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Vagueando na Notícia :: Salas das mesas de grandes debates de noticias :: Professor Dr e mister Mokas faz a analise do Mundo
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DEOLINDA EST CARTAGO
Sábado, 12 de Março: é impossível não ficar preso à televisão, transmitindo ininterruptamente as imagens jamais imaginadas de uma catástrofe como a que atingiu o Japão. Primeiro, o terramoto filmado pela câmara de vigilância de um supermercado, uma imagem comovente de duas empregadas que, em lugar de fugirem dali para fora, tentam manter em equilíbrio as prateleiras: a defender o seu posto de trabalho. Depois, as imagens bíblicas do tsunami, entrando dez quilómetros pela terra dentro, reduzindo a um mar de despojos à deriva tudo o que o homem, o seu esforço, os seus sonhos, a sua prosperidade tinham construído e conquistado ao longo de décadas: casas, monumentos, pontes, auto-estradas, aeroportos carros, barcos, aviões. E, enfim, logo pressentida, a hipótese terrível de uma tragédia nuclear a relembrar aos incautos e aos mentirosos que, se o homem consegue domesticar e pôr ao seu serviço essa energia demencial do átomo, não consegue depois desligá-la, apaziguá-la, saciá-la jamais.
"Se o fim do mundo alguma vez foi filmado, é isto", penso para comigo. Nenhum filme de ter ror, nenhuma série científica, nenhum jogo de computador, alguma vez chegou tão próximo de mostrar a violência da terra ou a condição de seres-vivos. E, fazendo zapping entre todos os canais internacionais, penso também que nada mais, nenhuma outra notícia, nem sequer o impune massacre de Kadhafi sobre o seu povo, poderá, neste sábado, ter lugar em qualquer outra parte do mundo.
Mas estava enganado: as televisões e a imprensa portuguesa moraram 36 horas a incomodar-se com a tragédia do Japão e até hoje ainda não perceberam toda a dimensão da sua importância. É o far side of the world e estão convencidos de que nada chegará cá - nem a nuvem radioactiva, nem o nem o aumento do petróleo, uma vez desligadas as 55 centrais nucleares japonesas, nem as consequências económicas da queda brutal de produção terceira economia do mundo. Nas televisões portuguesas, sábado passado, falava-se de Jesus (o do Benfica, não o do Além), de uma lamentação do "super-juiz" (como sempre), da anunciada "greve dos camionistas" - isto é, da sedição terrorista de alguns patrões da camionagem, ordenando aos seus motoristas que apedrejassem os outros e paralisassem as estradas até que o Governo cedesse a cobrir-lhes os riscos próprios do seu privadíssimo negócio. E, claro, dos preparativos para "a manifestação" aquele imenso movimento nebuloso, convocado pelo Facebook e o jornal "Público", e que prometia ser qualquer coisa de novo, de jamais visto, nem sequer na - Praça Tahrir.
Voltei ao Japão, que a essa hora do se preparava para a segunda noite de terror e escuridão, com réplicas constantes do terramoto, - um terço do país sem energia, milhões sem água nem comida, milhares de mortos e sobreviventes flutuando em bocados de telha - dos, de carros, de madeira solta. Anos e anos de esforços, de traba - lho duro, de inovação, de estudo e criação de riqueza, de paz e prosperidade, assim submersos em 40 segundos de devastação vinda do fundo do mar e das entranhas da terra. E logo, na madrugada de cá e ao nascer do dia no Japão, chegavam as primeiras imagens dos sobreviventes, alinhando-se ordeiramente para o rastreio da contaminação radioactiva, recolhendo-se aos abrigos provisórios montados pelo Exército, sem atropelos, sem gritos, sem lágrimas, a não ser para recordar mortos e desaparecidos. Nem resignados nem revoltados: apenas conscientes de que vai ser preciso recomeçar tudo outra vez. Talvez não existam muitos povos assim, mas os povos fazem-se, pela capacidade de resistir, de lutar, de reerguer-se após todas as tragédias.
São agora seis da tarde em Portugal. Mudo para a televisão portuguesa, mas, do Japão, a notícia mais importante é que falta encontrar uma portuguesa, residente na zona da catástrofe. De resto, é manifestação, manifestação e mais manifestação. Só resta ver esse grande acontecimento que torna a tragédia planetária do Japão numa coisa sem importância, longínqua e inócua.
