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Mensagem por Joao Ruiz Qui maio 06, 2010 10:21 am

PJ desfaz rede de tráfico de armas e apreende arsenal

por ALFREDO TEIXEIRA
Hoje

Porto Ng1289331

Na operação, denominada 'Guns N' Roses', foram detidas 23 pessoas. O núcleo duro da rede vivia há anos do tráfico de armas e está ligado a cobranças difíceis. Há armeiros implicados

Muitas das armas apreendidas anteontem pela Polícia Judiciária (PJ) numa megaoperação desencadeada na zona do Grande Porto foram utilizadas em assaltos. No mercado negro, o valor destas armas espingardas, pistolas, revólveres, carabinas e uma metralhadora chegariam a milhares de euros. Foram detidas 23 pessoas.

O valor, como explicou ontem o coordenador da PJ José Monteiro, varia consoante o modelo e a potência da arma. Uma coisa é certa: o núcleo duro deste grupo de tidos, vivia exclusivamente, nos últimos anos, do tráfico de armas. Os indivíduos, 22 homens e uma mulher, têm idades compreendidas entre os 20 e os 59 anos e foram ontem à tarde presentes ao juiz de instrução em Aveiro (ver caixa). A mulher e os elementos mais jovens funcionavam como colaboradores da rede, guardando parte das armas em suas casas. Parte dos implicados são pessoas "ligadas às chamadas cobranças difíceis".

No total, a PJ efectuou 51 buscas "criteriosamente planeadas" numa investigação que durava já há um ano. "Uma operação sustentada por muitas diligências e matéria de prova", referiu José Monteiro. A PJ realizou ainda quatro buscas a armeiros e numa oficina de reparação de armas, comerciantes que eram cúmplices dos detidos.

Na operação conduzida pela Directoria do Norte (Porto) e que contou com a colaboração dos departamentos de Braga, Aveiro, Vila Real e alguns elementos da Directoria do Centro estiveram envolvidos 160 inspectores. As buscas foram realizadas nas zonas da Maia, Valongo, Matosinhos, Amarante, Porto, Gaia, Gondomar e Estarreja.

No total, a PJ apreendeu 17 pistolas de diversos modelos e calibres, dez revólveres, 15 espingardas-caçadeiras, quatro carabinas, cerca de uma centenas de armas brancas (como punhais, navalhas de ponta e mola, navalhas-borboleta, sabres e catanas) e vários milhares de munições para armas de fogo de diversos calibres. Entre as armas de maior calibre, destaque para duas metralhadoras, várias shot gun e até uma semiautomática Uzi, utilizada apenas pela polícia. A PJ encontrou ainda um colete à prova de bala. Por tudo isto, a operação teve o apropriado nome de 'Guns N' Roses'.

A provar que esta actividade delituosa era lucrativa estão ainda as seis viaturas automóveis de gama alta apreendidas assim como o cinco mil euros em dinheiro e os quatro quilogramas de ouro. A polícia apanhou ainda uma quantidade de haxixe adequada à confecção de cerca de 400 doses individuais.

O director nacional adjunto, Baptista Romão diz que esta não foi a maior apreensão de armas feita até agora "mas uma das mais importantes". Para saber se este armamento esteve directamente envolvido em assalto, a PJ vai agora cruzar informação. "A movimentação de armas em território nacional não é de agora e já este ano houve várias detenções por tráfico de armas", recordou Baptista Romão que salientou ainda as armas que são apreendidas aquando a detenção de assaltantes, como aconteceu ao longo de 2009. Daí que "no Norte a criminalidade violenta esteja controlada".

Quanto à proveniência das armas existe uma incógnita uma vez não existirem fronteiras físicas entre Portugal e Espanha, nem qualquer controlo alfandegário. Muitas destas armas distinguem--se pelos modelos, umas mais antigas que outras, outras de possível fabrico nacional outras não, tendo ao longo dos anos passado por muitas mãos. Todo este material apreendido será analisado e peritado pela polícia, podendo ser descoberta a sua relação com outros crimes.

In DN

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Mensagem por Joao Ruiz Dom Jan 15, 2012 9:42 am

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Lojas centenárias do Porto resistem à crise

por Lusa
Hoje

[img]Porto Ng1779518[/img]

Quando a qualidade de artigos exclusivos anda de mãos dadas ao bom serviço dos empregados, ao investimento e empreendedorismo diário e à não exploração do cliente asseguram-se os ingredientes certos para que um negócio centenário resista à crise e mantenha lucros.

