PÁSCOA 2010
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PÁSCOA 2010
Feliz Páscoa para todos os vagueantes e amigos deste fórum, com muitas amêndoas e toda a felicidade do mundo!
Última edição por João Ruiz em Qua Mar 31, 2010 12:27 pm, editado 1 vez(es)
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Joao Ruiz- Pontos : 32035
GNR reforça patrulhamento a partir das 00:00 de hoje
GNR reforça patrulhamento a partir das 00:00 de hoje
por Lusa
Hoje
A GNR vai reforçar o patrulhamento nas estradas portuguesas a partir de quinta feira no âmbito da Operação Páscoa e vai mobilizar diariamente 1600 militares e 780 patrulhas, disse hoje à Lusa fonte da corporação.
O capitão Tenente Figueiredo adiantou que a Operação Páscoa tem início às 00:00 de quinta feira e prolonga-se até às 24:00 de domingo, sendo orientada para a "acção de vigilância e fiscalização nas vias mais criticas" de todo o país.
Segundo João Figueiredo, a GNR vai dar atenção a todas as vias do país, mas estará "particularmente atenta" aos "grandes itinerários".
Nos próximos quatro dias, a GNR vai empenhar por dia, em média, 1600 militares, o que se traduz em 780 patrulhas e 740 viaturas, além de 800 aparelhos de controlo do álcool e 27 de velocidade, sublinhou João Figueiredo.
A Guarda Nacional Republicana prevê que os períodos "mais críticos" sejam a tarde de quinta feira e a manhã de sexta, prevendo-se ainda trânsito intenso para a tarde de domingo no regresso do fim de semana prolongado.
Na Operação Páscoa, a GNR dará "particular atenção" aos comportamentos dos condutores com uma condução agressiva, nomeadamente os que cometerem infracções graves e muito graves, colocando em causa a sua segurança e a de terceiros.
Também será objecto de controlo a velocidade, o excesso de álcool e as substâncias estupefacientes ou psicotrópicas, uso de cintos de segurança e/ou sistemas de retenção nos bancos dianteiros e traseiros, utilização indevida de auscultadores sonoros e aparelhos radiotelefónicos, estado de conservação dos pneus, falta de seguro e inspecção periódica obrigatória.
Na Operação Páscoa do ano passado, a GNR registou, durante quatro dias, 1040 acidentes, três vítimas mortais, 22 feridos graves e 312 feridos ligeiros.
Paralelamente, a GNR também participa, entre as 00:00 e as 06:00 de quinta feira, numa operação de fiscalização em conjunto com a PSP, numa iniciativa do Ministério da Administração Interna.
O capitão João Figueiredo adiantou que a operação conjunta, de âmbito nacional, tem como alvos a fiscalização rodoviária, combate à criminalidade, detecção de mercadorias ilegais e estupefacientes, além do controlo de armas e explosivos.
In DN
por Lusa
Hoje
A GNR vai reforçar o patrulhamento nas estradas portuguesas a partir de quinta feira no âmbito da Operação Páscoa e vai mobilizar diariamente 1600 militares e 780 patrulhas, disse hoje à Lusa fonte da corporação.
O capitão Tenente Figueiredo adiantou que a Operação Páscoa tem início às 00:00 de quinta feira e prolonga-se até às 24:00 de domingo, sendo orientada para a "acção de vigilância e fiscalização nas vias mais criticas" de todo o país.
Segundo João Figueiredo, a GNR vai dar atenção a todas as vias do país, mas estará "particularmente atenta" aos "grandes itinerários".
Nos próximos quatro dias, a GNR vai empenhar por dia, em média, 1600 militares, o que se traduz em 780 patrulhas e 740 viaturas, além de 800 aparelhos de controlo do álcool e 27 de velocidade, sublinhou João Figueiredo.
A Guarda Nacional Republicana prevê que os períodos "mais críticos" sejam a tarde de quinta feira e a manhã de sexta, prevendo-se ainda trânsito intenso para a tarde de domingo no regresso do fim de semana prolongado.
Na Operação Páscoa, a GNR dará "particular atenção" aos comportamentos dos condutores com uma condução agressiva, nomeadamente os que cometerem infracções graves e muito graves, colocando em causa a sua segurança e a de terceiros.
Também será objecto de controlo a velocidade, o excesso de álcool e as substâncias estupefacientes ou psicotrópicas, uso de cintos de segurança e/ou sistemas de retenção nos bancos dianteiros e traseiros, utilização indevida de auscultadores sonoros e aparelhos radiotelefónicos, estado de conservação dos pneus, falta de seguro e inspecção periódica obrigatória.
Na Operação Páscoa do ano passado, a GNR registou, durante quatro dias, 1040 acidentes, três vítimas mortais, 22 feridos graves e 312 feridos ligeiros.
Paralelamente, a GNR também participa, entre as 00:00 e as 06:00 de quinta feira, numa operação de fiscalização em conjunto com a PSP, numa iniciativa do Ministério da Administração Interna.
O capitão João Figueiredo adiantou que a operação conjunta, de âmbito nacional, tem como alvos a fiscalização rodoviária, combate à criminalidade, detecção de mercadorias ilegais e estupefacientes, além do controlo de armas e explosivos.
In DN
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Joao Ruiz- Pontos : 32035
40 pessoas detidas em acção articulada de GNR e PSP
40 pessoas detidas em acção articulada de GNR e PSP
por DN.pt com Lusa
Hoje
A GNR e a PSP detiveram 40 pessoas, esta madrugada, e apreenderam 62 viaturas durante a operação "Sistina", a primeira acção nacional de grande envergadura articulada e simultânea das duas forças policiais para prevenção de infracções rodoviárias e criminalidade em geral.
A acção conjunta decorreu entre as 00:00 e as 06:00 de hoje, integrando-se na Operação Páscoa, que as forças policiais têm no terreno até segunda feira.
"É uma operação determinada pelo Ministério da Administração Interna, em estreita colaboração com a GNR, que visa essencialmente a prevenção criminal e contraordenacional nesta época festiva", sintetizou o subcomissário Daniel Oliveira, da PSP/Porto.
No distrito do Porto a GNR mobilizou 70 militares e 23 viaturas, enquanto que a PSP destacou para as fiscalizações 130 agentes e 30 viaturas.
A GNR enviou para o terreno efectivo dos destacamentos territorial, de trânsito, de acção fiscal e de intervenção, para além de efectivo do Núcleo de Investigação Criminal e de dois cães-polícias, o Tito, especializado na detecção de droga e o Scooby, que detecta explosivos, explicou o tenente Nuno Alves, daquela força policial.
Por sua vez, a PSP mobilizou agentes da Divisão de Trânsito, esquadras territoriais, Divisão de Investigação Criminal e Corpo de Intervenção, contou o subintendente Coelho de Moura.
Faria Guimarães e Marquês, no Porto, Póvoa de Varzim, Matosinhos, Vila do Conde e Gaia foram as áreas que a PSP privilegiou na sua actuação, enquanto que a GNR fechou a autoestrada 28, em Modivas, Vila do Conde, no sentido norte-sul, desviando o trânsito para o interior de uma área de serviço, para fiscalizar todas as viaturas.
Outro posto de fiscalização foi instalado junto ao nó de Coimbrões, Gaia, classificado como "ponto negro" pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária.
O balanço nacional da operação será feito ainda hoje pelo Comando Geral da GNR e pela Direcção Nacional da PSP.
No Porto, ao final da primeira hora da operação Sistina, a PSP ainda não havia ainda ocorrências de relevo, de acordo com o subcomissário Daniel Oliveira.
Ao termo da segunda hora de fiscalizações, a GNR registava alguns casos de condução em excesso de velocidade e um de posse de droga, conforme explicou o tenente Silva Lopes, do Destacamento de Trânsito do Porto.
Os automobilistas dividiram-se entre a compreensão e as críticas à multiplicidade de postos de controlo montados pelas forças policiais.
"Fui abordado há pouco em Viana do Castelo e já estou aqui [em Modivas] outra vez parado por ordem policial", queixou-se à Lusa Carlos Silva, um automobilista do Alto Minho que se dirigia ao Porto.
Também controlado por duas vezes, na fronteira de Valença e em Modivas, foi um grupo de jovens galegos que se dirigia ao Algarve na despedida de solteiro de um deles.
"Não há problemas. Entendo", disse Domingues Martin, um desses jovens.
No Porto, o condutor Manuel Fernandes também aceitou de bom grado a fiscalização policial a que foi sujeito porque - disse - "hoje em dia há muita condução agressiva
In DN
por DN.pt com Lusa
Hoje
A GNR e a PSP detiveram 40 pessoas, esta madrugada, e apreenderam 62 viaturas durante a operação "Sistina", a primeira acção nacional de grande envergadura articulada e simultânea das duas forças policiais para prevenção de infracções rodoviárias e criminalidade em geral.
A acção conjunta decorreu entre as 00:00 e as 06:00 de hoje, integrando-se na Operação Páscoa, que as forças policiais têm no terreno até segunda feira.
"É uma operação determinada pelo Ministério da Administração Interna, em estreita colaboração com a GNR, que visa essencialmente a prevenção criminal e contraordenacional nesta época festiva", sintetizou o subcomissário Daniel Oliveira, da PSP/Porto.
No distrito do Porto a GNR mobilizou 70 militares e 23 viaturas, enquanto que a PSP destacou para as fiscalizações 130 agentes e 30 viaturas.
A GNR enviou para o terreno efectivo dos destacamentos territorial, de trânsito, de acção fiscal e de intervenção, para além de efectivo do Núcleo de Investigação Criminal e de dois cães-polícias, o Tito, especializado na detecção de droga e o Scooby, que detecta explosivos, explicou o tenente Nuno Alves, daquela força policial.
Por sua vez, a PSP mobilizou agentes da Divisão de Trânsito, esquadras territoriais, Divisão de Investigação Criminal e Corpo de Intervenção, contou o subintendente Coelho de Moura.
