Nove anos após os atentados do 11 de setembro - “O Islão político falhou”, diz ensaísta
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Nove anos após os atentados do 11 de setembro - “O Islão político falhou”, diz ensaísta
11 de setembro: “O Islão político falhou”, diz ensaísta Abdelwahab Meddeb
Por Pedro Rosa Mendes, da Agência Lusa
Nove anos após os atentados do 11 de setembro, “constata-se o fracasso do projeto de tomada do poder à escala mundial pelos integristas”, afirmou à Agência Lusa em Paris o ensaísta Abdelwahab Meddeb.
“O Islão político falhou”, resume o intelectual e poeta francês de origem tunisina, autor de mais de 30 livros, incluindo “A Doença do Islão”, obra de referência sobre a radicalização ideológica e teológica muçulmana, publicada na sequência dos atentados contra as Torres Gémeas e o Pentágono em 2001.
“A conquista do poder pelos islamistas não teve lugar. Os estados resistem. Tomemos o exemplo do Egito: o Estado resiste mas ao preço do sacrifício da sociedade”, afirmou Meddeb.
“Vivemos no meio de uma guerra de imagens, à escala mundial, uma guerra pela conquista de imaginários e dos espíritos, em que as organizações integristas pretendem atingir o poder a todo o custo. Até agora, os integristas falharam, porque não há estados integristas, ou há apenas dois ou três”, analisa Meddeb.
“Mesmo na Arábia Saudita wahabita, o regime desencadeou uma guerra sem tréguas, militar e policial, contra os bin-ladistas. O problema é que a guerra contra o integrismo é feita com concessões ao integrismo. Não é uma guerra conduzida de maneira radical. De certa forma, o integrismo islâmico consegue ganhar terreno e visibilidade”, afirma também o ensaísta.
“O Islão do justo meio é um Islão que faz muitas concessões à interpretação integrista e maximalista da tradição islâmica”, acusa Meddeb, que nota, apesar de tudo, que “o debate é interessante e a diversidade dos pontos de vista está prestes a instalar-se de novo entre os doutores do Islão”.
“Apesar de o projeto integrista ter falhado, toda a análise que fiz sobre a ‘doença do Islão’ continua válida”, sublinha, porém, o conhecido ensaísta.
“A radicalização continua lá. O verdadeiro mal não é o Islão militante e heróico que ninguém quer porque é sacrificial: os radicais serão um por mil se for preciso. O verdadeiro mal é aquilo a que eu chamo o islamismo difuso, é a forma como os valores do islamismo militante contaminaram o senso comum islâmico”, afirmou Meddeb.
Abdelwahab Meddeb verifica, no entanto, uma mudança “doutrinária e teológica”, mesmo em países como a Arábia Saudita, o país que exportou nas últimas décadas a sua versão wahabita do Islão.
“’A Doença do Islão’ foi proibido na Arábia Saudita durante anos mas foi finalmente autorizado a circular. Venderam-se milhares de exemplares e a minha tese nesse livro é uma das referências dos liberais sauditas”, afirmou Meddeb à Lusa.
“Os liberais sauditas são apenas cinco ou dez por cento mas existem e são encorajados, apesar de tudo, pelo rei atual, porque o rei precisa de modernizar a sociedade saudita e permitiu aos liberais um pequeno espaço”, acrescenta o ensaísta francês.
“A novidade em relação a 2001 é que, nos últimos anos aumentou a consciência dessa doença. A reação e a resistência, a noção de que isso é insuportável, ganhou terreno. É a única coisa nova”, salienta Meddeb, que, percorrendo o mundo árabe, constata que “as pessoas começam a ficar fartas do atual estado de coisas”.
Por Pedro Rosa Mendes, da Agência Lusa
Nove anos após os atentados do 11 de setembro, “constata-se o fracasso do projeto de tomada do poder à escala mundial pelos integristas”, afirmou à Agência Lusa em Paris o ensaísta Abdelwahab Meddeb.
