República/100 anos: Assassinado há 45 anos o "republicano nato" que não deixaram demitir Salazar
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República/100 anos: Assassinado há 45 anos o "republicano nato" que não deixaram demitir Salazar
República/100 anos: Assassinado há 45 anos o "republicano nato" que não deixaram demitir Salazar
Por Helena Marteleira, da Agência Lusa
"Republicano nato", apoiante do golpe de Estado que instaura a ditadura militar e opositor ao Estado Novo consciente de que a "democracia tem muitos defeitos", Humberto Delgado foi assassinado há 45 anos.
Frederico Delgado Rosa, neto e biógrafo de Humberto Delgado, descreve à Lusa o percurso do "General Sem Medo" - que prometeu demitir Salazar se fosse eleito Presidente da República - sem recear contradições porque, frisou, os valores que o unem são os republicanos: Liberdade, Justiça Social e Progresso.
Assassinado pela PIDE a 13 de fevereiro de 1965, na localidade fronteiriça espanhola Villanueva del Fresno, Humberto Delgado "era muito sensível às questões de injustiça social e de repressão" e "o estado de convulsão política e económica da I República" justificaram o seu apoio ao golpe de 28 de maio de 1926, argumenta o neto.
"Para ele, a ditadura era uma coisa provisória", mas que abriu caminho à subida a presidente do Conselho de António Oliveira Salazar alguns anos depois, criando um regime que só terminou a 25 de abril de 1974.
O biógrafo sublinha: "Ele considerou-se sempre um homem das esquerdas, de valores liberais, e foi justamente à medida que foi tomando consciência de que a ditadura se estava a eternizar no pior dos sentidos, no sentido da repressão do povo, das liberdades fundamentais e do empobrecimento das pessoas", que surgiu "a necessidade de regressar a um Portugal verdadeiramente republicano".
"Para ele, o Estado Novo não foi verdadeiramente uma II República", frisa.
O início da I República, em 1910, apanhou Humberto Delgado com quatro anos e meio, às cavalitas do pai - "republicano convicto" - e de bandeirinha verde e vermelha na mão, na Praça da Liberdade, no Porto, onde estava concentrada a multidão que aguardava a proclamação do novo regime.
Frederico Delgado Rosa relata que este episódio de infância fará Humberto Delgado afirmar, com humor, que é um "republicano nato" e - realça - "durante toda a sua vida e todo o seu percurso de combate à ditadura, o imaginário republicano esteve sempre presente".
Um exemplo? A tentativa de ocupação do quartel de Beja, a 01 de janeiro de 1962, afirma Frederico Delgado Rosa, promovida pelo também candidato às eleições presidenciais de 1958, "foi a única revolta militar verdadeiramente percursora do 25 de abril".
E Humberto Delgado, afirma, "comparou-a com o 31 de janeiro de 1891, a revolta percursora da República".
Mas, ressalva Frederico Delgado Rosa, "isto não deve ser entendido no sentido de um antimonarquismo visceral, porque os valores da República estão muito mais para além disso. Tem a ver com ideais de Liberdade, Justiça Social, Progresso".
Instado a comparar, Frederico Delgado Rosa não hesita: ideais que também se associam à Democracia, que "pela sua própria natureza, tem muitos defeitos, tem muitas lutas intestinas, tem excessos" mas "não deixava de ser um ideal pelo qual se devia lutar", tal como a República, "sabendo que nunca poderá ser perfeita".
Por Helena Marteleira, da Agência Lusa
"Republicano nato", apoiante do golpe de Estado que instaura a ditadura militar e opositor ao Estado Novo consciente de que a "democracia tem muitos defeitos", Humberto Delgado foi assassinado há 45 anos.
Frederico Delgado Rosa, neto e biógrafo de Humberto Delgado, descreve à Lusa o percurso do "General Sem Medo" - que prometeu demitir Salazar se fosse eleito Presidente da República - sem recear contradições porque, frisou, os valores que o unem são os republicanos: Liberdade, Justiça Social e Progresso.
Assassinado pela PIDE a 13 de fevereiro de 1965, na localidade fronteiriça espanhola Villanueva del Fresno, Humberto Delgado "era muito sensível às questões de injustiça social e de repressão" e "o estado de convulsão política e económica da I República" justificaram o seu apoio ao golpe de 28 de maio de 1926, argumenta o neto.
"Para ele, a ditadura era uma coisa provisória", mas que abriu caminho à subida a presidente do Conselho de António Oliveira Salazar alguns anos depois, criando um regime que só terminou a 25 de abril de 1974.
O biógrafo sublinha: "Ele considerou-se sempre um homem das esquerdas, de valores liberais, e foi justamente à medida que foi tomando consciência de que a ditadura se estava a eternizar no pior dos sentidos, no sentido da repressão do povo, das liberdades fundamentais e do empobrecimento das pessoas", que surgiu "a necessidade de regressar a um Portugal verdadeiramente republicano".
"Para ele, o Estado Novo não foi verdadeiramente uma II República", frisa.
O início da I República, em 1910, apanhou Humberto Delgado com quatro anos e meio, às cavalitas do pai - "republicano convicto" - e de bandeirinha verde e vermelha na mão, na Praça da Liberdade, no Porto, onde estava concentrada a multidão que aguardava a proclamação do novo regime.
Frederico Delgado Rosa relata que este episódio de infância fará Humberto Delgado afirmar, com humor, que é um "republicano nato" e - realça - "durante toda a sua vida e todo o seu percurso de combate à ditadura, o imaginário republicano esteve sempre presente".
Um exemplo? A tentativa de ocupação do quartel de Beja, a 01 de janeiro de 1962, afirma Frederico Delgado Rosa, promovida pelo também candidato às eleições presidenciais de 1958, "foi a única revolta militar verdadeiramente percursora do 25 de abril".
E Humberto Delgado, afirma, "comparou-a com o 31 de janeiro de 1891, a revolta percursora da República".
Mas, ressalva Frederico Delgado Rosa, "isto não deve ser entendido no sentido de um antimonarquismo visceral, porque os valores da República estão muito mais para além disso. Tem a ver com ideais de Liberdade, Justiça Social, Progresso".
Instado a comparar, Frederico Delgado Rosa não hesita: ideais que também se associam à Democracia, que "pela sua própria natureza, tem muitos defeitos, tem muitas lutas intestinas, tem excessos" mas "não deixava de ser um ideal pelo qual se devia lutar", tal como a República, "sabendo que nunca poderá ser perfeita".
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