Levantamento inédito revela 57 mil imóveis israelenses na Cisjordânia
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Levantamento inédito revela 57 mil imóveis israelenses na Cisjordânia
Levantamento inédito revela 57 mil imóveis israelenses na Cisjordânia
O assentamento de Betar Illit, construído a oeste da barreira da
Cisjordânia, tem 37.287 habitantes. Esta foto aérea mostra o
assentamento em 2004. As fotos são do Instituto Macro.
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Imagem 1 de 6
Guila Flint
De Tel Aviv para a BBC Brasil
Um levantamento inédito realizado por um instituto de pesquisa
israelense revela que há pelo menos 57.309 imóveis de colonos ou do
governo israelenses nos territórios palestinos ocupados na Cisjordânia.
São
32.711 apartamentos, 22.997 casas, 187 shopping centers, 127 sinagogas,
717 instalações industriais, 15 salões de festas, 344 jardins de
infância e 211 escolas.
Cerca de 500 mil
cidadãos israelenses moram em assentamentos nos territórios ocupados,
300 mil deles na Cisjordânia e 200 mil em Jerusalém Oriental, que não
foi mapeada.
A pesquisa foi realizada pela
instituto de economia política Macro, que usou imagens de satélite pra
registrar todos os assentamentos.
Custos
De
acordo com o instituto, o custo direto da construção dos assentamentos
para o governo de Israel foi de cerca de US$ 17 bilhões – valor que não
inclui os gastos com a segurança dos complexos.
De
acordo com o diretor do instituto, Robi Nathanson, “a maioria dos
assentamentos é atrativa para os israelenses por razões econômicas”.
Em entrevista ao site de noticias do jornal Yediot Ahronot, Nathanson afirmou que “os governos de Israel criaram condições confortáveis para a colonização na Cisjordânia”.
Nathanson
explicou que os preços dos imóveis na Cisjordânia são “especialmente
baixos”, e os colonos desfrutam de “vias de acesso confortáveis para as
grandes cidades (de Israel) que lhes possibilitam trabalhar dentro das
fronteiras do Estado de Israel”.
Um
apartamento no grande bloco de assentamentos de Gush Etzion, a apenas
15 minutos de Jerusalém, pode custar menos de um quarto de preço de um
apartamento semelhante na cidade.
A razão
para o custo bem mais baixo dos imóveis nesses locais é o valor do
terreno - que é considerado o componente mais caro no custo dos imóveis
em Israel, pela alta densidade populacional.
Outra
razão para o preço baixo são os amplos subsídios dados pelo governo
israelense à construção na Cisjordânia, como parte de uma política de
estímulo para que os cidadãos israelenses se mudem para lá.
As estradas asfaltadas que servem os colonos cobrem uma área de 1,02 milhão de metros quadrados.
Barreira
Os
pesquisadores também afirmam que, desde 2004, o governo de Israel
passou a dar preferência à construção de assentamentos que ficam do
lado oeste da barreira israelense na Cisjordânia, de acordo com o
plano, já manifestado desde o governo do ex-primeiro ministro Ariel
Sharon, de anexar esses territórios a Israel.
Nos
últimos seis anos, assentamentos do lado leste da barreira receberam
menos investimentos por parte do governo, pois de acordo com a
avaliação das lideranças israelenses, esses territórios provavelmente
serão devolvidos aos palestinos quando houver um acordo de paz.
A
barreira construída por Israel na Cisjordânia, formada por muros e
cercas, tem um traçado que atravessa o território palestino, anexando,
na prática, cerca de 15% das terras ao lado israelense.
De
acordo com o governo israelense a barreira não foi construída para
anexar terras mas sim por razões de segurança e para impedir a entrada
de homens-bomba palestinos no território israelense.
O
Conselho da Judeia e Samaria, principal organização que representa os
colonos, acusou o instituto Macro de ser “um grupo de esquerda
não-confiável”.
De acordo com porta-vozes do Macro, “trata-se de um instituto acadêmico, apolítico e independente”.
O assentamento de Betar Illit, construído a oeste da barreira da
Cisjordânia, tem 37.287 habitantes. Esta foto aérea mostra o
assentamento em 2004. As fotos são do Instituto Macro.
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Guila Flint
De Tel Aviv para a BBC Brasil
Um levantamento inédito realizado por um instituto de pesquisa
israelense revela que há pelo menos 57.309 imóveis de colonos ou do
governo israelenses nos territórios palestinos ocupados na Cisjordânia.
São
32.711 apartamentos, 22.997 casas, 187 shopping centers, 127 sinagogas,
717 instalações industriais, 15 salões de festas, 344 jardins de
infância e 211 escolas.
Cerca de 500 mil
cidadãos israelenses moram em assentamentos nos territórios ocupados,
300 mil deles na Cisjordânia e 200 mil em Jerusalém Oriental, que não
foi mapeada.
A pesquisa foi realizada pela
instituto de economia política Macro, que usou imagens de satélite pra
registrar todos os assentamentos.
Custos
De
acordo com o instituto, o custo direto da construção dos assentamentos
para o governo de Israel foi de cerca de US$ 17 bilhões – valor que não
inclui os gastos com a segurança dos complexos.
De
acordo com o diretor do instituto, Robi Nathanson, “a maioria dos
assentamentos é atrativa para os israelenses por razões econômicas”.
Em entrevista ao site de noticias do jornal Yediot Ahronot, Nathanson afirmou que “os governos de Israel criaram condições confortáveis para a colonização na Cisjordânia”.
Nathanson
explicou que os preços dos imóveis na Cisjordânia são “especialmente
baixos”, e os colonos desfrutam de “vias de acesso confortáveis para as
grandes cidades (de Israel) que lhes possibilitam trabalhar dentro das
fronteiras do Estado de Israel”.
Um
apartamento no grande bloco de assentamentos de Gush Etzion, a apenas
15 minutos de Jerusalém, pode custar menos de um quarto de preço de um
apartamento semelhante na cidade.
A razão
para o custo bem mais baixo dos imóveis nesses locais é o valor do
terreno - que é considerado o componente mais caro no custo dos imóveis
em Israel, pela alta densidade populacional.
Outra
razão para o preço baixo são os amplos subsídios dados pelo governo
israelense à construção na Cisjordânia, como parte de uma política de
estímulo para que os cidadãos israelenses se mudem para lá.
As estradas asfaltadas que servem os colonos cobrem uma área de 1,02 milhão de metros quadrados.
Barreira
Os
pesquisadores também afirmam que, desde 2004, o governo de Israel
passou a dar preferência à construção de assentamentos que ficam do
lado oeste da barreira israelense na Cisjordânia, de acordo com o
plano, já manifestado desde o governo do ex-primeiro ministro Ariel
Sharon, de anexar esses territórios a Israel.
Nos
últimos seis anos, assentamentos do lado leste da barreira receberam
menos investimentos por parte do governo, pois de acordo com a
avaliação das lideranças israelenses, esses territórios provavelmente
serão devolvidos aos palestinos quando houver um acordo de paz.
A
barreira construída por Israel na Cisjordânia, formada por muros e
cercas, tem um traçado que atravessa o território palestino, anexando,
na prática, cerca de 15% das terras ao lado israelense.
De
acordo com o governo israelense a barreira não foi construída para
anexar terras mas sim por razões de segurança e para impedir a entrada
de homens-bomba palestinos no território israelense.
O
Conselho da Judeia e Samaria, principal organização que representa os
colonos, acusou o instituto Macro de ser “um grupo de esquerda
não-confiável”.
De acordo com porta-vozes do Macro, “trata-se de um instituto acadêmico, apolítico e independente”.
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