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Joao Ruiz
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Mensagem por Joao Ruiz Qui Ago 27, 2009 5:34 am

As análises serão uma espécie de notícias ao retardador, mas com o interesse acrescido (umas, outras nem tanto) do olhar crítico do analista, que poderemos confrontar com as nossas opiniões pesoais. Procurarei trazer aqui as que me pareçam mais interessantes, esperando que todos façam o mesmo

O tudo ou nada de Ferreira Leite

por Rui Hortelão

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Não havia espaço para equilíbrios. Chegara o momento de todas as definições, do tudo ou nada para Manuela Ferreira Leite.

Sentindo que pode ganhar o País e sabendo que não seria por incluir os críticos nas listas que a pouparão em caso de derrota, a decisão afigurou-se quase óbvia. Ponderadas as vantagens e as desvantagens de manter ou excluir os opositores internos, a balança tombou para a segunda opção. Mantê-los evitaria as críticas de prepotência, mas acarretaria a certeza de inevitáveis problemas mais à frente, ganhe ou perca o PSD as legislativas. Afastá-los legitima as queixas dos opositores, por um lado, mas por outro força-os a assumirem--se se quiserem continuar a promover a contestação interna. E ainda com a vantagem vital de, em caso de derrota nas eleições, assegurar uma bancada parlamentar unida e evitar os duelos destrutivos que atingiram o PSD nesta legislatura. Ferreira Leite sabe também que, com o PSD bem colocado, como está, nas sondagens, ninguém arriscará demarcar-se demasiado da sua liderança até Setembro. Depois disso, os cenários também são previsíveis: a vitória congelará a contestação interna; a derrota inflamá--la-á provavelmente muito para lá do que a líder do PSD conseguirá aguentar. Da análise política das listas, há ainda outros aspectos que ficam evidentes. A reunião de competências e especializações essenciais à governação é positiva, mas peca por cingir-se à vertente técnica, pois a maioria destes profissionais tem pouca ou nenhuma experiência política. Uma lacuna que Ferreira Leite tentou compensar com o renascimento de Couto dos Santos, a continuidade de Fernando Negrão e a aposta em Maria José Nogueira Pinto, mas que não esconde as notórias dificuldades em fomentar a renovação do partido.

Moniz, Vasconcellos e a nova era da TV

Quando as relações entre José Eduardo Moniz e a administração da Prisa azedaram, ainda Nuno Vasconcellos estava a despertar para o mercado dos media (a participação na SIC é herança familiar). Os dois souberam esperar. Moniz usou os feitos conseguidos à frente da TVI para resistir às pressões que se abatiam sobre ele e a mulher, Manuela Moura Guedes. Vasconcellos entrou em força na imprensa económica, em Portugal e em Angola, e, num ano, ganhou a confiança necessária para alargar horizontes. O descontentamento de Moniz na TVI, e a disponibilidade que este mostrou para sair aquando das eleições do Benfica, facilitou a estratégia que o patrão da Ongoing há muito adoptou como profissão: escolher os melhores e desenvolver empresas. Só a falta de visão poderia ser obstáculo a juntar à sua equipa o mais rentável e eficaz gestor da televisão portuguesa. Ainda no dia da sua saída, Moniz fez questão de dar uma lição de fazer audiências: mandou abrir o Jornal da Noite com a sua demissão, passou uma hora a promover a notícia e só depois entrou em directo, para 16 minutos de recados sobre o passado e promoção sobre o futuro. Mais requintado era difícil. Por fim, uma referência aos conspiradores, que insistem em teorizar sobre o acessório, negligenciando o que realmente interessa. E, neste caso, será sempre mais importante o projecto de Vasconcellos e Moniz do que a especulada entrada minoritária da PT na Media Capital.

A hipocrisia do Bloco Central

À sucessão de casos judiciais envolvendo políticos, reagiram PS e PSD com declarações públicas de interesse em afastar as ovelhas negras do seu rebanho. O actual Governo chegou inclusive a prometer, em 2007, a alteração da Lei da Tutela Administrativa para prever a suspensão dos mandatos de autarcas arguidos. Mas, durante dois anos, o silêncio foi regra de ouro sobre o assunto. Os socialistas nada fizeram e a oposição, do PSD ao Bloco de Esquerda, condescendeu. Interessadamente, claro. É por isso que, em matéria de políticos suspeitos ou acusados, nenhum partido tem já moral para se querer distinguir dos restantes. O Governo deixou cair a alteração na lei e Ferreira Leite não só disse (e mais uma vez, como exige Pacheco Pereira, ter-se-á de lhe dar uma "interpretação especial" às suas palavras) que matérias importantes não são para ser discutidas em vésperas de eleições como incluiu nas suas listas dois deputados arguidos. O assunto é delicado e, sabendo PS e PSD as manipulações a que sujeitam a justiça sempre que são poder, compreende-se algumas reservas em legislar sobre a matéria. Mas, já que é assim, pelo menos podiam poupar os portugueses à demagogia.

Tramados por elas!

John Dillinger celebrizou-se a assaltar bancos na década de 30, nos EUA. Isaltino Morais destacou-se como animal político no PSD, chegou a ministro e, mesmo acusado de corrupção, ganhou a Câmara de Oeiras. O primeiro acabou condenado e preso. O segundo também foi condenado, mas pagou cem mil euros e, por enquanto, continua em liberdade. Quis o destino que Isaltino e Dillinger fossem notícia de primeira página na mesma semana. Mas antes já os dois tinham algo muito mais significativo em comum: ambos foram denunciados por mulheres. O gangster americano foi traído por uma amiga da namorada e acabou preso à saída do cinema depois de assistir a um filme... de gangsters. Isaltino Morais deixou-se encantar por uma jovem de 19 anos que entrou na Câmara de Oeiras como temporária e acabou como sua chefe de gabinete, e a quem terá chegado até a propor casamento. Quando se zangaram, ela denunciou-lhe as contas na Suíça e abriu a caixa de Pandora, arruinando-lhe a carreira política e deixando-lhe sobre a cabeça a nuvem negra da prisão.

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Mensagem por Joao Ruiz Seg Ago 31, 2009 5:06 pm

Como vai a pré-campanha

por Filomena Martins
15 Agosto

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Sem ideias fortes para debater, a pré-campanha era um jogo de ténis ao sabor do arremesso político, ora num campo ora no outro. António Preto colocou-nos a olhar só para um lado.

Como vai a pré-campanha


1. Sem ideias fortes para debater, a pré-campanha era um jogo de ténis ao sabor do arremesso político, ora num campo ora no outro. António Preto colocou-nos a olhar só para um lado. Não se percebe como é que Manuela Ferreira Leite pode ter arriscado deitar tudo a perder, destruindo uma boa estratégia pré-eleitoral com uma aposta pessoal completamente indefensável. Ao deixar a revelação do seu programa para a última semana de Agosto, a líder do PSD seguia a linha do que fez com a escolha de Rangel para as europeias: fazer com que no mês que antecede as legislativas só se falasse nas suas propostas, quando as do PS já estivessem meio esquecidas. Até lá, bastava ir gerindo o silêncio, desmascarando ou demarcando-se das políticas socialistas. Mas, ao defender António Preto, Ferreira Leite pôs em causa a sua política de verdade e a sua imagem de credibilidade e desvalorizou os efeitos que esta escolha pode ter no eleitorado. Para a maioria dos portugueses, António Preto não é um Isaltino, uma Felgueiras ou um Valentim, que lhes tem deixado "obra feita". É pior. Uma figura obscura, que engana a justiça e anda com milhões em malas, mas que se vai sentar no Parlamento (veremos, aliás, o que fará Manuela se Preto for condenado em Outubro, um mês após ser eleito). O tema Preto vai tingir toda a campanha. Tudo o resto que Manuela apresentará será engolido por este buraco negro. Numas eleições que parecem tecnicamente empatadas, dar o "serviço" ao adversário pode ter sido fatal.

2. É óbvio que na história da exclusão de Lobo Antunes do Conselho de Ética alguém está a mentir. E essa mentira é tão lamentável quanto a exclusão de um profissional com provas dadas e acima de qualquer suspeita. Mas o facto tem de ser lido à luz desta pré-campanha. E, por aí, é preciso realçar que o Governo de José Sócrates está, deliberadamente, a demarcar-se de Cavaco Silva. Não do Presidente, como figura. Mas do homem, o ex-líder do PSD e um dos actuais grandes apoios de Ferreira Leite. Sócrates já percebeu há muito que a relação com Cavaco está condenada. Resta-lhe a fuga para a frente e o distanciamento político. Eleitoralmente, é uma jogada que agradará a uma certa ala do PS. A mesma cujas propostas Lobo Antunes ajudou a travar.

3. Não estivéssemos nós a um mês e meio de eleições e José Sócrates teria sido bem mais cauteloso a anunciar o início do fim da crise face ao crescimento de 0,3% do PIB. Tamanha euforia, na véspera de serem conhecidos novos números do desemprego, os mais altos dos últimos 20 anos, saiu-lhe pela culatra. Um partido que ficou abaixo do milhão de votos nas europeias tem de saber que o peso eleitoral de mais de 500 mil desempregados é muito maior que os dos empresários entusiasmados com o renascimento da economia. Alegria, sim. Mas na dose certa. Assim, soou a desespero.


O poder do futebol

Arrancou mais um campeonato de futebol e as elites do costume, na sua maioria capazes de olhar apenas por cima do ombro para os seus interesses culturais de nicho, a maioria deles subsidiodependentes, voltam a elevar a voz contra os milhões gastos nesta modalidade que gera paixões desenfreadas e plebeias. A verdade é que o futebol português conseguiu este ano o melhor saldo entre todos os campeonatos da Europa no que respeita ao mercado de transferências, movimentando 78 milhões de euros entre compras e vendas de futebolistas. É por este prisma que o futebol nacional deve ser olhado também, mesmo por quem não gosta das minudências que vão passar a agitar os próximos fins-de-semana do burgo. Trata-se, há muito, de uma indústria produtiva, que movimenta milhões entre exportações e importações, para além de outros negócios paralelos em seu redor e da visibilidade que tem dado ao nosso país, conseguindo fazer mais pelo turismo que muitas das últimas megacampanhas do Ministério da Economia. Profissionalize-se o que falta no sector, criem-se regras apertadas para evitar clubes falidos e jogadores com ordenados em atraso, mas nunca se menospreze a sua mais-valia económica. Por muito que custe a alguns.


