Transportes mais caros em Julho
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Transportes mais caros em Julho
Transportes mais caros em Julho
por EDUARDA FROMMHOLD
Hoje
Transportadores privados consideram que o aumento de 1,2% fixado pelo Governo é "insuficiente".
O Governo anunciou ontem um aumento médio de 1,2% nos preços dos transportes públicos a partir de 1 de Julho, nas áreas de Lisboa e do Porto, uma subida que incorpora já o aumento do IVA.
De acordo com o comunicado emitido pela tutela, a medida abrange os transportes urbanos de Lisboa e do Porto, os transportes colectivos rodoviários e ferroviários interurbanos de passageiros até 50 quilómetros, bem como os transportes fluviais na área metropolitana de Lisboa. A decisão é alvo de um despacho conjunto dos ministérios das Finanças, da Economia e dos Transportes, precisa o documento, acrescentando que "a percentagem fixada de 1,2% engloba a variação da taxa reduzida do IVA de 5% para 6%", que entra igualmente em vigor em Julho.
A decisão não agradou à Associação Nacional de Transportadores Rodoviários de Passageiros (Antrop), que reivindicava uma actualização entre 3% e 4% e considera que 1,2% reflecte praticamente apenas a subida do IVA, sendo portanto "insuficiente". A Antrop entende que o Governo não queira "penalizar o utilizador", mas defende que deve haver fontes de financiamento alternativas.
"Nós não temos interesse na penalização. O que nós dizemos é que o sistema de transportes tem de ser financiado, se não vai sistematicamente perder passageiros e, qualquer dia, não há empresas de transportes que garantam o serviço público", vaticina o presidente da Antrop, citado pela Lusa. Para Luís Cabaço Martins, a solução passa por desviar parte das receitas do estacionamento urbano para o sistema de transportes privado, devendo os hipermercados e centros comerciais também contribuir, por serem "grandes geradores de tráfego", bem como o imobiliário, uma vez que os imóveis são valorizados pela proximidade de transportes públicos.
Já o ministro dos Transportes considera "neste momento prematuro estar a falar" de outras formas de financiamento. Segundo António Mendonça, "o Governo fez o que entendeu que devia fazer", fixando um "ajustamento" de 1,2%, "para que os operadores possam repercutir o aumento do IVA nos preços".
Em declarações ao DN, o secretário-geral da UGT, João Proença, defendeu que "qualquer aumento não deverá ir além da taxa da inflação prevista para este ano, que é de 1%" e lembra que os preços dos transportes foram aumentados devido à subida dos combustíveis, mas a sua descida "não se reflectiu depois numa redução das tarifas". Refere também que "as empresas beneficiaram ainda de uma inflação negativa em 2009" e que "na generalidade das transportadoras privadas não houve aumentos salarias ou tiveram um impacto reduzido nos custos das empresas".
In DN
por EDUARDA FROMMHOLD
Hoje
Transportadores privados consideram que o aumento de 1,2% fixado pelo Governo é "insuficiente".
O Governo anunciou ontem um aumento médio de 1,2% nos preços dos transportes públicos a partir de 1 de Julho, nas áreas de Lisboa e do Porto, uma subida que incorpora já o aumento do IVA.
De acordo com o comunicado emitido pela tutela, a medida abrange os transportes urbanos de Lisboa e do Porto, os transportes colectivos rodoviários e ferroviários interurbanos de passageiros até 50 quilómetros, bem como os transportes fluviais na área metropolitana de Lisboa. A decisão é alvo de um despacho conjunto dos ministérios das Finanças, da Economia e dos Transportes, precisa o documento, acrescentando que "a percentagem fixada de 1,2% engloba a variação da taxa reduzida do IVA de 5% para 6%", que entra igualmente em vigor em Julho.
A decisão não agradou à Associação Nacional de Transportadores Rodoviários de Passageiros (Antrop), que reivindicava uma actualização entre 3% e 4% e considera que 1,2% reflecte praticamente apenas a subida do IVA, sendo portanto "insuficiente". A Antrop entende que o Governo não queira "penalizar o utilizador", mas defende que deve haver fontes de financiamento alternativas.
"Nós não temos interesse na penalização. O que nós dizemos é que o sistema de transportes tem de ser financiado, se não vai sistematicamente perder passageiros e, qualquer dia, não há empresas de transportes que garantam o serviço público", vaticina o presidente da Antrop, citado pela Lusa. Para Luís Cabaço Martins, a solução passa por desviar parte das receitas do estacionamento urbano para o sistema de transportes privado, devendo os hipermercados e centros comerciais também contribuir, por serem "grandes geradores de tráfego", bem como o imobiliário, uma vez que os imóveis são valorizados pela proximidade de transportes públicos.
Já o ministro dos Transportes considera "neste momento prematuro estar a falar" de outras formas de financiamento. Segundo António Mendonça, "o Governo fez o que entendeu que devia fazer", fixando um "ajustamento" de 1,2%, "para que os operadores possam repercutir o aumento do IVA nos preços".
Em declarações ao DN, o secretário-geral da UGT, João Proença, defendeu que "qualquer aumento não deverá ir além da taxa da inflação prevista para este ano, que é de 1%" e lembra que os preços dos transportes foram aumentados devido à subida dos combustíveis, mas a sua descida "não se reflectiu depois numa redução das tarifas". Refere também que "as empresas beneficiaram ainda de uma inflação negativa em 2009" e que "na generalidade das transportadoras privadas não houve aumentos salarias ou tiveram um impacto reduzido nos custos das empresas".
In DN
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