a Rússia pelo controlo da Abkházia e da Ossétia do Sul, mas não servirá de base para resolver os problemas acumulados no “barril de pólvora” em que se transformou o Cáucaso.
Por isso, o combate entre os Estados Unidos e a Rússia vai continuar, desconhecendo-se, por enquanto, até onde poderá chegar. A julgar pela História, o despique poderá ir até ao ponto em que chegou durante a Crise das Caraíbas, em 1961. Na altura, Washington e Moscovo decidiram dar “marcha atrás” nas ameaças quando só faltava recorrer a armas nucleares, o que ameaçava por um ponto final na Humanidade.
Partindo do princípio, cada vez mais evidente, de que os Estados Unidos não conseguem realizar a sua política de “unipolaridade”, o confronto com a Rússia poderá não só dar origem a uma “multipolaridade”, mas também esgotar a força dos participantes da contenda, permitindo assim o reforço de outros “jogadores no xadrez mundial”.
Isto traz à memória a política do presidente chinês Mao, que era representada por uma luta entre dois tigres, enquanto que o macaco esperava, no cimo de uma árvore, o resultado do combate.
Salvo a guerra entre a China e o Vietname, nos anos 80 do século passado, Pequim não se envolveu em confrontos militares que a desviasse do objectivo da modernização do país. Ao contrário de Moscovo na Tchetchénia, os dirigentes chineses não esmagaram pela força das armas Taiwan, Macau e Hong-Kong, antes esperou (nos casos de Macau e Hong-Kong) e espera pacientemente (no que respeita ao Taiwan) do momento em que os problemas tenham solução pacífica.
Porém, os problemas étnicos no interior da China e a capacidade do Partido Comunista Chinês de controlar “a construção do capitalismo sob a capa do comunismo” são duas ameaças ao reforço desse país no campo internacional.
Um parêntesis em tempo de Jogos Olímpicos: a União Soviética ruiu cinco anos depois das Olímpiadas de Moscovo, mas isso pode não ter passado de uma coincidência.
Quanto à União Europeia, não se pode esperar muito dela, pois faz lembrar cada vez mais uma velha nobre, com as mãos carregadas de anéis cada vez menos valiosos, que pretende gozar uma “reforma calma e feliz”.
Só um forte abanão externo ou as “garotices” dos novos países da UE, ou seja, aquelas que estiveram na órbita soviética, poderão fazer a velha voltar à cruel realidade.
Moscovo volta a olhar o Velho Continente como mais um campo de batalha com os Estados Unidos, considerando que a velha nobre não pode viver sem gás para se aquecer e sem petróleo para o seu carro .
“Hoje, tem lugar uma pressão monstruosa, louca dos EUA nos governos da Europa e na direcção da União Europeia. A Rússia, no fundo, combate contra a América pela Europa”, considera Gleb Pavlovski, politólogo pró-Kremlin.
Esperemos só que o Kremlin não comece a distribuir passaportes russos entre os cidadãos da UE, como fez na Abkházia e na Ossétia do Sul, e depois envie tropas para os proteger.
Delírio louco! Talvez, mas o mundo dá cada volta...
Publicada por Jose Milhazes em 00:54 8 comentários
Vitor mango
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Quem vai ganhar com um novo confronto entre a Rússia e os Estados Unidos ? Empty Re: Quem vai ganhar com um novo confronto entre a Rússia e os Estados Unidos ?

Mensagem por Vitor mango Sáb Ago 16, 2008 9:33 am

eis os comentarios anexados
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"Quem vai ganhar com um novo confronto entre a Rússia e os Estados Unidos ?"
8 Comentários - Mostrar mensagem original Fechar comentários

Blogger Fernanda Valente disse...

Esta é uma óptima análise do que se está a passar na região do Cáucaso.

11:21
Anónimo Dalila disse...

Ninguem pode ganhar com um confronto destas duas potencias nucleares,nem eles nem os restantes seres humanos deste Mundo.Os paises da UE tem de ter uma politica própria e não alinhar com qualquer dos lados,e tentar resolver pela via diplomática os diferendos e nunca apoiar este despique que não tras nenhum beneficio aos povos europeus,russos e americano.A pretensão de um Mundo unipolar só pode caber na cabecinha de gente incapaz de perceber que no Mundo de hoje vão surgindo potencias regionais que tem de ser levadas em linha de conta,temos a China,a India,o Brasil.

12:35
Anónimo Anónimo disse...

Lá que é um confronto absurdo é, mas quem começou foi o Presidente da Geórgia. Quanto à piadinha da distribuição de passaportes russos aos cidadão europeus, é de tão baixo nível que nem parece vinda do José Milhazes. Como o José sabe muito bem, esses passaportes são facultados aos cidadãos das ex républicas da URSS e são os cidadãos que os solicitam, tenho vários amigos de diversas nacionalidades da ex URSS que têm dupla nacionalidade sendo que, uma é a da républica de origem e a outra é Russa, todos eles pediram essa dupla nacionalidade e foi-lhes concedida. Por outro lado, tenho uma amiga Ucraniana que também pediu a nacionalidade russa mas esta não lhe foi concedida. Há varias pessoas que graças à sua dupla nacionalidade conseguiram fugir à máfia na Ucrânia, uma dessas pessoas viu o pai e a mãe morrerem às mãos da máfia e foi graças à sua dupla nacionalidade que consegiu sobreviver.