“O Islão político falhou”, resume o intelectual e poeta francês de origem tunisina, autor de mais de 30 livros, incluindo “A Doença do Islão”, obra de referência sobre a radicalização ideológica e teológica muçulmana, publicada na sequência dos atentados contra as Torres Gémeas e o Pentágono em 2001.
“A conquista do poder pelos islamistas não teve lugar. Os estados resistem. Tomemos o exemplo do Egito: o Estado resiste mas ao preço do sacrifício da sociedade”, afirmou Meddeb.
“Vivemos no meio de uma guerra de imagens, à escala mundial, uma guerra pela conquista de imaginários e dos espíritos, em que as organizações integristas pretendem atingir o poder a todo o custo. Até agora, os integristas falharam, porque não há estados integristas, ou há apenas dois ou três”, analisa Meddeb.
“Mesmo na Arábia Saudita wahabita, o regime desencadeou uma guerra sem tréguas, militar e policial, contra os bin-ladistas. O problema é que a guerra contra o integrismo é feita com concessões ao integrismo. Não é uma guerra conduzida de maneira radical. De certa forma, o integrismo islâmico consegue ganhar terreno e visibilidade”, afirma também o ensaísta.
“O Islão do justo meio é um Islão que faz muitas concessões à interpretação integrista e maximalista da tradição islâmica”, acusa Meddeb, que nota, apesar de tudo, que “o debate é interessante e a diversidade dos pontos de vista está prestes a instalar-se de novo entre os doutores do Islão”.
“Apesar de o projeto integrista ter falhado, toda a análise que fiz sobre a ‘doença do Islão’ continua válida”, sublinha, porém, o conhecido ensaísta.
“A radicalização continua lá. O verdadeiro mal não é o Islão militante e heróico que ninguém quer porque é sacrificial: os radicais serão um por mil se for preciso. O verdadeiro mal é aquilo a que eu chamo o islamismo difuso, é a forma como os valores do islamismo militante contaminaram o senso comum islâmico”, afirmou Meddeb.
Abdelwahab Meddeb verifica, no entanto, uma mudança “doutrinária e teológica”, mesmo em países como a Arábia Saudita, o país que exportou nas últimas décadas a sua versão wahabita do Islão.
“’A Doença do Islão’ foi proibido na Arábia Saudita durante anos mas foi finalmente autorizado a circular. Venderam-se milhares de exemplares e a minha tese nesse livro é uma das referências dos liberais sauditas”, afirmou Meddeb à Lusa.
“Os liberais sauditas são apenas cinco ou dez por cento mas existem e são encorajados, apesar de tudo, pelo rei atual, porque o rei precisa de modernizar a sociedade saudita e permitiu aos liberais um pequeno espaço”, acrescenta o ensaísta francês.
“A novidade em relação a 2001 é que, nos últimos anos aumentou a consciência dessa doença. A reação e a resistência, a noção de que isso é insuportável, ganhou terreno. É a única coisa nova”, salienta Meddeb, que, percorrendo o mundo árabe, constata que “as pessoas começam a ficar fartas do atual estado de coisas”.
Kllüx- Pontos : 11230
Re: Nove anos após os atentados do 11 de setembro - “O Islão político falhou”, diz ensaísta
11 de setembro: Política e manifestações nos EUA ganham terreno a cerimónias alusivas à tragédia de 2001
Por Paulo Dias Figueiredo, da Agência Lusa
Nova Iorque terá no sábado a mais significativa homenagem às cerca de 3.000 vítimas dos atentados terroristas de 2001, mas o 11 de setembro será marcado em todo o país, e este ano até com manifestações e comícios.
Nova Iorque irá assistir a duas manifestações na zona do futuro Centro Comunitário Islâmico, a dois quarteirões do Ground Zero: uma de apoiantes e outra de detratores, que afirmam que, em respeito para com as vítimas e as suas famílias, irão mostrar nada mais que bandeiras norte-americanas.
“Não é um comício político. Milhares de patriotas estão a prestar homenagem e a guardar luto em relação àqueles que perdemos no mais hediondo e brutal ataque no nosso solo”, afirma a organizadora da manifestação anti-mesquita, Pam Geller.
