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Mensagem por Vitor mango Qua Mar 31, 2010 1:09 am


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Voltar aos 10.000 Untitled
10.000 era o
meu número. Depois, sem a política de campanário, amansadas as fúrias
caseiras, longe da vista e do coração tudo o que me impacientava, mudei o
rumo desta tribuna. Não há futebol - goste dele quem gostar - mais
nudezas, palavrotas e insultos. Ficou o Sudeste-Asiático, o meu
horizonte de hoje. De início, foi o descalabro. Ninguém gosta de
escrever para um auditório vazio. Foi um longo pedra a pedra. Alguém
terá dito que lê este blogue como uma fuga diária, um escape, uma evasão
exótica. Aceito, estas páginas serão para muitos uma versão adulta do
Salgari, com rajás e sultões, piratas e heróis de ontem e hoje. Agora,
sim, volto ao meu Combustões como era, com 10.000 leitores mensais.
Obrigado pelo interesse.






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Combustões


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30.3.10






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Voltar aos 10.000 Empty História desconhecida dos portugueses na Ásia: o Rei do Sião salvo pelos portugueses

Mensagem por Vitor mango Sáb Abr 03, 2010 1:55 am

01 Abril 2010









História
desconhecida dos portugueses na Ásia: o Rei do Sião salvo pelos
portugueses






Voltar aos 10.000 Pint-levy06%5B1%5D
Portugal
enquanto Potência Histórica

Portugal
mantém ainda no Sudeste-Asiático o papel de "Potência Histórica"
e nessa condição convoca a memória de um tempo em que foi pioneiro nas
relações entre o Ocidente e as politéias budistas desta região do
planeta.
A expressão Potência Histórica
foi cunhada pelo Professor Vasconcelos de Saldanha e surge como a mais
feliz síntese de tudo quanto Portugal, já após o ocaso do império
oriental, representava para as potências asiáticas ao longo dos séculos
XVIII e XIX: a de um Estado europeu que favorecia o relacionamento
paritário Estado-a-Estado entre as potências europeias e os potentados
regionais que, depois, os imperialismos e colonialismos francês e
britânico quiseram extirpar e substituir pelo direito da força.
Infelizmente, a nossa historiografia tem dado pouca, senão nenhuma
atenção à história diplomática portuguesa na Ásia das Monções e
subcontinente indiano após a grande viragem do século XVII, quando
Portugal trocou a opção oriental pela atlântica, movendo o eixo central
do seu império para o Brasil e Golfo da Guiné. Oferecemos hoje um
exemplo elucidativo da permanência do estatuto que continuou a assistir
Portugal enquanto agente de intermediação reconhecido pelas demais
potências.

Voltar aos 10.000 KING-CHULALONG-KORN%5B1%5D O Rei Chulalongkorn
Crise do Palácio Fronteiro. Sião, 1874-75
O Sião possuia, na tradição indiana, uma monarquia
bicéfala. Contrariando a lenda do "despotismo oriental" que o Iluminismo
espalhou como característica definidora de um regime centrado na figura
do Rei, o Sião era uma politéia plural. O Rei dividia funções com um
"Segundo Rei" (Uparat), o qual intervinha em todas as tarefas
da governação, possuía exército e funcionários, corte própria, dispunha
de autonomia sucessória e só dependia do Primeiro Rei em matéria de
cabimentação orçamental. Residia o Uparat no Palácio Fronteiro
(วังหน้า=Wang Na) e era um poderoso contra-peso e até rival do
primeiro titular do Estado. A tensão entre os dois palácios foi marca da
vida política siamesa ao longo dos séculos, mas durante o período
Banguecoque assumiu por vezes uma tal crispação que quase precipitou o
país na guerra civil. Rama I, o primeiro rei da actual dinastia
(r.1782-1809), teve de defrontar permanente luta contra o seu Segundo
Rei. Ao morrer o Segundo Rei, os seus filhos tentaram um complot contra
Rama I, mas a conspiração foi descoberta e estes sumariamente
executados.