Moniz e as virgens ofendidas

José Eduardo Moniz disse que este tinha sido um dos governos mais difíceis com quem tinha trabalhado e, aqui-d'el-rey, o PSD, com eco em toda a oposição, gritou em uníssono contra mais uma prova da prepotência do actual Executivo. Todos sabemos como a memória é curta em política, mas, caramba, o caso Marcelo é ainda tão recente! E é só o último exemplo de que neste tipo de tentativas de interferências nos media nenhum dos partidos que passaram pelo poder se podem dizer virgens. Aliás, a única coisa que tem mudado tem sido mesmo a cor política dos sucessivos governos, porque tudo o resto, incluindo alguns dos actuais protagonistas, é o mesmo. É claro que a personalidade do primeiro-ministro e o seu conhecido gosto de controlar tudo à sua volta, assente numa maioria que até há pouco mais de seis meses parecia intocável, geraram muitos - e demasiados - exageros. Alguns completamente inaceitáveis, entre eles os que tiveram como alvo a TVI. Mas as dificuldades de que fala Moniz devem-se essencialmente a uma outra forma de fazer política em Portugal. Cada vez mais americanizada e profissional, em que o marketing é preparado por agências de comunicação agressivas, que gerem todo o caudal de informação e criam muitas vezes factos mediáticos. Como diria Vitorino, habituemo-nos. Mude ou não a cor do Governo.

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Mensagem por Viriato Ter Set 01, 2009 4:58 am

Ainda Mário Soares

«Algumas pessoas gostavam que crise tivesse passado para continuarem nas mesmas posições»
O antigo Presidente da República Mário Soares considerou hoje que algumas pessoas gostavam que a crise já tivesse passado para «continuarem nas mesmas posições» e lembrou que a grande crise «ainda não passou»


«A grande crise ainda não passou, apesar de alguns quererem que sim para ficarem nas mesmas posições, mas isso não é possível», disse Mário Soares em entrevista à agência Lusa, concedida na sua casa de férias, no Algarve.

Mostrando-se convencido de que a crise se corrige «através de novas políticas», o antigo estadista e histórico do PS, lembrou ainda que para lutar contra a crise é perceber entender a sua origem.

Para o socialista, a crise iniciou-se quando se começou «a tentar destruir a política», defendendo o dinheiro como o valor máximo, os paraísos fiscais e as «falcatruas» nos bancos.

A «sistemática propaganda» contra a política, os políticos e os partidos é, aliás, um dos temas que foca no seu novo livro, Elogio da Política, que dedica às novas gerações e será lançado sexta-feira em Lisboa.

«É uma teoria completamente reaccionária, conservadora e neoliberal, que foi o que conduziu o país a esta crise profunda», defendeu, apontando George Bush como um dos principais responsáveis pela crise mundial.

«George Bush é um político que não se assume como político e que julgava que era preciso destruir a política e haver só economia, num sistema liberal, em que os mais fortes comem os mais fracos», sublinhou.

Mário Soares diz que a mensagem que gostava que o seu livro passasse para a juventude é a de que a política é uma actividade nobre e que quem quer ganhar dinheiro não deve ir para a política com essa intenção, ou então acabará «ou corrupto ou pobre».

O Elogio da Política, um ensaio dedicado aos jovens, como o próprio Mário Soares explicou à Lusa na sua casa junto à Praia do Alemão, vai ser apresentado sexta-feira, dia 4, às 21h30 no Teatro Aberto, em Lisboa.

O jurista e professor catedrático da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra Joaquim Gomes Canotilho, vai apresentar o último livro do antigo Presidente da República, que tem uma lista de mais de 50 obras publicadas.

O Elogio da Política faz parte da recente colecção Portugal Futuro, da Editorial Contexto, que lança no mesmo dia as obras da escritora algarvia Lídia Jorge e do antigo Procurador-Geral da República, Cunha Rodrigues.

O livro de 157 páginas e com prefácio do próprio Mário Soares, arranca com uma citação do escritor Virgílio Ferreira, Da minha língua, vê-se o mar, e conta com nove capítulos.

Nação e Estado, Monarquia e República, Democracia e Ideologias, Política e Religiões, Liberdade, Igualdade e Fraternidade, Capitalismo versus Socialismo, e Política e Geopolítica no século XX são alguns dos capítulos do livro.

O último capítulo aborda os temas da Globalização, Terrorismo e da Grande Crise, referiu Mário Soares, adiantando que começou a escrever o ensaio político há cerca de dois anos, depois de um desafio lançado por António José Teixeira, director da Colecção Portugal Futuro e actual director da SIC Notícias.

Lusa / SOL
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Mensagem por Viriato Ter Set 01, 2009 8:28 am

A Milú

Em relação à ministra da Educação a atitude mais fácil é o silêncio cobarde ou alinhar com as críticas ou mesmo com os ataques brejeiros de alguns dos nossos educadores. Há mesmo algumas personalidades do PS que quando querem aparecer nas primeiras páginas criticam a ministra, é receita certa. Jornais como o Público dedicaram muitos dos seus editoriais a elogiar a ministra até ao momento em que os patrões se decidiram por mudar de posição em relação ao poder, o próprio Cavaco Silva chegou a elogiar as reformas quando estava na moda elogiar a ministra. Agora que a ministra da Educação parece estar na mó de baixo são raras as vozes em sua defesa.

Devo dizer que não concordo com tudo o que foi feito, o concurso para professores titulares foi um desastre, o modelo de avaliação, tal coimo foi inicialmente proposto, era um pesadelo burocrático, a equipa de secretários de Estado é de competência questionável. Maria de Lurdes Rodrigues poderia ter feito como muitos dos seus antecessores, ia ao beija-mão da Fenprof e limitava-se a preparar os anos lectivos. O debate em torno dos problemas da educação limitar-se-ia às notícias sobre as escolas que começavam as aulas com atraso devido à colocação de professores.

Hoje já ninguém se recorda da peixeirada que era a colocação dos professores, discutimos a qualidade do ensino, o sucesso ou o insucesso escolar.

Poucos ministros teriam tido a coragem ou a teimosia de Maria de Lurdes Rodrigues, muitos dos nossos políticos de barba rija teriam feito xixi pelas calças abaixo, não teriam suportado a pressão a que foi sujeita a ministra, os tomates atirados por alunos “exemplares”, as piadas brejeiras de alguns professores, a pressão política manipulada pelo PCP e pelo Bloco de Esquerda. Poucos políticos teriam a paciência que Maria de Lurdes Rodrigues teve para negociar com Mário Nogueira, um sindicalista que foi para todas as rondas negociais com o objectivo de chegar a um confronto que pudesse favorecer o seu partido.

É bom lembrar que a guerra dos sindicatos à ministra começou muito antes do estatuto ou da avaliação, a ministra já era odiada pelos sindicalistas por causa das aulas de substituição que puseram fim a situações absurdas.

É verdade que sem professores que se sintam realizados a escola não terá sucesso, mas também é verdade que o facto de os professores estarem felizes não significa igualmente o sucesso da escola. Anos e anos de ministros cobardes, incapazes de enfrentar interesses instalados, que conquistaram a simpatia dos sindicatos à custa da qualidade das escolas e do erário público, levara as escolas públicas a padrões de qualidade incompatíveis com as exigências actuais do desenvolvimento económico. Não se recupera o atraso em relação à Europa enquanto nas nossas escolas se aprende muito menos do que nas escolas dos nossos parceiros.

Mal ou bem a ministra teve a coragem de tentar melhorar a escola pública e foram dados muitos passos nesse sentido, desde a generalização da utilização da Net à modernização das escolas, passando pela mudança das regras de gestão. Por mais simpática que tivesse sido teria tido sempre a oposição dos sindicatos, para estes a “Escola Pública” há muito que o deixou de ser para se transformar numa coutada privativa dos “mários nogueiras”. Não é por causa dos professores que os “mários nogueiras” odeiam a ministra, é por ter melhorado a Escola Pública sem o seu consentimento e contra a sua vontade, é porque provou ser possível gerir o sistema de ensino sem pedir autorização ao PCP.



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Mensagem por Admin Ter Set 01, 2009 8:58 am

Não é por causa dos professores que os “mários nogueiras” odeiam a ministra, é por ter melhorado a Escola Pública sem o seu consentimento e contra a sua vontade, é porque provou ser possível gerir o sistema de ensino sem pedir autorização ao PCP.
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Mensagem por Joao Ruiz Dom Set 13, 2009 5:35 am

Maioria dos juízes são mulheres

por FILIPA AMBRÓSIO DE SOUSA
Hoje

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São mais de mil juízas em Portugal, num total de 1970 magistrados judiciais. No passado dia 3 de Setembro foram empossadas mais 35 mulheres e apenas 13 homens

Do número total de juízes portugueses - 1970 nos tribunais de primeira instância, da Relação e no Supremo Tribunal de Justiça - 1040 são mulheres. Ou seja: quase 53%. Estes números ganham expressão máxima nos tribunais de primeira instância: 973 mulheres 'contra' os 634 magistrados homens que actualmente exercem actividade.

Mas o panorama muda nos tribunais superiores. Existem apenas 66 juízas desembargadoras face aos 231 do sexo masculino nos cinco tribunais da Relação.

