O "mare nostrum" por MÁRIO SOARES
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O "mare nostrum" por MÁRIO SOARES
O "mare nostrum"
por MÁRIO SOARESHoje10 comentários
1. Até ao fim da II Guerra Mundial, o Mediterrâneo era o centro geoestratégico do mundo. Depois, com a Carta do Atlântico, assinada por Roosevelt e por Churchill, e, mais tarde, com o Tratado do Atlântico e a NATO, criada em 1949, para conter a expansão do comunismo, o Atlântico ocupou, em importância, o lugar do Mediterrâneo. Por pouco tempo.
Com a guerra do Vietname, a recuperação espectacular do Japão e a emergência da China, com Zhou Enlai, depois Deng Xiaoping e o desenvolvimento da Índia, o oceano Pacífico começou a disputar o lugar do Atlântico, como muitos politólogos afirmavam, com razão.
De repente, inesperadamente, a história deu uma nova e espectacular reviravolta com o acordar dos povos do Magrebe e do Próximo Oriente. Trata-se de uma revolução múltipla? Em alguns aspectos, seguramente, que sim. Uma revolução completamente original, desencadeada por jovens, com acesso às novas tecnologias de informação, que se concentraram nas ruas e nas praças das cidades para reclamar liberdade, democracia e, sobretudo, para gritarem contra os ditadores que os governavam, há décadas, sem qualquer legitimidade e contra a corrupção, comum a todos.
Como escreveu Joschka Fischer, o antigo ministro dos Estrangeiros, verde, alemão: "todo o Islão árabo-muçulmano está em polvorosa", com vários barris de pólvora prestes a explodir, com excepção, talvez, da Síria e da Arábia Saudita - por enquanto, acrescento eu - e, obviamente, Israel e a Palestina, que protagonizam outro conflito, que parece eternizar-se e tem sido a razão de ser de muitas violências na região, como no Líbano, duas vezes invadido por Israel e o próprio Iraque.
Note-se que as revoltas verificadas até agora, à excepção da Líbia - que é um caso sui generis - não envolveram gritos de ódio contra a América, o imperialismo ou Israel. Nem tiveram qualquer cunho religioso-islâmico, quer radical quer moderado. Limitaram-se a defender valores universais - democracia, direitos humanos, justiça social - e querem, sobretudo, a abertura de novos horizontes de progresso para os seus países, nomeadamente para as novas gerações mais cultivadas, sem emprego e à deriva.
por MÁRIO SOARESHoje10 comentários
1. Até ao fim da II Guerra Mundial, o Mediterrâneo era o centro geoestratégico do mundo. Depois, com a Carta do Atlântico, assinada por Roosevelt e por Churchill, e, mais tarde, com o Tratado do Atlântico e a NATO, criada em 1949, para conter a expansão do comunismo, o Atlântico ocupou, em importância, o lugar do Mediterrâneo. Por pouco tempo.
Com a guerra do Vietname, a recuperação espectacular do Japão e a emergência da China, com Zhou Enlai, depois Deng Xiaoping e o desenvolvimento da Índia, o oceano Pacífico começou a disputar o lugar do Atlântico, como muitos politólogos afirmavam, com razão.
De repente, inesperadamente, a história deu uma nova e espectacular reviravolta com o acordar dos povos do Magrebe e do Próximo Oriente. Trata-se de uma revolução múltipla? Em alguns aspectos, seguramente, que sim. Uma revolução completamente original, desencadeada por jovens, com acesso às novas tecnologias de informação, que se concentraram nas ruas e nas praças das cidades para reclamar liberdade, democracia e, sobretudo, para gritarem contra os ditadores que os governavam, há décadas, sem qualquer legitimidade e contra a corrupção, comum a todos.
Como escreveu Joschka Fischer, o antigo ministro dos Estrangeiros, verde, alemão: "todo o Islão árabo-muçulmano está em polvorosa", com vários barris de pólvora prestes a explodir, com excepção, talvez, da Síria e da Arábia Saudita - por enquanto, acrescento eu - e, obviamente, Israel e a Palestina, que protagonizam outro conflito, que parece eternizar-se e tem sido a razão de ser de muitas violências na região, como no Líbano, duas vezes invadido por Israel e o próprio Iraque.
Note-se que as revoltas verificadas até agora, à excepção da Líbia - que é um caso sui generis - não envolveram gritos de ódio contra a América, o imperialismo ou Israel. Nem tiveram qualquer cunho religioso-islâmico, quer radical quer moderado. Limitaram-se a defender valores universais - democracia, direitos humanos, justiça social - e querem, sobretudo, a abertura de novos horizontes de progresso para os seus países, nomeadamente para as novas gerações mais cultivadas, sem emprego e à deriva.
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Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
Vitor mango- Pontos : 118212
Re: O "mare nostrum" por MÁRIO SOARES
com vários barris de pólvora prestes a explodir, com excepção, talvez, da Síria e da Arábia Saudita - por enquanto, acrescento eu - e, obviamente, Israel e a Palestina, que protagonizam outro conflito, que parece eternizar-se e tem sido a razão de ser de muitas violências na região, como no Líbano, duas vezes invadido por Israel e o próprio Iraque.(a)
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