OE2011: Sócrates recusa reduzir défice só com cortes na despesa mas colocando em causa saúde e educação públicas
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OE2011: Sócrates recusa reduzir défice só com cortes na despesa mas colocando em causa saúde e educação públicas
OE2011: Sócrates recusa reduzir défice só com cortes na despesa mas colocando em causa saúde e educação públicas
Nova Iorque, 24 set (Lusa)
O primeiro ministro admitiu hoje que poderá ser mais justo, eventualmente, aumentar impostos do que colocar em causa a saúde e educação públicas e recusou fazer a redução do défice só com corte na despesa.
A posição de José Sócrates, que se encontra nas Nações Unidas, em Nova Iorque, foi assumida depois de confrontado com a ideia de que o PSD recusou uma negociação prévia do Orçamento do Estado para 2011, porque a proposta do executivo prevê um aumento de impostos.
“Isso não é verdade. Isso pura e simplesmente não aconteceu”, reagiu o primeiro ministro, antes de apresentar a sua versão dos factos em relação ao teor dos dois encontros que teve com o líder social democrata.
“O que disse ao dr. Passos Coelho é que nós devíamos fazer uma negociação prévia e perguntei-lhe se estava disponível para essa negociação prévia. Disse-lhe que, do meu ponto de vista, nessa negociação, a orientação deveria ser a de um Orçamento centrado na redução da despesa, mas sem excluir outras necessidades”, referiu o líder do executivo.
Interrogado se essas outras necessidades significam, no fundo, um novo aumento de impostos, Sócrates falou na “redução das deduções fiscais, que alguns consideram aumento de impostos, mas o Governo não”.
“Caso se vier a revelar a necessidade de aumentar impostos, se isso for mais justo do que reduzir despesa…”, declarou o primeiro ministro, não concluindo contudo esta ideia na sua resposta.
Porém, logo a seguir, José Sócrates voltou a este ponto, deixando um aviso ao PSD: “eu não aceito reduzir a despesa se isso atingir a saúde, se isso atingir a educação, porque o país precisa de bons serviços públicos”.
“Nós vamos reduzir a despesa em áreas muito significativas, mas não aceito a ideia de que tudo deve ser feito apenas à custa da redução da despesa, excluindo outras opções políticas”, frisou.
Nas respostas que deu aos jornalistas, José Sócrates salientou ainda que, nas reuniões com Pedro Passos Coelho, não colocou “qualquer condição”.
“Apenas pedi uma negociação prévia [do Orçamento] e a resposta foi negativa”, acrescentou.
Depois, José Sócrates fez uma crítica velada ao comportamento político de alguns líderes da oposição, dizendo que “há quem queira parecer responsável sem assumir nenhuma responsabilidade”.
“Percebo que as condições da governação são muito exigentes e partilhá-las foi algo que nunca esteve na mente dos outros partidos. Lamento que, em particular o PSD, não tenha compreendido a importância para o país de fazer uma negociação prévia”, disse.
Para as próximas semanas, Sócrates afirmou esperar que haja “responsabilidade e bom senso na política, porque o país precisa de compromisso e não de radicalismo”, declarou.
Nova Iorque, 24 set (Lusa)
O primeiro ministro admitiu hoje que poderá ser mais justo, eventualmente, aumentar impostos do que colocar em causa a saúde e educação públicas e recusou fazer a redução do défice só com corte na despesa.
A posição de José Sócrates, que se encontra nas Nações Unidas, em Nova Iorque, foi assumida depois de confrontado com a ideia de que o PSD recusou uma negociação prévia do Orçamento do Estado para 2011, porque a proposta do executivo prevê um aumento de impostos.
“Isso não é verdade. Isso pura e simplesmente não aconteceu”, reagiu o primeiro ministro, antes de apresentar a sua versão dos factos em relação ao teor dos dois encontros que teve com o líder social democrata.
“O que disse ao dr. Passos Coelho é que nós devíamos fazer uma negociação prévia e perguntei-lhe se estava disponível para essa negociação prévia. Disse-lhe que, do meu ponto de vista, nessa negociação, a orientação deveria ser a de um Orçamento centrado na redução da despesa, mas sem excluir outras necessidades”, referiu o líder do executivo.
Interrogado se essas outras necessidades significam, no fundo, um novo aumento de impostos, Sócrates falou na “redução das deduções fiscais, que alguns consideram aumento de impostos, mas o Governo não”.
“Caso se vier a revelar a necessidade de aumentar impostos, se isso for mais justo do que reduzir despesa…”, declarou o primeiro ministro, não concluindo contudo esta ideia na sua resposta.
Porém, logo a seguir, José Sócrates voltou a este ponto, deixando um aviso ao PSD: “eu não aceito reduzir a despesa se isso atingir a saúde, se isso atingir a educação, porque o país precisa de bons serviços públicos”.
“Nós vamos reduzir a despesa em áreas muito significativas, mas não aceito a ideia de que tudo deve ser feito apenas à custa da redução da despesa, excluindo outras opções políticas”, frisou.
Nas respostas que deu aos jornalistas, José Sócrates salientou ainda que, nas reuniões com Pedro Passos Coelho, não colocou “qualquer condição”.
“Apenas pedi uma negociação prévia [do Orçamento] e a resposta foi negativa”, acrescentou.
Depois, José Sócrates fez uma crítica velada ao comportamento político de alguns líderes da oposição, dizendo que “há quem queira parecer responsável sem assumir nenhuma responsabilidade”.
“Percebo que as condições da governação são muito exigentes e partilhá-las foi algo que nunca esteve na mente dos outros partidos. Lamento que, em particular o PSD, não tenha compreendido a importância para o país de fazer uma negociação prévia”, disse.
Para as próximas semanas, Sócrates afirmou esperar que haja “responsabilidade e bom senso na política, porque o país precisa de compromisso e não de radicalismo”, declarou.
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