O grupo de País e Famílias de Bombeiros e Vítimas do World Trade Center apoia esta manifestação, mas o seu presidente reconhece que a data é cada vez menos vivida com solenidade.
“É uma pena. Parece que as coisas mudaram um pouco”, disse Jim Riches.
Ao longo de toda a semana, dois gigantescos focos de luz rasgaram à noite os céus de Manhattan, erguendo-se do local onde estava as torres gémeas.
As famílias das vítimas serão o centro das cerimónias na cidade, que decorrem em Zucotti Park, próximo do “Ground Zero”.
Às 8:40, hora a que o primeiro avião embateu contra a torre norte do World Trade Center será guardado um momento de silêncio, repetido às 9:03, quando embateu o segundo avião, e novamente à hora da queda de cada uma das torres.
Depois de serem lidos individualmente os nomes de todas as vítimas, irão ouvir-se os corneteiros da polícia e dos bombeiros da cidade.
Para marcar a ocasião, o Presidente norte-americano optou, em vez do Ground Zero, pelo Pentágono, onde um terceiro avião caiu em 2001.
Há dois anos, Barack Obama suspendeu a sua campanha eleitoral para as cerimónias no Ground Zero, ato seguido também pelo seu concorrente republicano, John McCain.
A primeira dama Michelle Obama, irá, juntamente com a sua antecessora Laura Bush, a uma cerimónia no local onde de despenhou o quarto avião, na Pensilvânia.
No nono aniversário do “9/11”, a capital norte-americana será de novo palco para manifestações de conservadores ligados ao movimento Tea Party, que irão marchar pela zona dos monumentos.
“A santidade do rito ligado a eventos, por mais catastróficos que sejam, tende a erodir com a passagem do tempo”, afirmou David Birdsell, professor de ciência política na universidade nova-iorquina de Baruch, em declarações ao site politico.com.
Para Birdsell, a data está a ser levada “para o reino da política”, por força dos animados debates que a efeméride geral.
No remoto estado do Alaska, a ex-governadora Sarah Palin e o comentador conservador Glenn Beck são as “estrelas” de um comício num pavilhão da capital estadual, Anchorage.
A última vez que Palin e Beck partilharam o palco foi há duas semanas, no aniversário do famoso discurso de Martin Luther King em prol dos direitos da minoria negra – e no mesmo local, as escadarias do memorial Lincoln, em Washington, onde apelaram a um “regresso” do país aos valores religiosos.
Por Paulo Dias Figueiredo, da Agência Lusa
Nova Iorque terá no sábado a mais significativa homenagem às cerca de 3.000 vítimas dos atentados terroristas de 2001, mas o 11 de setembro será marcado em todo o país, e este ano até com manifestações e comícios.
Nova Iorque irá assistir a duas manifestações na zona do futuro Centro Comunitário Islâmico, a dois quarteirões do Ground Zero: uma de apoiantes e outra de detratores, que afirmam que, em respeito para com as vítimas e as suas famílias, irão mostrar nada mais que bandeiras norte-americanas.
“Não é um comício político. Milhares de patriotas estão a prestar homenagem e a guardar luto em relação àqueles que perdemos no mais hediondo e brutal ataque no nosso solo”, afirma a organizadora da manifestação anti-mesquita, Pam Geller.
O grupo de País e Famílias de Bombeiros e Vítimas do World Trade Center apoia esta manifestação, mas o seu presidente reconhece que a data é cada vez menos vivida com solenidade.
“É uma pena. Parece que as coisas mudaram um pouco”, disse Jim Riches.
Ao longo de toda a semana, dois gigantescos focos de luz rasgaram à noite os céus de Manhattan, erguendo-se do local onde estava as torres gémeas.
As famílias das vítimas serão o centro das cerimónias na cidade, que decorrem em Zucotti Park, próximo do “Ground Zero”.
Às 8:40, hora a que o primeiro avião embateu contra a torre norte do World Trade Center será guardado um momento de silêncio, repetido às 9:03, quando embateu o segundo avião, e novamente à hora da queda de cada uma das torres.