E no patamar mais elevado da magistratura portuguesa - o STJ - apenas existe uma juíza conselheira e 65 juízes conselheiros. Uma realidade que é facilmente explicável: actualmente na escola de juízes, o Centro de Estudos Judiciários (CEJ), 85% dos inscritos são mulheres; até ao 25 de Abril de 1974 a magistratura esteve vedada ao sexo feminino.

Mas os tempos mudaram e no passado dia 3 de Setembro, numa cerimónia realizada no STJ (ver foto), foram 48 os magistrados que tomaram posse como efectivos - ou seja, com o estágio do CEJ terminado - sendo que 35 são do sexo feminino (ver casos em baixo).

A média de idades dos actuais juízes é de mais de 40 anos. Mas o CEJ tem vindo a receber, na maioria, jovens entre os 25 e os 29 anos. Um retrato que foge à regra que imperou durante décadas.

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Mensagem por Joao Ruiz Sáb Set 19, 2009 11:32 am

Biografia revela que rainha-mãe achava o seu título "o mais horrível"

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Em 'Queen Elizabeth - The Queen Mother', William Shawcross revela que esta sobreviveu a um cancro quando tinha 66 anos

A mulher que dedicou a vida ao marido, o rei Jorge VI, nunca compreendeu porque é que o seu neto, o príncipe Carlos, e a princesa Diana falavam em público dos seus problemas conjugais. Uma nova biografia da rainha-mãe, escrita por William Shawcross e publicada na quinta-feira, garante que a mãe da actual monarca, Isabel II, achava "absolutamente detestável" a decisão de Carlos admitir em público ter enganado a mulher.

Sete anos depois da sua morte, aos 101 anos, a rainha-mãe continua a ser uma das figuras da monarquia que mais simpatia desperta nos britânicos. No seu livro, uma obra de mais de mil páginas e uns impressionantes dois quilos, segundo a balança do jornalista do The Telegraph, Shawcross revela ainda que a rainha-mãe foi operada em 1966 a um cancro, uma intervenção que na altura foi apresentada como uma cirurgia menor.

A mulher de sorriso doce ficou na memória dos britânicos como o pilar de Jorge VI, sobretudo durante a II Guerra Mundial, quando o acompanhou sempre nas visitas às vítimas dos bombardeamentos que atingiram também o Palácio de Buckingham. Nesta nova biografia fica bem patente a sua aversão ao cunhado, Eduardo VIII, que abdicou para se casar com Wallis Simpson, uma americana divorciada, empurrando o irmão para o trono apesar da sua falta de experiência. "Foi um golpe terrível", terá exclamado a futura rainha-mãe, título que achava "o mais horrível".

Segundo o homem escolhido pela Rainha Isabel II para escrever a biografia da mãe, esta gostava de homens bonitos e inteligentes, além de ter uma paixão por fardas. Mas um dia bem passado exigia anedotas, champanhe e boa comida na mesa.

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Análises Empty Os vários destinos dos protagonistas da ex-Jugoslávia

Mensagem por Joao Ruiz Seg Set 21, 2009 4:35 am

Os vários destinos dos protagonistas da ex-Jugoslávia

por PATRÍCIA VIEGAS
Hoje

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Biljana Plavnic vai ser libertada antes do tempo. Ex-líder dos sérvios bósnios tem destino diferente de outros líderes da ex-Jugoslávia

O Tribunal Penal Internacional para a ex-Jugoslávia anunciou na semana passada que autoriza a libertação antecipada da ex-líder dos sérvios bósnios Biljana Plavsic. A medida, possível graças à legislação do país onde cumpre pena, a Suécia, deixou em fúria as associações de vítimas muçulmanas e croatas da guerra da Bósnia-Herzegovina.

Plavsic, condenada, em 2003, a 11 anos de prisão por crimes contra a humanidade, poderá ser solta a partir do dia 27 de Outubro. A dama de ferro sérvia, como foi apelidada, tem hoje 79 anos. A libertação após detenção será o destino desta nacionalista radical que, apesar de tudo, apoiou os Acordos de Dayton, que puseram fim à guerra em 1995. Mas protagonistas de outros conflitos que surgiram durante o desmembramento da Jugoslávia tiveram desfechos bem diferentes.

Slobodan Milosevic, ex--presidente jugoslavo e sérvio, morreu quando estava detido em Haia, sede daquele tribunal internacional. O antecessor de Biljana na presidência da República Srpska, Radovan Karadzic, foi preso em Belgrado em 2008, depois de passar mais de uma década em fuga às autoridades internacionais. O seu aliado militar, Ratko Mladic, continua a ser procurado ao fim de todos estes anos. O ex-líder dos muçulmanos bósnios, Franjo Tudjman, morreu quando começava a ser investigado. Ibrahim Rugova, ex- -presidente do Kosovo, morreu de cancro e o seu rival e ex-líder do Exército de Libertação do Kosovo, Hashim Thaçi, é hoje primeiro-ministro do Kosovo.

A Jugoslávia foi o nome dado ao reino dos sérvios, croatas e eslovenos em 1929 e, 16 anos depois, o regime comunista de Tito transformou-a num Estado federal com seis repúblicas: Eslovénia, Croácia, Bósnia, Sérvia, Montenegro e Macedónia. Hoje, todas são independentes. A Sérvia é a herdeira jurídica da Jugoslávia. A auto-proclamada independência do Kosovo, a 17 de Fevereiro de 2008, foi a última etapa do fim da ex- -Jugoslávia, iniciada na década de 90, com várias guerras.

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Análises Empty La crisis del capitalismo especulativo

Mensagem por Viriato Seg Set 21, 2009 4:53 am

La crisis del capitalismo especulativo

MÁRIO SOARES en El Pais

En el curso de los últimos 20 años la humanidad, atónita, ha podido asistir a dos grandes implosiones de carácter político y económico: la del mundo soviético (1989-1991) y la del capitalismo especulativo-financiero neoliberal, que supuso en 2007 el origen de la crisis global en la que aún estamos inmersos. Ambas implosiones se produjeron de forma pacífica y, curiosamente, pusieron en cuestión los fundamentos de los sistemas que no sólo fueron rivales, sino que dividieron el mundo durante el siglo pasado. Y que todavía, de una forma u otra, siguen dividiéndolo.

Hay que reformular una socialdemocracia que en muchos casos se dejó "colonizar" por el neoliberalismo

El comunismo fue un ideal utópico que ya en el siglo XIX galvanizó a muchos millones de seres humanos y que llegó a ser una referencia, un mito y una esperanza para todos aquellos que desinteresadamente murieron por él. Pero fue también un colosal embuste, que condujo a los gulags o campos de concentración a millones de opositores con absoluto desprecio de los derechos humanos, la justicia y la libertad de las personas, y sin alcanzar realmente la tan pregonada igualdad.

Fue un aparatchik, proveniente de las filas del PCUS y que llegó a ser su secretario general, quien tuvo el valor de dinamitar el sistema desde su propio interior: Mijaíl Gorbachov, que gobernó la URSS durante escasos años, pero fue uno de los políticos más relevantes de un siglo XX, en el que destacan figuras legendarias, como Roosevelt, Churchill, De Gaulle, Gandhi, Tito, Nasser, Willy Brandt, Mitterrand, Luther King y Nelson Mandela, entre otros. Y, pese a todo, Gorbachov nunca llegó a ser bien comprendido por el pueblo ruso.

La segunda implosión se produjo 20 años después, aproximadamente, y resultó igualmente pacífica, cuando el capitalismo financiero-especulativo de tipo neoliberal dio origen a una gravísima crisis que aflige hoy al mundo entero y que sólo es comparable a la gran crisis de 1929.

Como es sabido, el epicentro de la crisis se localizó en Estados Unidos y está ligado a los dos desastrosos mandatos presidenciales de Bush. Tiene mucho que ver, en efecto, con la estrategia que Bush desarrolló contra el terrorismo tras el 11 de septiembre de 2001, y con las dos guerras que desencadenó: en Afganistán, con la infeliz cobertura de la OTAN, y en Irak, contra un dictador (uno de los pocos por los que sentía desagrado), Sadam Hussein, con el falso pretexto de la existencia de armas que suponían un riesgo para la seguridad de Estados Unidos.

No se trata, con todo, de una crisis financiera y económica únicamente, sino también política, social y medioambiental. Y, a pesar de algunas señales de mejoría, provocadas por las inyecciones de dinero público -es decir, de los contribuyentes- en bancos y grandes empresas al borde de la quiebra, no está aún superada, por desgracia. Todo lo contrario. Que se lo pregunten a algunos premios Nobel de Economía, como Joseph Stiglitz y Paul Krugman, o al gran economista francés Daniel Cohen, autor de un libro cuyo título es perfectamente significativo: La Prosperité du Vice (La prosperidad del vicio). Y mejor que ellos nos lo aclaran una tasa de desempleo que sigue creciendo exponencialmente, el déficit de los Estados, que no deja de aumentar, o la contracción de los créditos.

El presidente Obama, que ganó las elecciones en pleno desastre financiero y económico de Estados Unidos, consiguió movilizar a la mayoría del electorado norteamericano anunciando un nuevo paradigma humanista y solidario. En otras palabras: nuevas políticas, tanto en el ámbito interior como el exterior. Su eslogan Yes, we can hizo creer a los americanos que era posible vencer la crisis.Los europeos, por el contrario, seguimos sin brújula. Nadie sabe hacia dónde se encamina la Unión Europea. Respecto al propio Tratado de Lisboa -desestabilizado a causa de la crisis, por más que represente un gran paso adelante en el frente institucional-, parece arriesgado prever si será ratificado por Irlanda o no. Cada vez hay un mayor número de escépticos. Entre tanto, ha vuelto a formarse -de facto, no de iure- un directorio de los países más fuertes: Alemania, Francia y Reino Unido. Son ellos -y sólo ellos- los que toman las grandes decisiones. A ello hay que sumar que los liderazgos europeos son hoy especialmente mediocres, como escribe el Courrier Internacional, reproduciendo un artículo de Dier Spiegel, en su edición portuguesa de este mes. Todo el mundo político europeo es consciente de que eso es así.