Voltar aos 10.000 %25E0%25B8%2581%25E0%25B8%25A3%25E0%25B8%25A1%25E0%25B8%259E%25E0%25B8%25A3%25E0%25B8%25B0%25E0%25B8%25A3%25E0%25B8%25B2%25E0%25B8%258A%25E0%25B8%25A7%25E0%25B8%25B1%25E0%25B8%2587%25E0%25B8%259A%25E0%25B8%25A7%25E0%25B8%25A3%25E0%25B8%25A7%25E0%5B1%5D Uparat ou "Segundo Rei" do
Sião

Quando
o Rei Rama IV (Mongkut) morreu, em 1868, o poder foi exercido por um
regente (Suriyawongse) até que o filho mais velho do falecido rei
(Chulalongkorn) atingisse a maioridade. Chulalongkorn (Rama V) assumiu
plenas funções em 1873. Concomitantemente, o seu primo Vichaichan
recebeu o Uparat. O novo Uparat era a cabeça do chamado Sião
Conservador
, poderosa facção que, não sendo xenófoba, queria uma
lenta transição do regime e exigia que as relações entre o país e os
estrangeiros (europeus) fossem marcadas por absoluta paridade, na linha
que o tratado luso-siamês de 1820 estabelecera. Era o Sião Conservador
uma força revisionista, pois sugeria que os tratados desiguais
recentemente firmados entre o Sião e as potências ocidentais fossem
corrigidos e se regressasse à letra e espírito do tratado com Portugal.
Uma outra facção, hoje apelidada Velho Sião, reunia a velha
aristocracia e era adversa a qualquer alteração do regime, opunha-se a
qualquer cedência aos europeus e era, até, partidária do caminho da
guerra se os europeus ameaçassem o país. A estes dois partidos opunha-se
o chamado Jovem Sião, liderado pelo novo Rei Chulalongkorn,
que defendia a total abertura ao estrangeiro, a modernização tecnológica
e construção do Estado moderno à imagem dos Estados-nação europeus.

Quando o Jovem Sião quis proceder à revisão da
constituição histórica do Sião, antiga de 300 anos, pedindo a
concentração de poderes nas mãos do Primeiro Rei, bem como a revisão da
política fiscal e a criação de novos organismos de governação -
nomeadamente o Conselho Privado do Rei - o Sião Conservador, liderado
pelo Uparat, opôs resistência. Ao Sião Conservador juntaram-se as forças
do Velho Sião. O país estava na iminência de uma luta civil.

Depois de uma série de
acidentes que não cabe aqui evocar, o Primeiro Rei (Rama V) mandou
cercar o Palácio Fronteiro. O Uparat (Segundo Rei) contava com o
apoio de peso do principal representate diplomático acreditado em
Banguecoque, o cônsul britânico Fox.

