Europa vira-se contra o Islão
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Europa vira-se contra o Islão
Europa vira-se contra o Islão
17 de Outubro, 2010César Avó
Áustria e Holanda são os casos mais recentes em que a extrema-direita ganha ascendente com discurso anti-islâmico, em ambiente de ameaça terrorista
A Europa escandalizou-se em 2000, quando a extrema-direita chegou ao poder na Áustria. O discurso xenófobo de Jörg Haider valeu sanções a Viena por parte da União Europeia.
Em 2010, a ascensão do herdeiro político de Haider, Heinz-Christian Strache - ao obter no fim-de-semana passado 27% de votos nas eleições municipais e regionais de Viena -, e com um discurso mais violento já não acirra ânimos.
No espaço de uma década, o discurso da extrema-direita centrou-se num dado novo: o ataque aos imigrantes muçulmanos e ao islamismo.
Apesar do tom musculado que o higienista oral Strache usa (e da inovadora táctica de campanha, ao eleger as discotecas como local estratégico), o expoente desta retórica é Geert Wilders, também líder de um Partido da Liberdade, mas da Holanda.
Wilders tem estado no centro das atenções, ora por ter viabilizado há dias o governo minoritário de liberais e democratas-cristãos em troca da proibição do véu islâmico e de medidas anti-imigração, ora por estar em julgamento, acusado de instigar o ódio e de discriminar os muçulmanos.
Herói para uns - tem ganho apoios nos EUA, onde discursou no 11 de Setembro, e na Alemanha, onde apadrinhou, no princípio do mês, um novo partido, A Liberdade -, é demagogo irresponsável para outros.
O popular líder da extrema-direita holandesa (que se diz liberal e não tem afinidades com partidos neofascistas) diz estar apenas no uso da liberdade de expressão, não ter nada contra os muçulmanos, mas contra o Islão e o seu livro sagrado: «Estou farto do Alcorão na Holanda. Proíbam esse livro fascista!», escreveu no jornal De Volkskrant.
Para não ter o mesmo destino que o político Pim Fortuyn e o cineasta Theo Van Gogh (críticos do Islão que acabaram assassinados), Wilders tem de viver protegido por guarda-costas.
Direita, volver
As mais recentes vitórias da extrema-direita na Áustria e Países Baixos juntam-se à recente entrada no parlamento sueco, e a coligações no governo dinamarquês, italiano e letão, além de terem representação em mais nove parlamentos europeus.
Em comum, apenas a atracção do eleitorado por uma mensagem que fuja dos padrões do centro-esquerda e do centro-direita.
Enquanto a Península Ibérica parece imune a este discurso que visa os estrangeiros, a França de Sarkozy entrou numa deriva persecutória aos ciganos que já teve sequela em Estrasburgo: a segunda cidade sede das instituições europeias tem sido palco de ataques islamófobos e anti-semitas no último mês.
Ódio gera ódio, já se sabe. Se a participação europeia na intervenção militar no Afeganistão já era motivo para os fundamentalistas ameaçarem atacar a Europa, o discurso extremado contra a crença muçulmana não ajuda.
O que explica o alerta que se vive contra atentados terroristas. «É como se estivessem muito excitados com algo grande que vai acontecer no Ocidente», confirmou um espião à Newsweek no Afeganistão.
cesar.avo@sol.pt
17 de Outubro, 2010César Avó
Áustria e Holanda são os casos mais recentes em que a extrema-direita ganha ascendente com discurso anti-islâmico, em ambiente de ameaça terrorista
A Europa escandalizou-se em 2000, quando a extrema-direita chegou ao poder na Áustria. O discurso xenófobo de Jörg Haider valeu sanções a Viena por parte da União Europeia.
Em 2010, a ascensão do herdeiro político de Haider, Heinz-Christian Strache - ao obter no fim-de-semana passado 27% de votos nas eleições municipais e regionais de Viena -, e com um discurso mais violento já não acirra ânimos.
No espaço de uma década, o discurso da extrema-direita centrou-se num dado novo: o ataque aos imigrantes muçulmanos e ao islamismo.
Apesar do tom musculado que o higienista oral Strache usa (e da inovadora táctica de campanha, ao eleger as discotecas como local estratégico), o expoente desta retórica é Geert Wilders, também líder de um Partido da Liberdade, mas da Holanda.
Wilders tem estado no centro das atenções, ora por ter viabilizado há dias o governo minoritário de liberais e democratas-cristãos em troca da proibição do véu islâmico e de medidas anti-imigração, ora por estar em julgamento, acusado de instigar o ódio e de discriminar os muçulmanos.