Depois de serem lidos individualmente os nomes de todas as vítimas, irão ouvir-se os corneteiros da polícia e dos bombeiros da cidade.
Para marcar a ocasião, o Presidente norte-americano optou, em vez do Ground Zero, pelo Pentágono, onde um terceiro avião caiu em 2001.
Há dois anos, Barack Obama suspendeu a sua campanha eleitoral para as cerimónias no Ground Zero, ato seguido também pelo seu concorrente republicano, John McCain.
A primeira dama Michelle Obama, irá, juntamente com a sua antecessora Laura Bush, a uma cerimónia no local onde de despenhou o quarto avião, na Pensilvânia.
No nono aniversário do “9/11”, a capital norte-americana será de novo palco para manifestações de conservadores ligados ao movimento Tea Party, que irão marchar pela zona dos monumentos.
“A santidade do rito ligado a eventos, por mais catastróficos que sejam, tende a erodir com a passagem do tempo”, afirmou David Birdsell, professor de ciência política na universidade nova-iorquina de Baruch, em declarações ao site politico.com.
Para Birdsell, a data está a ser levada “para o reino da política”, por força dos animados debates que a efeméride geral.
No remoto estado do Alaska, a ex-governadora Sarah Palin e o comentador conservador Glenn Beck são as “estrelas” de um comício num pavilhão da capital estadual, Anchorage.
A última vez que Palin e Beck partilharam o palco foi há duas semanas, no aniversário do famoso discurso de Martin Luther King em prol dos direitos da minoria negra – e no mesmo local, as escadarias do memorial Lincoln, em Washington, onde apelaram a um “regresso” do país aos valores religiosos.
Kllüx- Pontos : 11230
Re: Nove anos após os atentados do 11 de setembro - “O Islão político falhou”, diz ensaísta
11 de setembro: À beira do “Ground Zero”, debate-se o futuro do Islão nos EUA
Por Paulo Dias de Figueiredo, da Agência Lusa
Park Place era apenas uma rua de Nova Iorque entalada entre duas artérias que conduzem ao World Trade Center; na véspera do 11 de setembro, é o epicentro do debate sobre o Islão nos Estados Unidos.
No sábado, quando passarem nove anos sobre os atentados contra as Torres Gémeas, onde morreram 3.000 pessoas, a polícia irá fechar todo o quarteirão, por causa de um edifício sujo, antigo armazém de casacos, agora uma mesquita que deverá dar lugar a um Centro Comunitário Islâmico que está a dividir o país.
Dois polícias guardam a entrada da mesquita, impotentes quanto a um carro que passa a tarde a dar voltas ao quarteirão, pejado de cartazes coloridos a dizer “América arrepende-te” ou “o Islão não é uma verdadeira religião”.
À primeira abordagem o condutor recusa parar, mas volta passados três minutos e mais uma volta, e estende o seu cartão: “Ronald Brock, camiãodaverdadeEUA.com”.
E porque é o Islão inaceitável? “Porque não aceitam Jesus como profeta”, responde de dentro do carro o homem de boné e barbas brancas. E o profeta deles? “Não é Jesus”, diz à Lusa antes de o semáforo abrir, e arrancar para mais uma volta.
“Isto é a América, vê-se de tudo”, expira Kamal, segurança da mesquita.
Do lado de fora, passa uma carrinha com vidros escurecidos e a bandeira americana presa no “capot”.
“Já tivemos um a passar aqui com um míssil montado no tejadilho”, diz Kamal à Lusa, enquanto recebe com um “salaam aleikum” os crentes que usam o antigo armazém para rezar.
A imprensa pode entrar na sala de orações, mas não filmar ou interpelar os poucos que rezam, num oásis de penumbra e silêncio, constantemente quebrado pelo vozearia e buzinas da rua.
Noutros pontos do país, vários cultos islâmicos foram interrompidos nas últimas semanas por atos de vandalismo.