¿Qué hacer, pues? Tengamos confianza y no nos dejemos invadir por el desánimo. La crisis va a liberar nuevas energías. El mercado no está muerto. Todo lo contrario: siempre, eso sí, que esté sujeto a reglas éticas y políticas. Y lo mismo puede decirse respecto a la globalización: sólo le hace falta -tarea difícil, sin duda- una mayor regulación.

Surgirán nuevas generaciones y nuevas energías para afrontar las tareas del momento. Es necesario reglamentar y supervisar los mecanismos del mercado. También reforzar el Estado de derecho. Y, además, reformular el socialismo democrático -que en muchos casos se dejó "colonizar" por el neoliberalismo-, dignificando el trabajo, profundizando en las políticas sociales y luchando con mayor seriedad en defensa del planeta, muy amenazado, y por la solidaridad entre los seres humanos, sin exclusiones.


Mário Soares ha sido presidente y primer ministro de Portugal
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Mensagem por Admin Seg Set 21, 2009 6:23 am

No se trata, con todo, de una crisis financiera y económica únicamente, sino también política, social y medioambiental. Y, a pesar de algunas señales de mejoría, provocadas por las inyecciones de dinero público -es decir, de los contribuyentes- en bancos y grandes empresas al borde de la quiebra, no está aún superada, por desgracia. Todo lo contrario. Que se lo pregunten a algunos premios Nobel de Economía, como Joseph Stiglitz y Paul Krugman, o al gran economista francés Daniel Cohen, autor de un libro cuyo título es perfectamente significativo: La Prosperité du Vice (La prosperidad del vicio). Y mejor que ellos nos lo aclaran una tasa de desempleo que sigue creciendo exponencialmente, el déficit de los Estados, que no deja de aumentar, o la contracción de los créditos.
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Análises Empty Graça Moura, o vómito

Mensagem por Joao Ruiz Qua Set 23, 2009 9:55 am

Exigir a verdade

por Vasco Graça Moura
09 Setembro

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Alguém quererá para primeiro-ministro um sujeito que distorce tudo à medida das suas conveniências?

Na entrevista que deu a Judite Sousa, há uma semana, José Sócrates criticou fortemente Manuela Ferreira Leite e o PSD por quererem disputar as eleições apenas com um discurso e uma palavra, a "verdade". Sendo o discurso político do PSD ancorado nela, José Sócrates teve o descoco de afirmar que "quem se apresenta assim o que pretende é denegrir os outros", isto porque exigir a verdade envolve "a desqualificação do outro", acrescendo, sempre segundo a mesma luminária, ser… verdade que esses que andam sempre com a verdade na boca "são os primeiros a escorregar na primeira esquina".

A lógica destas proposições e do seu encadeamento é verdadeiramente peregrina. Fica-se de boca aberta ante esse espectáculo deprimente de fim de férias, protagonizado por José Sócrates.

Será imaginável que um sujeito que é primeiro-ministro de Portugal há quatro anos e secretário-geral do partido da actual maioria, alguém que anteriormente desempenhou outros altos cargos políticos, não consiga perceber que "dizer a verdade" e exigir que ela seja dita aos portugueses é uma questão crucial da nossa vida política?

Ou, por outras palavras, será de admitir na cabeça de José Sócrates a confusão, aliás de um primarismo confrangedor, entre quem tenha a veleidade de se arvorar como detentor exclusivo da verdade (o que não é certamente o caso de Manuela Ferreira Leite ou do PSD), e quem exige que se fale verdade, custe o que custar? A diferença é que, no primeiro caso, se está no caminho do totalitarismo, enquanto no segundo se formula simples e terminantemente um imperativo moral e político.

Dizer uma enormidade destas e insinuar o que José Sócrates insinuou permitiria concluir, se o levássemos a sério, por um caso de gravíssima iliteracia política, para não dizer analfabetismo, do primeiro-ministro de Portugal.

Será admissível esse grosseiro malabarismo? Alguém quererá para primeiro-ministro um sujeito que distorce tudo à medida das suas conveniências e, nessa distorção sem escrúpulos, é capaz de tudo menos de "falar verdade"?

E será de aceitar que o mesmo primeiro-ministro de Portugal permita a ilação a contrario sensu, de que se posiciona publicamente como um campeão a favor da mentira e da aldrabice, uma vez que critica assim quem defende a verdade a todo o custo? Que manipule escandalosamente tudo o que tem que ver com a crise, que não tenha qualquer respeito pelos adversários, que afirme falsidades descaradas, como a de o PSD querer privatizar a Segurança Social, ou a de Manuela Ferreira Leite achar que "devíamos suspender a democracia por seis meses", ou ainda a de Manuela Ferreira Leite não querer que o Estado faça investimentos? Será normal que confunda programa eleitoral e listas de candidatos? Ou que diga ter Passos Coelho saído das listas por "delito de opinião"?

O homem terá treslido? É claro que pode sempre perguntar-se se ele não percebe que a asfixia democrática começa na manipulação e continua na maneira como a influência socialista se manifesta em relação a situações profissionais no sector público, a interesses empresariais no sector privado, a situações clamorosas na comunicação social e a puras tretas de feira, como no caso do famigerado relatório da OCDE sobre a educação, com a vinda "da Deborah" a Portugal.

Consistirá a verdade de José Sócrates nesses funambulismos mixurucas? Será isso estar "mais preparado", como ele diz, para responder a uma situação como a presente, situação que, de resto, ele foi mostrando ao longo dos meses não ser capaz de perceber e muito menos de atalhar, nas suas consequências para Portugal?

Mas estas perguntas são perfeitamente ociosas. Tudo permite afirmar que José Sócrates tem a plena consciência do jogo turvo que está a fazer. Tendo essa plena consciência, as coisas tornam-se muito mais graves. E não é de crer que o País queira um primeiro-ministro que assim exibe desaforadamente os seus pergaminhos curriculares em matéria de desonestidade intelectual e política…

Quem finge viver em tão alegre inconsciência, para mais tendo andado sucessivamente a iludir os portugueses quanto ao fim da crise, o desemprego, o começo da recuperação e muitos outras questões, não tem qualquer autoridade moral e muito menos política para se pôr a criticar quem exige que seja dita a verdade.

DN

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Vasco Graça Moura

por Maria José Ferreira
14 Setembro 2009

Muito embora não esteja de acordo com o conteúdo do artigo de Vasco Graça Moura (DN de 9 de Setembro), o que mais me chocou foi a forma do mesmo. Tinha VGM como um cavalheiro, pessoa de estilo elegante, capaz de afirmar as suas opiniões de forma polida e elevada! Não chegou já o achincalhar da ministra da Educação nos cartazes dos cortejos dos professores, dando um óptimo exemplo aos alunos? Não chega a grosseria com que os deputados se agridem na AR em vez de debaterem ideias e soluções?

E se eu me referisse a Manuela Ferreira Leite dizendo que a "sujeita tem o descoco de dizer que não há asfixia democrática na Madeira"? "A mulher terá treslido?" " Será admissível a surdez com que a dona fingiu não ouvir o Troglodita que se virou para as câmaras dizendo fuck them?".

Se isto é forma de discutir e/ou dissertar, estamos irremediavelmente num país rasca!

DN

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Mensagem por Vitor mango Qua Set 23, 2009 10:59 am

sorry
recuso-.me a ler este gajo
nem um vomito merece
Vitor mango
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Mensagem por Joao Ruiz Qua Set 23, 2009 11:06 am

Vitor mango escreveu:sorry
recuso-.me a ler este gajo
nem um vomito merece

Mas devia ler, apesar de tudo!

Ou pensa que o trouxe para aquji, por gosto?

Não! É para zurzir nele, tal como faz a jornalista Maria José Ferreira, no final do post!

Já estou a ver que também não leu!!!!!



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Mensagem por Vitor mango Qua Set 23, 2009 11:45 am

vamos a factos
mangoodeia poesia
''''''''?????????
Porque professores como este Moura achavam que os lusiadas era par riscar em oraçoes conjuçoes preposiçoes e o diabo que o valha ...e no meio do bico do lapis ficava um cadaver que nem as moscas pousavam
Se virem o acordo no blogh Brasil vejam como o Seixas da costa defende um acordo para meter nas Ordem a lingua portuguesa
Só que o MOUTRA debate-se com as merdinhas secundarias desconhecendo que uma lingua
e feita pelo povo e para o povo e nao numa academia de literatos cagões que do povo riscam a sua linguagem mas sao capazes de agarrar num estrangeirismo e botar faladura ... com latim e grego para impressionar a maralha
Adoro prosa porque aprendi com um professor nao cagao que devemos escrever como falamos com a fluencia calma e exposta
O mesmo digo da nossa historia que estampada nos bukes salazarentos dava para vomitar e onde os reis e rainhas jamais saiam dos convenios da boa educaçao feitos robot para o pessoal nao chatear com perguntas
quando...
quando o mango se agarrou nos bukes e viu a verdade entusiasmou de tal modo que
--- devorou tudo about
mas por favor intelectuais de mierda
JAME
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Mensagem por Joao Ruiz Qua Set 23, 2009 11:51 am

Ó Mango!

Que bebeu hoje, ao almoço, quiçá ao lanche?

Zurzir nele, mas noutro aspecto, sem misturar com algo de nobre como a nossa língua!



Laughing Laughing Laughing
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Mensagem por Vitor mango Qua Set 23, 2009 12:07 pm

João Ruiz escreveu:Ó Mango!

Que bebeu hoje, ao almoço, quiçá ao lanche?

Zurzir nele, mas noutro aspecto, sem misturar com algo de nobre como a nossa língua!