Faria Guimarães e Marquês, no Porto, Póvoa de Varzim, Matosinhos, Vila do Conde e Gaia foram as áreas que a PSP privilegiou na sua actuação, enquanto que a GNR fechou a autoestrada 28, em Modivas, Vila do Conde, no sentido norte-sul, desviando o trânsito para o interior de uma área de serviço, para fiscalizar todas as viaturas.
Outro posto de fiscalização foi instalado junto ao nó de Coimbrões, Gaia, classificado como "ponto negro" pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária.
O balanço nacional da operação será feito ainda hoje pelo Comando Geral da GNR e pela Direcção Nacional da PSP.
No Porto, ao final da primeira hora da operação Sistina, a PSP ainda não havia ainda ocorrências de relevo, de acordo com o subcomissário Daniel Oliveira.
Ao termo da segunda hora de fiscalizações, a GNR registava alguns casos de condução em excesso de velocidade e um de posse de droga, conforme explicou o tenente Silva Lopes, do Destacamento de Trânsito do Porto.
Os automobilistas dividiram-se entre a compreensão e as críticas à multiplicidade de postos de controlo montados pelas forças policiais.
"Fui abordado há pouco em Viana do Castelo e já estou aqui [em Modivas] outra vez parado por ordem policial", queixou-se à Lusa Carlos Silva, um automobilista do Alto Minho que se dirigia ao Porto.
Também controlado por duas vezes, na fronteira de Valença e em Modivas, foi um grupo de jovens galegos que se dirigia ao Algarve na despedida de solteiro de um deles.
"Não há problemas. Entendo", disse Domingues Martin, um desses jovens.
No Porto, o condutor Manuel Fernandes também aceitou de bom grado a fiscalização policial a que foi sujeito porque - disse - "hoje em dia há muita condução agressiva
In DN
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Amigos?Longe! Inimigos? O mais perto possível!
Joao Ruiz- Pontos : 32035
Palestinos dizem que Páscoa na Terra Santa não é mais o que era
Palestinos dizem que Páscoa na Terra Santa não é mais o que era
Plantão | Publicada em 01/04/2010 às 13h05m
Reuters/Brasil Online
Por Tom Perry
JERUSALÉM, 1o de abril, 10h30 (Reuters) - Quando era menino e vivia em Jerusalém, Yacoub Dahdal via cristãos vindos de toda parte do Oriente Médio convergirem sobre a cidade na Semana Santa, para percorrerem os passos de Jesus.
Milhares deles se hospedavam nas casas de moradores da cidade. Muitos partiam tendo se tornado padrinhos de recém-nascidos em Jerusalém, batizados durante a Semana Santa.
"Era uma festa religiosa em todos os sentidos do termo", disse Dahdal, 72 anos, que é membro sênior da comunidade cristã palestina de Jerusalém. "Os egípcios vinham de trem; os libaneses e sírios, de ônibus."
"Imagine que quando você estava na Cidade Velha, ouvia todos os tipos de sotaques diferentes misturados -libaneses, jordanianos, egípcios, sírios. Era uma verdadeira alegria."
Hoje, reflete Dahdal, o ambiente na cidade na Páscoa é muito diferente. A tensão é mais aparente que a espiritualidade.
A casa em que Dahdal nasceu, no bairro muçulmano da Cidade Velha, a pouca distância a pé da Primeira Estação da Cruz, hoje é adornada com bandeiras israelenses e habitada por colonos judeus que se mudaram para lá depois de Israel ter capturado Jerusalém oriental, na guerra de 1967.
Desde aquele conflito, o fluxo de peregrinos vindos de países árabes vizinhos secou. Síria e Líbano continuam em estado de guerra com Israel. Poucos egípcios ou jordanianos viajam a Jerusalém, apesar de seus governos estarem em paz com o Estado judaico.
Peregrinos cristãos ainda vão passar a Páscoa em Jerusalém, vindos da Alemanha, Peru ou Rússia, como turistas em uma visita feita uma vez na vida e para os quais as restrições impostas por Israel passam em grande medida despercebidas, excetuando o fato evidente de que a polícia parece estar presente em cada esquina.
Mas o número de peregrinos palestinos caiu para uma fração do nível anterior. Os cristãos locais avisam que tradições seculares correm o risco de desaparecer.
Eles dizem que as medidas de segurança israelenses obstruíram seu acesso a Jerusalém e seus lugares sagrados, dos quais o mais importante é a Igreja do Santo Sepulcro, reverenciado como o lugar da crucifixão e ressurreição de Jesus.
Um porta-voz da polícia israelense disse que milhares de peregrinos vêm à cidade todos os anos sem problemas. "Este ano é aguardado um número ainda maior. Ao mesmo tempo, a polícia israelense realiza os procedimentos normais de segurança que sempre são adotados nesta época do ano."
(Reportagem adicional de Ari Rabinovitch)
Plantão | Publicada em 01/04/2010 às 13h05m
Reuters/Brasil Online
Por Tom Perry
JERUSALÉM, 1o de abril, 10h30 (Reuters) - Quando era menino e vivia em Jerusalém, Yacoub Dahdal via cristãos vindos de toda parte do Oriente Médio convergirem sobre a cidade na Semana Santa, para percorrerem os passos de Jesus.
Milhares deles se hospedavam nas casas de moradores da cidade. Muitos partiam tendo se tornado padrinhos de recém-nascidos em Jerusalém, batizados durante a Semana Santa.
"Era uma festa religiosa em todos os sentidos do termo", disse Dahdal, 72 anos, que é membro sênior da comunidade cristã palestina de Jerusalém. "Os egípcios vinham de trem; os libaneses e sírios, de ônibus."
"Imagine que quando você estava na Cidade Velha, ouvia todos os tipos de sotaques diferentes misturados -libaneses, jordanianos, egípcios, sírios. Era uma verdadeira alegria."
Hoje, reflete Dahdal, o ambiente na cidade na Páscoa é muito diferente. A tensão é mais aparente que a espiritualidade.
A casa em que Dahdal nasceu, no bairro muçulmano da Cidade Velha, a pouca distância a pé da Primeira Estação da Cruz, hoje é adornada com bandeiras israelenses e habitada por colonos judeus que se mudaram para lá depois de Israel ter capturado Jerusalém oriental, na guerra de 1967.
Desde aquele conflito, o fluxo de peregrinos vindos de países árabes vizinhos secou. Síria e Líbano continuam em estado de guerra com Israel. Poucos egípcios ou jordanianos viajam a Jerusalém, apesar de seus governos estarem em paz com o Estado judaico.
Peregrinos cristãos ainda vão passar a Páscoa em Jerusalém, vindos da Alemanha, Peru ou Rússia, como turistas em uma visita feita uma vez na vida e para os quais as restrições impostas por Israel passam em grande medida despercebidas, excetuando o fato evidente de que a polícia parece estar presente em cada esquina.
Mas o número de peregrinos palestinos caiu para uma fração do nível anterior. Os cristãos locais avisam que tradições seculares correm o risco de desaparecer.
Eles dizem que as medidas de segurança israelenses obstruíram seu acesso a Jerusalém e seus lugares sagrados, dos quais o mais importante é a Igreja do Santo Sepulcro, reverenciado como o lugar da crucifixão e ressurreição de Jesus.
Um porta-voz da polícia israelense disse que milhares de peregrinos vêm à cidade todos os anos sem problemas. "Este ano é aguardado um número ainda maior. Ao mesmo tempo, a polícia israelense realiza os procedimentos normais de segurança que sempre são adotados nesta época do ano."
(Reportagem adicional de Ari Rabinovitch)
Vitor mango- Pontos : 118178
Re: PÁSCOA 2010
Eles dizem que as medidas de segurança israelenses obstruíram seu acesso a Jerusalém e seus lugares sagrados, dos quais o mais importante é a Igreja do Santo Sepulcro, reverenciado como o lugar da crucifixão e ressurreição de Jesus.
Poderá ser uma das razões, mas não única.
É preciso ver que, hoje em dia, o acatamento dos preceitos religiosos já não é o mesmo e que muitos dos lugares considerados de peregrinação obrigatória, em época de comemorações religiosas, passaram há muito à condição de "com interesse histórico", pelo que as deslocações em massa deixaram de fazer sentido. Qualquer época é boa para visitá-los.
Além disso, em zona de guerra, todas as medidas de segurança. são bem-vindas.
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Joao Ruiz- Pontos : 32035
Os dias da passagem
Os dias da passagem
por FERNANDA CÂNCIO
Hoje
Vinho e pão sem fermento, argamassa doce, ervas amargas, ovos pintados, jejum, alimentos benzidos: a comida como história num labirinto de ritos. Da tradição judaica às dos vários cultos cristãos, passando por heranças ditas pagãs, como a que celebra o início da Primavera e evoca a deusa Eostra, a celebração pascal é polissémica.
"Vamos celebrar a Páscoa e quem passe e tenha fome que entre e coma." A frase dá início à celebração judaica da fuga do Egipto, aquela cujo nome hebraico, Pessach (passagem), foi tomado de empréstimo pela celebração cristã da morte e ressurreição de um messias que os judeus não reconhecem. Em casa dos Ruah, Maria e Joshua, em Lisboa, a porta do 11.º andar fica simbolicamente aberta, mesmo se é pouco provável alguém passar: "Isto é essencialmente uma festa da família e dos amigos e aquilo que prestigia mais isto é o facto de se convidarem as pessoas que não têm onde celebrar". Outra explicação é a da possibilidade de o profeta Elias vir sentar-se à mesa (onde fica sempre um lugar vago) para anunciar a chegada do Messias.
Faz-se a "bênção do vinho" e lê-se o Hagadah, "história" em hebraico. A história é da fuga e do seu comandante, Moisés, da travessia do Mar Vermelho, do pão que na pressa não levedou. "Uma história de liberdade", resume Joshua, citando outra das frases rituais: "Este ano somos escravos na terra do Egipto para o ano estaremos livres na terra de Israel". Em casa dos Ruah é ele, "o patriarca" (69 anos, a mesma idade da mulher Maria) que lê a história, recostado numa cadeira de braços. Na mesa, durante a leitura, além de cálices de vinho, um prato grande coberto com um pano de veludo alberga os alimentos rituais: ossos de cordeiro, pão ázimo (sem fermento, a matzah), ervas amargas (no caso, aipo), um doce com vários ingredientes que simboliza a argamassa da construção das pirâmides, e um ovo, "representando a contiguidade". O patriarca retira-os e mostra-os, um a um, enquanto narra. "E o mais novo faz perguntas sobre a comida: por que é que nos outros dias comemos coisas boas e doces e hoje comemos ervas amargas, porque é que nos outros dias comemos um pão fermentado e hoje comemos pão sem fermento. E o mais velho responde."