Um pouco acima na rua, há um muçulmano e a mulher a venderem fruta, e em frente a eles um pequeno ajuntamento de apoiantes da mesquita, dos quais Joshua Wiles, um professor de educação especial de 26 anos, é o mais enérgico.
“Não quero que intimidem [os muçulmanos], quero que fiquem aqui onde compraram o edifício, onde têm o direito de construir, onde a cidade apoiou esse direito”, diz à Lusa.
Este ano, afirma, o aproximar do 11 de setembro trouxe um “entristecedor ódio contra os americanos muçulmanos”, muito devido às próximas eleições.
Atravessando a rua ao cimo de Park Place, encontra-se numa esquina um solitário manifestante anti-mesquita, segurando de braço erguido uma bandeira americana, que enverga estampada no boné e na t-shirt. Na outra mão segura um cartaz dizendo “Em Deus confiamos”.
Thomas conta que, através de um agente reformado do FBI, tomou conhecimento da “agenda secreta” da Irmandade Islâmica: “Converter a América num estado islâmico.”
Cita de cor primeira emenda da Constituição, sobre liberdade religiosa. Mas, diz, a lei fundamental proíbe também a apologia da violência e atentar contra o governo, o que está a ser planeado.
“Estou aqui para honrar a América, a Deus, e incentivar as pessoas a voltarem ao Deus dos pais fundadores [dos Estados Unidos], que liam as suas bíblias”, afirma.
Khaled vende “Falafel” com vista para o “ground zero”, onde ganha forma um novo arranha-céus no lugar que foi das torres gémeas. Há dez anos nos Estados Unidos, este muçulmano diz que nunca assistira a manifestações públicas contra a sua religião.
“A questão da mesquita fez com que muitos mostrassem que não gostam do Islão”, diz à Lusa.
“É possível que tenham estado a esconder-se”.
Por Paulo Dias de Figueiredo, da Agência Lusa
Park Place era apenas uma rua de Nova Iorque entalada entre duas artérias que conduzem ao World Trade Center; na véspera do 11 de setembro, é o epicentro do debate sobre o Islão nos Estados Unidos.
No sábado, quando passarem nove anos sobre os atentados contra as Torres Gémeas, onde morreram 3.000 pessoas, a polícia irá fechar todo o quarteirão, por causa de um edifício sujo, antigo armazém de casacos, agora uma mesquita que deverá dar lugar a um Centro Comunitário Islâmico que está a dividir o país.
Dois polícias guardam a entrada da mesquita, impotentes quanto a um carro que passa a tarde a dar voltas ao quarteirão, pejado de cartazes coloridos a dizer “América arrepende-te” ou “o Islão não é uma verdadeira religião”.
À primeira abordagem o condutor recusa parar, mas volta passados três minutos e mais uma volta, e estende o seu cartão: “Ronald Brock, camiãodaverdadeEUA.com”.
E porque é o Islão inaceitável? “Porque não aceitam Jesus como profeta”, responde de dentro do carro o homem de boné e barbas brancas. E o profeta deles? “Não é Jesus”, diz à Lusa antes de o semáforo abrir, e arrancar para mais uma volta.
“Isto é a América, vê-se de tudo”, expira Kamal, segurança da mesquita.
Do lado de fora, passa uma carrinha com vidros escurecidos e a bandeira americana presa no “capot”.
“Já tivemos um a passar aqui com um míssil montado no tejadilho”, diz Kamal à Lusa, enquanto recebe com um “salaam aleikum” os crentes que usam o antigo armazém para rezar.
A imprensa pode entrar na sala de orações, mas não filmar ou interpelar os poucos que rezam, num oásis de penumbra e silêncio, constantemente quebrado pelo vozearia e buzinas da rua.
Noutros pontos do país, vários cultos islâmicos foram interrompidos nas últimas semanas por atos de vandalismo.
Um pouco acima na rua, há um muçulmano e a mulher a venderem fruta, e em frente a eles um pequeno ajuntamento de apoiantes da mesquita, dos quais Joshua Wiles, um professor de educação especial de 26 anos, é o mais enérgico.
