Influência americana em declínio no Médio Oriente
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Influência americana em declínio no Médio Oriente
Influência americana em declínio no Médio Oriente
31 de Março, 2010
Tal como previsto, as tentativas da administração Obama para “matar dois coelhos com uma só cajadada” falharam redondamente e as consequências não se fizeram esperar.
Levar as autoridades israelitas e as palestinianas a engajarem-se em negociações, ainda que indirectas, para ter como duplo resultado a solução (o principio do desfecho) do conflito israelo-palestino e o reforço do isolamento do Irão estão a revelar-se como uma estratégia falhada.
Este revés representa sobretudo o princípio do declínio da influência dos Estados Unidos
na região do Médio Oriente, numa altura em que todas as partes, incluindo Israel, consciente ou inconscientemente, sabotam os seus esforços para pacificar e democratizar a região.
Depois do recente encontro entre Barack Obama e o Primeiro-Ministro israelita, Benjamin Netanyahu, pouco depois deste último ter participado na reunião anual da organização pró Israel, AIPAC, um frente-a-frente na Casa Branca sem as devidas formalidades protocolares, nem a natural mediatização do mesmo, nada mais transpirou. Pelo contrário, embora tenha ocorrido um black-out à imprensa, as duas individualidades mantiveram as suas posições.
Para Barack Obama, a criação de factos novos no terreno, tais como as demolições e despejos de famílias árabes em Jerusalém, o contínuo alargamento de assentamentos na parte oriental da referida cidade e em toda a Cisjordânia, minam todos os esforços de paz. A administração Obama pretende ainda que o Governo israelita estenda a moratória de 10 meses de interrupção de construção nas referidas localidades (cujo prazo finda em Setembro), que em princípio devem fazer parte do futuro Estado palestino.
Netanyahu não só contrariou essas expectativas de Obama, como, de regresso ao seu país, reuniu o chamado septeto (sete dos mais influentes ministros do seu Governo) e assegurou que as medidas para alargar colónias israelitas em territórios palestinos devem continuar porque alegadamente não estão a ser feitas fora de parcelas que não pertençam ao Estado judaico.
O governante israelita, que deve ter recebido um forte apoio das poderosas organizações judaicas, de membros da Câmara dos Representantes e do Senado, parece decidido, se necessário, a confrontar o Presidente Barack Obama.
Como resultado, a Liga Árabe, reunida durante o último fim-de-semana em Sirte, na Líbia, mostrou-se profundamente desiludida com o que considera incapacidade da administração Obama em pressionar Israel a conformar-se aos compromissos de paz.
A reunião, que teve como foco os últimos desenvolvimentos no Sudão, Iraque e a causa palestiniana, foi praticamente dominada pelo que os seus membros consideram como a “judaização da cidade de Jerusalém”.
A organização dos países árabes procura uma resolução legal, provavelmente ao nível do Conselho de Segurança e da Assembleia-geral da ONU, para inviabilizar as alterações que estão a decorrer em Jerusalém, nomeadamente as de ordem demográfica, humanitária e histórica para, como dizem, retirar àquela cidade os aspectos árabes.
Na sua declaração final, a Liga Árabe não reafirmou o seu apoio, formulado há duas semanas, às conversações indirectas entre israelitas e palestinos, não obstante o apelo do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que esteve presente na cimeira como convidado.
E como se não bastasse, o secretário-geral da referida organização, o egípcio Amr Moussa, apelou aos países árabes a cooperar com o Irão, num claro aviso aos Estados Unidos de que a Liga Árabe pode não alinhar na cruzada de Washington contra o regime iraniano.
Esta última inversão de marcha, passe a expressão, por parte da Liga Árabe é o pior cenário que a administração Obama podia esperar na medida em que reforça a posição do Irão, um país cuja asfixia Washington julga necessária para avançar o processo de paz.
Sem poder exercer pressão ao Governo israelita de Benjamin Netanyahu, os Estados Unidos ficam como que de mãos atadas, atendendo que esta tem sido a contrapartida esperada pela Liga Árabe e, em certa medida, por culpa própria e de seu maior aliado na região, Israel, contribui também para o declínio da sua influência no Médio Oriente. Aliás, o chefe máximo das forças americanas estacionadas no Médio Oriente, general David Petraeus, em depoimento no comité das forças armadas do Senado foi citado a dizer que a intransigência do actual Governo de Israel mina todos os esforços de paz, a capacidade de intervenção política do Estados Unidos, aliena os sectores moderados daquela região e fortalece países como Irão, Síria e as organizações radicais. [b]
31 de Março, 2010
Tal como previsto, as tentativas da administração Obama para “matar dois coelhos com uma só cajadada” falharam redondamente e as consequências não se fizeram esperar.