Joshua Ruah, cinco filhos ("Queria ter tido mais", comenta com uma gargalhada) e "só cinco netos até agora", cirurgião geral e urologista, um dos nomes mais conhecidos da comunidade judaica portuguesa, explica que este ano a celebração se iniciou na segunda-feira à noite, 29 de Março, e durará oito dias, até à próxima terça 6 de Abril. Os oito dias que dura a Páscoa na "diáspora", já que na terra que crêem prometida os judeus só celebram sete. "É por causa da incerteza que antes havia nas datas". Antes do jantar-cerimónia, passou na sinagoga para um ritual de uma hora - findo o qual se convidam os presentes, mesmo desconhecidos, que estejam sós e "não tenham para onde ir celebrar".
Em casa, na qual se esperavam nos dois primeiros dias da quadra mais de duas dezenas de convivas, ficou Maria, a presidir à simbologia comestível. Uma trabalheira, que começa nas compras, efectuadas em Madrid, onde a comunidade judaica é muito maior e os preços mais suaves permitem compensar a ida e volta. Vinho e carne (em tempos houve em Lisboa um talho que fazia o abate de acordo com as exigências judaicas, mas já não há e só se vende carne kasher congelada) vêm assim de Espanha. O pão ázimo, várias caixas, é encomendado num supermercado lisboeta. Depois é preciso cozinhar. No primeiro dia, o jantar é de acordo com a tradição asquenazi (judeus do norte, Polónia, Rússia, etc), da linha paterna de Maria; no segundo, sefardita, seguindo as receitas da casa de Joshua. "Na segunda feira tivemos almôndegas de peixe que se comem com uma raiz moída que chamamos rábano de cavalo, que se mistura com beterraba e vinagre e sal e açúcar. Esse picante, com o ligeiro adocicado das almôndegas, faz uma mistura muito agradável. Tivemos também canja de galinha com umas bolinhas feitas de farinha e frango estufado no forno com ervilhas, cenoura caramelizada e batatinha." Na terça, uma sopa de legumes que fica um dia ao lume a apurar e que, maravilha-se Maria, "neste dia não se desfaz, os legumes ficam inteirinhos, ninguém consegue explicar porquê", servida com coentros frescos picados, "mais almôndegas de carne com ervilhas, túbaras [trufas brancas] e fundos de alcachofra". Quanto ao doce que representa a "argamassa", o haroset, cada casa tem a sua receita. A de Maria é em cru e leva tâmaras, maçã reineta, banana, vinho, especiarias, nozes, amêndoas, tudo moído e bem misturado. Quilos e quilos porque "é para comer em dois dias".
A próxima refeição ritual - a terceira - é no último dia da Páscoa, ao pôr do sol. "Põe-se uma mesa muito bonita, com um peixe inteiro com escamas e tripa (normalmente um sável, porque é um peixe que aparece nesta altura, uma primícia). O peixe, que antigamente se cozinhava, o que implicava comer às tantas da manhã pelo que nos deixámos disso, simboliza a chegada ao pé do mar; coloca-se também uma taça com farinha, favas cruas e ovos (que representam a vida), um copo com mel, outro com azeite, e ouro - é uma mesa cheia de imagens metafóricas que tentam dar a ilusão daquilo que Moisés prometeu, uma terra de fartura." Quando as pessoas chegam, a dona da casa dá-lhes uma folhinha de alface com mel e deseja um ano doce e bom a todos (o ano judaico, calculado pelo calendário lunar, começa nesta altura). Depois, "tiram-se as coisas da mesa, põem-se os pratos, os copos e janta-se." E pronto, acaba-se a Páscoa judaica - até ao ano seguinte.
Correspondendo à fuga do Egipto, o Pessach legou o seu nome e datação à Páscoa cristã porque a morte do messias cristão, Jesus, ocorreu no segundo dia da celebração judaica. A última ceia, em que Jesus teria designado o pão não levedado e o vinho como sua carne e sangue, foi uma refeição ritual judaica. Por esse motivo, durante muito tempo as Páscoas coincidiram nos mesmo dias, calculados a partir do calendário lunar como ocorrendo no 14.º dia de Nissan (o primeiro mês desse calendário). Assim foi até que no ano 325 depois de Cristo um concílio convocado em Niceia (então grega, hoje uma cidade turca) alterou esse facto, ficando decidido que a celebração cristã ocorreria noutra data. Em carta, o imperador Constantino (o primeiro imperador romano a converter-se ao cristianismo e o responsável pela convocação do concílio), certifica que os cristão "não podem ter nada em comum com os judeus", cuja "companhia" designa como imprópria por "terem manchado as mãos com o mais horrível dos crimes". "É-nos verdadeiramente vergonhoso ouvirmo-los vangloriar-se de que, sem a sua orientação, não poderíamos guardar esta festa", conclui. Em concílios seguintes (Antioquia e Laodicea) os cristão foram proibidos de celebrar a Páscoa com os judeus, de observar o Shabbat (o dia de descanso semanal dos judeus, o sábado), de receber prendas de judeus e até de comer pão ázimo nos festejos judaicos - mesmo se a hóstia usada na comunhão católica é uma descendente directa do pão não levedado que Jesus teria partilhado na "última ceia".
A Páscoa ficou fixada em Niceia num domingo, "acertado" nesse concílio como o dia santo dos cristãos (em substituição do sábado), mas nem sempre "calha" no mesmo dia em todos os ritos cristãos: os católicos do rito oriental, por exemplo, fazem contas diferentes, assim como os cristãos ortodoxos (com os quais, aliás, têm grandes coincidências de tradição pascal); as testemunhas de Jeová, cuja mais importante data religiosa é a Comemoração da Morte de Cristo, usam o calendário lunar (o judaico, portanto) e celebraram-na na terça-feira dia 30.
Pedro Candeias, um dos episcopos (anciãos) da congregação (membros do sexo masculino escolhidos pelos anteriores anciãos e, segundo Candeias, "multifunções") explica: "O 14.º dia do mês de Nissan é a primeira lua nova na proximidade do equinócio da Primavera e nós seguimos exactamente a celebração que Jesus instituiu na reunião com os apóstolos, quando diz 'Fareis isto em memória de mim' e partilha o vinho e o pão não fermentado. As testemunhas de Jeová fazem como ele fez." Ao contrário dos judeus, dos cristãos ortodoxos e dos católicos (os primeiros só comem pão não levedado nesta época, os segundos abstêm-se de comer carne e, no caso dos ortodoxos, qualquer produto de origem animal, nos 40 dias anteriores ao dia fixado como sendo da ressurreição), as testemunhas de Jeová não fazem uma dieta especial nos dias anteriores à Páscoa: "Só lembramos o que Jesus fez por nós." O pão não fermentado e o vinho são passados entre os presentes numa cerimónia que ocorre depois do pôr do sol ("Sensivelmente 50 minutos depois das oito horas), mas ninguém come ou bebe: "Salvas com pão e um cálice de vinho puro passam de mão em mão apenas porque só os que fazem parte do grupo de 144 mil pessoas que vão governar a terra depois do Juízo Final podem partilhá-los. É uma indicação do Espírito Santo."
A passagem do pão e do vinho entre os fiéis, que também ocorre nas celebrações evangélicas da Páscoa, não é nessas congregações um exclusivo desta época, já que uma vez por mês, nestas igrejas, se passa o pão e o vinho em memória da última ceia. "Em termos de folclore, não somos muito folclóricos", certifica Fernando Soares Loja, um dos representantes da Comunidade Evangélica Portuguesa. "Na sexta à noite há uma celebração especial em que se celebra a última ceia. É um serviço religioso normal com cânticos e há a distribuição do pão e do vinho, igual à que se faz todos os meses." Não há qualquer refeição especial: "É um almoço perfeitamente normal o de domingo de Páscoa." Quanto ao jejum não é observado, explica, por fidelidade à interpretação evangélica das Escrituras: "Os fariseus perguntaram a Jesus por que é que os discípulos não jejuavam, e Ele respondeu, 'Enquanto o noivo está com os seus amigos, não é ocasião para tristezas'. Na nossa perspectiva, como Jesus ressuscita, não há razão para nos penitenciarmos e sofrermos. Ele já sofreu tudo por nós." As testemunhas de Jeová vão mais longe, pela voz de Pedro Candeias: "Não há nenhuma indicação das Escrituras para celebrar a ressurreição."
A ideia de uma vida que renasce, ou que se regenera, ligada (obviamente) à estação da abastança e fertilidade, a Primavera, e a proximidade da celebração pascal, até em termos de cálculo astronómico, com o equinócio primaveril, celebrado em várias culturas e religiões (se bem que nem sempre na mesma altura: os hindus por exemplo celebram a Primavera na festa Holi, que decorre em Fevereiro e consta do acender de uma grande fogueira e do lançar de pós coloridos sobre as pessoas, sendo comum seguir nessa altura uma alimentação exclusivamente vegetariana), justifica por exemplo que a palavra usada para denominar a Páscoa em inglês e alemão tenha a sua raiz na deusa Eostre, que em alemão antigo significa "deusa da aurora" e é uma figura ligada à fertilidade, à luz e ao renascer. A história de Eostre, ou Ostara, está associada a coelhos e ovos, que são o seu símbolo e que continuam a imperar na imagética da Páscoa ocidental, nomeadamente na sua versão de chocolate, que poderá ter a ver com o facto de o chocolate, ou cacau, aquando do seu surgimento na Europa, ter sido permitido, em bula papal, como um alimento adequado à época de jejum.