Voltar aos 10.000 0507presidentes-c%5B1%5D Januário Correia de
Almeida

A intervenção
decisiva do Embaixador Português
A
tensão que se vivia conheceu um crescendo ao longo de todo o ano de
1874. Era novo governador de Macau Januário Correia de Almeida, Barão de
S. Januário (depois sucessivamente Visconde e Conde de S. Januário) e,
nessas funções, exercia por inerência o cargo de embaixador de Portugal
junto das cortes chinesa, japonesa e siamesa. S. Januário conhecera o
Rei Chulalongkorn quando este, ainda menor, visitara a Índia britânica
em 1871. Entre os dois estabelecera-se grande confiança e amizade que se
prolongaria pelos anos. Em Novembro de 1874, S. Januário, em carta
enviada ao Chao Phrya Phra Khlang (Ministro siamês dos
Estrangeiros) informava que visitaria Banguecoque em finais desse mês
para apresentar cartas credenciais. Tudo indica que S. Januário fora
informado pelo Rei Rama V da crispação entre os dois palácios, pois o
governador de Macau precipitou a viagem e seguiu a bordo de um veleiro
de Hong Kong, dispensando o habitual vaso de guerra português que levava
os embaixadores ao Sião. S. Januário chegou a Banguecoque e foi
recebido informalmente pelo Rei. Dias depois, rebentava a crise e os
dois palácios envolveram-se em escaramuças. O cônsul britânico Fox,
amigo do Segundo Rei, permitiu que o Uparat fugisse do seu
palácio para a legação britânica. Era como se a Grã-Bretanha tomasse
partido do Sião Conservador e requeresse a intervenção militar
armada inglesa contra Rama V. Nessa tarde de 5 de Janeiro de 1875, o Chao
Phraya Phra
Khlang convocava o Embaixador português e o
cônsul-geral de Portugal para uma reunião de urgência no palácio real.
Não sabemos o que se terá tratado nesse encontro, mas tudo indica que S.
Januário tomou a decisão de entrar em contacto directo com o governador
de Singapura, Sir Andrew Clark, homem que bem conhecia e que tinha pelo
Rei Rama V grande afecto. O Rei Rama V enviou, datada de 5 de Janeiro,
um cabograma a Clark após o encontro com S. Januário. Coincidência ?
Não, evidência do conselho do embaixador português.

Voltar aos 10.000 225px-Sir_andrew_clarke%5B1%5D Sir Andrew Clark
O governador britânico de Singapura mandou um telegrama,
informando que só chegaria a Banguecoque no dia 18 de Fevereiro.
Entretanto, temia-se uma sublevação contra o Primeiro Rei. No dia 12 de
Fevereiro, S. Januário foi recebido de novo por Rama V e terá assegurado
o apoio português e fornecido importante informação sobre a iminente
intervenção de Sir Andrew Clark, já consertado com os portugueses. A
chegada de Andrew Clark coincide com a partida de S. Januário. Não
sabemos se os dois governadores se terão encontrado, mas surge como
evidência que Portugal mantivera em Banguecoque o seu embaixador até à
chegada do diplomata britânco, que descompôs e desautorizou o cônsul Fox
e tomou o partido oficial do Rei contra o Segundo rei.
Em 1897, Chulalongkorn visitou Portugal. No dia da
chegada, com uniforme de general da Guarda Real, o velho Januário
Correia de Almeida cavalgava ao lado da carruagem descoberta do rei
siamês. Chulalongkorn jamais terá esquecido que devia àquele idoso o
trono em que se sentava e a coroa que cingia.




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Mensagem por Vitor mango Seg Abr 05, 2010 1:11 am


Conferência
Cultura e Educação





Fui convidada pelo Regedor Peter Gomes, a
participar numa Conferência realizada no Bairro Português de Malaca,
dirigida a um grupo professores da Universidade de Kuala Lumpur /
Malásia.

Em
conjunto com o Regedor, abordámos temas relacionados com as tradições,
festas populares e cultura portuguesa. Falei do Projecto da Associação
Cultural Coração em Malaca - POVOS CRUZADOS : FUTUROS POSSÍVEIS,
iniciado em Setembro de 2009 pelo apoio aos grupos de folclore com a
vinda de Portugal do Mestre José Costa Machado e do trabalho que estou a
desenvolver com a comunidade, incluindo o ensino da Língua Portuguesa
que manisfestam aprender (aos que os alunos mais novos chamam "Português
Moderno").

Foi
impressionante o interesse dos professores a quererem saber mais do
Bairro Português de Malaca e de Portugal. As perguntas mais frequentes
estiveram relacionadas com a língua, tradições, costumes e identidade
portuguesa.
Voltar aos 10.000 P1040027
Regedor Peter Gomes

Voltar aos 10.000 DSC01947

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Voltar aos 10.000 DSC01951 ©️Projecto
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