Levar as autoridades israelitas e as palestinianas a engajarem-se em negociações, ainda que indirectas, para ter como duplo resultado a solução (o principio do desfecho) do conflito israelo-palestino e o reforço do isolamento do Irão estão a revelar-se como uma estratégia falhada.
Este revés representa sobretudo o princípio do declínio da influência dos Estados Unidos
na região do Médio Oriente, numa altura em que todas as partes, incluindo Israel, consciente ou inconscientemente, sabotam os seus esforços para pacificar e democratizar a região.
Depois do recente encontro entre Barack Obama e o Primeiro-Ministro israelita, Benjamin Netanyahu, pouco depois deste último ter participado na reunião anual da organização pró Israel, AIPAC, um frente-a-frente na Casa Branca sem as devidas formalidades protocolares, nem a natural mediatização do mesmo, nada mais transpirou. Pelo contrário, embora tenha ocorrido um black-out à imprensa, as duas individualidades mantiveram as suas posições.
Para Barack Obama, a criação de factos novos no terreno, tais como as demolições e despejos de famílias árabes em Jerusalém, o contínuo alargamento de assentamentos na parte oriental da referida cidade e em toda a Cisjordânia, minam todos os esforços de paz. A administração Obama pretende ainda que o Governo israelita estenda a moratória de 10 meses de interrupção de construção nas referidas localidades (cujo prazo finda em Setembro), que em princípio devem fazer parte do futuro Estado palestino.
Netanyahu não só contrariou essas expectativas de Obama, como, de regresso ao seu país, reuniu o chamado septeto (sete dos mais influentes ministros do seu Governo) e assegurou que as medidas para alargar colónias israelitas em territórios palestinos devem continuar porque alegadamente não estão a ser feitas fora de parcelas que não pertençam ao Estado judaico.
O governante israelita, que deve ter recebido um forte apoio das poderosas organizações judaicas, de membros da Câmara dos Representantes e do Senado, parece decidido, se necessário, a confrontar o Presidente Barack Obama.
Como resultado, a Liga Árabe, reunida durante o último fim-de-semana em Sirte, na Líbia, mostrou-se profundamente desiludida com o que considera incapacidade da administração Obama em pressionar Israel a conformar-se aos compromissos de paz.
A reunião, que teve como foco os últimos desenvolvimentos no Sudão, Iraque e a causa palestiniana, foi praticamente dominada pelo que os seus membros consideram como a “judaização da cidade de Jerusalém”.
A organização dos países árabes procura uma resolução legal, provavelmente ao nível do Conselho de Segurança e da Assembleia-geral da ONU, para inviabilizar as alterações que estão a decorrer em Jerusalém, nomeadamente as de ordem demográfica, humanitária e histórica para, como dizem, retirar àquela cidade os aspectos árabes.
Na sua declaração final, a Liga Árabe não reafirmou o seu apoio, formulado há duas semanas, às conversações indirectas entre israelitas e palestinos, não obstante o apelo do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que esteve presente na cimeira como convidado.
E como se não bastasse, o secretário-geral da referida organização, o egípcio Amr Moussa, apelou aos países árabes a cooperar com o Irão, num claro aviso aos Estados Unidos de que a Liga Árabe pode não alinhar na cruzada de Washington contra o regime iraniano.
Esta última inversão de marcha, passe a expressão, por parte da Liga Árabe é o pior cenário que a administração Obama podia esperar na medida em que reforça a posição do Irão, um país cuja asfixia Washington julga necessária para avançar o processo de paz.