13:23
Anónimo Diana Patricia disse...

Fala da Europa mais precisamente da UE como se fosse uma entidade que como diz o povo é uma Maria vai com as outras.As suas desconfianças em relação á Rússia parece não ser compartilhada pelos Dirigentes da UE.Não sei se gostaria que a UE e os EUA pegassem em armas para combater a temivel Rússia.A UE não está á venda nem em leilão portanto tem a sua posição própia sobre este conflito.Talvez que esta posição não seja do agrado do Presidente da Geórgia,mas eles nem a UE pertencem e se alguem lhes fez promessas de apoio nesta aventura que levou a cabo não foi a UE de certeza.Não lhe parece estranho que os dirigentes europeus e até o 1º ministro da Turquia tenham ido a Moscovo e á Geórgia e que a enviada dos EUA só tenha ido á Geórgia.

13:31
Blogger Jose Milhazes disse...

Caro leitor anónimo, a Rússia distribui a molhos passaportes na Ossétia do Sul e da Abkházia, mas vá perguntar aos russos que vivem na Turcoménia e passaram e passam por grandes dificuldades se a eles lhes foi concedida a cidadania russa. Pergunte a muitos outros russos que vivem fora da Rússia se é fácil ou não receber a cidadania russa.

13:49
Anónimo Nuno Bento disse...

Em tempo de paz, a Rússia dos negócios pôs um pé no mercado energético europeu, açambarcou a industria da siderurgia americana, fez projectos de fabricas de GNL para fornecer os EUA, ameaçava encaminhar o gás para a China e para o Japão para limitar a diversificação energética da UE ... Ao mesmo tempo, o mundo politico perdia influência com a CEI e via a ameaça dos misseis e das tropas da NATO mais perto de Moscovo. Um pé atrás nos negócios, dois à frente no poder? (Parabéns ao J.Milhazes pelo esforço continuado para nos dar as novas mais frescas "Da Russia".)

14:53
Anónimo Pippo disse...

Caro José, é natural que os russos da Turcoménia não recebessem passaportes russos. O regime do Saparmurat Niazov era dos mais fechados do mundo, só comparável ao da Coreia do Norte, e o programa de "turcomenização" da população do país impunha, entre outras coisas, uma educação turcomena para todos, independentemente da sua origem étnica. Até as crianças russas eram obrigadas a ir para a escola vestidas com trajes tradicionais turcomanos.
Quanto à comparação entre a actuação da Rússia e da China no que diz respeito aos movimentos separatistas, tem razão, de facto a Chechénia foi destruída, ao passo que Hong Kong e Macau não o foram. Mas as situações nem sequer são comparáveis, e o José sabe disso.
Mas temos mais: Taiwan ainda é independente, com o apoio norte-americano, e não se sabe como a situação acabará. Se calhar ainda teremos uma bela guerra no Estreito da Formosa. E já agora, digo-lhe que a população taiwanesa original já quase não existe, foi devidamente "limpa" pelos chineses do continente.
Mas agora vamos ao outro grande termo de comparação com a Chechénia: o Tibete. No Tibete, ao conrário da Chechénia, não vivem guerrilheiros fanáticos que decapitam prisioneiros de guerra em frente a câmaras de vídeo (lembra-lhe algo?); no Tibete não há criminalidade ligada ao tráfico de droga; do Tibete não saem terroristas que vão para o Afeganistão ou para o Iraque. E contudo, no Tibete assiste-se a um genocídio que dura desde 1959.
A autora do morticínio? Não, não é a malandra da Rússia, é a pacífica China, que pacificamente caminha para o progresso.
E por fim, posso dizer-lhe que ainda não começamos a assistir à novela do Xinjiang Uigur. Aí a coisas irão aquecer. Os conflitos étnico-religiosos já têm mais de um século e mais cedo ou mais tarde os chineses Han irão tratar da saúde aos turcos uigures, com o Cazaquistão e a Rússia a assistirem de bancada.

14:54
Anónimo Pippo disse...

Mas quanto aos ganhadores deste e dos outros confrontos EUA vs Rússia, sem dúvida que o principal beneficiário vai ser a China, que sem se envolver em confrontos sérios (pelo menos para já) se atarefa a construir o seu império económico, apesar de já estar a enfrentar dificuldades ao nível energético, ambiental e social.
A China já controla todo o comércio do SE asiático, e a Ásia está a consumir cada vez mais hidrocarbonetos. A China já tem vários consórcios de exploração e transporte de petróleo na Ásia Central e não me expantaria que ela conseguisse arrancar um pedaço do bolo no Cáspio.

A intervenção norte-americana na Geórgia tornou este país numa ameaça, e só a sua neutralização a pode defender. Ora, a UE, que poderia ser a principal beneficiária do conflito osseto-georgiano, não tem capacidade para preencher o vácuo de apoio e confiança deixado pelos EUA e tornar a Geórgia num país neutral relativamente à Rússia, tomando desta forma o controlo do petróleo que passa pelo país. Isto deve-se, entre outras coisas, ao facto da UE ser formada por vários países, ao contrário da Rússia ou dos EUA, e pelo acto da UE ainda não se ter sequer definido no plano interno. A UE não sabe se é uma união económica ou política; se uma nião, uma federação ou uma confederação; se um "clube cristão" ou um clube "for all"... Com tais indefinições, como pode ela ter uma política extarna comum e consequente?

15:24
Vitor mango
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