Angola é o novo El Dorado da emigração portuguesa
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Angola é o novo El Dorado da emigração portuguesa
Angola é o novo El Dorado da emigração portuguesa
Espanha, Suíça e Reino Unido são os destinos preferidos da vaga de emigração do século XXI
Helena Norte
Angola é o mais recente El Dorado de emigração: só no ano passado, mais de 23 mil portugueses foram para lá viver. Espanha, Reino Unido e Suíça são outros dos destinos mais procurados. Nos últimos cinco anos, 350 mil viram-se obrigados a emigrar para fugir à crise.
Calcula-se que, entre 2005 e 2009, tenham saído cerca de 70 mil portugueses por ano, de acordo com Simões Bento, director do Observatório de Emigração. Os dados (ainda provisórios) referentes ao ano passado, dão conta de uma diminuição, nomeadamente para alguns países da Europa.
A excepção é, claramente, Angola. O movimento de portugueses para a antiga colónia era, em 2006, insignificante - apenas 156 pessoas partiram para o país nesse ano. Nos dois seguintes, há registo de uma ligeira subida, mas foi nem 1009 que se verificou um salto gigante: 23787 portugueses deram entrada, com o objectivo de se fixarem pelo menos durante um ano.
A explicação pode estar na grave crise económica que assola a Europa, mas que não tem travado o galopante crescimento da economia angolana, de acordo com Mário Leston Bandeira, catedrático do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa.
"Um dos aspectos da actual conjuntura económica é os portugueses, tal como os antepassados que descobriram o Mundo, virarem-se para África quando a Europa está em crise", sublinhou o antigo presidente da Sociedade Portuguesa de Demografia.
Analisando as estimativas, disponíveis no site do Observatório da Emigração, sobre os países que mais portugueses têm acolhido nos últimos anos, verificam-se tendências diferentes.
Em Espanha - país onde em 2009 residiam mais de 148 cidadãos nascidos em Portugal - regista-se uma evidente e sustentada tendência de crescimento do fluxo migratório: entre 2003 e 2007, aumentou de 4825 para 27178.
Na Suíça, o número de emigrantes que deu entrada anualmente, entre 2003 e 2008, também aumentou, embora de forma mais moderada (de 12 mil para 17 mil por ano).
Já no Reino Unido, o pico do movimento de portugueses ocorreu em 2004 (ano em que entraram 13850 pessoas). Nos anos seguintes, verifica-se uma quebra, ligeiramente contrariada em 2007 e 2008, mas que em 2009 volta a sentir-se (10310 entradas). Comparando o número de cidadãos nascidos em Portugal a residir naquele país, entre 2005 e 2009, constata-se um aumento de quase 60 mil indivíduos.
Todos os dados existentes são estimativas, já que não existem estatísticas sobre emigração. O motivo é simples: um português que queira sair do país não tem de notificar qualquer autoridade. Aliás, se for para um dos 27 países da União Europeia nem sequer precisa de qualquer visto para entrar.
Na prática, é impossível dizer ao certo quantos portugueses residem ou trabalham no estrangeiro. As estimativas que existem resultam do cruzamento de várias fontes, designadamente registos consulares (que não são obrigatórios) e dados da Segurança Social e do Fisco dos países de acolhimento, que funcionam como indicadores do número de portugueses que lá trabalham legalmente. Além disso, não se sabe quantos - e em que momento - regressaram.
Espanha, Suíça e Reino Unido são os destinos preferidos da vaga de emigração do século XXI
Helena Norte
Angola é o mais recente El Dorado de emigração: só no ano passado, mais de 23 mil portugueses foram para lá viver. Espanha, Reino Unido e Suíça são outros dos destinos mais procurados. Nos últimos cinco anos, 350 mil viram-se obrigados a emigrar para fugir à crise.
Calcula-se que, entre 2005 e 2009, tenham saído cerca de 70 mil portugueses por ano, de acordo com Simões Bento, director do Observatório de Emigração. Os dados (ainda provisórios) referentes ao ano passado, dão conta de uma diminuição, nomeadamente para alguns países da Europa.
A excepção é, claramente, Angola. O movimento de portugueses para a antiga colónia era, em 2006, insignificante - apenas 156 pessoas partiram para o país nesse ano. Nos dois seguintes, há registo de uma ligeira subida, mas foi nem 1009 que se verificou um salto gigante: 23787 portugueses deram entrada, com o objectivo de se fixarem pelo menos durante um ano.
A explicação pode estar na grave crise económica que assola a Europa, mas que não tem travado o galopante crescimento da economia angolana, de acordo com Mário Leston Bandeira, catedrático do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa.
"Um dos aspectos da actual conjuntura económica é os portugueses, tal como os antepassados que descobriram o Mundo, virarem-se para África quando a Europa está em crise", sublinhou o antigo presidente da Sociedade Portuguesa de Demografia.
Analisando as estimativas, disponíveis no site do Observatório da Emigração, sobre os países que mais portugueses têm acolhido nos últimos anos, verificam-se tendências diferentes.
Em Espanha - país onde em 2009 residiam mais de 148 cidadãos nascidos em Portugal - regista-se uma evidente e sustentada tendência de crescimento do fluxo migratório: entre 2003 e 2007, aumentou de 4825 para 27178.
Na Suíça, o número de emigrantes que deu entrada anualmente, entre 2003 e 2008, também aumentou, embora de forma mais moderada (de 12 mil para 17 mil por ano).
Já no Reino Unido, o pico do movimento de portugueses ocorreu em 2004 (ano em que entraram 13850 pessoas). Nos anos seguintes, verifica-se uma quebra, ligeiramente contrariada em 2007 e 2008, mas que em 2009 volta a sentir-se (10310 entradas). Comparando o número de cidadãos nascidos em Portugal a residir naquele país, entre 2005 e 2009, constata-se um aumento de quase 60 mil indivíduos.
Todos os dados existentes são estimativas, já que não existem estatísticas sobre emigração. O motivo é simples: um português que queira sair do país não tem de notificar qualquer autoridade. Aliás, se for para um dos 27 países da União Europeia nem sequer precisa de qualquer visto para entrar.
Na prática, é impossível dizer ao certo quantos portugueses residem ou trabalham no estrangeiro. As estimativas que existem resultam do cruzamento de várias fontes, designadamente registos consulares (que não são obrigatórios) e dados da Segurança Social e do Fisco dos países de acolhimento, que funcionam como indicadores do número de portugueses que lá trabalham legalmente. Além disso, não se sabe quantos - e em que momento - regressaram.
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