Cabeleiras postiças, botões em pompons de vison e pedras semi-preciosas com valores a roçar os 45 euros cada um, ou bacalhau do Canadá com cura amarela não parecem, à primeira vista, artigos que possam manter lojas com 100 anos abertas ao público nos tempos que correm. Mas há lojas históricas no Porto que em vez de fecharem portas, prometem mais 100 anos de negócio,

Os proprietários contam à Agência Lusa que a chave do sucesso é manter o investimento e os produtos serem os mais exclusivos. Em 1906, o cabeleireiro posticeiro "Cardoso", estabelecimento que nasceu junto ao Teatro Rivoli do Porto, na Rua Bonjardim, abastecia os teatros portugueses e era frequentado por artistas como Raul Solnado, Eunice Munoz, Camilo de Oliveira ou Laura Alves.

Seguiu-se depois a época da "vaidade" em que as mulheres usavam amiúde as cabeleiras nos eventos sociais, quando não tinham tempo de ir ao cabeleireiro. Hoje, volvidos 107 anos, o nicho de mercado mantém-se mas os destinatários principais já não são os artistas, mas os doentes com cancro.

"Há uma média de 10 a 15 pessoas por mês que recorrem ao Cardoso Cabeleireiro e a casa vai vivendo", conta à Agência Lusa Israel de Matos, 57 anos, que começou a aprender a arte de ser posticeiro aos 11 anos.

"O estatuto da antiguidade e a qualidade dos artigos são a chave do sucesso numa arte que é como a de um relojoeiro, porque é um trabalho minucioso", assume o proprietário da loja, passando um fio de cabelo numa espécie de tear e revelando que uma cabeleira postiça com cabelo natural pode atingir os 500 euros.

Na loja centenária "Botónia", localizada na rua portuense da Cedofeita, o negócio dos botões e de peças a imitar joias verdadeiras, mantém a clientela da alta sociedade e o volume de negócios "é grande e que não dá prejuízo".

"Como é que eu faço para lidar com a crise? Não paro, quero ter sempre tudo diferente e bom. Invisto, não tenho medo. Vou ao dinheiro que tinha guardado e compro novas coleções", conta Guilhermina Azeredo Lobo, 64 anos, gerente da loja dos seus avós maternos.

A clientela da Botónia é da alta sociedade. "Têm joias verdadeiras guardadas em cofres por causa dos assaltos e preferem andar com a minha bijutaria que passa logo por ser uma joia", revela a lojista, recordando que a fidelização das clientes passa de mãe para filha e netas.

Na Botónia, tanto se podem encontrar os mais delicados pompons de vison para aplicar em casados e camisolas, como botões com pedras semipreciosas Swarovski para vestidos, fatos de dança de salão ou patinagem artística, como se podem comprar alguns metros de aplicações para alargar saias ou "mudar o visual" de um casado antigo.

Na montra há exclusivos de botões em pele, seda, aplicações a metro, bijutaria com banho de ouro, pedras e cristais Swarovsk, enumera Guilhermina Azeredo Nunes, referindo que os fornecedores da Holanda, Itália, Alemanha, Espanha e República Checa já lhe trouxeram as coleções de 2012.

"Tenho uma filha e peço muito a Deus que ela queira continuar o negócio de família. Uma das minhas alegrias era que ela nunca perdesse a casa dos meus avós maternos, que provavelmente há 100 anos deve-lhes ter custado muito manter", conta Guilhermina, com os olhos marejados de lágrimas.

Fundada em 1910, junto à Torre dos Clérigos, a mercearia "Casa Oriental" começou por vender chás e especiarias da China e Japão, mas como o volume de vendas começou a baixar, o proprietário José Maria Rocha, 64 anos, decidiu apostar em artigos como o bacalhau, azeite, frutas, legumes frescos e fumeiro, broa e pão.

"Quando apostei em artigos novos as vendas duplicaram", recorda, confessando que a chave do sucesso -- há dias que tem 500 clientes - é a "qualidade" dos produtos.

"Se um cliente vai bem servido volta", assegura, acreditando que a Casa Oriental bem se pode manter por mais uma centena de anos de forma sustentável.

In DN

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