“Não quero que intimidem [os muçulmanos], quero que fiquem aqui onde compraram o edifício, onde têm o direito de construir, onde a cidade apoiou esse direito”, diz à Lusa.
Este ano, afirma, o aproximar do 11 de setembro trouxe um “entristecedor ódio contra os americanos muçulmanos”, muito devido às próximas eleições.
Atravessando a rua ao cimo de Park Place, encontra-se numa esquina um solitário manifestante anti-mesquita, segurando de braço erguido uma bandeira americana, que enverga estampada no boné e na t-shirt. Na outra mão segura um cartaz dizendo “Em Deus confiamos”.
Thomas conta que, através de um agente reformado do FBI, tomou conhecimento da “agenda secreta” da Irmandade Islâmica: “Converter a América num estado islâmico.”
Cita de cor primeira emenda da Constituição, sobre liberdade religiosa. Mas, diz, a lei fundamental proíbe também a apologia da violência e atentar contra o governo, o que está a ser planeado.
“Estou aqui para honrar a América, a Deus, e incentivar as pessoas a voltarem ao Deus dos pais fundadores [dos Estados Unidos], que liam as suas bíblias”, afirma.
Khaled vende “Falafel” com vista para o “ground zero”, onde ganha forma um novo arranha-céus no lugar que foi das torres gémeas. Há dez anos nos Estados Unidos, este muçulmano diz que nunca assistira a manifestações públicas contra a sua religião.
“A questão da mesquita fez com que muitos mostrassem que não gostam do Islão”, diz à Lusa.
“É possível que tenham estado a esconder-se”.
Kllüx- Pontos : 11230
Re: Nove anos após os atentados do 11 de setembro - “O Islão político falhou”, diz ensaísta
O pastor evangélico norte-americano Terry Jones garantiu hoje que a sua igreja nunca irá queimar o Corão, nem se for construída uma mesquita perto do Ground Zero, local onde estavam as Torres Gémeas.
Terry Jones tinha ameaçado queimar hoje o livro sagrado dos muçulmanos, dia em que se assinalam nove anos desde o 11 de setembro, por causa da eventual construção de um centro islâmico perto do World Trade Center.
O pastor reside na Florida, mas deslocou-se hoje a Nova Iorque, onde participou num programa televisivo matinal.
Terry Jones disse ainda que o seu objetivo foi de “expor que há uma parte do Islão que é muito perigosa e muito radical”.
Em declarações ao programa matinal da NBC, o pastor afirmou que “definitivamente cumpriu essa missão”.
Terry Jones disse também que não está prevista qualquer reunião com o líder do centro islâmico em causa, mas mostrou-se esperançado em conseguir reunir-se com aquele responsável.
Terry Jones tinha ameaçado queimar hoje o livro sagrado dos muçulmanos, dia em que se assinalam nove anos desde o 11 de setembro, por causa da eventual construção de um centro islâmico perto do World Trade Center.
O pastor reside na Florida, mas deslocou-se hoje a Nova Iorque, onde participou num programa televisivo matinal.
Terry Jones disse ainda que o seu objetivo foi de “expor que há uma parte do Islão que é muito perigosa e muito radical”.
Em declarações ao programa matinal da NBC, o pastor afirmou que “definitivamente cumpriu essa missão”.
Terry Jones disse também que não está prevista qualquer reunião com o líder do centro islâmico em causa, mas mostrou-se esperançado em conseguir reunir-se com aquele responsável.
Kllüx- Pontos : 11230
Vitor mango- Pontos : 118178
Re: Nove anos após os atentados do 11 de setembro - “O Islão político falhou”, diz ensaísta
O Presidente de Timor-Leste e Nobel da Paz José Ramos-Horta classificou hoje o pastor americano Terry Jones como um “completo idiota” e a ideia de queimar o Alcorão “uma estupidez”.
“É uma estupidez e nem sei como é que esse senhor, com uma aparência até esquisita, consegue ser pastor. Se eu fosse membro daquela Igreja na Florida, hoje mesmo abandonaria. Só tenho uma palavra a dizer: é idiota completo”, comentou.
