as tias a beber cafezinho ( com cheirinho ...)
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as tias a beber cafezinho ( com cheirinho ...)
Sem perder o sono
Por Joana Andrade
A maioria dos descafeinados já é feita com processos naturais. As partículas do próprio café são dissolvidas em água sem nenhum químico. A solução é pobre em cafeína e atrai o componente dos grãos que se quer descafeinar
Um café é considerado descafeinado, na União Europeia, quando tem uma percentagem de cafeína inferior a 0,1%. Há vários processos pelos quais esta pode ser extraída, como passar os grãos de café por jactos de vapor a altas temperaturas, e, em seguida, por agentes químicos.
E são estes agentes que contribuem para a ideia de que o descafeinado não tira o sono mas pode ser tóxico - o primeiro método de descafeinação, que já foi abandonado, fazia uso do benzeno para retirar cafeína.
O processo natural, usado hoje por várias marcas, utiliza partículas do próprio café dissolvidas em água. A solução é pobre em cafeína e atrai o componente dos grãos que se quer descafeinar.
No caso da Nespresso, por exemplo, o método utilizado é à base de água sem aditivos químicos ou solventes. «A água dissolve a cafeína sem interferir na intensidade e na variedade de aromas», de acordo com informações prestadas pela marca.
Já a portuguesa Delta lava os grãos com água e um solvente orgânico «amigo do ambiente, para retirar a maior percentagem de cafeína», revela a empresa.
Recentemente descobriram-se plantas de café que produzem muito pouca cafeína - esta pode ir dos 40 miligramas aos 125 mg por cem mililitros. A quantidade varia conforme a espécie da planta: a Robusta - cultivada no Brasil e em África - contém duas vezes mais cafeína do que a Arabica (Etiópia). E desta espécie já se encontrou uma variedade com um décimo da quantidade de cafeína do que as mais comuns.
Mas cafeína a menos também pode significar prejuízo para a saúde. Um estudo recente realizado nos Estados Unidos avança que o descafeinado pode potenciar o risco de se ter uma doença cardíaca, pelo aumento dos níveis de colesterol.
Dos cerca de 200 inquiridos que beberam café, descafeinado ou nenhuma destas bebidas, por grupos, os prejudicados foram os que só consumiram a segunda - acumularam mais 18% de gorduras no sangue, enquanto que nos outros grupos a quantidade de gorduras manteve-se inalterada.
Por outro lado, o nutricionista Nuno Borges, da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto, admite os benefícios do descafeinado: «Os doentes com pressão arterial elevada ou com insónias podem beneficiar da redução da cafeína na sua dieta». No entanto, lembra também a existência de vários estudos que associam a cafeína a efeitos positivos, como «o sentimento temporário de energia e alerta e até melhorias na memória de curto prazo». O nutricionista recorda que o consumo de cafeína tem sido associado a uma menor incidência das doenças de Alzheimer ou Parkinson.
joana.andrade@sol.pt
Por Joana Andrade
A maioria dos descafeinados já é feita com processos naturais. As partículas do próprio café são dissolvidas em água sem nenhum químico. A solução é pobre em cafeína e atrai o componente dos grãos que se quer descafeinar
Um café é considerado descafeinado, na União Europeia, quando tem uma percentagem de cafeína inferior a 0,1%. Há vários processos pelos quais esta pode ser extraída, como passar os grãos de café por jactos de vapor a altas temperaturas, e, em seguida, por agentes químicos.
E são estes agentes que contribuem para a ideia de que o descafeinado não tira o sono mas pode ser tóxico - o primeiro método de descafeinação, que já foi abandonado, fazia uso do benzeno para retirar cafeína.
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No caso da Nespresso, por exemplo, o método utilizado é à base de água sem aditivos químicos ou solventes. «A água dissolve a cafeína sem interferir na intensidade e na variedade de aromas», de acordo com informações prestadas pela marca.
Já a portuguesa Delta lava os grãos com água e um solvente orgânico «amigo do ambiente, para retirar a maior percentagem de cafeína», revela a empresa.
Recentemente descobriram-se plantas de café que produzem muito pouca cafeína - esta pode ir dos 40 miligramas aos 125 mg por cem mililitros. A quantidade varia conforme a espécie da planta: a Robusta - cultivada no Brasil e em África - contém duas vezes mais cafeína do que a Arabica (Etiópia). E desta espécie já se encontrou uma variedade com um décimo da quantidade de cafeína do que as mais comuns.
Mas cafeína a menos também pode significar prejuízo para a saúde. Um estudo recente realizado nos Estados Unidos avança que o descafeinado pode potenciar o risco de se ter uma doença cardíaca, pelo aumento dos níveis de colesterol.
Dos cerca de 200 inquiridos que beberam café, descafeinado ou nenhuma destas bebidas, por grupos, os prejudicados foram os que só consumiram a segunda - acumularam mais 18% de gorduras no sangue, enquanto que nos outros grupos a quantidade de gorduras manteve-se inalterada.
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joana.andrade@sol.pt
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