Informação revelada pela Wikileaks entala os EUA

Estou á espera da letra V de Viriato. Curioso para saber o que é que a CIA descobriu sobre essa figura. Não sou eu. Era aquele gajo que correu á mocada os romanos.

Era uma vez a WikiLeaks

por BERNARDO PIRES DE LIMA

Já tínhamos entrado na era da violação da privacidade individual, mas esta semana a WikiLeaks escancarou as portas à violação da privacidade diplomática. Intriga, hipocrisia, sarcasmo e mentira foram alguns dos ingredientes da trama política que o mundo de um momento para o outro descobriu com choque e pavor, como se a história diplomática não estivesse repleta de maus fígados que irão perdurar no tempo enquanto ela for praticada por gente de carne e osso.

Primeira consequência disso: a WikiLeaks desbaratou o trabalho iniciado há uns meses, quando revelou violações de direitos humanos cometidas em operações militares no Afeganistão e Iraque, uma opção editorial que, sendo polémica e fruto de uma fuga de informação no Governo americano, merece dar início a uma profundíssima investigação judicial.

O que esta semana a WikiLeaks fez foi revelar milhares de telegramas entre o Foggy Bottom e as centenas de embaixadas e consulados americanos espalhados pelo mundo, cuja desclassificação não está autorizada e o conteúdo nada acrescenta de relevante aos propósitos com que a WikiLeaks iniciou o ano. Segunda consequência: confusão nas opiniões públicas sobre as reais intenções do site e um colorido patético das relações entre líderes mundiais.

O ponto em que a WikiLeaks se devia debruçar é este: ao não querer separar o trigo do joio (por exemplo: violações direitos humanos versus intriga cor-de-rosa) ou sequer acrescentar algo ao que já se sabia (receios sobre a soberania nuclear paquistanesa ou intenções de vizinhos árabes contra o Irão nuclear) só motivou uma caça ao homem em Washington e ao fecho do circuito restrito das informações diplomáticas. Ou muito me engano ou a WikiLeaks acabou de cavar o seu próprio fosso.


Não gosto de bufos. Nunca gostei. Nesse caso como nos outros onde o autor não é um ressabiado mas a justiça e CS. Depois o autor do WikiLeaks é parcial. O seu trabalho seria perfeito se também pesquisasse e publicasse o que os embaixadores dos diversos países acreditados nos EUA comunicam aos seus países. É que, não sendo um apoiante incondicional dos americanos, a má língua seria bem mais porca.

o que é do foro privado nunca pode ser analisado c om uma lupa de objectividade
calculem a conversa de dois amigos (ou amigas ) a verem passar uma rebolona ) e as conversas inter ambos
A rebolona sabe o que dizem dela e pelo facto balanceia os lombos ...essa a regra do jogo
Chegar ao pe da pikena e dizer-lhe
aqueles dois ali estavam a dizer de si que devias ser boa na cama
??????????????????????
Pois
a estupidez esta em quem quebra ass regras
os embaixadpores atiram para os telegrams ou emails aquilo que ouvem e quem le ...arquiva

Coscuvilhices

A prática da diplomacia tem como um dos seus pilares a garantia da confidencialidade naquilo que os profissionais dizem aos seus governos, e vice-versa. Na guerra como na paz, os serviços de “cifra” procuram assegurar a possibilidade de transmitir, com total franqueza e discrição, a apreciação de perfis de personalidades, a avaliação crítica de factos ou o desenho de cenários, tidos por relevantes para os interesses dos respetivos Estados. Não é por acaso que este tipo de comunicações só costuma ficar oficialmente disponível para escrutínio público algumas décadas depois.


A questão suscitada pela divulgação de centenas de milhares de documentos pela “WikiLeaks” configura uma quebra grave nesta relação de confiança. Ela coloca políticos e profissionais em elevado risco, nalguns casos com potenciais consequências funestas, podendo também induzir um ambiente de gratuita tensão entre Estados.


Com exceções muito raras, a diplomacia portuguesa não sofreu, até hoje, problemas desta natureza. Isso não significa que o que agora ocorreu não possa, subliminarmente, vir a retrair-nos no modo como, de futuro, venhamos a atuar.


O “voyeurisme” pateta de alguns setores sente-se deliciado com o acesso àquilo que deveria permanecer num registo discreto. É um belo teste de caráter, idêntico ao que qualifica quem revela conversas ouvidas nos locais públicos ou promove a divulgação de escutas telefónicas de natureza privada. Que se há-de fazer? São os novos “bufos”, as modernas comadres da eterna coscuvilhice.


(Texto de um artigo que hoje publico no "Diário Económico")

Postado por Francisco Seixas da Costa