Ramos-Horta referiu-se igualmente à polémica em torno do projeto de construção de um centro muçulmano na zona do “Ground Zero”, para dizer que está “desapontado” com a sociedade norte-americana.
“Eu que sempre admirei a sociedade americana, sobretudo depois de terem eleito Barak Obama, mas hoje estou desapontado, ao constatar que uma maioria está contra a construção de um centro cultural muçulmano a dois blocos do Word Trade Center”, disse.
Em contraponto, o Nobel da Paz, afirmou estar “extremamente bem impressionado com o Mayor Bloomberg, de Nova Iorque, que tem defendido com muita eloquência a justeza de se estabelecer ali o centro, que nem sequer é ao lado do World Trade Center, mas a dois quarteirões dali”.
Ramos-Horta falava à chegada a Díli, onde regressou após uma visita à Coreia do Sul e à Índia.
“Fui à Coreia do Sul como professor visitante de uma das universidades mais antigas onde todos os anos faço uma palestra, mas obviamente tive encontros de trabalho com o governo e o sector privado e inteirei-me da situação dos nossos trabalhadores, quase todos muito satisfeitos com as condições e com o trabalho, embora duro, e no próximo ano a Coreia do Sul dispõe-se a receber mais trabalhadores timorenses.
Apelei também para a concessão de mais bolsas de estudo, o que foi aceite, para o nível de mestrado”, explicou.
Na Índia, o Presidente de Timor-Leste visitou o Estado de Kerala, “que é o de maior nível de desenvolvimento”, onde procurou assegurar a cooperação para a formação técnica de timorenses, e estabeleceu contactos para que médicos timorenses possam vir a fazer especialização na Índia.
“É uma estupidez e nem sei como é que esse senhor, com uma aparência até esquisita, consegue ser pastor. Se eu fosse membro daquela Igreja na Florida, hoje mesmo abandonaria. Só tenho uma palavra a dizer: é idiota completo”, comentou.
Ramos-Horta referiu-se igualmente à polémica em torno do projeto de construção de um centro muçulmano na zona do “Ground Zero”, para dizer que está “desapontado” com a sociedade norte-americana.
“Eu que sempre admirei a sociedade americana, sobretudo depois de terem eleito Barak Obama, mas hoje estou desapontado, ao constatar que uma maioria está contra a construção de um centro cultural muçulmano a dois blocos do Word Trade Center”, disse.
Em contraponto, o Nobel da Paz, afirmou estar “extremamente bem impressionado com o Mayor Bloomberg, de Nova Iorque, que tem defendido com muita eloquência a justeza de se estabelecer ali o centro, que nem sequer é ao lado do World Trade Center, mas a dois quarteirões dali”.
Ramos-Horta falava à chegada a Díli, onde regressou após uma visita à Coreia do Sul e à Índia.
“Fui à Coreia do Sul como professor visitante de uma das universidades mais antigas onde todos os anos faço uma palestra, mas obviamente tive encontros de trabalho com o governo e o sector privado e inteirei-me da situação dos nossos trabalhadores, quase todos muito satisfeitos com as condições e com o trabalho, embora duro, e no próximo ano a Coreia do Sul dispõe-se a receber mais trabalhadores timorenses.
Apelei também para a concessão de mais bolsas de estudo, o que foi aceite, para o nível de mestrado”, explicou.
Na Índia, o Presidente de Timor-Leste visitou o Estado de Kerala, “que é o de maior nível de desenvolvimento”, onde procurou assegurar a cooperação para a formação técnica de timorenses, e estabeleceu contactos para que médicos timorenses possam vir a fazer especialização na Índia.
Kllüx- Pontos : 11230
Re: Nove anos após os atentados do 11 de setembro - “O Islão político falhou”, diz ensaísta
11 de setembro: Estados Unidos não têm outra solução senão retirar-se do Afeganistão - Talibãs
Kandahar, Afeganistão, 11 set (Lusa)
Os Estados Unidos deixaram passar todas as hipóteses para instaurar a paz no Afeganistão e não têm outra solução senão retirar-se, afirmaram hoje os talibãs em comunicado, no aniversário dos atentados do 11 de setembro de 2001.