Os deolindos tinham acabado de chegar ao Rossio, termo do, seu histórico momento de "sobressalto cívico", como disse o melhor de todos nós. As primeiras imagens que vejo mostram-me que, tal como previa, os do passado, falava-se de Jesus (o Homens da Luta tomaram conta do Benfica, não o do Além), de da ocorrência e transformaram a coisa numa imensa e gratuita operação de marketing e promoção comercial. O camarada Jel, misto de MFA com Quim Barreiros, já fora, aliás, transformado num herói nacional, desdobrando-se em entrevistas onde se proclamava continuador dos métodos de luta de Luther King e Gandhi e onde oferecia à nação as insuspeitas profundezas do seu pensamento político. Estava ali o indispensável target dos indispensáveis concertos de Verão, e daí a lista de artistas apoiantes, a quem os Homens da Luta muito generosamente dispensaram uma fugaz presença no palanque da sua camioneta, nos raros instantes em que o revolucionário Jel consentiu em emprestar o megafone a outros. De resto, e como rapidamente se constatou, os tais 200.000 manifestantes lisboetas que a imprensa engoliu sem pestanejar, não representavam a "geração à rasca", mas sim um extraordinário cardápio de descontentes ou hibernantes que subitamente resolveram fazer prova de vida. Considerando que descontentes somos hoje todos, nem me pareceu grande manifestação: manifestaram-se os descontentes capazes de seguir uma nebulosa ou um Jel e que acreditam que a vida é um prolongamento do Facebook; os outros descontentes ficaram em casa (talvez sejam, afinal, os mais descontentes de todos, porque mais conscientes).
Entre eles, muitos. de entre eles, estavam certamente jovens e menos jovens a quem a vida e o rumo do país não deixam lugar à esperança. Estavam muitos verdadeiramente à rasca, como quase todos estamos, tirando os que jogam golfe com 6% de NA ou abastecem iates a 80 cêntimos o litro de gasóleo, têm a casa sediada numa offshore e a empregada doméstica registada numa firma de import-export, subsidiada pelo nosso IRS. Mas isso é outra conversa, uma conversa séria e de que agora não. cuida: estou a falar da "mensagem política" deste sobressalto cívico. Também lá esta- vam muitos cidadãos 'NN': não votam nem querem pagar impostos e acham que, com uma simples manifestação, esgotam todo seu dever cívico. Acham que o Estado só lhes deve direitos e não tem de lhes cobrar deveres; deliberadamente, confundem o Estado com a classe política e os governos para assim se justificarem; querem emprego garantido até ao além ("quero o meu contrato!", dizia um dos cartazes); querem saúde, assistência social e reformas para a vida; auto-estradas, universidades e farmácia grátis; acreditam que vão continuar eternamente a ter crédito para consumo a taxas mínimas e que udo o que fizerem merece ser subsidiado pelos contribuintes (que são "os outros"). E agora descobriram na Internet a "revolução da rua", que viram no Magrebe, sem perceberem que o que reclamam do outro lado do Mediterrâneo é o que lhes sobra aqui: liberdade.
Com este sedutor caderno de encargos, tudo coube na Avenida da Liberdade: anarquistas e comunistas (perdoa-lhes, Lenine!), bloquistas e neonazis, pró-gay e pró-rei, CGTP e claques de fute- bol, a Associação das Famílias Numerosas e entusiastas da aguardente "mil nove e vinte", actores sem novela e gente vinda do evento subsidiado Moda Lisboa - pois que, como explicava uma revista social, a manif no Rossio e a Moda Lisboa na Terreiro do Paço eram os acontecimentos in do fim-de-semana. Ah, e estava também a Joana Amaral Dias.
Ali próximo, também, 8000 professores reuniam-se para ouvir Mário Nogueira, da Fenprof, anunciar, radiante, que se prepara uma greve dos professores aos exames, lá para Junho/Julho, porque o Governo lhes retirou o subsídio de avaliação de exames. (Você sabia que os professores recebiam 25 euros por cada exame corrigido? Eu não, vejam lá a minha ingenuidade: estava convencido de que isso. fazia parte das tarefas normais de um professor, as quais ele desempenharia com o brio de quem quer saber o resultado do seu trabalho ao longo de um ano). Engano: não receber um extra por corrigir exames é uma tamanha ofensa à classe, que Mário Nogueira, também ele impressionado e inspirado com o que acontecia no Japão, prometeu fazer disso "não uma onda, mas um tsunami de protestos e luta".