Sem poder exercer pressão ao Governo israelita de Benjamin Netanyahu, os Estados Unidos ficam como que de mãos atadas, atendendo que esta tem sido a contrapartida esperada pela Liga Árabe e, em certa medida, por culpa própria e de seu maior aliado na região, Israel, contribui também para o declínio da sua influência no Médio Oriente. Aliás, o chefe máximo das forças americanas estacionadas no Médio Oriente, general David Petraeus, em depoimento no comité das forças armadas do Senado foi citado a dizer que a intransigência do actual Governo de Israel mina todos os esforços de paz, a capacidade de intervenção política do Estados Unidos, aliena os sectores moderados daquela região e fortalece países como Irão, Síria e as organizações radicais. [b]
Vitor mango- Pontos : 118212
Re: Influência americana em declínio no Médio Oriente
Aliás, o chefe máximo das forças americanas estacionadas no Médio Oriente, general David Petraeus, em depoimento no comité das forças armadas do Senado foi citado a dizer que a intransigência do actual Governo de Israel mina todos os esforços de paz, a capacidade de intervenção política do Estados Unidos, aliena os sectores moderados daquela região e fortalece países como Irão, Síria e as organizações radicais. [b]
in jornal de Angola
Vitor mango- Pontos : 118212
Re: Influência americana em declínio no Médio Oriente
Pois é, Mango. Nada que eu não tenha previsto tempos atrás, quando disse que Obama nada conseguiria, se persistisse na sua de exigências unilaterais. E está a perder pau e bola, como costuma dizer-se.
Mesmo não se estando muito enfronhado no conflito do Médio Oriente, percebe-se que todas as estratégias para a obtenção de paz, seguidas até agora, enfermam do mal de atribuir todas as culpas a um só lado, descurando, reafirmo, o principal factor prejudicial - a falta de confiança nas intenções, principalmente no que ao extermínio concerne.
Israel parece contar apenas consigo mesmo (eu disse, parece!), mas para andar neste "chove e não molha", vale mais "só que mal acompanhado"
Mesmo não se estando muito enfronhado no conflito do Médio Oriente, percebe-se que todas as estratégias para a obtenção de paz, seguidas até agora, enfermam do mal de atribuir todas as culpas a um só lado, descurando, reafirmo, o principal factor prejudicial - a falta de confiança nas intenções, principalmente no que ao extermínio concerne.
Israel parece contar apenas consigo mesmo (eu disse, parece!), mas para andar neste "chove e não molha", vale mais "só que mal acompanhado"
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Joao Ruiz- Pontos : 32035
Re: Influência americana em declínio no Médio Oriente
João Ruiz escreveu:Pois é, Mango. Nada que eu não tenha previsto tempos atrás, quando disse que Obama nada conseguiria, se persistisse na sua de exigências unilaterais. E está a perder pau e bola, como costuma dizer-se.
Mesmo não se estando muito enfronhado no conflito do Médio Oriente, percebe-se que todas as estratégias para a obtenção de paz, seguidas até agora, enfermam do mal de atribuir todas as culpas a um só lado, descurando, reafirmo, o principal factor prejudicial - a falta de confiança nas intenções, principalmente no que ao extermínio concerne.
Israel parece contar apenas consigo mesmo (eu disse, parece!), mas para andar neste "chove e não molha", vale mais "só que mal acompanhado"
gostaria de informar bque tenho tido o cuidado de incluir tudo o que é noticias validas about medio Oriente
mais
Recorro imenso ao Haaretz que é uma das chaves noticiosas sobre Israel ..tudo o que o haaretz escreve aparece 24 horas depois estampado em...
O nproblema do medio Oriente tem varias e muitas condicionamentos para alem do religioso
vejamos
O Irao criou um polo de atraçao imenso que é respeitado
Os arabes desunidos esperam por ordens da europa Russia e america
O Kuarteto reuniu-se e disse
os emninos tem 2 anos para a pax senao seremos nos a decidir
Ora Israel deve a sua existencia legala á ONU ...e este kuarteto pode decidir que ...que e mais que...
A Urrs abafou os estados balticos na altura mas nunca nenhum pais do ocidente apoiuou
Moral da historia
O Muro caiu a URRS caiou e os estados balticos estao ai fresquinhos
Jerusalem pertence a quem la nasceu e sempre foi apos Saladino uma cidade onde acabaram as caboiadas
O netamiado e no artigo de opiniao do proprio haaretz atou-se e tem tanta ponta que ja nem consegue ..blka bla bla
Portugal no tempo colonial sabe bem o que é ter o mundo contra nozes
Oh my GOD ninguem nos gramava
Vitor mango- Pontos : 118212
Re: Influência americana em declínio no Médio Oriente
Portugal no tempo colonial sabe bem o que é ter o mundo contra nozes
Oh my GOD ninguem nos gramava
Formulação errada!
Gramariam, se não estivéssemos entre eles, o petróleo e os diamantes...
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Joao Ruiz- Pontos : 32035
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