Parece haver também uma tradição chinesa e persa de relação da Primavera e da sua celebração com ovos e oferta dos mesmos. Entre os católicos do rito oriental e os cristãos ortodoxos, os ovos cozidos e decorados - quer com pinturas propriamente ditas (sobretudo na tradição romena) quer tingidos durante a cozedura através de vários métodos - são um elemento central na simbologia pascal. Durante os 40 dias anteriores ao sábado da celebração, os fiéis fazem uma dieta vegetariana, explicada pelo protopresbítero (ou arcipreste) Alexandre Bonito (dependente do patriarcado de Constantinopla) como "um tempo de reflexão e preparação espiritual, de partilha, de abdicar do supérfluo." Uma dieta em que ovos estão interditos. Mas "após a ressurreição há a tradição de comer ovos tingidos com tinta encarnada". Ovos que são abençoados na missa e comidos ali mesmo, segundo Bonito, que costuma oficiar em Caselas para uma plateia misturada de gregos, ucranianos, russos e portugueses.
A ucraniana Lyudmyla Buta, 54 anos, há sete em Portugal, habita em Odivelas mas é à igreja de Nossa Senhora da Oliveira ("emprestada pelo Patriarcado de Lisboa) na rua de São Julião, na Baixa de Lisboa, que costuma ir assistir ao culto, dirigido pelo padre Igor Nevinskyy, 32 anos, ucraniano como ela. A celebração inicia-se na sexta-feira (no caso, ontem) com uma missa à três da tarde. Hoje, sábado, a missa é nocturna e acaba de madrugada. No final, o sacerdote benze cestos de comida que os fiéis comem quando chegam a casa. O ritual, praticamente igual nos católicos do rito oriental, implica que nas cestas haja um pão especial da Páscoa, uma espécie de folar, carne (chouriço e lombo fumado), sal, manteiga, queijo (geralmente fresco) e os inevitáveis ovos. Lyudmyla, avessa a tintas, costuma usar casca de cebola para os colorir. Mas não os come na igreja. "Quando vamos para a missa não jantamos. No fim, voltamos para nossa casa, bebemos água abençoada, comemos a páscoa abençoada (o nome do bolo/pão confeccionado nesta altura, cuja receita Lyudmyla tem dificuldade e explicar, é "páscoa"), e o resto das coisas."
A missa em Portugal acaba às quatro da manhã, na Ucrânia dura a noite toda: "Lá é mesmo até às seis." A seguir à missa, os fiéis têm ainda de ajudar a arrumar a igreja, para que no dia seguinte, domingo de Páscoa, o padre católico possa rezar missa. "Assim como encontramos, deixamos", certifica Lyudmyla.
A quebra do jejum ocorre depois, antes da missa de domingo, às nove da manhã. Não são dias de dormir, os da festa mais importante para os cristãos ortodoxos . Desde 17 de Março sem comer produtos de origem animal, Lyudmyla assegura que não lhe custa, pelo contrário: "Como batatas, arroz, fruta, legumes. Aqui em Portugal é fácil, mais fácil que na minha terra, onde há menos fruta e legumes. São semanas em que pensamos na nossa vida e na dos nossos familiares e pedimos desculpa a todos. Pedimos perdão, prometemos viver em paz, não fazer mal a ninguém."
Uma purificação, um rito de passagem para renascer, melhor, mais justo, mais livre; uma comunhão com os outros e o mundo e a celebração da abundância e da luz. A vida: tão simples.
In DN
por FERNANDA CÂNCIO
Hoje
Vinho e pão sem fermento, argamassa doce, ervas amargas, ovos pintados, jejum, alimentos benzidos: a comida como história num labirinto de ritos. Da tradição judaica às dos vários cultos cristãos, passando por heranças ditas pagãs, como a que celebra o início da Primavera e evoca a deusa Eostra, a celebração pascal é polissémica.
"Vamos celebrar a Páscoa e quem passe e tenha fome que entre e coma." A frase dá início à celebração judaica da fuga do Egipto, aquela cujo nome hebraico, Pessach (passagem), foi tomado de empréstimo pela celebração cristã da morte e ressurreição de um messias que os judeus não reconhecem. Em casa dos Ruah, Maria e Joshua, em Lisboa, a porta do 11.º andar fica simbolicamente aberta, mesmo se é pouco provável alguém passar: "Isto é essencialmente uma festa da família e dos amigos e aquilo que prestigia mais isto é o facto de se convidarem as pessoas que não têm onde celebrar". Outra explicação é a da possibilidade de o profeta Elias vir sentar-se à mesa (onde fica sempre um lugar vago) para anunciar a chegada do Messias.
Faz-se a "bênção do vinho" e lê-se o Hagadah, "história" em hebraico. A história é da fuga e do seu comandante, Moisés, da travessia do Mar Vermelho, do pão que na pressa não levedou. "Uma história de liberdade", resume Joshua, citando outra das frases rituais: "Este ano somos escravos na terra do Egipto para o ano estaremos livres na terra de Israel". Em casa dos Ruah é ele, "o patriarca" (69 anos, a mesma idade da mulher Maria) que lê a história, recostado numa cadeira de braços. Na mesa, durante a leitura, além de cálices de vinho, um prato grande coberto com um pano de veludo alberga os alimentos rituais: ossos de cordeiro, pão ázimo (sem fermento, a matzah), ervas amargas (no caso, aipo), um doce com vários ingredientes que simboliza a argamassa da construção das pirâmides, e um ovo, "representando a contiguidade". O patriarca retira-os e mostra-os, um a um, enquanto narra. "E o mais novo faz perguntas sobre a comida: por que é que nos outros dias comemos coisas boas e doces e hoje comemos ervas amargas, porque é que nos outros dias comemos um pão fermentado e hoje comemos pão sem fermento. E o mais velho responde."
Joshua Ruah, cinco filhos ("Queria ter tido mais", comenta com uma gargalhada) e "só cinco netos até agora", cirurgião geral e urologista, um dos nomes mais conhecidos da comunidade judaica portuguesa, explica que este ano a celebração se iniciou na segunda-feira à noite, 29 de Março, e durará oito dias, até à próxima terça 6 de Abril. Os oito dias que dura a Páscoa na "diáspora", já que na terra que crêem prometida os judeus só celebram sete. "É por causa da incerteza que antes havia nas datas". Antes do jantar-cerimónia, passou na sinagoga para um ritual de uma hora - findo o qual se convidam os presentes, mesmo desconhecidos, que estejam sós e "não tenham para onde ir celebrar".
Em casa, na qual se esperavam nos dois primeiros dias da quadra mais de duas dezenas de convivas, ficou Maria, a presidir à simbologia comestível. Uma trabalheira, que começa nas compras, efectuadas em Madrid, onde a comunidade judaica é muito maior e os preços mais suaves permitem compensar a ida e volta. Vinho e carne (em tempos houve em Lisboa um talho que fazia o abate de acordo com as exigências judaicas, mas já não há e só se vende carne kasher congelada) vêm assim de Espanha. O pão ázimo, várias caixas, é encomendado num supermercado lisboeta. Depois é preciso cozinhar. No primeiro dia, o jantar é de acordo com a tradição asquenazi (judeus do norte, Polónia, Rússia, etc), da linha paterna de Maria; no segundo, sefardita, seguindo as receitas da casa de Joshua. "Na segunda feira tivemos almôndegas de peixe que se comem com uma raiz moída que chamamos rábano de cavalo, que se mistura com beterraba e vinagre e sal e açúcar. Esse picante, com o ligeiro adocicado das almôndegas, faz uma mistura muito agradável. Tivemos também canja de galinha com umas bolinhas feitas de farinha e frango estufado no forno com ervilhas, cenoura caramelizada e batatinha." Na terça, uma sopa de legumes que fica um dia ao lume a apurar e que, maravilha-se Maria, "neste dia não se desfaz, os legumes ficam inteirinhos, ninguém consegue explicar porquê", servida com coentros frescos picados, "mais almôndegas de carne com ervilhas, túbaras [trufas brancas] e fundos de alcachofra". Quanto ao doce que representa a "argamassa", o haroset, cada casa tem a sua receita. A de Maria é em cru e leva tâmaras, maçã reineta, banana, vinho, especiarias, nozes, amêndoas, tudo moído e bem misturado. Quilos e quilos porque "é para comer em dois dias".
A próxima refeição ritual - a terceira - é no último dia da Páscoa, ao pôr do sol. "Põe-se uma mesa muito bonita, com um peixe inteiro com escamas e tripa (normalmente um sável, porque é um peixe que aparece nesta altura, uma primícia). O peixe, que antigamente se cozinhava, o que implicava comer às tantas da manhã pelo que nos deixámos disso, simboliza a chegada ao pé do mar; coloca-se também uma taça com farinha, favas cruas e ovos (que representam a vida), um copo com mel, outro com azeite, e ouro - é uma mesa cheia de imagens metafóricas que tentam dar a ilusão daquilo que Moisés prometeu, uma terra de fartura." Quando as pessoas chegam, a dona da casa dá-lhes uma folhinha de alface com mel e deseja um ano doce e bom a todos (o ano judaico, calculado pelo calendário lunar, começa nesta altura). Depois, "tiram-se as coisas da mesa, põem-se os pratos, os copos e janta-se." E pronto, acaba-se a Páscoa judaica - até ao ano seguinte.
Correspondendo à fuga do Egipto, o Pessach legou o seu nome e datação à Páscoa cristã porque a morte do messias cristão, Jesus, ocorreu no segundo dia da celebração judaica. A última ceia, em que Jesus teria designado o pão não levedado e o vinho como sua carne e sangue, foi uma refeição ritual judaica. Por esse motivo, durante muito tempo as Páscoas coincidiram nos mesmo dias, calculados a partir do calendário lunar como ocorrendo no 14.º dia de Nissan (o primeiro mês desse calendário). Assim foi até que no ano 325 depois de Cristo um concílio convocado em Niceia (então grega, hoje uma cidade turca) alterou esse facto, ficando decidido que a celebração cristã ocorreria noutra data. Em carta, o imperador Constantino (o primeiro imperador romano a converter-se ao cristianismo e o responsável pela convocação do concílio), certifica que os cristão "não podem ter nada em comum com os judeus", cuja "companhia" designa como imprópria por "terem manchado as mãos com o mais horrível dos crimes". "É-nos verdadeiramente vergonhoso ouvirmo-los vangloriar-se de que, sem a sua orientação, não poderíamos guardar esta festa", conclui. Em concílios seguintes (Antioquia e Laodicea) os cristão foram proibidos de celebrar a Páscoa com os judeus, de observar o Shabbat (o dia de descanso semanal dos judeus, o sábado), de receber prendas de judeus e até de comer pão ázimo nos festejos judaicos - mesmo se a hóstia usada na comunhão católica é uma descendente directa do pão não levedado que Jesus teria partilhado na "última ceia".