Quinta-feira, 17 de Março: em armazéns onde se amontoam ordeiramente, desprovidos de tudo e reduzidos a despojos de uma catástrofe indizível, assolados pelo medo da morte nuclear silenciosa, as crianças de Sendai e Tsushima recebem aulas dos professores que ali se encontram. E Tóquio, já quase totalmente às escuras, começa a ser evacuada.
Mas o que agora ocupa a nossa imprensa é a drama insubstituí vel que o país vive de saber se Sócrates e Passos Coelho passam do clímax do 'agarrem-me se não eu mato-o' para a solução e clarificação dos problemas da país: crise, eições e os que nos terão de emprestar dinheiro para continuarmos a respirar satisfeitos e acalmados por anteciparem três meses garantidos de paralisia aqui, sem governo, mas com muita animação, bifanas e sardinhas, discursos empolgantes de feiras e multidões de deolindos jurando pp sua honra exterminar de vez tda a classe política. Enfim, um Portugal sem governo, tal como desejado por tantos e tão necessário agora.
Dentro de cinco anos, dez no máximo, o Japão estará reconstruído de toda esta devastação que o destino lhe reservou. Mas nós estaremos na mesma ou pior. Tudo o resto não interessa à História.
Miguel Sousa Tavares escreve de acordo com a antiga ortografia
E agora pode saltar parao forum o palhaço do costume.
Sábado, 12 de Março: é impossível não ficar preso à televisão, transmitindo ininterruptamente as imagens jamais imaginadas de uma catástrofe como a que atingiu o Japão. Primeiro, o terramoto filmado pela câmara de vigilância de um supermercado, uma imagem comovente de duas empregadas que, em lugar de fugirem dali para fora, tentam manter em equilíbrio as prateleiras: a defender o seu posto de trabalho. Depois, as imagens bíblicas do tsunami, entrando dez quilómetros pela terra dentro, reduzindo a um mar de despojos à deriva tudo o que o homem, o seu esforço, os seus sonhos, a sua prosperidade tinham construído e conquistado ao longo de décadas: casas, monumentos, pontes, auto-estradas, aeroportos carros, barcos, aviões. E, enfim, logo pressentida, a hipótese terrível de uma tragédia nuclear a relembrar aos incautos e aos mentirosos que, se o homem consegue domesticar e pôr ao seu serviço essa energia demencial do átomo, não consegue depois desligá-la, apaziguá-la, saciá-la jamais.
"Se o fim do mundo alguma vez foi filmado, é isto", penso para comigo. Nenhum filme de ter ror, nenhuma série científica, nenhum jogo de computador, alguma vez chegou tão próximo de mostrar a violência da terra ou a condição de seres-vivos. E, fazendo zapping entre todos os canais internacionais, penso também que nada mais, nenhuma outra notícia, nem sequer o impune massacre de Kadhafi sobre o seu povo, poderá, neste sábado, ter lugar em qualquer outra parte do mundo.
Mas estava enganado: as televisões e a imprensa portuguesa moraram 36 horas a incomodar-se com a tragédia do Japão e até hoje ainda não perceberam toda a dimensão da sua importância. É o far side of the world e estão convencidos de que nada chegará cá - nem a nuvem radioactiva, nem o nem o aumento do petróleo, uma vez desligadas as 55 centrais nucleares japonesas, nem as consequências económicas da queda brutal de produção terceira economia do mundo. Nas televisões portuguesas, sábado passado, falava-se de Jesus (o do Benfica, não o do Além), de uma lamentação do "super-juiz" (como sempre), da anunciada "greve dos camionistas" - isto é, da sedição terrorista de alguns patrões da camionagem, ordenando aos seus motoristas que apedrejassem os outros e paralisassem as estradas até que o Governo cedesse a cobrir-lhes os riscos próprios do seu privadíssimo negócio. E, claro, dos preparativos para "a manifestação" aquele imenso movimento nebuloso, convocado pelo Facebook e o jornal "Público", e que prometia ser qualquer coisa de novo, de jamais visto, nem sequer na - Praça Tahrir.
