Portugal, Espanha e França assinam acordo para garantir TGV

Portugal, Espanha e França assinam acordo para garantir TGV

Márcia Galrão

Nos dias 8 e 9 de Junho, os ministros dos Transportes de Portugal, Espanha e França vão assinar um "memorando de entendimento".

O objectivo é propor à União Europeia que a linha de alta velocidade transfronteiriça entre os três territórios seja considerada um projecto "prioritário entre os prioritários".

O anúncio foi feito hoje no Parlamento pelo ministro das Obras Públicas António Mendonça, à margem do debate da moção de censura ao Governo que está a decorrer esta manhã.

Segundo o ministro, este memorando tem como objectivo "garantir os financiamentos" europeus nesta linha transfronteiriça que ligação Lisboa a Madrid e depois Madrid a França.

Em defesa do projecto e contrariando as declarações de ontem do líder parlamentar do PSD, Miguel Macedo, - que garantiu que o ministro do Fomento espanhol tinha falado em adiar e reavaliar o TGV em Espanha, colocando em causa a viabilidade do troço português - António Mendonça diz que falou com o seu homólogo em Espanha e que Blanco ficou "impressionado com as notícias" que corriam em Portugal e sobre as quais dizia "não haver fundamento".

"São notícias irresponsáveis", criticou o ministro.

Um discurso que José Sócrates, já no plenário, tinha feito em resposta a questões de Miguel Macedo, reafirmando a confirmação do lado espanhol de que todos os compromissos assumidos com Portugal estão em curso.

Tanto o primeiro-ministro na sala, como o ministro aos jornalistas, fizeram questão de mostrar fotografias das obras que decorrem em Espanha para a ligação em alta velocidade de Badajoz a Cáceres.

António Mendonça interpretou ainda as palavras do ministro do Fomento perante o Parlamento espanhol, que motivaram as declarações do PSD, garantindo que o seu homólogo falou em "adiamentos e reajustamentos de infra-estruturas espanholas", à semelhança do que o Governo português também já fez, mas que não colocam em causa a linha transfronteiriça: "este troço tem a ver com financiamentos da rede transeuropeia de transportes, que só pode ser aplicado na alta velocidade e tem prazos", sustentou o ministro.