A Páscoa ficou fixada em Niceia num domingo, "acertado" nesse concílio como o dia santo dos cristãos (em substituição do sábado), mas nem sempre "calha" no mesmo dia em todos os ritos cristãos: os católicos do rito oriental, por exemplo, fazem contas diferentes, assim como os cristãos ortodoxos (com os quais, aliás, têm grandes coincidências de tradição pascal); as testemunhas de Jeová, cuja mais importante data religiosa é a Comemoração da Morte de Cristo, usam o calendário lunar (o judaico, portanto) e celebraram-na na terça-feira dia 30.
Pedro Candeias, um dos episcopos (anciãos) da congregação (membros do sexo masculino escolhidos pelos anteriores anciãos e, segundo Candeias, "multifunções") explica: "O 14.º dia do mês de Nissan é a primeira lua nova na proximidade do equinócio da Primavera e nós seguimos exactamente a celebração que Jesus instituiu na reunião com os apóstolos, quando diz 'Fareis isto em memória de mim' e partilha o vinho e o pão não fermentado. As testemunhas de Jeová fazem como ele fez." Ao contrário dos judeus, dos cristãos ortodoxos e dos católicos (os primeiros só comem pão não levedado nesta época, os segundos abstêm-se de comer carne e, no caso dos ortodoxos, qualquer produto de origem animal, nos 40 dias anteriores ao dia fixado como sendo da ressurreição), as testemunhas de Jeová não fazem uma dieta especial nos dias anteriores à Páscoa: "Só lembramos o que Jesus fez por nós." O pão não fermentado e o vinho são passados entre os presentes numa cerimónia que ocorre depois do pôr do sol ("Sensivelmente 50 minutos depois das oito horas), mas ninguém come ou bebe: "Salvas com pão e um cálice de vinho puro passam de mão em mão apenas porque só os que fazem parte do grupo de 144 mil pessoas que vão governar a terra depois do Juízo Final podem partilhá-los. É uma indicação do Espírito Santo."
A passagem do pão e do vinho entre os fiéis, que também ocorre nas celebrações evangélicas da Páscoa, não é nessas congregações um exclusivo desta época, já que uma vez por mês, nestas igrejas, se passa o pão e o vinho em memória da última ceia. "Em termos de folclore, não somos muito folclóricos", certifica Fernando Soares Loja, um dos representantes da Comunidade Evangélica Portuguesa. "Na sexta à noite há uma celebração especial em que se celebra a última ceia. É um serviço religioso normal com cânticos e há a distribuição do pão e do vinho, igual à que se faz todos os meses." Não há qualquer refeição especial: "É um almoço perfeitamente normal o de domingo de Páscoa." Quanto ao jejum não é observado, explica, por fidelidade à interpretação evangélica das Escrituras: "Os fariseus perguntaram a Jesus por que é que os discípulos não jejuavam, e Ele respondeu, 'Enquanto o noivo está com os seus amigos, não é ocasião para tristezas'. Na nossa perspectiva, como Jesus ressuscita, não há razão para nos penitenciarmos e sofrermos. Ele já sofreu tudo por nós." As testemunhas de Jeová vão mais longe, pela voz de Pedro Candeias: "Não há nenhuma indicação das Escrituras para celebrar a ressurreição."
A ideia de uma vida que renasce, ou que se regenera, ligada (obviamente) à estação da abastança e fertilidade, a Primavera, e a proximidade da celebração pascal, até em termos de cálculo astronómico, com o equinócio primaveril, celebrado em várias culturas e religiões (se bem que nem sempre na mesma altura: os hindus por exemplo celebram a Primavera na festa Holi, que decorre em Fevereiro e consta do acender de uma grande fogueira e do lançar de pós coloridos sobre as pessoas, sendo comum seguir nessa altura uma alimentação exclusivamente vegetariana), justifica por exemplo que a palavra usada para denominar a Páscoa em inglês e alemão tenha a sua raiz na deusa Eostre, que em alemão antigo significa "deusa da aurora" e é uma figura ligada à fertilidade, à luz e ao renascer. A história de Eostre, ou Ostara, está associada a coelhos e ovos, que são o seu símbolo e que continuam a imperar na imagética da Páscoa ocidental, nomeadamente na sua versão de chocolate, que poderá ter a ver com o facto de o chocolate, ou cacau, aquando do seu surgimento na Europa, ter sido permitido, em bula papal, como um alimento adequado à época de jejum.
Parece haver também uma tradição chinesa e persa de relação da Primavera e da sua celebração com ovos e oferta dos mesmos. Entre os católicos do rito oriental e os cristãos ortodoxos, os ovos cozidos e decorados - quer com pinturas propriamente ditas (sobretudo na tradição romena) quer tingidos durante a cozedura através de vários métodos - são um elemento central na simbologia pascal. Durante os 40 dias anteriores ao sábado da celebração, os fiéis fazem uma dieta vegetariana, explicada pelo protopresbítero (ou arcipreste) Alexandre Bonito (dependente do patriarcado de Constantinopla) como "um tempo de reflexão e preparação espiritual, de partilha, de abdicar do supérfluo." Uma dieta em que ovos estão interditos. Mas "após a ressurreição há a tradição de comer ovos tingidos com tinta encarnada". Ovos que são abençoados na missa e comidos ali mesmo, segundo Bonito, que costuma oficiar em Caselas para uma plateia misturada de gregos, ucranianos, russos e portugueses.
A ucraniana Lyudmyla Buta, 54 anos, há sete em Portugal, habita em Odivelas mas é à igreja de Nossa Senhora da Oliveira ("emprestada pelo Patriarcado de Lisboa) na rua de São Julião, na Baixa de Lisboa, que costuma ir assistir ao culto, dirigido pelo padre Igor Nevinskyy, 32 anos, ucraniano como ela. A celebração inicia-se na sexta-feira (no caso, ontem) com uma missa à três da tarde. Hoje, sábado, a missa é nocturna e acaba de madrugada. No final, o sacerdote benze cestos de comida que os fiéis comem quando chegam a casa. O ritual, praticamente igual nos católicos do rito oriental, implica que nas cestas haja um pão especial da Páscoa, uma espécie de folar, carne (chouriço e lombo fumado), sal, manteiga, queijo (geralmente fresco) e os inevitáveis ovos. Lyudmyla, avessa a tintas, costuma usar casca de cebola para os colorir. Mas não os come na igreja. "Quando vamos para a missa não jantamos. No fim, voltamos para nossa casa, bebemos água abençoada, comemos a páscoa abençoada (o nome do bolo/pão confeccionado nesta altura, cuja receita Lyudmyla tem dificuldade e explicar, é "páscoa"), e o resto das coisas."
A missa em Portugal acaba às quatro da manhã, na Ucrânia dura a noite toda: "Lá é mesmo até às seis." A seguir à missa, os fiéis têm ainda de ajudar a arrumar a igreja, para que no dia seguinte, domingo de Páscoa, o padre católico possa rezar missa. "Assim como encontramos, deixamos", certifica Lyudmyla.
A quebra do jejum ocorre depois, antes da missa de domingo, às nove da manhã. Não são dias de dormir, os da festa mais importante para os cristãos ortodoxos . Desde 17 de Março sem comer produtos de origem animal, Lyudmyla assegura que não lhe custa, pelo contrário: "Como batatas, arroz, fruta, legumes. Aqui em Portugal é fácil, mais fácil que na minha terra, onde há menos fruta e legumes. São semanas em que pensamos na nossa vida e na dos nossos familiares e pedimos desculpa a todos. Pedimos perdão, prometemos viver em paz, não fazer mal a ninguém."
Uma purificação, um rito de passagem para renascer, melhor, mais justo, mais livre; uma comunhão com os outros e o mundo e a celebração da abundância e da luz. A vida: tão simples.
In DN
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Amêndoas da Páscoa aumentam vendas dos comerciantes
Amêndoas da Páscoa aumentam vendas dos comerciantes
por ELISABETE SILVA
Hoje
No comércio tradicional há quem esteja satisfeito com a época das festas. Mas lutar contra grandes superfícies é cada vez mais difícil.
Mesmo em tempo de crise, os comerciantes aumentaram as vendas de amêndoas da Páscoa, que ajudam a compensar as perdas dos dois primeiros meses do ano. Mas nem todos têm razões para sorrir. Se na Casa Macário, na Baixa de Lisboa, as vendas subiram nestes dias 15% em relação ao ano passado, a vizinha Pastelaria Suíça não pode dizer o mesmo.
Certo é que são os turistas quem salva esta época do ano. E que o combate contra as grandes superfícies se tornou quase inglório nesta altura de crise, dizem os comerciantes.
Os ovos de chocolate são um bom exemplo. "De ano para ano vendemos menos, não sei explicar porquê", afirma ao DN Fernando Martins, que há 37 trabalha na Casa Macário. Admite que não pode vender tão barato como nas grandes superfícies, mas diz que também aí há uma quebra.
"Chegámos a vender centenas de ovos de chocolate nesta altura do ano, agora... veja a montra, temos seis", insiste Fausto Roxo, responsável da Pastelaria Suíça, onde trabalha desde 1947. Confessa que apesar de ter sido a pastelaria que deu notoriedade à casa, hoje em dia "é um encargo", compensando mais a parte das refeições. Mas, se os ovos de chocolate perdem clientes, as amêndoas não saem de moda. "Criámos produtos nossos", explica, referindo-se à fórmula que continua a manter para não perder mais clientela, à que se junta "ter montras bonitas".
