Perdemos o mar, ficamos com os touros e os bofetões no Lobo Antunes
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Perdemos o mar, ficamos com os touros e os bofetões no Lobo Antunes
23 Agosto 2010
Perdemos o mar, ficamos com os touros e os bofetões no Lobo Antunes
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Combustões
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23.8.10
2
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Perdemos o mar, ficamos com os touros e os bofetões no Lobo Antunes
A
direita portuguesa, perante as aporias da acção, prefere [sempre] fazer
o maior mal possível. A direita portuguesa é a mais semita da Europa,
pois raramente exercita a razão e do sagrado só tem a percepção do
proibido e a sede da punição. A tara moralona a que aqui por várias
vezes me referi, associada à tara jurídica, transformou a direita que
temos em coisa tão imprestável que só faz mal às instituições que julga
defender - a Igreja, as Forças Armadas, a propriedade - e às crenças
(boníssimas) que fazem o mistério da identidade nacional. Contra tudo,
não é por nada e até se virou contra aquilo que dela fazia uma excepção
no magma do odioso tribalismozinho europeu.
direita portuguesa, perante as aporias da acção, prefere [sempre] fazer
o maior mal possível. A direita portuguesa é a mais semita da Europa,
pois raramente exercita a razão e do sagrado só tem a percepção do
proibido e a sede da punição. A tara moralona a que aqui por várias
vezes me referi, associada à tara jurídica, transformou a direita que
temos em coisa tão imprestável que só faz mal às instituições que julga
defender - a Igreja, as Forças Armadas, a propriedade - e às crenças
(boníssimas) que fazem o mistério da identidade nacional. Contra tudo,
não é por nada e até se virou contra aquilo que dela fazia uma excepção
no magma do odioso tribalismozinho europeu.
A
direita portuguesa faz mal a Portugal: tornou-se racista num país sem
raça; é "europeia" num continente onde nunca estivemos; é pelas
"tradições" que passaram e revolucionária na cópia daquilo que sempre
repelimos. A direita portuguesa especializou-se no ataque ao Brasil e ao
brasileiro, quando o único futuro que nos pode salvar da bantustização
da "gorda, velha e hipócrita" Europa é o Brasil, futura grande potência.
Por isso, sem nunca ter aberto um livro, sem saber escrever duas linhas
ou associar duas ideias, fez-se paladina do anti-acordo ortográfico.
Por isso, sem jamais ter posto um pé na Baía, em Luanda, Lourenço
Marques, Goa, Macau ou Timor, desdenha da Comunidade dos Países de
Língua Portuguesa, o tal forum que foi vilmente traído pelos
"europeístas" num tempo em que a Europa era a nova pimenta, o novo ouro e
a nova Mina do Rand. Fez-se pró-Berlusconi, pró-Le Pen, pró-plutocracia
à outrance, pró-tudo o que conseguiu associar ao sucesso e ao poder que
não tem e nunca terá, pois é a direita que ficou onde ninguém quis
ficar.
direita portuguesa faz mal a Portugal: tornou-se racista num país sem
raça; é "europeia" num continente onde nunca estivemos; é pelas
"tradições" que passaram e revolucionária na cópia daquilo que sempre
repelimos. A direita portuguesa especializou-se no ataque ao Brasil e ao
brasileiro, quando o único futuro que nos pode salvar da bantustização
da "gorda, velha e hipócrita" Europa é o Brasil, futura grande potência.
Por isso, sem nunca ter aberto um livro, sem saber escrever duas linhas
ou associar duas ideias, fez-se paladina do anti-acordo ortográfico.
Por isso, sem jamais ter posto um pé na Baía, em Luanda, Lourenço
Marques, Goa, Macau ou Timor, desdenha da Comunidade dos Países de
Língua Portuguesa, o tal forum que foi vilmente traído pelos
"europeístas" num tempo em que a Europa era a nova pimenta, o novo ouro e
a nova Mina do Rand. Fez-se pró-Berlusconi, pró-Le Pen, pró-plutocracia
à outrance, pró-tudo o que conseguiu associar ao sucesso e ao poder que
não tem e nunca terá, pois é a direita que ficou onde ninguém quis
ficar.
Com
excepção de algumas plumas ilustres - Rodrigo Emílio, António Manuel
Couto Viana - de uma voz de excepção - José Campos e Sousa - e de duas
ou três cabeças que insistem em chamá-la à razão, a direita portuguesa
não fez um escritor, um músico, um pintor, um escultor, um cineasta,
nada. Ficou-se pelas pragas e rabujices, pela difamação e miríficos
"ajustes de contas" e "tribunais da história" que nunca se reunirão.