“Nove anos depois do dia 11 de setembro e depois de tentarem todas as soluções possíveis, eles perdem todas as oportunidades de instaurar a paz”, afirma o comunicado dos talibãs referindo-se à coligação militar internacional que está no país desde o fim de 2001.
Os Estados Unidos “só têm uma opção”, afirmam, explicando que essa passa por “retirar as forças do Afeganistão sem condições”.
De acordo com os estudantes islâmicos, os Estados Unidos não têm o direito de impor condições ou pré condições na retirada “porque eles invadiram e ocuparam o país de modo ilegal e, por outro lado, porque são os derrotados”.
O comunicado foi difundido em Kandahar, a antiga capital do regime talibã, que governou Afeganistão entre 1996 e 2000.
Kandahar, Afeganistão, 11 set (Lusa)
Os Estados Unidos deixaram passar todas as hipóteses para instaurar a paz no Afeganistão e não têm outra solução senão retirar-se, afirmaram hoje os talibãs em comunicado, no aniversário dos atentados do 11 de setembro de 2001.
“Nove anos depois do dia 11 de setembro e depois de tentarem todas as soluções possíveis, eles perdem todas as oportunidades de instaurar a paz”, afirma o comunicado dos talibãs referindo-se à coligação militar internacional que está no país desde o fim de 2001.
Os Estados Unidos “só têm uma opção”, afirmam, explicando que essa passa por “retirar as forças do Afeganistão sem condições”.
De acordo com os estudantes islâmicos, os Estados Unidos não têm o direito de impor condições ou pré condições na retirada “porque eles invadiram e ocuparam o país de modo ilegal e, por outro lado, porque são os derrotados”.
O comunicado foi difundido em Kandahar, a antiga capital do regime talibã, que governou Afeganistão entre 1996 e 2000.
Kllüx- Pontos : 11230
Re: Nove anos após os atentados do 11 de setembro - “O Islão político falhou”, diz ensaísta
11 de setembro: Problemas evidenciados há nove anos “longe” de estarem ultrapassados – MNE Luís Amado
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, advertiu hoje que o mundo continua confrontado “com muitos problemas” a nível do chamado “choque de civilizações” e disse que os problemas evidenciados no 11 de setembro estão “longe de estarem ultrapassados”.
Falando em Bruxelas à margem de uma reunião dos chefes de diplomacia da União Europeia, no nono aniversário dos atentados de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos, Amado comentou que “os desenvolvimentos nos últimos meses têm evidenciado um ambiente estratégico de grande tensão e de grandes dificuldades” que merecem a maior atenção “no dia a dia da ação política de todos os agentes”.
Amado defendeu que “todos, responsáveis políticos, responsáveis religiosos, instituições”, devem ter “a preocupação de controlar tensões irracionais que se projetam com particular gravidade neste momento”.
“Estamos longe de ter ultrapassado os problemas que nos foram evidenciados justamente há nove anos atrás e que hoje se celebram”, comentou.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, advertiu hoje que o mundo continua confrontado “com muitos problemas” a nível do chamado “choque de civilizações” e disse que os problemas evidenciados no 11 de setembro estão “longe de estarem ultrapassados”.
Falando em Bruxelas à margem de uma reunião dos chefes de diplomacia da União Europeia, no nono aniversário dos atentados de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos, Amado comentou que “os desenvolvimentos nos últimos meses têm evidenciado um ambiente estratégico de grande tensão e de grandes dificuldades” que merecem a maior atenção “no dia a dia da ação política de todos os agentes”.
Amado defendeu que “todos, responsáveis políticos, responsáveis religiosos, instituições”, devem ter “a preocupação de controlar tensões irracionais que se projetam com particular gravidade neste momento”.
“Estamos longe de ter ultrapassado os problemas que nos foram evidenciados justamente há nove anos atrás e que hoje se celebram”, comentou.
Kllüx- Pontos : 11230
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