Laughing Laughing Laughing

SOU O MAIA FANATICO DA NOSSA lingua ao ponto de ao longo dos seculos o mango jamais falou barbaro
mais
nem sotaque brasileiro eu usava
ratas de biblioteca entao
Isto faz-me lembrar academicos a vomitar tecnicas que no final dos congressos vinham ter comigo sabendo que tudo o que eu dizia era porque Obrava e nao palrava
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Mensagem por Viriato Seg Set 28, 2009 8:10 am

E agora?

A forma como alguns partidos da oposição festejaram os resultados das eleições lembra-me a selecção Nacional de Râguebi que foi recebida como campeã por não ter ficado em última ou os antigos Festivais da Eurovisão quando o país parava na expectativa de a canção portuguesa ficar nos primeiros dez. À excepção de Manuela Ferreira Leite todos ganharam.

A verdade é que, em condições normais, Sócrates poderia ter perdido, depois de tudo o que sucedeu uma maioria relativa é uma vitória. Foram poucos os governantes que tiveram que enfrentar as condições adversas que Sócrates enfrentou, que tenham sido alvo de tanta campanha negra, que tenha enfrentado tenha enfrentado tanto grupo corporativo. Como se isso não bastasse ainda cometeu erros como permitir que o “senhor da ASAE” e outras personagens da Administração Pública fossem mais papistas que o papa e desatassem a higienizar o país à base de repressão e de exibição de ninjas.

Sócrates acaba por ter a melhor das maiorias relativas já que apenas o CDS basta para ter a maioria no parlamento, isto é, a esquerda conservadora só unida pode proporcionar uma maioria parlamentar a Sócrates e é impossível unir o PCP ao BE. Na esquerda conservadora há uma luta de morte pela hegemonia, tem sido bem disfarçada por Louçã mas entre a extrema-esquerda e o PCP sempre existiu um ódio de morte.

O PSD sai destas eleições transformado no PRD de Cavaco Silva, o presidente serviu-se de Manuela Ferreira Leite, apostou tudo na derrota de Sócrates e perdeu. Não só perde como foi tão longe que agora poucas saídas lhe restam para além de não se recandidatar. A sua falsa cooperação estratégica apenas serviu para disfarçar as intrigas e pequenas conspirações promovidas pelos seus assessores, agora depende de Sócrates para terminar o mandato com alguma dignidade. A trapalhada de Cavaco Silva ia destruindo o PSD.

Se Sócrates tivesse conseguir eleger mais deputados do que o PSD e o CDS junto poderia ter uma situação parlamentar mais confortável, mas só na aparência. Isso retiraria protagonismo a Porta e encostá-lo-ia ao PSD, por outro lado aumentaria o protagonismo de Louçã que com este resultado apenas conseguiu mais uns empregos parlamentares.

A Ferreira Leite pouco mais resta do que arrastar-se até às próximas eleições presidências, o momento escolhido pelos seus opositores para o assalto à liderança do PSD. Até lá, os seus candidatos autarcas fugirão dela como se tivesse sarna, veja-se o caso de Santana Lopes, na noite das europeias foi felicitá-la à sede do PSD, durante as legislativas fugiu dela como o diabo da cruz e na noite eleitoral ninguém o viu. Em termos nacionais o PSD foi transformado em PRD, ao nível local o partido está dividido em condados, com cada conde a tentar salvaguardar o seu território. Ninguém vai querer a companhia de Ferreira Leite como, aliás já sucedeu com Luís Filipe Menezes, o autarca de Gaia ainda teve umas palavrinhas simpáticas para a líder do PSD em agradecimento à promoção do seu filho a deputado, mas depois disso fugiu da senhora como se ela fosse portadora do vírus H1N1.

O governo vai ser o mesmo, Sócrates pode governar mais facilmente com uma maioria relativa do que quando tinha a maioria absoluta, é melhor ter que enfrentar a oposição no parlamento do que aturar as intrigas palacianas e as conspirações amadoras de Belém. Além disso, o Caso Freeport já deu o que tinha a dar, agora as atenções virar-se-ão para o Caso BPN e tudo aponta para que o PSD e Cavaco Silva tenham de provar o veneno que tentaram servir a Sócrates, só que em doses bem superiores.



O Jumento
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Mensagem por Vitor mango Seg Set 28, 2009 8:12 am


O governo vai ser o mesmo, Sócrates pode governar mais facilmente com uma maioria relativa do que quando tinha a maioria absoluta, é melhor ter que enfrentar a oposição no parlamento do que aturar as intrigas palacianas e as conspirações amadoras de Belém. Além disso, o Caso Freeport já deu o que tinha a dar, agora as atenções virar-se-ão para o Caso BPN e tudo aponta para que o PSD e Cavaco Silva tenham de provar o veneno que tentaram servir a Sócrates, só que em doses bem superiores.
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Mensagem por Joao Ruiz Seg Set 28, 2009 8:30 am

Código:
O governo vai ser o mesmo, Sócrates pode governar mais facilmente com uma maioria relativa do que quando tinha a maioria absoluta, é melhor ter que enfrentar a oposição no parlamento do que aturar as intrigas palacianas e as conspirações amadoras de Belém. Além disso, o Caso Freeport já deu o que tinha a dar, agora as atenções virar-se-ão para o Caso BPN e tudo aponta para que o PSD e Cavaco Silva tenham de provar o veneno que tentaram servir a Sócrates, só que em doses bem superiores.

Tudo isso, para lá de acabar o "cavalo de batalha" que foi a "arrogânci"a do PM, com a qual tentavam desviar as atenções do que de bom estava a ser feito, já que de Oposição, nem sombra se via.

A novela das escutas foi a cereja em cima do bolo de todas as maquinações urdidas contra Sócrates. Azar! O amigo José (como Merkel o trata - essa mesma, que não permitiu tagatés à vóvó) saiu por cima e viu confirmado o seu estatuto, pelo veredicto popular!

Maioria relativa? Ainda bem, que assim também os senhores com assento na AR vão ser co-responsabilizados pelo que não façam a bem do país e pela opçâo de derrube puro e simples do novo governo Laughing Laughing Laughing Laughing Laughing

Depois, também dão com osso muito duro de roer, que muitos dentes já partiu e há-de continuar a partir, para desespero de lobbies e interesses instalados.

Força, Sócrates!

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Mensagem por Joao Ruiz Seg Set 28, 2009 9:23 am

Vencedores e perdedor

por Ferreira Fernandes
Hoje

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O primeiro dos vencedores, o PS. Simplesmente, porque ganhou.

Mas nenhum comentador socialista, dos que se passearam ontem nos estúdios, soube responder com o óbvio aos adversários que sublinhavam a descida socialista: "Preferia estar no seu lugar ou no meu?"

É pena que, mais uma vez, não tenha havido gente de frase curta e clara que, em noite eleitoral, trouxesse a conversa para o essencial. Segundo vencedor, Marcelo Rebelo de Sousa, que viu o homem que lhe tapava a candidatura presidencial em 2011 revelar-se como coveiro do partido deles. Terceiro, Paulo Portas, há anos à procura de dois dígitos e ganhá-los, agora, quando o parceiro que lhe disputa o mesmo terreno está fragilizado. Quarto, Francisco Louçã, que cresce e vê Sócrates, embora necessitado de alianças, não precisando de as fazer com o BE - isto é, Louçã terá mais quatro anos de limbo, fazendo de conta que isto de democracia burguesa não é com ele. Quinto vencedor, Mário Nogueira (ou outro sindicalista de corporação forte), que talvez convença o PCP, por uma vez, de que o seu fundo de comércio é a rua (onde, em quatro anos, é a oposição mais forte) e não a urna (onde, num só dia, vai para a cauda dos partidos). Perdedores também há alguns, mas há um que ofusca todos: Cavaco. Conseguiu perder duas eleições, a de ontem e a de daqui a dois anos, num dia.

DN

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Análises Empty Imprensa europeia destaca vitória e perda da maioria do PS

Mensagem por Joao Ruiz Seg Set 28, 2009 9:34 am

Imprensa europeia destaca vitória e perda da maioria do PS

por Lusa
Hoje

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A imprensa europeia noticia hoje a vitória do PS nas eleições legislativas de domingo, com alguns jornais em Espanha a chamarem o assunto à primeira página e a destacarem a perda da maioria absoluta.

"O socialista Sócrates renova mandato em Portugal" é o título da chamada à primeira página no El País, o jornal mais lido em Espanha, que se refere ao facto de os resultados confirmarem a perda da maioria absoluta.

Uma referência praticamente idêntica à mais pequena chamada, também na primeira página, do outro diário de referência em Espanha, o El Mundo.

Em ambos os casos, o maior destaque vai para as eleições na Alemanha e para a vitória da coligação liderada por Angela Merkel.

Para o diário La Razon, mais à direita, o assunto também merece chamada à primeira página, mas neste caso o resultado das eleições demonstra, segundo o jornal, que "o anti-espanholismo passa factura à direita em Portugal".

O diário Público, mais à esquerda, contrasta na primeira página os resultados das eleições na Alemanha e em Portugal, referindo que "o socialista Sócrates continuará no Governo".

Para o La Vanguardia, editado na Catalunha, as eleições demonstram que "Portugal volta a confiar no socialista Sócrates".

O ABC também refere a vitória socialista aquém da maioria, citando declarações do PSOE, no Governo em Espanha, de que esse triunfo garantirá a construção do TGV entre os dois países e notando a baixa participação do eleitorado.

" semelhança de Espanha, também outros jornais europeus realçam hoje a vitória de José Sócrates, depois da notícia da vitória da chanceler alemã Angela Merkel.

A edição europeia do "site" do Financial Times escreve "Sócrates ganha segundo mandato em Portugal".

O italiano Corriere Della Será titula: "O partido do primeiro-ministro não alcançou a maioria absoluta", referindo que em Portugal, os socialistas estão à frente.

O "site" do francês Le Monde diz que o "Partido Socialista do primeiro-ministro, José Sócrates, candidato a um segundo mandato, ganhou as eleições legislativas em Portugal".