Ficou a direita com as promessas de bofetões ao Lobo Antunes - quem, se
não um rematado cobarde, pode ter o topete de bater num homem de 70 anos
? - como antes o fez com Saramago, que era criatura odiosa, mas até nos
deu um Nobel. Ora, a direita não pede o regresso às tradições que
fizeram Portugal confundir-se com Oceano, Império, África, Ásia e
Américas. Ora, não pede a direita a Restauração da monarquia, que foi o
esteio do mais lavado portuguesismo. Não, isso não interessa. O
importante são as touradas - de morte, se possível - proibir isto e
aquilo, dar uns bofetões ao Lobo Antunes e fazer uma fogueira com o
milionário papel impresso de Saramago. Não, o latim não interessa, a
literatura não pesa, o aprimoramento e o estudo cansam. A maior prenda
que poderiam dar à esquerda é, sem tirar, a direita portuguesa.
excepção de algumas plumas ilustres - Rodrigo Emílio, António Manuel
Couto Viana - de uma voz de excepção - José Campos e Sousa - e de duas
ou três cabeças que insistem em chamá-la à razão, a direita portuguesa
não fez um escritor, um músico, um pintor, um escultor, um cineasta,
nada. Ficou-se pelas pragas e rabujices, pela difamação e miríficos
"ajustes de contas" e "tribunais da história" que nunca se reunirão.
Ficou a direita com as promessas de bofetões ao Lobo Antunes - quem, se
não um rematado cobarde, pode ter o topete de bater num homem de 70 anos
? - como antes o fez com Saramago, que era criatura odiosa, mas até nos
deu um Nobel. Ora, a direita não pede o regresso às tradições que
fizeram Portugal confundir-se com Oceano, Império, África, Ásia e
Américas. Ora, não pede a direita a Restauração da monarquia, que foi o
esteio do mais lavado portuguesismo. Não, isso não interessa. O
importante são as touradas - de morte, se possível - proibir isto e
aquilo, dar uns bofetões ao Lobo Antunes e fazer uma fogueira com o
milionário papel impresso de Saramago. Não, o latim não interessa, a
literatura não pesa, o aprimoramento e o estudo cansam. A maior prenda
que poderiam dar à esquerda é, sem tirar, a direita portuguesa.
Publicada por
Combustões
em
23.8.10
2
comentários
Vitor mango- Pontos : 117475
Re: Perdemos o mar, ficamos com os touros e os bofetões no Lobo Antunes
A
direita portuguesa faz mal a Portugal: tornou-se racista num país sem
raça; é "europeia" num continente onde nunca estivemos; é pelas
"tradições" que passaram e revolucionária na cópia daquilo que sempre
repelimos. A direita portuguesa especializou-se no ataque ao Brasil e ao
brasileiro, quando o único futuro que nos pode salvar da bantustização
da "gorda, velha e hipócrita" Europa é o Brasil, futura grande potência.
Por isso, sem nunca ter aberto um livro, sem saber escrever duas linhas
ou associar duas ideias, fez-se paladina do anti-acordo ortográfico.
Vitor mango- Pontos : 117475
Re: Perdemos o mar, ficamos com os touros e os bofetões no Lobo Antunes
Tanto quanto me lembro, o lado direito da Assembleia da República, votou contra a adesão de Portugal à CEE.
Bem sei que mais tarde Paulo Portas, representante máximo da direita na AR se manifestou EUROCÉPTICO, mas não me parece suficiente para se considerar EUROPEU.
Verdadeiramente europeu, foi e continua a ser o PS acompanhado pelo PSD. Tenhamos em conta as prioridades de Sócrates quando subiu à posição de 1º. Ministro de Portugal.
A prioridade era: ESPANHA, ESPANHA, ESPANHA.
Por ventura a Espanha não faz parte da Europa?
Já agora, eu também devo fazer parte da direita portuguesa pois sou, como podem ver pela maneira como escrevo, que continuo a respeitar a grafia de antes do acordo.
Bem sei que mais tarde Paulo Portas, representante máximo da direita na AR se manifestou EUROCÉPTICO, mas não me parece suficiente para se considerar EUROPEU.
Verdadeiramente europeu, foi e continua a ser o PS acompanhado pelo PSD. Tenhamos em conta as prioridades de Sócrates quando subiu à posição de 1º. Ministro de Portugal.
A prioridade era: ESPANHA, ESPANHA, ESPANHA.
Por ventura a Espanha não faz parte da Europa?
Já agora, eu também devo fazer parte da direita portuguesa pois sou, como podem ver pela maneira como escrevo, que continuo a respeitar a grafia de antes do acordo.
Vagueante- Pontos : 1698
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