a divida do saramago
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a divida do saramago
"Pensámos em vários momentos conjuntamente. Ele, pedir a espanhola, e eu, a portuguesa. (...) Mas eu recusei sempre que ele pedisse a espanhola", diz a jornalista e presidenta da Fundação José Saramago. O motivo: "Porque ele é um símbolo de Portugal". Sobre o pedido de nacionalidade portuguesa, revelado pela primeira vez ao diário brasileiro "Globo" e confirmada ao PÚBLICO a 26 de Julho, a viúva do escritor reitera ao DN que a sua motivação foi "emocional. Sem razão. Creio que lhe devo [a José Saramago] isso, ponto."
Quanto à polémica com o fisco espanhol, Pilar del Río queixa-se de "insensibilidade dos meios de comunicação social" pelo timing e explica que José Saramago tentará já resolver o problema. "Saramago cumpriu civicamente com os seus deveres e, quando isto começou há dez anos, pediu auxílio ao Governo de Portugal, o primeiro-ministro de Portugal e o primeiro-ministro de Espanha disseram-lhe que estava resolvido". "Por outro lado, houve alguém dentro do fisco espanhol que teve muito empenho em que isto não estivesse resolvido", acusa.
Trata-de se um caso que remonta ao final dos anos 1990. Em Abril, um tribunal condenou o escritor a pagar os seus impostos em Espanha e não em Portugal, por entender que a sua residência fiscal se encontrava naquele país. Em causa está o pagamento de 717.651 euros ao fisco espanhol, referentes aos anos de 1997, 1998, 1999 e 2000, em que o escritor pagou os seus impostos em Portugal. Em 2008, o Tribunal Económico Administrativo Central espanhol entendeu que o escritor vivia permanentemente em Espanha (em Tías, Lanzarote) e que aí devia responder perante o fisco. É desde então que se arrasta este processo.
Pilar del Río considera que o facto de o caso não estar resolvido "foi uma perseguição claramente política", apontando o dedo a "alguém muito concreto de Espanha". "Todo este problema surgiu quando Saramago pegou na bandeira da guerra contra o Iraque; quando Saramago enfrentou o Governo dos Estados Unidos e também o de Espanha por causa dessa guerra".
Sobre a obra póstuma, a viúva do único Nobel da Literatura em língua portuguesa indica que o início de um livro (50 páginas) que Saramago tinha por terminar será publicado enquanto tal: "Não é um livro porque ainda não estava acabado. Não vamos enganar ninguém". O inédito "Clarabóia", cuja publicação foi vedada a um jovem Saramago, será também um dia editado, mas Pilar del Río não avança datas. "Não há pressa".
Pilar del Río estima ainda que a Fundação José Saramago, na Casa dos Bicos, em cujo jardim fronteiro repousarão as cinzas do escritor, esteja pronta em Junho de 2011, salvaguardando a data perante a complexidade das obras em curso
Quanto à polémica com o fisco espanhol, Pilar del Río queixa-se de "insensibilidade dos meios de comunicação social" pelo timing e explica que José Saramago tentará já resolver o problema. "Saramago cumpriu civicamente com os seus deveres e, quando isto começou há dez anos, pediu auxílio ao Governo de Portugal, o primeiro-ministro de Portugal e o primeiro-ministro de Espanha disseram-lhe que estava resolvido". "Por outro lado, houve alguém dentro do fisco espanhol que teve muito empenho em que isto não estivesse resolvido", acusa.
Trata-de se um caso que remonta ao final dos anos 1990. Em Abril, um tribunal condenou o escritor a pagar os seus impostos em Espanha e não em Portugal, por entender que a sua residência fiscal se encontrava naquele país. Em causa está o pagamento de 717.651 euros ao fisco espanhol, referentes aos anos de 1997, 1998, 1999 e 2000, em que o escritor pagou os seus impostos em Portugal. Em 2008, o Tribunal Económico Administrativo Central espanhol entendeu que o escritor vivia permanentemente em Espanha (em Tías, Lanzarote) e que aí devia responder perante o fisco. É desde então que se arrasta este processo.
Pilar del Río considera que o facto de o caso não estar resolvido "foi uma perseguição claramente política", apontando o dedo a "alguém muito concreto de Espanha". "Todo este problema surgiu quando Saramago pegou na bandeira da guerra contra o Iraque; quando Saramago enfrentou o Governo dos Estados Unidos e também o de Espanha por causa dessa guerra".
Sobre a obra póstuma, a viúva do único Nobel da Literatura em língua portuguesa indica que o início de um livro (50 páginas) que Saramago tinha por terminar será publicado enquanto tal: "Não é um livro porque ainda não estava acabado. Não vamos enganar ninguém". O inédito "Clarabóia", cuja publicação foi vedada a um jovem Saramago, será também um dia editado, mas Pilar del Río não avança datas. "Não há pressa".
Pilar del Río estima ainda que a Fundação José Saramago, na Casa dos Bicos, em cujo jardim fronteiro repousarão as cinzas do escritor, esteja pronta em Junho de 2011, salvaguardando a data perante a complexidade das obras em curso
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