"Socialistas portugueses reeleitos", diz a BBC News, adiantando que a campanha eleitoral foi dominada pela estratégia para combater a crise económica.

A France Press noticiou a vitória socialista em Portugal referindo que o primeiro-ministro, que deverá ser reconduzido num segundo mandato, "é um socialista reformador, determinado e frontal, defensor de uma política de resultados".

A Associated Press diz que Sócrates teve críticos dentro do seu partido devido à sua determinação para "reformar e modernizar Portugal".

A EFE refere que o líder do PS se mostrou "decidido a formar governo apesar de ter perdido a maioria absoluta alcançada em 2005".

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Última edição por João Ruiz em Seg Set 28, 2009 10:01 am, editado 1 vez(es)
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Mensagem por Joao Ruiz Seg Set 28, 2009 9:40 am

Que chatice! Estes jornalistas estrangeiros são do piorio!

Nem uma palavrinha para certas grandes vitórias, que aconteceram ontem!

Decididamente só conhecem José Sócrates!!!!!

Que raiva!!!

lol! lol! lol! lol! lol! lol!
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Análises Empty Novo Governo arrisca pior défice dos últimos 15 anos

Mensagem por Joao Ruiz Seg Set 28, 2009 10:30 am

Novo Governo arrisca pior défice dos últimos 15 anos

por Lusa
Hoje

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O novo Governo minoritário de José Sócrates arrisca-se a ter, este ano, o pior défice orçamental dos últimos quinze anos, o que empurra a consolidação das contas públicas para o topo das prioridades económicas.

O Boletim da Primavera da Comissão Europeia revela que o desequilíbrio nas contas públicas, em 2009, pode chegar aos 6,5 por cento, um valor que só é ultrapassado pelos números de 1994, quando o défice chegou aos 7,3 por cento. O Governo, no entanto, é mais optimista e estima que o défice não vá além dos 5,9 por cento, este ano.

A confirmarem-se as projecções de Bruxelas para o conjunto da União Europeia, Portugal terá o sétimo pior défice orçamental dos 27 Estados membros. Assim, o país poderá passar, em apenas dois anos, do melhor resultado (2,5 por cento em 2007), para o pior em 15 anos, caso o défice de 2009 supere a barreira dos 6,1 por cento.

O mais alto défice orçamental português, de 8,6 por cento, aconteceu em 1981. Desde então, as contas portuguesas nunca conseguiram atingir o equilíbrio. Independentemente do valor apurado para este ano, o desequilíbrio nas contas do Estado ficará sempre acima do limite de 3 por cento estipulado no Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC), mas Portugal não incorrerá em sanções, já que o PEC está actualmente suspenso.

O comissário europeu Joaquín Almunia, responsável pela actualização das previsões económicas da União Europeia (UE) e da Zona Euro, explicou que só os países que ultrapassaram os 3 por cento permitidos pelo PEC já em 2008 é que serão visados num contencioso. No ano passado, o valor do défice ficou-se pelos 2,6 por cento.

O novo Governo minoritário de José Sócrates inicia assim funções com a dupla tarefa de consolidar as contas públicas e, ao mesmo tempo, escolher o momento certo para começar a retirar os estímulos à economia, uma das razões pelas quais o desequilíbrio nas contas públicas terá mais do que duplicado em 2009.

O Banco Central Europeu (BCE) já recomendou aos governos da zona euro para assegurarem um regresso rápido às políticas de consolidação orçamental, melhorando as contas pública sem recorrer a aumentos de impostos e contribuições sociais.

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e o Fundo Monetário Internacional) defenderam, já este mês, o planeamento de uma estratégia concertada a nível global de retirada destes estímulos à economia.

Mas a questão mais complicada centra-se no momento certo para retirar os apoios dados às economias: retirar os estímulos demasiado cedo pode comprometer a recuperação, mas fazê-lo demasiado tarde pode implicar um crescimento da inflação.

Saldo orçamental em 2008 e projecções para 2009 e 2010 do Boletim da Primavera da Comissão Europeia: 2008 2009 2010

Irlanda -7,1% -12% -15,6%Reino Unido -5,5 % -11,5% -13,8%Letónia -4% -11,1% -13,6%Espanha -3,8% -8,6% -9,8%França -3,4% -6,6% -7%Polónia -3,9% -6,6% -7,3%Portugal -2,6% -6,5% -6,7%Eslovénia -0,9% -5,5% -6,5%Lituânia -3,2% -5,4% -8%Grécia -5% -5,1% -5,7%Romenia -5,4% -5,1% -5,6%Eslováquia -2,2% -4,7% -5,4%Belgica -1,2% -4,5% -6,1%Italia -2,7% -4,5% -4,8%República Checa -1,5% -4,3% -4,9%Áustria -0,4% -4,2% -5,3%Alemanha -0,1% -3,9% -5,9%Malta -4,7% -3,6% -3,2%Holanda 1% -3,4% -6,1%Hungria -3,4% -3,4% -3,9%Estónia -3% -3% -3,9%Suécia 2,5% -2,6% -3,9%Chipre 0,9 -1,9% -2,6%Dinamarca 3,6% -1,5% -3,9%Luxemburgo 2,6% -1,5% -2,8%Finlândia 4,2% -0,8% -2,9%Bulgária 1,5% -0,5% -0,3%

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Análises Empty Van Zeller: Empresários pedem estabilidade para investir

Mensagem por Joao Ruiz Seg Set 28, 2009 10:39 am

Van Zeller: Empresários pedem estabilidade para investir

por Lusa
Hoje

O presidente da CIP, Francisco Van Zeller, afirmou hoje que as empresas exigem que o novo Governo transmita "cá para fora" a sensação de estabilidade, porque senão os empresários não vão investir.

"Nós [as empresas] temos que exigir estabilidade. É preciso que o novo Governo transmita cá para fora a sensação de estabilidade, porque senão os empresários não irão investir", disse à agência Lusa o dirigente da Confederação da Indústria Portuguesa (CIP).

Questionado sobre o resultado da votação nas eleições legislativas que no domingo deu a vitória ao Partido Socialista, por 36,6 por cento, Francisco Van Zeller considerou que o novo Executivo "tem margem para governar. Não está entalado, mas tem de definir muito bem o caminho que quer".

Para Francisco Van Zeller, o novo Governo tem de "clarificar muito bem a estratégia, que passa pela estabilidade e não pelo apoio da esquerda".

"O novo Governo poderá fazer um acordo com o PSD, [que alcançou 29,1 por cento dos votos], contando com a sua abstenção ou com o CDS-PP [que obteve 10,5 por cento] de forma mais constante", acrescentou.

Sobre a intervenção do Bloco de Esquerda, que teve 9,8 por cento dos votos, Francisco Van Zeller disse: "É fatal".

"Qualquer decisão do BE irá sempre prejudicar a imagem e o ânimo dos empresários para que haja crescimento e criação de desemprego", salientou.

Segundo Francisco Van Zeller, "o pior que pode acontecer às empresas é terem dúvidas sobre o futuro e a filosofia do BE, com as nacionalizações, vai travar o movimento de crescimento económico e de criação de emprego", justificou.

"Os partidos de esquerda são contra a iniciativa privada e qualquer entendimento estratégico não traria estabilidade e paralisaria a economia portuguesa", disse ainda o presidente da CIP à agência Lusa.

No entanto, admitiu que ou com o BE, ou à esquerda do PS, o Governo poderá fazer acordos em algumas áreas ditas 'fracturantes'.

De acordo com o líder da CIP, a instituição "nunca teve problemas em dialogar com o PS".

"O diálogo é possível [deu-se em grandes assuntos como a reforma da Segurança Social] e pode ser feito no Parlamento", garantiu.

Para Francisco Van Zeller, é fundamental definir uma estratégia de estabilidade e clarificar "muito bem o caminho", concluiu.

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Análises Empty Uma nova ordem económica mundial?

Mensagem por Joao Ruiz Ter Set 29, 2009 11:09 am

,
Uma nova ordem económica mundial?

por Mário Soares
Hoje

Análises Mario_soares

1. Desde há décadas, na segunda metade do século passado, que nos meios progressistas se falava da necessidade de uma nova ordem económica mundial. Sempre em vão. Desta vez, em plena crise global - que não terminou, insisto -, no encontro dos G20 que teve lugar, há três dias, em Pittsburgh, na América do Norte, a convite de Barack Obama, mas à margem das Nações Unidas, note-se, Gordon Brown decretou, no encerramento da cimeira, que foi "criada uma nova ordem económica mundial para lidar com os problemas financeiros e económicos mundiais", que abrange ou coordena, ao que parece, o FMI (Fundo Monetário Internacional) e o Banco Mundial.

Que verdade existe nesta declaração surpreendente do primeiro-ministro britânico, Gordon Brown? Responderia que tem uma parte ou meia verdade. O G20 tem vinte países membros dos mais ricos da terra, que representam 85% do PIB (produto interno bruto) mundial. É bastante considerável. Entraram os países emergentes: Brasil, Índia, China, para além da Rússia, Arábia Saudita, Argentina, Japão, África do Sul, Indonésia, México, Turquia, Austrália, e os tradicionais Canadá, Estados Unidos, União Europeia (França, Reino Unido, Alemanha, Itália, Espanha) e o presidente da Comissão Europeia. Foi um amplo alargamento, desde o G7 e, depois, G8. Precisamente mais doze países membros vindos dos cinco continentes, mas tendo como países islâmicos apenas a Arábia Saudita, uma teocracia plutocrática, a Indonésia e a Turquia. O que é manifestamente pouco, para uma organização que se propõe ser "o governo financeiro e económico do mundo". Faltam os outros cento e sessenta e tal países membros da ONU!