Fausto Roxo diz que quem vai à Pastelaria Suíça não olha para os valores. "Há dez anos vendíamos os nossos produtos às toneladas, agora é mesmo muito menos o que vendemos", salienta.
Também na Casa Macário não se fala em subir preços. Para atrair clientes o segredo é a variedade. "Temos uma grande variedade de amêndoas, que rondam em média os oito euros o quilo, que pode sair mais barato do que nos supermercados, mas principalmente pode-se escolher vários tipos, pois não temos as embalagens feitas", refere Fernando Martins.
A batalha com as grandes superfícies é normal, diz Fausto Roxo. "Temos de nos adaptar aos tempos", diz. Em alguns hipermercados é possível encontrar ovos de chocolate a menos de um euro, enquanto na Casa Macário o mais barato ronda os três. Nas amêndoas a variedade de preços vai desde um euro aos oito ou nove, dependendo da qualidade e quantidade.
In DN
por ELISABETE SILVA
Hoje
No comércio tradicional há quem esteja satisfeito com a época das festas. Mas lutar contra grandes superfícies é cada vez mais difícil.
Mesmo em tempo de crise, os comerciantes aumentaram as vendas de amêndoas da Páscoa, que ajudam a compensar as perdas dos dois primeiros meses do ano. Mas nem todos têm razões para sorrir. Se na Casa Macário, na Baixa de Lisboa, as vendas subiram nestes dias 15% em relação ao ano passado, a vizinha Pastelaria Suíça não pode dizer o mesmo.
Certo é que são os turistas quem salva esta época do ano. E que o combate contra as grandes superfícies se tornou quase inglório nesta altura de crise, dizem os comerciantes.
Os ovos de chocolate são um bom exemplo. "De ano para ano vendemos menos, não sei explicar porquê", afirma ao DN Fernando Martins, que há 37 trabalha na Casa Macário. Admite que não pode vender tão barato como nas grandes superfícies, mas diz que também aí há uma quebra.
"Chegámos a vender centenas de ovos de chocolate nesta altura do ano, agora... veja a montra, temos seis", insiste Fausto Roxo, responsável da Pastelaria Suíça, onde trabalha desde 1947. Confessa que apesar de ter sido a pastelaria que deu notoriedade à casa, hoje em dia "é um encargo", compensando mais a parte das refeições. Mas, se os ovos de chocolate perdem clientes, as amêndoas não saem de moda. "Criámos produtos nossos", explica, referindo-se à fórmula que continua a manter para não perder mais clientela, à que se junta "ter montras bonitas".
Fausto Roxo diz que quem vai à Pastelaria Suíça não olha para os valores. "Há dez anos vendíamos os nossos produtos às toneladas, agora é mesmo muito menos o que vendemos", salienta.
Também na Casa Macário não se fala em subir preços. Para atrair clientes o segredo é a variedade. "Temos uma grande variedade de amêndoas, que rondam em média os oito euros o quilo, que pode sair mais barato do que nos supermercados, mas principalmente pode-se escolher vários tipos, pois não temos as embalagens feitas", refere Fernando Martins.
A batalha com as grandes superfícies é normal, diz Fausto Roxo. "Temos de nos adaptar aos tempos", diz. Em alguns hipermercados é possível encontrar ovos de chocolate a menos de um euro, enquanto na Casa Macário o mais barato ronda os três. Nas amêndoas a variedade de preços vai desde um euro aos oito ou nove, dependendo da qualidade e quantidade.
In DN
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Joao Ruiz- Pontos : 32035
Um quarto dos portugueses não crê na vida eterna
Um quarto dos portugueses não crê na vida eterna
por RITA CARVALHO
Hoje
Entre eles estão 10% de católicos que vão à missa com regularidade.
Cerca de 25% dos portugueses não acreditam na vida para além da morte. E destes 10%, ou seja 250 mil, são católicos praticantes. Esta é a conclusão do inquérito de uma socióloga da Universidade do Porto que ajuda a explicar porque é que a principal festa cristã, a Ressurreição de Cristo, não tem hoje impacto social.
Quase 90% dos portugueses afirmaram-se católicos no censo de 2001. Mas nem todos acreditam nos pilares essenciais da fé cristã. Segundo o estudo, um quarto dos portugueses pensa que com a morte tudo acaba, recusando-se, assim, a admitir a existência da vida eterna, uma crença que os cristãos sustentam na Páscoa, que hoje se celebra.
Entre os descrentes estão mesmo 10% de católicos que vão regularmente à missa. E ainda 26 % dos que o fazem ocasionalmente. "Na perspectiva cristã isto não tem coerência mas do ponto de vista sociológico tem. Vivemos um tempo de religião autoconstruída, onde domina o sincretismo e há uma religiosidade difusa, muito centrada no indivíduo", disse Helena Vilaça ao DN.
A socióloga diz que há pessoas que praticam a religião por tradição, até se identificam com a moral e a ética, mas não têm a fé sustentada nas raízes cristãs. "É o preço que se paga nos países em que houve uma relação forte entre a identidade nacional e a religiosa", adianta. Mas o fenómeno não é português. Em França, a falta de fé na ressurreição afecta 40% dos fiéis. No futuro, perspectiva, os cristãos tenderão a ser cada vez menos, mas mais convictos na fé.
Joaquim Costa, sociólogo da Universidade do Minho, diz que neste contexto não é surpreendente que o tempo pascal passe despercebido. "Uma certa faceta da secularização torna estes factos quase inevitáveis", diz. "As pessoas mantêm-se crentes mas a sociedade é ateia nos seus princípios de funcionamento. Gera-se um caldo cultural que privatiza a crença e, por isso, ela parece desaparecer da vida pública, mesmo que persista fervorosa nos templos e casas."
Recuperação das tradições
O sociólogo das religiões fala, contudo, em "reacções recentes que procuram inverter este processo e dar testemunho público de fé". Como, por exemplo, a colocação de estandartes festivos nas janelas, uma iniciativa que começou no Natal, se repetiu agora, e teve milhares de aderentes (texto ao lado).
Hugo Santos, capelão da Universidade Católica de Lisboa, também reconhece que a importância da Páscoa já não se reflecte na vida prática de muitos cristãos. "Perdeu a expressão central que tinha na vida dos fiéis", afirma. Para o sacerdote, o recuo da influência da dimensão social e cultural tem um efeito: "As pessoas fazem desta caminhada uma expressão mais íntima e pessoal."
A prova disso, diz, está nas famílias católicas mais novas, que já não assistiram à dimensão cultural e social da Páscoa, mas estão a recuperar as tradições. "E, quando se recupera, recupera-se na verdade", acrescenta, dando o exemplo de novos tipos de penitências, renúncias e orações na Quaresma.
"Não beber café, abster-se da sobremesa ou fumar menos são opções que custam. Mas a ideia é que a pessoa se dê conta deste impulso e o ordene segundo a sua necessidade." Entre os exercícios de domínio da vontade estão ainda hábitos como ver televisão ou julgar o outro. Hugo Santos explica que, com isto, se pretende centrar o crente na relação com Deus e os irmãos, reforçando a oração, e partilhando com os que menos têm o resultado da sua renúncia.
As indicações de jejum, esmola e abstinência têm fundamento bíblico, explica o padre, e fazem parte da preparação para a Páscoa. Abdicar da carne à sexta-feira é ajudar a criar um espaço de reflexão interior, diz. "A carne é associada à energia, dispõe para o trabalho. Sem ela, o crente sente mais a fragilidade de Cristo".
In DN
por RITA CARVALHO
Hoje
Entre eles estão 10% de católicos que vão à missa com regularidade.
Cerca de 25% dos portugueses não acreditam na vida para além da morte. E destes 10%, ou seja 250 mil, são católicos praticantes. Esta é a conclusão do inquérito de uma socióloga da Universidade do Porto que ajuda a explicar porque é que a principal festa cristã, a Ressurreição de Cristo, não tem hoje impacto social.
Quase 90% dos portugueses afirmaram-se católicos no censo de 2001. Mas nem todos acreditam nos pilares essenciais da fé cristã. Segundo o estudo, um quarto dos portugueses pensa que com a morte tudo acaba, recusando-se, assim, a admitir a existência da vida eterna, uma crença que os cristãos sustentam na Páscoa, que hoje se celebra.
Entre os descrentes estão mesmo 10% de católicos que vão regularmente à missa. E ainda 26 % dos que o fazem ocasionalmente. "Na perspectiva cristã isto não tem coerência mas do ponto de vista sociológico tem. Vivemos um tempo de religião autoconstruída, onde domina o sincretismo e há uma religiosidade difusa, muito centrada no indivíduo", disse Helena Vilaça ao DN.
A socióloga diz que há pessoas que praticam a religião por tradição, até se identificam com a moral e a ética, mas não têm a fé sustentada nas raízes cristãs. "É o preço que se paga nos países em que houve uma relação forte entre a identidade nacional e a religiosa", adianta. Mas o fenómeno não é português. Em França, a falta de fé na ressurreição afecta 40% dos fiéis. No futuro, perspectiva, os cristãos tenderão a ser cada vez menos, mas mais convictos na fé.
Joaquim Costa, sociólogo da Universidade do Minho, diz que neste contexto não é surpreendente que o tempo pascal passe despercebido. "Uma certa faceta da secularização torna estes factos quase inevitáveis", diz. "As pessoas mantêm-se crentes mas a sociedade é ateia nos seus princípios de funcionamento. Gera-se um caldo cultural que privatiza a crença e, por isso, ela parece desaparecer da vida pública, mesmo que persista fervorosa nos templos e casas."
Recuperação das tradições
O sociólogo das religiões fala, contudo, em "reacções recentes que procuram inverter este processo e dar testemunho público de fé". Como, por exemplo, a colocação de estandartes festivos nas janelas, uma iniciativa que começou no Natal, se repetiu agora, e teve milhares de aderentes (texto ao lado).