Herói para uns - tem ganho apoios nos EUA, onde discursou no 11 de Setembro, e na Alemanha, onde apadrinhou, no princípio do mês, um novo partido, A Liberdade -, é demagogo irresponsável para outros.
O popular líder da extrema-direita holandesa (que se diz liberal e não tem afinidades com partidos neofascistas) diz estar apenas no uso da liberdade de expressão, não ter nada contra os muçulmanos, mas contra o Islão e o seu livro sagrado: «Estou farto do Alcorão na Holanda. Proíbam esse livro fascista!», escreveu no jornal De Volkskrant.
Para não ter o mesmo destino que o político Pim Fortuyn e o cineasta Theo Van Gogh (críticos do Islão que acabaram assassinados), Wilders tem de viver protegido por guarda-costas.
Direita, volver
As mais recentes vitórias da extrema-direita na Áustria e Países Baixos juntam-se à recente entrada no parlamento sueco, e a coligações no governo dinamarquês, italiano e letão, além de terem representação em mais nove parlamentos europeus.
Em comum, apenas a atracção do eleitorado por uma mensagem que fuja dos padrões do centro-esquerda e do centro-direita.
Enquanto a Península Ibérica parece imune a este discurso que visa os estrangeiros, a França de Sarkozy entrou numa deriva persecutória aos ciganos que já teve sequela em Estrasburgo: a segunda cidade sede das instituições europeias tem sido palco de ataques islamófobos e anti-semitas no último mês.
Ódio gera ódio, já se sabe. Se a participação europeia na intervenção militar no Afeganistão já era motivo para os fundamentalistas ameaçarem atacar a Europa, o discurso extremado contra a crença muçulmana não ajuda.
O que explica o alerta que se vive contra atentados terroristas. «É como se estivessem muito excitados com algo grande que vai acontecer no Ocidente», confirmou um espião à Newsweek no Afeganistão.
cesar.avo@sol.pt
Vitor mango- Pontos : 118184
Re: Europa vira-se contra o Islão
58% dos alemães quer limitar liberdade religiosa dos muçulmanos
Cerca de 58% dos alemães são a favor da limitação da liberdade religiosa dos muçulmanos na Alemanha, segundo um estudo da Fundação Friedrich Ebert divulgado neste fim-de-semana.
No leste do país, território da antiga República Democrática Alemã (RDA) - as pessoas favoráveis a restringir as liberdades dos muçulmanos ascendem a 75%.
O estudo teve como objectivo determinar o potencial que podem ter as ideias de extrema-direita na Alemanha e concluiu, considerando seis variáveis, que o cenário é preocupante.
Assim, por exemplo, 34,7% dos alemães acreditam que a maioria dos muçulmanos vai para a Alemanha com o objectivo de abusar do sistema social e 23,6 é a favor da criação de um único partido que represente todo o país.
As outras três áreas em que o estudo procurou encontrar indícios de um potencial de extrema-direita - atitudes anti-semitas, defesa do darwinismo social e minimização dos crimes do nazismo - tiveram resultados menos inquietantes.
As atitudes anti-semitas foram observadas em 8,4% da população, as ideias procedentes do darwinismo social foram identificadas em 4,5% e as atitudes que minimizam os horrores do nazismo foram identificadas em 4,1 % dos entrevistados.
Cerca de 58% dos alemães são a favor da limitação da liberdade religiosa dos muçulmanos na Alemanha, segundo um estudo da Fundação Friedrich Ebert divulgado neste fim-de-semana.
No leste do país, território da antiga República Democrática Alemã (RDA) - as pessoas favoráveis a restringir as liberdades dos muçulmanos ascendem a 75%.
O estudo teve como objectivo determinar o potencial que podem ter as ideias de extrema-direita na Alemanha e concluiu, considerando seis variáveis, que o cenário é preocupante.
Assim, por exemplo, 34,7% dos alemães acreditam que a maioria dos muçulmanos vai para a Alemanha com o objectivo de abusar do sistema social e 23,6 é a favor da criação de um único partido que represente todo o país.
As outras três áreas em que o estudo procurou encontrar indícios de um potencial de extrema-direita - atitudes anti-semitas, defesa do darwinismo social e minimização dos crimes do nazismo - tiveram resultados menos inquietantes.
As atitudes anti-semitas foram observadas em 8,4% da população, as ideias procedentes do darwinismo social foram identificadas em 4,5% e as atitudes que minimizam os horrores do nazismo foram identificadas em 4,1 % dos entrevistados.
JN
ricardonunes- Pontos : 3302
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