Claro que esta "nova ordem" não definiu com suficiente clareza quais as políticas financeiras e económicas susceptíveis de criar, na expressão de Obama, um novo paradigma de desenvolvimento. E não ultrapassou velhas divergências entre os países ditos desenvolvidos e os países emergentes. A economia de casino está longe de ter sido ultrapassada: não se reduziram os prémios bilionários e escandalosos dos gestores das grandes empresas (incluindo os bancos), nem se acabou, como se dizia, com os "paraísos fiscais", nem se criaram os mecanismos de fiscalização necessários para evitar as grandes corrupções. E, sem isso, não será possível ultrapassar a crise.

No entanto, no plano diplomático, deu-se um passo em frente (importante) pondo a dialogar países tão diferentes como os Estados Unidos, a China, a Alemanha, o Japão, a Rússia, o Brasil, a Índia, a África do Sul e a Indonésia.

O documento final - divulgado na íntegra pelo El País, de domingo passado - tem um preâmbulo que parte da premissa (polé-mica) de que os países signatários se comprometeram a garantir a recuperação, a reparar os sistemas financeiros e a manter o fluxo global de capitais. E que "tudo funcionou" (o que é igualmente polémico). Esta-mos cá para ver. O documento afirma, aliás, que os signatários não vão permitir um re-torno ao que a banca vinha fazendo. É caso, para os crentes dizerem: "Deus os oiça!"

Quanto às conclusões, contêm alguns princípios simpáticos, mas vagos: "Deve fazer-se mais contra as práticas abusivas do mercado" (sem se indicar quais e como); "importa fortalecer a regulação do sistema financeiro internacional" (sem também se indicar como); "o Banco Mundial e os bancos regionais deverão reforçar a coordenação entre si"; "não se deve estimular o retorno às práticas que levaram à crise"; e, finalmente, que "se deve fomentar a transparência das estruturas de compensação". Tudo boas intenções. Mas será que os G20 estarão resolvidos a passar das palavras aos actos?

Finalmente, ocuparam-se da "segurança energética e das mudanças climáticas" - que irão ser discutidas e, depois, tomadas medidas peremptórias, em Copenhaga, em Dezembro próximo - "prometendo trabalhar para que a recuperação seja duradoura, sustentável e verde". Prometem ainda trabalhar para que a Ronda de Doha (respeitante à Organização Mundial do Comércio, onde não houve acordo entre os "desenvolvidos" e os "emergentes") possa terminar com êxito em 2010, "sendo imperativo permanecerem unidos contra o proteccionismo".

A próxima Cimeira do G20 será no Canadá, em Junho de 2010 e na Coreia do Sul, em Novembro do mesmo ano. Tratou-se de um passo importante com excelentes intenções. Veremos se o tempo - e a crise - obrigarão os 20 a ter bom senso e a cumprir as promessas...

2. Afeganistão, Iraque e Irão. Obama está a fazer o que pode, em múltiplas frentes, na linha estruturada do seu pensamento humanista, idealista e progressista. Mas o mundo dos grandes interesses e a resistência do conservadorismo, do belicismo e da violência organizada, no interior da América e no exterior, coligados, tudo fazem para o travar e tentar desacreditar. Parece que uma parte do mundo quer que tudo fique na mesma e teme, acima de tudo, as mudanças necessárias. E, entretanto, tudo cai em cima de Obama...

Dos três países citados que estão, por razões diferentes, na actualidade mais actual, das últimas semanas, o Iraque parece ser o menos problemático. Embora se saiba que os Estados Unidos vão retirar de lá as suas tropas. Contudo, tudo leva a crer, dadas as dificuldades crescentes, que não será tão rápido quanto se supunha. É caso para perguntar: quem alimenta a violência? Donde vêm as armas e o dinheiro para sustentar o terrorismo latente?

O Afeganistão, como tenho escrito nesta coluna, é hoje um problema muito mais difícil ainda de resolver do que o Iraque. O envolvimento da NATO na invasão de um país que nunca foi vencido (nem por britânicos, nem por soviéticos, nem por americanos) foi um erro colossal que pode ter como consequência o descrédito total daquela organização, que sempre pretendeu ser defensiva. Há que encontrar uma saída - que não é fácil. Mas uma coisa é certa, não é pela guerra que se poderá encontrar.

Finalmente, o Irão. A teocracia está a exagerar. As eleições revelaram um descontentamento enorme. O povo desceu à rua e manifestou-se com coragem e exuberância. Foi reprimido com violência, que não esquece. E agora surgiu mais uma central nuclear, com lançamento de mísseis de longo alcance. Um perigo enorme. Os ocidentais reagiram. Mas não só. A Rússia e a própria China também estão preocupadas. Atenção: o mundo quer paz, não guerra! O povo iraniano sabe isso, por experiência própria.

3. As eleições de 27 de Setembro deram uma incontestável vitória ao PS e a José Sócrates. Perdeu a maioria absoluta, é certo, como se esperava. Mas depois de ter tudo - e todos - contra ele - todos os partidos e as diversas corporações de interesses sectoriais (professores, magistrados, polícias, agricultores, uma parte dos funcionários públicos e alguns sindicatos, que imprudentemente entraram na política, até quase ao último dia) -, conseguiu obter uma maioria relativa, o que não pode deixar de ser considerado uma grande vitória. Daí a alegria indisfarçável do PS, que celebrou a vitória, em unidade e com genuíno entusiasmo.

Contudo, com a ponderação do dia seguinte, há que reconhecer, com isenção, que houve outros vencedores: o PP de Paulo Portas, que, inesperadamente, chegou a terceiro partido, ao contrário do que previam todas as sondagens e atingiu a almejada percentagem simbólica dos dois dígitos (10,5%); e o Bloco de Esquerda, que, ficando bastante aquém das expectativas anunciadas, dobrou o número de deputados no Parlamento, o que é considerável e importante.

Quanto à CDU, avançou ligeiramente - o que nos tempos que correm não é mau - e, em percentagem de votos e de deputados eleitos não ficou muito atrás do Bloco (7,88% para 9,85% e 15 deputados para 16). Por fim, o PSD só teve uma derrota porque durante toda a campanha não se cansou de anunciar a vitória sobre o PS, como uma inevitabilidade. Manuela Ferreira Leite, com a sua rigidez e a raiva contra o PS e o Sócrates, em espe-cial -, saiu das eleições, obviamente, fragilizada. Contudo, como vamos entrar de imediato na campanha das autárquicas, é de esperar que os "barões" adiem para depois o inevitável ajuste de contas.

4. E agora? Temos pela frente dois desafios imediatos: as eleições autárquicas importantíssimas, dentro de duas semanas, isto é: amanhã; e a constituição do novo Governo, sob a presidência de José Sócrates, uma vez indigitado pelo Presidente da República e realizadas as consultas que prometeu fazer a todos os partidos com assento parlamentar. Nesse sentido, quanto a mim, não tem que ter pressa.

Note-se que vivemos uma crise global que está longe de ser superada. A reunião do G20, em Pittsburgh, como escrevi atrás, deixou quase tudo em aberto. Os próximos meses, até ao fim do ano, serão decisivos e Portugal- membro prestigiado da União Europeia e da CPLP - não pode deixar de ter isso em conta, desenvolvendo uma diplomacia interventiva e inovadora.

Mas há outra questão que me preocupa - e deve preocupar os portugueses - a fragilização política do Presidente da República e o seu silêncio, quando mais precisamos de saber o que pensa e como tenciona exercer as suas funções constitucionais de "moderador e árbitro".

E, depois, há a questão preocupante da governabilidade, que é o que mais interessa aos portugueses. Reconheça-se que Sócrates é hoje um outro homem: maduro, experiente, dialogante, contido, informado e competente. Exactamente o contrário da imagem que toda a oposição à direita e à esquerda lhe tentou colar até ao dia das eleições. Um erro imperdoável em que o povo português não incorreu. Felizmente.

Mas agora, na situação presente, Sócrates deve dar mais um salto em frente: tem que mostrar flexibilidade, jogo de cintura, paciência e capacidade de diálogo, com todos os partidos, sem excepção. Governar sem maioria absoluta é outra coisa. É a prova de ser um grande estadista, com a adaptabilidade que as circunstâncias difíceis, sob todos os aspectos, lhe vão exigir. Estou certo de que vai conseguir. Mas, atenção, as responsabilidades são partilhadas: os Partidos com assento na Assembleia têm também novas e sérias responsabilidades. Não lhes basta protestar. Os comícios - e houve alguns até ao fim - acabaram na noite eleitoral. O País está farto deles. Agora, são precisas ideias e propostas concretas, exequíveis e inovadoras. Porque Sócrates, como primeiro-ministro, terá sempre uma arma absoluta: a apresentação ao Parlamento de uma moção de confiança ou novas eleições, se a não conseguir.

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Mensagem por Joao Ruiz Qua Set 30, 2009 3:28 pm

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Economia portuguesa cresce em 2010

por R.R.
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A contracção este ano deverá ser inferior a 3,5% e em 2010 a actividade regressa a valores positivos. Dívida dos PALOP aumenta 10,7%.

A economia portuguesa poderá voltar aos crescimentos positivos em 2010, de acordo com Vítor Constâncio, governador do Banco de Portugal. Para este ano "as perspectivas apontam para uma recessão inferior" ao projectado inicialmente. Em Junho último, o Banco de Portugal previa uma contracção de 3,5% do PIB este ano, seguida de nova quebra de 0,6% em 2010. "O desempenho da economia portuguesa deverá, assim, ser um pouco superior ao previsto para a área do euro", afirmou o governador, ontem, no 19º encontro de Lisboa com os bancos centrais dos PALOP, e Timor Leste.

Já com os preparativos orçamentais a decorrer e em véspera de abertura pela Comissão Europeia de um "procedimento por défices excessivos" a Portugal, Vítor Constâncio alertou para os "riscos" sobre o "crescimento da economia" de uma retirada prematura" de qualquer "estímulo orçamental" à retoma. Sem nunca referir o caso português, o governador afirma que, "embora necessária em muitos países", a consolidação orçamental - ou seja, a redução dos défice das contas públicas - "não deverão começar antes de 2011".

