Regicídio: Romagem às campas de Buíça e Costa com críticas a exclusão do centenário da República

Regicídio: Romagem às campas de Buíça e Costa com críticas a exclusão do centenário da República



A Associação Promotora do Livre Pensamento (APLP) promove domingo uma romagem às campas dos autores do regicídio, em 1908, lamentando que as comemorações do Centenário da República ignorem o contributo de Buíça e Costa para o fim da monarquia.

Pelo terceiro ano consecutivo, esta romagem anual visa dar continuidade às que se registaram logo após o regicídio e que terão juntado largos milhares de pessoas junto às campas de Manuel dos Reis Buíça e Alfredo Luís Costa, os homens que, a 01 de Fevereiro de 1908, mataram o rei Dom Carlos e o príncipe Luís Filipe.

Contudo, nos últimos anos têm sido poucos os participantes na romagem ao cemitério do Alto S. João, em Lisboa, saldando-se em poucas dezenas de pessoas.

O presidente da APLP, Luís Vaz, que preside à romagem, não se revela preocupado com a quantidade de participantes e garante que este acto é uma forma de recordar "o legítimo direito à indignação que estes cidadãos [Buíça e Costa] sentiram e que hoje esta Associação respeita, promove e continua a propalar".

A associação convida todos os cidadãos a participar na romagem, principalmente os que têm "princípios libertários, a acções tendentes à construção de uma Pátria sem opressões classicistas, moderna e voltada para o futuro, construída por Homens Livres, coerentes e firmes nas suas convicções".

A romagem realiza-se a 31 de Janeiro, véspera da efeméride, e foi escolhida por corresponder ao "momento em que todos os actores dos factos ocorridos se encontravam vivos e aptos a modificarem as suas opções".

A abertura oficial das comemorações do Centenário está marcada para 31 de Janeiro, no Porto, e conta com a presença do Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, havendo já actividades no dia anterior, 30 de Janeiro.