Hugo Santos, capelão da Universidade Católica de Lisboa, também reconhece que a importância da Páscoa já não se reflecte na vida prática de muitos cristãos. "Perdeu a expressão central que tinha na vida dos fiéis", afirma. Para o sacerdote, o recuo da influência da dimensão social e cultural tem um efeito: "As pessoas fazem desta caminhada uma expressão mais íntima e pessoal."
A prova disso, diz, está nas famílias católicas mais novas, que já não assistiram à dimensão cultural e social da Páscoa, mas estão a recuperar as tradições. "E, quando se recupera, recupera-se na verdade", acrescenta, dando o exemplo de novos tipos de penitências, renúncias e orações na Quaresma.
"Não beber café, abster-se da sobremesa ou fumar menos são opções que custam. Mas a ideia é que a pessoa se dê conta deste impulso e o ordene segundo a sua necessidade." Entre os exercícios de domínio da vontade estão ainda hábitos como ver televisão ou julgar o outro. Hugo Santos explica que, com isto, se pretende centrar o crente na relação com Deus e os irmãos, reforçando a oração, e partilhando com os que menos têm o resultado da sua renúncia.
As indicações de jejum, esmola e abstinência têm fundamento bíblico, explica o padre, e fazem parte da preparação para a Páscoa. Abdicar da carne à sexta-feira é ajudar a criar um espaço de reflexão interior, diz. "A carne é associada à energia, dispõe para o trabalho. Sem ela, o crente sente mais a fragilidade de Cristo".
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Joao Ruiz- Pontos : 32035
O túmulo de cristo na Caxemira
O túmulo de cristo na Caxemira
por PATRÍCIA VIEGAS
Hoje
Oficialmente, o túmulo que está no interior deste santuário é de Youza Azaph, um pregador muçulmano da Idade Média, mas a publicitação da ideia de que este homem poderá ser Jesus tem arrastado dezenas de turistas cristãos até à capital da Caxemira indiana.
Jesus Cristo foi crucificado em Jerusalém, ressuscitou ao terceiro dia e depois subiu aos Céus, segundo reza a Bíblia. Mas algures na baixa de Srinagar, a capital da Caxemira indiana, existe um túmulo que uma estranha crença assegura ser o dele. Assim, segundo essa teoria, Jesus terá sobrevivido à crucificação e terá ido acabar os seus dias neste lugar. Este rumor tem atraído um número cada vez maior de turistas estrangeiros, uma vez que existem apenas 2% de cristãos entre a população indiana. Obrigando mesmo ao encerramento do santuário de Rozabal, onde oficialmente está enterrado um pregador muçulmano da Idade Média, de seu nome Youza Asaph.
"O que mais poderiam fazer! Tiveram que encerrá-lo. Essa história foi espalhada por comerciantes locais apenas porque um professor qualquer disse que aquele túmulo era o de Jesus. Achavam que isso seria bom para o comércio e que os turistas viriam após tantos anos de violência. A seguir isso surgiu no guia Lonely Planet e começou a aparecer muita gente. E depois um estrangeiro decidiu arrancar um pedaço do túmulo para levar de recordação. E por isso teve que ser encerrado", disse um guia local ao jornalista da BBC Sam Miller.
Este escreve num artigo publicado no site da televisão britânica que a crença sobre este túmulo de Jesus de Nazaré parece resultar de uma combinação ecléctica entre "cristãos do movimento New Age, muçulmanos menos ortodoxos e fãs do Código Da Vinci". E lembra que as histórias sobre a passagem de Jesus pela Índia não são novas e vêm já desde o século XIX. Isto por causa da falta de informação que existe sobre os chamados anos desaparecidos de Jesus. A Igreja Universal e Triunfante americana é o mais moderno apoiante da crença de que Jesus viveu em Caxemira, juntamente com o controverso grupo islâmico Ahmeddiya, o qual acredita que o homem que os muçulmanos consideram profeta está enterrado em Rozabal.
A maioria dos historiadores ri- -se da hipótese de Jesus ter passado por território indiano, mas um site há dez anos consagrado à teoria, www.tombofjesus.com, dá o exemplo de Nicolas Notovitch, aristocrata russo e judeu que trabalhou como jornalista e é uma das pessoas que estudaram a passagem pela Índia, durante os anos desaparecidos de Jesus (entre os 12 e os 30). Este escreveu o livro A Vida Desconhecida de Jesus.
Numa tentativa de convencer talvez os mais cépticos, o site apresenta algumas razões que terão levado Jesus à Índia: "Jesus foi enviado aos cordeiros perdidos de Israel e há provas substanciais de que as pessoas da Índia, da Pérsia e da Pártia são descendentes de judeus. Então ele foi lá para continuar a sua missão. Ao sobreviver à crucificação ele teria a cabeça a prémio e iria querer escapar à jurisdição romana o mais rapidamente possível."
Além de irem visitar o local, que mais não é do que uma casa branca e verde com um túmulo de madeira no seu interior, coberto com um manto igualmente verde, porque esta é a cor do islão, os crentes da teoria podem ainda trocar impressões num fórum online.
In DN
por PATRÍCIA VIEGAS
Hoje
Oficialmente, o túmulo que está no interior deste santuário é de Youza Azaph, um pregador muçulmano da Idade Média, mas a publicitação da ideia de que este homem poderá ser Jesus tem arrastado dezenas de turistas cristãos até à capital da Caxemira indiana.
Jesus Cristo foi crucificado em Jerusalém, ressuscitou ao terceiro dia e depois subiu aos Céus, segundo reza a Bíblia. Mas algures na baixa de Srinagar, a capital da Caxemira indiana, existe um túmulo que uma estranha crença assegura ser o dele. Assim, segundo essa teoria, Jesus terá sobrevivido à crucificação e terá ido acabar os seus dias neste lugar. Este rumor tem atraído um número cada vez maior de turistas estrangeiros, uma vez que existem apenas 2% de cristãos entre a população indiana. Obrigando mesmo ao encerramento do santuário de Rozabal, onde oficialmente está enterrado um pregador muçulmano da Idade Média, de seu nome Youza Asaph.
"O que mais poderiam fazer! Tiveram que encerrá-lo. Essa história foi espalhada por comerciantes locais apenas porque um professor qualquer disse que aquele túmulo era o de Jesus. Achavam que isso seria bom para o comércio e que os turistas viriam após tantos anos de violência. A seguir isso surgiu no guia Lonely Planet e começou a aparecer muita gente. E depois um estrangeiro decidiu arrancar um pedaço do túmulo para levar de recordação. E por isso teve que ser encerrado", disse um guia local ao jornalista da BBC Sam Miller.
Este escreve num artigo publicado no site da televisão britânica que a crença sobre este túmulo de Jesus de Nazaré parece resultar de uma combinação ecléctica entre "cristãos do movimento New Age, muçulmanos menos ortodoxos e fãs do Código Da Vinci". E lembra que as histórias sobre a passagem de Jesus pela Índia não são novas e vêm já desde o século XIX. Isto por causa da falta de informação que existe sobre os chamados anos desaparecidos de Jesus. A Igreja Universal e Triunfante americana é o mais moderno apoiante da crença de que Jesus viveu em Caxemira, juntamente com o controverso grupo islâmico Ahmeddiya, o qual acredita que o homem que os muçulmanos consideram profeta está enterrado em Rozabal.
A maioria dos historiadores ri- -se da hipótese de Jesus ter passado por território indiano, mas um site há dez anos consagrado à teoria, www.tombofjesus.com, dá o exemplo de Nicolas Notovitch, aristocrata russo e judeu que trabalhou como jornalista e é uma das pessoas que estudaram a passagem pela Índia, durante os anos desaparecidos de Jesus (entre os 12 e os 30). Este escreveu o livro A Vida Desconhecida de Jesus.
Numa tentativa de convencer talvez os mais cépticos, o site apresenta algumas razões que terão levado Jesus à Índia: "Jesus foi enviado aos cordeiros perdidos de Israel e há provas substanciais de que as pessoas da Índia, da Pérsia e da Pártia são descendentes de judeus. Então ele foi lá para continuar a sua missão. Ao sobreviver à crucificação ele teria a cabeça a prémio e iria querer escapar à jurisdição romana o mais rapidamente possível."
Além de irem visitar o local, que mais não é do que uma casa branca e verde com um túmulo de madeira no seu interior, coberto com um manto igualmente verde, porque esta é a cor do islão, os crentes da teoria podem ainda trocar impressões num fórum online.
In DN
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Joao Ruiz- Pontos : 32035
Em Pêro Pinheiro e Montelavar a cruz vai de mota e leva 200 motards atrás
Em Pêro Pinheiro e Montelavar a cruz vai de mota e leva 200 motards atrás
http://dn.sapo.pt/galerias/videos/?content_id=1535975&seccao=Portugal
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Uma morte nas estradas durante a 'Operação Páscoa'
Uma morte nas estradas durante a 'Operação Páscoa'
Hoje
Acidente na madrugada de ontem provocou um morto e dois feridos graves. GNR registou 719 acidentes em três dias.
O despiste de uma viatura, ontem de manhã, junto à portagem da A4, em Ermesinde (Valongo), provocou a morte a um dos ocupantes e ferimentos graves em dois outros. Este foi o acidente mais grave registado nos quatro dias da "Operação Páscoa" da GNR, que terminou ontem à meia-noite.
O sinistro ocorreu às 08.30 no sentido Ermesinde-Porto, quilómetro 11, numa altura em que havia um "denso nevoeiro" na área. A vítima mortal é um homem de 28 anos e as pessoas feridas são duas mulheres, que a fonte da GNR disse terem idade similar e que foram transportadas pelos Bombeiros Voluntários de Valongo para o Hospital de São João, no Porto.
Ontem ao final do dia, os dados provisórios da "Operação Páscoa" 2010 contabilizavam um total de 719 acidentes após três dos quatro dias da "Operação Páscoa", dos quais resultaram 13 feridos graves. Estes números ainda não contemplavam o acidente de Ermesinde, a única vítima mortal a registar até ao fecho desta edição.
Comparando com igual período do ano passado, os primeiros três dias da "Operação Páscoa" deste ano contaram com menos 137 acidentes e menos um ferido grave (13 no total). A Guarda Nacional republicana contabilizou ainda um total de 183 feridos ligeiros, menos 59 do que no mesmo período da operação do ano passado. Relativamente apenas ao dia de sábado registaram-se 256 acidentes, que provocaram quatro feridos graves e 59 feridos ligeiros.