Voltei ao Japão, que a essa hora do se preparava para a segunda noite de terror e escuridão, com réplicas constantes do terramoto, - um terço do país sem energia, milhões sem água nem comida, milhares de mortos e sobreviventes flutuando em bocados de telha - dos, de carros, de madeira solta. Anos e anos de esforços, de traba - lho duro, de inovação, de estudo e criação de riqueza, de paz e prosperidade, assim submersos em 40 segundos de devastação vinda do fundo do mar e das entranhas da terra. E logo, na madrugada de cá e ao nascer do dia no Japão, chegavam as primeiras imagens dos sobreviventes, alinhando-se ordeiramente para o rastreio da contaminação radioactiva, recolhendo-se aos abrigos provisórios montados pelo Exército, sem atropelos, sem gritos, sem lágrimas, a não ser para recordar mortos e desaparecidos. Nem resignados nem revoltados: apenas conscientes de que vai ser preciso recomeçar tudo outra vez. Talvez não existam muitos povos assim, mas os povos fazem-se, pela capacidade de resistir, de lutar, de reerguer-se após todas as tragédias.
São agora seis da tarde em Portugal. Mudo para a televisão portuguesa, mas, do Japão, a notícia mais importante é que falta encontrar uma portuguesa, residente na zona da catástrofe. De resto, é manifestação, manifestação e mais manifestação. Só resta ver esse grande acontecimento que torna a tragédia planetária do Japão numa coisa sem importância, longínqua e inócua.
Os deolindos tinham acabado de chegar ao Rossio, termo do, seu histórico momento de "sobressalto cívico", como disse o melhor de todos nós. As primeiras imagens que vejo mostram-me que, tal como previa, os do passado, falava-se de Jesus (o Homens da Luta tomaram conta do Benfica, não o do Além), de da ocorrência e transformaram a coisa numa imensa e gratuita operação de marketing e promoção comercial. O camarada Jel, misto de MFA com Quim Barreiros, já fora, aliás, transformado num herói nacional, desdobrando-se em entrevistas onde se proclamava continuador dos métodos de luta de Luther King e Gandhi e onde oferecia à nação as insuspeitas profundezas do seu pensamento político. Estava ali o indispensável target dos indispensáveis concertos de Verão, e daí a lista de artistas apoiantes, a quem os Homens da Luta muito generosamente dispensaram uma fugaz presença no palanque da sua camioneta, nos raros instantes em que o revolucionário Jel consentiu em emprestar o megafone a outros. De resto, e como rapidamente se constatou, os tais 200.000 manifestantes lisboetas que a imprensa engoliu sem pestanejar, não representavam a "geração à rasca", mas sim um extraordinário cardápio de descontentes ou hibernantes que subitamente resolveram fazer prova de vida. Considerando que descontentes somos hoje todos, nem me pareceu grande manifestação: manifestaram-se os descontentes capazes de seguir uma nebulosa ou um Jel e que acreditam que a vida é um prolongamento do Facebook; os outros descontentes ficaram em casa (talvez sejam, afinal, os mais descontentes de todos, porque mais conscientes).
Entre eles, muitos. de entre eles, estavam certamente jovens e menos jovens a quem a vida e o rumo do país não deixam lugar à esperança. Estavam muitos verdadeiramente à rasca, como quase todos estamos, tirando os que jogam golfe com 6% de NA ou abastecem iates a 80 cêntimos o litro de gasóleo, têm a casa sediada numa offshore e a empregada doméstica registada numa firma de import-export, subsidiada pelo nosso IRS. Mas isso é outra conversa, uma conversa séria e de que agora não. cuida: estou a falar da "mensagem política" deste sobressalto cívico. Também lá esta- vam muitos cidadãos 'NN': não votam nem querem pagar impostos e acham que, com uma simples manifestação, esgotam todo seu dever cívico. Acham que o Estado só lhes deve direitos e não tem de lhes cobrar deveres; deliberadamente, confundem o Estado com a classe política e os governos para assim se justificarem; querem emprego garantido até ao além ("quero o meu contrato!", dizia um dos cartazes); querem saúde, assistência social e reformas para a vida; auto-estradas, universidades e farmácia grátis; acreditam que vão continuar eternamente a ter crédito para consumo a taxas mínimas e que udo o que fizerem merece ser subsidiado pelos contribuintes (que são "os outros"). E agora descobriram na Internet a "revolução da rua", que viram no Magrebe, sem perceberem que o que reclamam do outro lado do Mediterrâneo é o que lhes sobra aqui: liberdade.