Também as medidas de apoio à banca - na frente da política monetária - terão de perdurar, já que não se vislumbra riscos para a inflação. Em 2009 e 2010, o comportamento dos preços terão valores "muito abaixo da definição de estabilidade de preços" , diz Constâncio, referindo-se aos 2% de aumento anuais, definidos como preços estáveis pelo Banco Central Europeu (BCE).

A saída da crise internacional "será lenta e prolongada", refere Vítor Constâncio. Na Europa, o desemprego continuará a aumentar "até ao final do próximo ano" e o consumo das famílias e empresas será "contido" , com os particulares "a pouparem mais" , procurando estabilizar as suas finanças.

O governador revelou ainda que a dívida dos países africanos (lusófonos) a Portugal aumentou 10,7% em 2008, situando-se em 1,97 mil milhões de euros. Destaque para Angola, cuja dívida subiu 128 milhões, embora a dívida directa vincenda mantenha o mesmo valor desde 2004.

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Mensagem por Viriato Qui Out 08, 2009 11:54 am

Uma ponte em forma de bica

por Ferreira Fernandes - DN


Desculpem-me as minudências serôdias mas há que saber dos subterrâneos para entendermos o dia-a-dia. Quando havia o Partido Comunista Português-Reconstruído, existia também uma União Democrática Popular. Dois partidos diferentes? Não, a mãe (PCP-R) e a filha (UDP). Um núcleo, coeso, e uma frente, o mais larga possível. Um para a teoria pura e dura, e outra para conversar com as massas. Quem quiser saber mais, estude Dimitrov e a III Internacional na década de 1930-40. O que interessa reter é que houve uma tradição marxista-leninista com essa distribuição de tarefas seguida depois por todos os partidos comunistas (pró-Moscovo ou pró-Pequim). Ontem de manhã, Carvalho da Silva foi tomar uma bica com o socialista António Costa e disse-lhe que o apoia em Lisboa. À tarde, Jerónimo de Sousa disse que Carvalho da Silva lhe disse que fizera "uma declaração sobre a situação de Lisboa" mas lhe disse também que apoia os comunistas. Antes dos leitores se deitarem a ler sobre esquizofrenia, aconselhe-os a voltarem ao pequeno périplo histórico desta crónica. Nos comunistas, há guardiões do templo e há quem tome bicas. E geralmente estes últimos são mandados ir tomar.
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Mensagem por Joao Ruiz Qui Out 08, 2009 2:52 pm

A nódoa do 5 de Outubro

por João César das Neves

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Começa hoje o centésimo ano da nossa república, a terceira mais longa da Europa. É ocasião para celebração justa, sincera e sadia, qualquer que seja a situação ou convicções pessoais. Exige-o o amor a Portugal que partilhamos.

Isso não significa que se branqueiem os acontecimentos de há cem anos ou se canonizem os seus autores. Festejando os sucessos do século, temos de admitir os terríveis crimes que lhe deram início. Vivendo grave crise, mais importante é julgar com serenidade os erros que então criaram uma catástrofe muito pior que a actual.

Um livro oportuno ajuda-nos a compreender um dos aspectos mais marcantes e decisivos dessa derrocada. O Estado e a Igreja em Portugal no Início do Século XX. A Lei da Separação de 1911, do cónego João Seabra (Principia, 2009), é muito mais do que pretende ser. Apresentando-se como estudo jurídico do Decreto de 20 de Abril de 1911 [DG92, 21/4/1911], a "Lei da Separação do Estado das Egrejas", traça um grande e rigoroso fresco histórico da questão religiosa republicana.

Cheio de episódios curiosos, pormenores reveladores, informações pertinentes, inclui até pequenas biografias dos principais protagonistas da questão. O primeiro capítulo, "A situação jurídica da Igreja em Portugal durante a Monarquia liberal" (21), acrescenta um recuo enquadrador, descrevendo os "oito decénios de servidão" (51) que os católicos sofreram antes da perseguição aberta e desbragada dos republicanos triunfantes. "Era esse ambiente de anticlericalismo exacerbado, ordinário e violento que o parlamentarismo monárquico deixara instalar em Portugal, que, juntamente com a disciplina jurídica do regalismo cartista, constituía a situação da Igreja em Portugal no dia 5 de Outubro de 1910" (53).

O mais espantoso na dramática história das 250 páginas seguintes é a incrível ingenuidade atrevida, incomparável boçalidade pateta dos líderes republicanos. Estavam mesmo convencidos que bastava expulsar o rei para se resolverem os terríveis problemas que o País padecia há décadas. Acreditavam que a simples presença dos seus espíritos iluminados no poder chegava para orientar o povo. Só isso justifica que se afastassem das urgentes imposições da governação, pesadas responsabilidades ministeriais e gritantes necessidades populares para se dedicarem a criar problemas gratuitos e vácuos, zurzindo a Igreja por puro capricho ideológico.

A fúria começou antes mesmo de dispersar o fumo dos fuzis na Rotunda. "Para a maçonaria, para o Partido Republicano e em especial para Afonso Costa, o anticlericalismo será a prioridade política da República" (56). Assassinar dois padres e prender muitos (188), expulsar centenas de religiosos (57), proibir vestes talares (59), romper com a Santa Sé (60), entre outras, foram obra de poucos dias. Curiosamente a legislação da família, com leis do divórcio (71) e casamento civil (72), foi também alvo de uma sanha que lembra discípulos contemporâneos. Cem anos passados permanece a coincidência da inimizade à fé e ao matrimónio.

Quando Afonso Costa pretende formalizar o clima de intolerância e facciosismo, com uma capa diáfana de legitimidade e justiça, a farsa fica grotesca. Comparando com a violenta lei francesa de 1905, o regime "é o mesmo, com duas pequenas diferenças: o francês tem uma lógica jurídica que se entende, o português é uma arbitrariedade sem outro fundamento senão o facto de o Estado dispor da força e não se deixar limitar pelo direito (…) todo o sistema tem por fim pôr o governo da Igreja nas mãos dos não católicos" (114).

A aplicação da lei não foi melhor que a concepção. Até o ministro republicano Moura Pinto, maçon assumido, notou seis anos depois, no preâmbulo do Decreto 3687 (22/12/1917): "Os processos [aos padres] foram organizados sem respeito aos mais elementares princípios que em todos as legislações regulam e asseguram a defesa dos acusados" (215).

A infâmia e atropelos são tais que envergonham qualquer um. Esta é a Primeira República que alguns hoje querem sacralizar e, até parece, imitar.

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Mensagem por Viriato Sáb Out 10, 2009 2:31 am

Responsabilidade

A situação política, económica e social que atravessamos exige um esforço de responsabilidade da parte dos principais actores de que depende o Governo do país.

Assumem especiais responsabilidades o Presidente da República, o primeiro- ministro e o líder do partido da alternância democrática.

Com a concisão que lhe é característica, o Economist retratou lucidamente a situação portuguesa: um Governo minoritário, o maior partido da oposição derrotado em luta interna pela liderança, um Presidente abrindo hostilidades com o primeiro-ministro numa querela artificial.

Tenho a firme convicção de que o Presidente e o primeiro-ministro esclarecerão o que houver a esclarecer e assumirão os seus deveres de cooperação institucional na defesa do interesse nacional.

Quanto ao PSD, seria importante que fizesse uma reflexão profunda sobre o seu papel no futuro do país.

Em primeiro lugar, o partido deve reconhecer com humildade a sua derrota eleitoral na eleição para o Governo do país, seja qual for o resultado nas autárquicas. O desfecho das legislativas, face às circunstâncias extremamente negativas em que o PS e o seu líder as disputaram, foi decepcionante para o PSD. E há que compreender as causas da derrota. A meu ver, seria injusto culpar a imagem da líder. Ao contrário do que muitos disseram, eu penso que essa imagem - de austeridade, seriedade e rigor - surgiu como um factor positivo e gerou mesmo uma forte empatia e esperança. É certo que a campanha foi fraca e os temas escolhidos não foram mobilizadores: a "asfixia democrática" é um tema ridículo, num país em que a liberdade de crítica a todos os poderes é uma evidência.

Mas a causa decisiva do desaire do PSD é mais profunda e radica na estratégia de oposição que o partido adoptou ao longo da legislatura. O PSD não construiu uma alternativa credível ao actual PS, que gerasse esperança para o futuro e levasse os eleitores a apostar na mudança. Pelo contrário, apostou numa oposição tribunícia e sistemática a quase todas as reformas do Governo, mesmo àquelas que o eleitorado natural do PSD acolheu positivamente.

Para conquistar os eleitores do centro que não votam clubisticamente - aqueles que afinal dão a vitória ao PS ou ao PSD - é preciso construir responsavelmente a verdadeira alternativa de que o país precisa: uma agenda reformista que vá mais longe do que o PS é capaz, que rompa com o imobilismo do sistema de Justiça, que corte a sério com o despesismo do Estado e diminua a carga fiscal, que afronte o dogmatismo do Ministério da Educação, abrindo-se à liberdade de escolha, que não tenha medo das corporações que hostilizam toda e qualquer reforma da Administração Pública que beneficie os cidadãos.

Se o PSD continuar a protagonizar uma oposição sistemática, agravando as condições de governabilidade, sem oferecer uma alternativa consistente, não reconquistará os eleitores que perdeu. Pode mesmo acentuar o seu declínio, agravando a orfandade do centro direita.
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Mensagem por Vitor mango Sáb Out 10, 2009 2:54 am


Se o PSD continuar a protagonizar uma oposição sistemática, agravando as condições de governabilidade, sem oferecer uma alternativa consistente, não reconquistará os eleitores que perdeu. Pode mesmo acentuar o seu declínio, agravando a orfandade do centro direita.
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