A GNR reforçou na quinta feira o patrulhamento nas estradas portuguesas no âmbito da "Operação Páscoa" e mobilizou diariamente 1600 militares e 780 patrulhas.
Na "Operação Páscoa" do ano passado, a GNR registou, durante quatro dias, 1040 acidentes, três vítimas mortais, 22 feridos graves e 312 feridos ligeiros.
In DN
Hoje
Acidente na madrugada de ontem provocou um morto e dois feridos graves. GNR registou 719 acidentes em três dias.
O despiste de uma viatura, ontem de manhã, junto à portagem da A4, em Ermesinde (Valongo), provocou a morte a um dos ocupantes e ferimentos graves em dois outros. Este foi o acidente mais grave registado nos quatro dias da "Operação Páscoa" da GNR, que terminou ontem à meia-noite.
O sinistro ocorreu às 08.30 no sentido Ermesinde-Porto, quilómetro 11, numa altura em que havia um "denso nevoeiro" na área. A vítima mortal é um homem de 28 anos e as pessoas feridas são duas mulheres, que a fonte da GNR disse terem idade similar e que foram transportadas pelos Bombeiros Voluntários de Valongo para o Hospital de São João, no Porto.
Ontem ao final do dia, os dados provisórios da "Operação Páscoa" 2010 contabilizavam um total de 719 acidentes após três dos quatro dias da "Operação Páscoa", dos quais resultaram 13 feridos graves. Estes números ainda não contemplavam o acidente de Ermesinde, a única vítima mortal a registar até ao fecho desta edição.
Comparando com igual período do ano passado, os primeiros três dias da "Operação Páscoa" deste ano contaram com menos 137 acidentes e menos um ferido grave (13 no total). A Guarda Nacional republicana contabilizou ainda um total de 183 feridos ligeiros, menos 59 do que no mesmo período da operação do ano passado. Relativamente apenas ao dia de sábado registaram-se 256 acidentes, que provocaram quatro feridos graves e 59 feridos ligeiros.
A GNR reforçou na quinta feira o patrulhamento nas estradas portuguesas no âmbito da "Operação Páscoa" e mobilizou diariamente 1600 militares e 780 patrulhas.
Na "Operação Páscoa" do ano passado, a GNR registou, durante quatro dias, 1040 acidentes, três vítimas mortais, 22 feridos graves e 312 feridos ligeiros.
In DN
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Joao Ruiz- Pontos : 32035
Falta de fé na vida eterna leva a repensar formação
Falta de fé na vida eterna leva a repensar formação
por RITA CARVALHO
Hoje
Acreditar que Cristo ressuscitou para dar a vida eterna aos fiéis é um dos pilares da fé cristã. Mas muitos católicos têm dúvidas.
A falta de fé na vida eterna, reconhecida pelos católicos portugueses, não surpreende a Igreja mas deve levar a repensar a formação cristã dada aos crentes. É o que defende o director do Instituto Diocesano de Formação Cristã, António Janela, que lembra que acreditar na Ressurreição de Cristo e na vida eterna são pilares essenciais do cristianismo.
António Janela reage assim ao inquérito noticiado ontem pelo DN, que dá conta de que um quarto dos portugueses acredita que com a morte tudo acaba. Os dados do estudo da socióloga da Universidade do Porto, Helena Vilaça, mostram que entre estes estão 10% de católicos que vão com regularidade a missa e 26% que o fazem ocasionalmente.
"À luz da fé isto não faz sentido. Mas sei que há muita confusão na cabeça das pessoas. E isso deve-se a uma convergência de factores", afirmou ao DN, não surpreendido com estes resultados. Entre eles está o "relativismo" que se vive na sociedade actual, mas também "pode estar a falência da formação cristã".
Por isso, o responsável do instituto do Patriarcado de Lisboa reconhece que "este deve ser mais um motivo para nos levar a reflectir sobre a formação que estamos a dar aos fiéis e sobre a forma como estamos a anunciar a fé cristã".
António Janela explica que a doutrina cristã associa a ressurreição de Cristo à vida eterna. E considera que estas dúvidas só mostram que muitos católicos não compreenderam ainda o verdadeiro significado da Páscoa. O padre cita uma das cartas do apóstolo São Paulo que escreveu: "Se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa fé."
Também Miguel Gonçalves Ferreira, padre jesuíta, explica que a ressurreição de Cristo significa que, "pelo poder de Deus, Jesus venceu a morte e o pecado", ou seja, "os nossos limites físicos mas também a nossa incapacidade de ser constantes no bem". Contudo, o director do Centro Universitário Padre António Vieira lembra que a fé é uma caminhada constante de aprofundamento.
A ressurreição esteve também no centro da mensagem pascal do cardeal-patriarca de Lisboa. Na sua homilia de ontem, D. José lembrou: "Tudo começa aí: acreditar que Jesus ressuscitou dos mortos". Contudo, reconheceu que este é "certamente o aspecto mais exigente e decisivo da fé cristã".
Para o patriarca, "é mais fácil aceitar a figura histórica de Jesus, o carácter sublime dos seus ensinamentos, a sua autoridade moral". Mas ser cristão é ir para além desta dimensão, acrescentou. "É abrir o coração humano ao insondável de Deus, é mudar radicalmente as visões que se têm do sentido da vida humana, da sua plena realização, do horizonte do seu futuro. Acreditar na ressurreição é aceitar que Cristo está vivo, é tremendamente actual."
A formação dos fiéis tem sido uma aposta da diocese de Lisboa, que criou há meses o instituto diocesano - que junta a Escola de Leigos, o Centro de Formação à Distância, a Escola de Oração São José, a Escola Diocesana de Música Sacra e o Centro de Estudos Pastorais.
Aqui são ministrados cursos e catequeses não só a crianças mas sobretudo a adultos, sobre vários temas: a eucaristia, os sacramentos ou o sacerdócio. A adesão tem sido enorme.
In DN
por RITA CARVALHO
Hoje
Acreditar que Cristo ressuscitou para dar a vida eterna aos fiéis é um dos pilares da fé cristã. Mas muitos católicos têm dúvidas.
A falta de fé na vida eterna, reconhecida pelos católicos portugueses, não surpreende a Igreja mas deve levar a repensar a formação cristã dada aos crentes. É o que defende o director do Instituto Diocesano de Formação Cristã, António Janela, que lembra que acreditar na Ressurreição de Cristo e na vida eterna são pilares essenciais do cristianismo.
António Janela reage assim ao inquérito noticiado ontem pelo DN, que dá conta de que um quarto dos portugueses acredita que com a morte tudo acaba. Os dados do estudo da socióloga da Universidade do Porto, Helena Vilaça, mostram que entre estes estão 10% de católicos que vão com regularidade a missa e 26% que o fazem ocasionalmente.
"À luz da fé isto não faz sentido. Mas sei que há muita confusão na cabeça das pessoas. E isso deve-se a uma convergência de factores", afirmou ao DN, não surpreendido com estes resultados. Entre eles está o "relativismo" que se vive na sociedade actual, mas também "pode estar a falência da formação cristã".
Por isso, o responsável do instituto do Patriarcado de Lisboa reconhece que "este deve ser mais um motivo para nos levar a reflectir sobre a formação que estamos a dar aos fiéis e sobre a forma como estamos a anunciar a fé cristã".
António Janela explica que a doutrina cristã associa a ressurreição de Cristo à vida eterna. E considera que estas dúvidas só mostram que muitos católicos não compreenderam ainda o verdadeiro significado da Páscoa. O padre cita uma das cartas do apóstolo São Paulo que escreveu: "Se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa fé."
Também Miguel Gonçalves Ferreira, padre jesuíta, explica que a ressurreição de Cristo significa que, "pelo poder de Deus, Jesus venceu a morte e o pecado", ou seja, "os nossos limites físicos mas também a nossa incapacidade de ser constantes no bem". Contudo, o director do Centro Universitário Padre António Vieira lembra que a fé é uma caminhada constante de aprofundamento.
A ressurreição esteve também no centro da mensagem pascal do cardeal-patriarca de Lisboa. Na sua homilia de ontem, D. José lembrou: "Tudo começa aí: acreditar que Jesus ressuscitou dos mortos". Contudo, reconheceu que este é "certamente o aspecto mais exigente e decisivo da fé cristã".
Para o patriarca, "é mais fácil aceitar a figura histórica de Jesus, o carácter sublime dos seus ensinamentos, a sua autoridade moral". Mas ser cristão é ir para além desta dimensão, acrescentou. "É abrir o coração humano ao insondável de Deus, é mudar radicalmente as visões que se têm do sentido da vida humana, da sua plena realização, do horizonte do seu futuro. Acreditar na ressurreição é aceitar que Cristo está vivo, é tremendamente actual."
A formação dos fiéis tem sido uma aposta da diocese de Lisboa, que criou há meses o instituto diocesano - que junta a Escola de Leigos, o Centro de Formação à Distância, a Escola de Oração São José, a Escola Diocesana de Música Sacra e o Centro de Estudos Pastorais.
Aqui são ministrados cursos e catequeses não só a crianças mas sobretudo a adultos, sobre vários temas: a eucaristia, os sacramentos ou o sacerdócio. A adesão tem sido enorme.
In DN
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Joao Ruiz- Pontos : 32035
Re: PÁSCOA 2010
.
O Dia de Páscoa em Currais é já dia especial para os seus habitantes, afluindo, nesta data, ao povoado um diversificado número de Migrantes oriundos do País e demais parcelas da União Europeia.
Deixa-se um singelo vídeo demonstrativo de parte da efeméride e na sua componente religiosa.
ASA
In RM
O Dia de Páscoa em Currais é já dia especial para os seus habitantes, afluindo, nesta data, ao povoado um diversificado número de Migrantes oriundos do País e demais parcelas da União Europeia.
Deixa-se um singelo vídeo demonstrativo de parte da efeméride e na sua componente religiosa.
ASA
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