Com este sedutor caderno de encargos, tudo coube na Avenida da Liberdade: anarquistas e comunistas (perdoa-lhes, Lenine!), bloquistas e neonazis, pró-gay e pró-rei, CGTP e claques de fute- bol, a Associação das Famílias Numerosas e entusiastas da aguardente "mil nove e vinte", actores sem novela e gente vinda do evento subsidiado Moda Lisboa - pois que, como explicava uma revista social, a manif no Rossio e a Moda Lisboa na Terreiro do Paço eram os acontecimentos in do fim-de-semana. Ah, e estava também a Joana Amaral Dias.
Ali próximo, também, 8000 professores reuniam-se para ouvir Mário Nogueira, da Fenprof, anunciar, radiante, que se prepara uma greve dos professores aos exames, lá para Junho/Julho, porque o Governo lhes retirou o subsídio de avaliação de exames. (Você sabia que os professores recebiam 25 euros por cada exame corrigido? Eu não, vejam lá a minha ingenuidade: estava convencido de que isso. fazia parte das tarefas normais de um professor, as quais ele desempenharia com o brio de quem quer saber o resultado do seu trabalho ao longo de um ano). Engano: não receber um extra por corrigir exames é uma tamanha ofensa à classe, que Mário Nogueira, também ele impressionado e inspirado com o que acontecia no Japão, prometeu fazer disso "não uma onda, mas um tsunami de protestos e luta".
Quinta-feira, 17 de Março: em armazéns onde se amontoam ordeiramente, desprovidos de tudo e reduzidos a despojos de uma catástrofe indizível, assolados pelo medo da morte nuclear silenciosa, as crianças de Sendai e Tsushima recebem aulas dos professores que ali se encontram. E Tóquio, já quase totalmente às escuras, começa a ser evacuada.
Mas o que agora ocupa a nossa imprensa é a drama insubstituí vel que o país vive de saber se Sócrates e Passos Coelho passam do clímax do 'agarrem-me se não eu mato-o' para a solução e clarificação dos problemas da país: crise, eições e os que nos terão de emprestar dinheiro para continuarmos a respirar satisfeitos e acalmados por anteciparem três meses garantidos de paralisia aqui, sem governo, mas com muita animação, bifanas e sardinhas, discursos empolgantes de feiras e multidões de deolindos jurando pp sua honra exterminar de vez tda a classe política. Enfim, um Portugal sem governo, tal como desejado por tantos e tão necessário agora.
Dentro de cinco anos, dez no máximo, o Japão estará reconstruído de toda esta devastação que o destino lhe reservou. Mas nós estaremos na mesma ou pior. Tudo o resto não interessa à História.
Miguel Sousa Tavares escreve de acordo com a antiga ortografia
E agora pode saltar parao forum o palhaço do costume.
Viriato- Pontos : 16657
Re: Também gostaria de ter escrito isto...
Ali próximo, também, 8000 professores reuniam-se para ouvir Mário Nogueira, da Fenprof, anunciar, radiante, que se prepara uma greve dos professores aos exames, lá para Junho/Julho, porque o Governo lhes retirou o subsídio de avaliação de exames. (Você sabia que os professores recebiam 25 euros por cada exame corrigido? Eu não, vejam lá a minha ingenuidade: estava convencido de que isso. fazia parte das tarefas normais de um professor, as quais ele desempenharia com o brio de quem quer saber o resultado do seu trabalho ao longo de um ano). Engano: não receber um extra por corrigir exames é uma tamanha ofensa à classe, que Mário Nogueira, também ele impressionado e inspirado com o que acontecia no Japão, prometeu fazer disso "não uma onda, mas um tsunami de protestos e luta".
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Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
Vitor mango- Pontos : 118184
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